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11.05.2019

Temos de parar de fazer isto.

Temos. 
Talvez nem toda a gente veja o que eu vejo, mas acho que se nos debruçarmos um bocadinho na questão, talvez consigamos sentir o que eles poderão estar a sentir. 

A criança chora. 

Aqui abre-se espaço para imensas reacções da nossa parte. 
Suponhamos que vivemos uma vida que consigamos ter um pouco de disponibilidade emocional para ter empatia pelos nossos filhos, embora numa situação com a qual não nos consigamos relacionar. 

Exemplo: 

A criança começou a usar o tablet. 
A mãe avisou que seria só enquanto ela fazia o jantar e que depois teria que o desligar. 
A mãe volta da cozinha e retira o tablet. 
A criança chora. 
A mãe fica irritada porque já tinha exposto a situação e comunicado as regras. Sente que não foi ouvida e sente-se frustada porque já adivinhava que podia ser esse o resultado e assim aconteceu. 
A criança chora. 
A mãe não consegue ir além dos seus sentimentos e o choro escala. A criança está incapaz de ouvir. 
A criança que, tal como conseguimos imaginar por também ser uma pessoa, teve um dia que a deixou cansada. Correu, brincou, geriu frustrações com cerimónia ou com as ferramentas que tem ao seu alcance tendo em conta a sua maturidade e experiência. 
Continua a chorar. 
A mãe não sabe o que há de fazer. 
Olha-lhe nos olhos e imita-a a chorar. Gozando com o choro. 
Não quer que ela se sinta pior, mas só quer que o choro pare. 
Não pára. 
O choro escala. 
A mãe finge chorar ainda mais alto e, sem se aperceber, gozando com a criança. 

Hoje ouvi uns vizinhos meus a fazerem-no. Já vi amigas minhas também a terem esta tendência. Lembro-me de me sentir muito sozinha e até mal-tratada por pessoas que supostamente seriam aquelas que me deveriam apoiar e ajudarem a acalmar-me. Sentia como se fosse um murro na barriga depois de mostrar que estou doente. 

Será que podemos parar com isto? 

Será que conseguimos olhar para as crianças como sendo pessoas ainda que possamos ter que admitir que não temos as ferramentas necessárias para sermos sempre a solução? 

Será que conseguimos perceber que, no meio da nossa indisponibilidade - à qual muitas de nós estamos sujeitas sentindo que não existem outras hipóteses - não são as crianças que devem pagar o preço? 

Será que embora não consigamos perceber as razões que levam a uma criança a explodir numa reacção semelhante podemos sentir empatia relembrando-nos das vezes em que já estivemos no lugar delas quando éramos mais novas? Ou até mesmo quando no dia-a-dia nos sentimos incompreendidas, desabafamos e não queremos receber "gozo" de volta? 



Talvez o equivalente numa relação adulta fosse: 

- Sabes, Sónia, ultimamente sinto-me perdida, que a minha vida não faz sentido. 
- Ai, Madalena, lá estás tu com as tuas merdas. És sempre a vítima, sempre a vítima. Não consegues só deixar-te de te queixar e de seguir em frente? Que chatice!

Não é isto que procuramos, precisamos ou devíamos obter quando partilhamos sentimentos (tendo em conta as várias formas e desenvolvimento emocional de cada um). Ainda que a Sónia não tenha tido uma educação baseada na empatia e no amor ou mesmo que a Sónia tenha tido um dia péssimo. 

Don't kick them when they're down. 

Don't kick them at all. 

Não sou psicóloga, não sou orientadora ou qualquer uma dessas profissões que, por terem um lado académico, também nos transmitem mais confiança, mas já fui criança e sou adulta. 

Talvez não consigamos reagir logo. Talvez não tenhamos nada de bom para dizer. Talvez precisemos de nos acalmar um pouco ou talvez precisemos de rever a nossa vida ao máximo para que consigamos ter mais disponibilidade mental para que, nestas alturas, não falhemos com quem convidámos a que viesse habitar este mundo connosco. 

Estou zangada, sim. É uma tristeza primária que se apoderou de mim para escrever este post, mas talvez ajude a que mais gente se lembre de quando era criança. Ou apenas da última vez em que esteve triste. 





10.31.2019

Odiamos viver.

O quê? As bloggers não têm direito a não querer viver? Têm, têm. Não é por termos recebido um presskit na semana passada de pensos para perda de urina e, em tempos, nos terem oferecido um kg de queijo que não nos vamos queixar como as pessoas normais. Era o que faltava. Apesar desta nossa profissão de deusas também temos momentos em que odiamos viver. 

No dia de gravação deste podcast estávamos as duas piursas e fizemos questão de vos brindar com a nossa alegria.

Fotografias de quando estávamos felizes e tesudas. 


Domingo contem com um vídeo novo no nosso canal de youtube (já seguem?) como é costume ;)


Também está no Apple Podcasts ;)

10.22.2019

E os filhos que se portam muito pior com as mães?

Tenho ouvido isto a torto e a direito. E quando morava com o pai da Irene também reparei que acontecia entre nós. Hoje fui pesquisar se havia um motivo e claro que a internet tem imensas respostas para tudo - ainda que a maior parte seja cancro. 

Encontrei esta resposta que me agradou: 

Eles portam-se pior connosco porque sentem mais facilmente o nosso amor incondicional. Somos uma espécie de depósito para todos os sentimentos maus e, supostamente, se há alguém que consiga fazê-los sentir melhor somos nós. 

Isto não é contra os pais. Há muitos pais que são mães. E há muitas mães que não o são. Há avós que são mães, etc. É quem quer que assuma esse papel, até existindo "mãe" ou não. 

É como se tivéssemos direito aos sentimentos não processados, sem medo. Além disso, na escola, estão normalmente "contidos" e, quando nos vêem, somos a almofada, o quentinho, o útero, vá. 


Na primeira escola da Irene foi doloroso. Sempre que a ia buscar, ela desfazia-se em lágrimas muito aflita quando me via. Havia vários motivos para isso, mas era uma explosão gigante de tensão. Com o pai não tinha a mesma reacção, acho. 

E ainda bem que assim é. Assim temos oportunidade de os ajudar a lidar com os sentimentos da melhor maneira. Ainda bem que não se limitam connosco. E quanto mais espaço dermos, mais naturais vão ser e, por isso, melhor os conseguimos ver. 

Não deixem que vos convençam que eles reagem pior convosco porque os estão a mimar demais. Estão a amar como deve ser. E eles sentem isso. E agradecem assim.


Embora seja tão chato depois de um dia inteiro de trabalho, não é? 




Temos novo podcast para vocês e é sobre seeeeeeeexoooooooo:


10.21.2019

Vamos fazer sexo juntas?

A Joana bem que queria (podem ver pelos stories no nosso instagram aqui), mas ainda não aconteceu. No entanto, ganhámos coragem e acabamos de publicar o episódio no podcast. Ainda não ouvi todo, por isso não tive tempo para me arrepender. Sabem quando arrumamos "de ouvido" num lugar apertado? É o que estou a fazer hoje.



Isto é um frame da nossa sextape. Fica a vossa consideração quem é a dominante ou a passiva. Ahah.

Bom, adiante. Não há maneira de se desculparem de ainda não terem ouvido os nossos podcasts. "Olhem" só ;)


 


 





Nalgumas plataformas poderá demorar mais algum tempo a actualizar o último episódio, mas nada como subscrever para ficarem a par. Ainda está disponível nos Podcasts da Apple. 


Entretanto, não sei se repararam, mas lançámos um novo vídeo de ontem. Como falam (se é que acham bem falar) sobre homossexualidade e racismo com os vossos filhos?



Querem propôr novos temas? ;)




10.15.2019

Lembram-se quando a cama tinha picos?

Lembram-se quando souberam que estavam grávidas?

Da primeira vez que ouviram o coração do vosso bebé?

Os primeiros pontapés?

As contracções? 

A primeira vez que o seguraram?

A primeira vez que o viram ao colo de quem o fez convosco?

O caminho do hospital até casa?

A primeira vez que o viram a dormir na caminha que tinham preparado?

A primeira vez que, depois do leitinho, adormeceu no vosso peito?

O primeiro sorriso? 

O primeiro piscar de olhos para vocês?

A primeira vez que lhe deram banho e se tornou uma das coisas mais giras?

A primeira palavra?

Quando começou a saber sentar-se? A mexer-se ao som da música?

A rebolar-se de um lado para o outro? 

A mexer-se de surpresa sem que estivessem à espera?

Os primeiros passos?

A quantidade de vezes que andaram curvadas a segurar-lhe as mãos para que aprendesse a andar?

A primeira vez que comeu de uma colher?

Quando experimentou pão e gostou?

Quando andou de baloiço e não quis sair?

Quando a "cama tinha picos" porque não havia lugar para dormir que o vosso colo?

Quando lhe vestiam uma roupinha nova e parecia que tinham um bonequinho?

Quando cheirar-lhe a cabeça parecia ser o melhor ansiolítico do mundo?

Quando bastava fazer um som diferente com a boca para ele sorrir para vocês?

Quando voltaram do trabalho a primeira vez e morriam de saudades dele?

Quando saiam de casa com o coração pesado por saberem que ele iria sentir a vossa falta?

Lembram-se daquela noite em que ele adormeceu rápido demais e, quando se sentaram no sofá, fez-vos tanta falta? 

Lembram-se daquela sopa que não estava maravilhosa, mas que ele comeu na mesma?

Lembram-se dos sons dos animais que ele aprendeu a fazer? 



Não é impressionante que esse bebé tenha crescido e seja esta pessoa que têm convosco? Não é impressionante que tenha saído de nós, tenha sido cozinhado em nós e que agora tenha opiniões e saiba dizer o que quer? 

Quanta sorte temos? 

É raro lembrar-me que a Irene já foi a minha bebé, mas sempre que me ocorre apaixono-me mais um bocadinho. Por ela e por mim. 

Do que têm mais saudades? 


Caramba. Que sorte.



No último podcast falámos sobre as nossas relações passadas. Sobre a Joana ter sempre namorado com a mesma pessoa em corpos diferentes, sobre eu já ter tido uma relação semi-aberta e até do meu primeiro grande amor. Oiçam, pode se que vos traga boas memórias também ;)



10.13.2019

Estamos arrependidas disto...

Fizemos o exercício de voltar atrás e de nos lembrarmos das coisas das quais nos arrependemos de quando elas eram mais pequeninas. Achamos giro para inspirar a partilha entre todas nós e, quem sabe até, ajudar alguma mãe a ponderar algumas das decisões que tenha de tomar no momento. Querem dar uma olhadela?


Como sabem ou deviam saber (ahah), temos vídeos novos todos os domingos e aqui vai mais um! Subscrevam o canal e activem o sininho. Há mais recadinhos em baixo, não fujam!


Para além do vídeo ainda gravámos mais um podcast "a Mãe é que sabe" onde falamos de tudo menos de maternidade - só para desenjoar. Podem ouvir os quatro episódios nas plataformas habituais de podcast. Fica aqui para as mais preguiçosas, vá.


Para além disto, continuamos à procura de parceiros para o projecto "a Mãe é que sabe ajudar". O nosso e-mail está à vossa disposição em amaeequesabeblog@gmail.com.



10.09.2019

Fui abençoada com um problema de pele.

Bem sei que parece uma coisa contraditória até porque já sofri muito com isso. Desde antes da Irene nascer que sofro de rosácea, mas depois dela nascer tornou-se bastante pior. Ao ponto da minha melhor amiga ter soltado um "tens que ver isso, pá!".

Não conseguia andar sem maquilhagem e também não me parecia que a maquilhagem me fizesse melhor. Até cheguei a ir a uma clínica com um dermatologista que dizia que ao me queimar a cara superficialmente que a pele iria regenerar mas que, eventualmente, sendo crónico, a rosácea voltaria sempre. Tive a oportunidade de fazer esse procedimento de graça - regime de parceria aqui com o blog - mas, honestamente, queimar a cara não me pareceu viável, apesar do meu sofrimento. 

Isto fui eu há duas semanas com o mínimo de maquilhagem. Seria impensável em temos não me ter enchido de base. Obrigada à rádio da ESCS pela fotografia que capturou a minha beleza e o belo par de mamas que este soutien me faz - é sempre o mesmo. 


Deixei de reconhecer a minha cara ao espelho. Eu que sempre fui muito vaidosa da minha aparência... Pode ter-me faltado algumas coisas na minha infância, mas sempre me deixaram claro que era bonita. Agora, olhando-me ao espelho, tinha vergonha e não percebia o que é que fazia com que isto aumentasse ou diminuísse. 

Claro que há cremes que ajudam. Fui a algumas consultas e receitaram-me vários cremes de farmácia e outros até que vinham de não sei onde. Claro que atenuavam a vermelhidão e até as pustulas mas não me pareceu ser sistema. 

O meu raciocínio era: "o meu corpo está a reagir a alguma coisa e eu não vou estar a tratar os sintomas, quero tratar as causas". 

Quando tomei esta decisão, embarquei numa longa viagem de pesquisa, mesmo à detective. Reparei que vários factores influenciavam a evolução negativa da minha pele no rosto: 

- Dormir pouco; 
- Beber pouca água;
- Usar maquilhagem; 
- Stress; 
- Especiarias; 
- Derivados do leite; 
- Carne de porco (já que sou média intolerante, também a cara dá sinais disso);
- Chocolate... 

Estando atenta a isto, reparei que os factores mais influentes eram o sono e o stress. 

E, por isso, digo que fui abençoada com um problema de pele. É muito fácil para mim entrar em piloto automático na minha vida e sucumbir à ansiedade. Nem dou pelo tempo passar por estar tão enfiada dentro do ponteiro dos segundos. Porém, olhando-me ao espelho, percebo que não estou bem e que estou a falhar nos meus auto-cuidados. 

A cara é a primeira coisa que me denuncia (a seguir ao peso, mas isso são outros quinhentos ou, melhor, outros 71 e 200). 

Ultimamente, desde que sou freelancer e comecei a aceitar e ver o descanso como tarefa obrigatória para a minha sanidade mental, qualidade de vida e até de trabalho, a minha cara está muito melhor. Hoje quis maquilhar-me e nem usei base e acreditem que isto é uma vitória. Desde que todos os colegas de trabalho na minha empresa quando olhavam para mim perguntavam "o que é que te aconteceu à cara, miúda?". 

Sentir que a nossa cara está errada é horrível. Principalmente se forem umas beldades como eu. 

Agradeço este problema. É como um detector de fumo. Agora que o tenho vou-me guiando também por ele como se fosse uma espécie de melhor amigo. É aceitar e controlar e cuidar. 




Já agora, queria convidar-vos para o espectáculo ao vivo que vou ter com a minha amiga e colega Rita Camarneiro. É já no próximo dia 24 no Maxime Comedy Club. Vamos fazer um "banana-papaia" ao vivo e, em princípio, vamos fazer um roast uma à outra e vamos deixar de ser amigas. Ficam já avisadas que não há controlo nenhum de linguagem nem de temas. Não vai ser a "Joana do blog" que vão ver, mas a Joana comediante, vá. Ficam aqui com o cartaz do atelier que mais venero e a quem entrego quase todos os meus projectos por serem... PERFEITOS para branding, estratégia... tudo (sigam a Oland aqui). 


Fica aqui também o link para comprar bilhetes na Ticketline. Apressem-se porque só há 100 lugares e isto entre os meus ex-namorados e fãs da Rita enche rápido.

Se ainda não conhecem o nosso projecto, além de nos poderem seguir no instagram aqui, também podem dar uma olhadela na playlist dos nossos 13 episódios no Youtube (também estamos no Apple Podcasts e no Spotify, mas é mais giro ver):




Para além disto, se também sofrerem de ansiedade e tiverem problemas de pele, de músculos, intestinais, o quer que seja, pode ser que vos ajude verem a minha partilha no canal "a Mãe é que sabe" no Youtube:




10.07.2019

Fui promovida.

Se soubessem...

A Irene, quando era pequenina, parecia chorar sempre mais ao meu colo do que ao colo dos outros - ainda que nunca tivesse gostado muito do colo de ninguém. Em cima de mim, chorava. Mas, ao colo do pai, calava-se. 

Claro que há milhares de razões para isso, mas eu cá escolhi as minhas: além de ser eu quem a amamentava e de "cheirar a leite" - aqui é que se aplica o "cheiras a leitinhoooo, cheiras a leitinho", ahaha - também era eu quem estava mais esgotada e ansiosa. Essas coisas sentem-se. Eles apanham o nosso cheiro a stress, a velocidade da nossa pulsação, além de não conseguirmos controlar a o tipo de movimentos que fazemos. Achamos que estamos a fazer tudo fingidamente calmamente mas, se fossemos filmadas por fora, notar-se-ia o desespero ou até a velocidade a tentar embalar a criança. De certeza que o pitch do "frère jacques" muda. 

Bom, no meio disto, tirando a mama, como disse, raramente tive a Irene ao colo ou se deitava na minha barriga, por exemplo. Até tenho uma fotografia da primeira vez que isso aconteceu para aí aos 6 meses mas também foi coisa rara. Ainda hoje, as únicas alturas em que consigo tê-la perto de mim é quando - excepcionalmente - vemos televisão juntas, quando a vou adormecer (pede a minha mão para fazer conchinha com ela) ou, então, quando está com muito sono e a convido para vir para ao pé de mim. 

Embora nada disto tenha mudado grandemente dado que não salta para o meu colo quando a vou buscar à escola; eu é que, com tempo, paciência, mudança de vida e terapia é que tenho vindo a saber apreciar melhor as vezes em que esses toques se dão e, por isso, já não me parecem tão poucos.. 

No outro dia fui promovida. 



A Irene começou a chamar-me mamã. 

Sempre fui a mãaaae ou a mamiiiinhaaa ou algo do género. Mas, de repente (não foi de repente, foi a resposta dela a todas as mudanças na nossa vida e o quanto isso nos tem deixado cada vez mais felizes - história que para mim faz sentido), fui promovida a mamã. 

Sou a mamã, agora. E este mamã não é usado só quando precisa de alguma coisa. É mesmo "mamã, o que achas disto?". Passou a ser o meu nome e estou em êxtase. Que carinho gigante. Que coisa fabulosa. A nossa relação tem evoluído imenso e isto foi apenas mais um dos sinais. 

Ontem fazia-me festinhas quando eu fingia que estava a dormir enquanto a estava a adormecer. Disse-me no outro dia que sou "a mais importante" e noto que confia no que lhe digo, que sou a sua melhor amiga. 

O pai também foi promovido a papá. 

E isso deixa-me tão feliz. Mostra que ela está mais à vontade connosco, menos nervosa, menos ansiosa, com mais espaço para ser criança e com menos pressão para se mostrar crescida ou para estar do lado dos adultos. Quanto mais confortável está em ser criança, mais surgirá o carinho - penso eu. 

Tem sido uma viagem grande. Desde deixar de trabalhar 8 horas por dia para outros e ficar louca de stress com coisas que nem me tocavam, a não ter uma relação que me pesava o coração e o corpo e não se revelava uma fonte de felicidade mas antes de mais pressão. A ter mais tempo para mim própria e não olhar para a Irene - com culpa à mistura - como consumidora do meu tempo pessoal. A estar mais com as pessoas de quem gosto e, por isso, lembrar-me de mais partes de mim e poder dar mais de mim à minha filha... 

Têm sido 5 anos e sempre a melhorar. 

O meu coração não poderia estar melhor. O coração desta mamã. 





  • Bom, esta semana voltamos a gravar vídeos e podcasts, não se apoquentem. Com a Joana fora, perdemos aqui um pouco das rotinas, mas vamos voltar em força esta semana e muito em breve - talvez ainda esta semana - vos apresentemos um dos vários projectos que vão sair este ano. Podemos dizer que vos vai ajudar a ser ainda mais felizes aí em casa. ;)
  • Podem seguir-nos no youtube para serem avisados sempre que sair um novo vídeo e também nas plataformas habituais de podcast: Spotify, Apple Podcasts, iTunes, SoundCloud e AnchorFM. O podcast chama-se "a Mãe é que sabe", mas prometemos falar de tudo menos de maternidade - só para desenjoar um bocadinho, o que acham?
  • Para além disso, que tal ajudarmos outras mães no início desta aventura? Juntem-se a nós no próximo "a Mãe é que sabe ajudar" enquanto parceiras. Enviem-nos um e-mail para amaeequesabeblog@gmail.com a mostrar a vossa vontade e dizemo-vos como podem participar (podemos demorar um pouco porque estamos a ir por ordem de chegada vs necessidades de reunião, etc). 
  • Sigam-nos também no instagram, o Facebook anda a castrar nos algorítimos e de vez em quando sentimos que estamos a escrever "para o boneco". Mas não estamos, pois não? Se nos seguirem pelo instagram pode ser que cheguem mais facilmente aos nossos conteúdos. ;)

9.29.2019

Não senti nada pela minha filha quando nasceu.

Bem, tal como algumas vocês dizem (às vezes de maneiras menos charmosas): "vamos por as mamas da Joana Paixão Brás" de parte. Só durante um bocadinho. Ainda que, com aquele aconchego, suspeito eu que nunca tenham estado tão juntas.


Bom, falemos de coisas mais... coiso. 

É bem polémico este título, mas não deixa de ser verdade. Quando a Irene nasceu, houve algo em mim que pareceu não funcionar. Pelo menos de acordo com aquilo que eu esperava e tinha visto nos anúncios de televisão ou que as outras mulheres me tinham contado. Será expectável? Terá sido consequência de um parto atribulado? Ou apenas o desenrolar previsível de alguém que estava aterrorizada com a experiência de ser mãe? Seja como for, há coisas que todas nós podemos tentar garantir para termos partos melhores. Ouvindo os relatos umas das outras talvez nos dê mais ideias daquilo do qual nos podemos tentar proteger e até sugerir. 

Este foi o post que escrevi em Dezembro de 2014 que reuniu muitos comentários de mães que passaram pelo mesmo. Somos muitas: https://bit.ly/2mKIANj








Podem seguir-nos no instagram em www.instagram.com/amaeequesabe.pt




Um podcast que podem ouvir no Spotify, Soundcloud, Anchor FM e Apple Podcasts. ;)



E ainda uma iniciativa para a qual convidamos marcas parceiras. O "a Mãe é que sabe ajudar". A Joana e eu vamos a casa das mães vencedoras dar uma mão naquilo que precisem e também levamos ajudas preciosas. Quem nos queira contactar, poderá fazer através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com. 


9.24.2019

Deixar de passar a roupa a ferro?

Já há que tempos que penso sobre isto. Quando era mais nova e morava sozinha (sem Irene, entenda-se) e a minha roupa ia ser lavada a casa da mamã (ahh... luxos), obviamente que nem era uma questão. Depois, quis dar o grito de Ipiranga (acontece) ao pensar "epá, preciso da roupa passada para quê?". 

A verdade é que não uso camisas, nem outros tecidos que fiquem verdadeiramente asquerosos se não forem passados a ferro. E, durante uns meses... ou até um ano, não passei a roupa. Era prático, útil, mas confesso que não me deixava vaidosa. Ia até semi constrangida para o trabalho ou actuar - mas o que seria dar-me ao trabalho de passar a ferro. Por acaso, até tentei várias vezes, mas o que me fez desistir foram os lençóis de baixo de elástico. Não há maneira daquilo não azucrinar o meu OCD, que nervos. 



Depois, à medida que a vida foi avançando, não consegui prescindir. Ter a roupinha toda arrumada e passada é bom para me sentir eu própria mais bonitinha e arrumada. 

Houve um dia em que disse à nossa empregada que não valia a pena passar a roupa do bebé a ferro. Era tão pequenina que, bem espapassada, fica bem arrumada. Ela ficou assustada e disse: "nem pensar, o ferro mata as bactérias!". Claro que não queria perder aquelas horinhas a mais que recebe por passar a nossa roupa, mas... será mesmo assim? 

Há quem diga e defenda isto de se deixar de passar a roupa não só por questões ambientais, mas também para irmos contra a convenção social que nos obriga de estarmos "a direito" também na roupa. 

Depois há as outras pessoas que dizem que a roupa é um bom indicador da personalidade e roupa amassada não ajuda a que retiremos boas conclusões dos outros e da maneira como se tratam a si mesmos, por exemplo. 

A favor da "campanha": 

Quem defende a campanha diz que uma casa em que não passe roupa é o equivalente a plantar 7 árvores (embora não digam quanto tempo equivale a que número de árvores onde li). 

Não ter de passar a ferro. 

Não ter de pagar a alguém passar a ferro.


Contra a campanha: 

Ter a roupa toda torta no armário.

Dar muito nas vistas por não ter a roupa "em condições". 

A questão de higienização da roupa por estar a ser passada a ferro a altas temperaturas (?)


Já pensaram nisto? Mudaram? Querem opinar? 





Entretanto, têm um vídeo novo para ver, sobre os maravilhosos bagos da outra autora deste blog. Ela por aqui esclarece todas as vossas dúvidas, mas não só! Vamos oferecer meia mama às nossas leitoras, ahah. Por acaso, tive oportunidade de falar com o médico dela e perguntei se podia pôr duas mamas. A resposta está aqui em baixo: 




Para além disso, agora que a Joana Paixão Brás está de férias, vamos continuar a render o peixe no nosso último episódio de podcast. Querem ouvir? É sobre os nossos maiores sonhos (ou o da Joana que faloooouuu... faloooouuuuu...). 


Também estamos no Soundcloud, Spotify e Apple Podcasts ;)





Para além disso, marcas onde trabalhem ou que conheçam alguém que lá trabalhe, querem entrar no projecto "a Mãe é que sabe ajudar"? A Joana Paixão Brás e eu vamos durante um dia a casa das da família vencedora do passatempo e além de oferecermos a nossa ajuda durante um dia inteiro, também queremos levar produtos e prendas connosco. Querem entrar? Enviem-nos um e-mail para amaeequesabeblog@gmail.com

9.22.2019

E quando os nossos amigos educam os miúdos de outra maneira?

No início foi complicado. Convivemos com alguns casais que educam os filhos de uma maneira diferente da nossa - filhos diferentes, pais diferentes, objectivos e referências diferentes - e era complicado não "intervir". Não me levem a mal, não iria chamar os pais à atenção (a não ser que estivessem a bater na criança ou a serem violentos verbalmente), mas também não creio que vá socializar voluntariamente com pessoas assim, não fazem parte do meu círculo. 

Não por andar a escolher amigos consoante as suas crenças de parentalidade, mas o tipo de amigos que tenho coincide com serem pessoas com as quais geralmente não me desidentifico brutalmente. Bom, parêntesis feitos, o que tenho para vos dizer? 

Temos convivido com alguns casais que não educam de forma igual os seus filhos. Eu sigo alguns princípios que ao longo destes 5 anos tenho partilhado convosco aqui no blog e sou bastante verbal em relação a isso com a Irene. Isto para ficarmos atentas a comportamentos inaceitáveis das pessoas com ela, etc. 

No entanto, não vou estar no momento "da crise" chamar a Irene à parte ou conversar com ela sobre o assunto. Tenho ficado sentada, no meu lugar, a observar o que se passa com a devida compreensão e empatia. Depois, consoante a minha relação com o casal, oportunamente poderei - se sentir abertura para isso - sugerir outra perspectiva ou propor outra ferramenta. No entanto, não no momento de crise. 

Claro que não me agrada que a Irene seja exposta a outro tipo de comportamentos com os quais não concordo ou que não estejam totalmente alinhados connosco. No entanto, é o Mundo, não é? E talvez com o contraste das diferenças, a Irene também consiga valorizar e criar um sentimento crítico relativamente às coisas. Estamos a criar pessoas e opiniões tridimensionais são óptimas. 


Alguém castiga um miúdo à nossa frente. A Irene sabe que sou contra castigos e sabe porquê. Não falo, não digo nada, também porque não preciso. Já conversamos sobre essas coisas. No entanto quero ajudá-la a compreender o que passou, a observar com empatia e criar as suas opiniões. 

Nos momentos em que nos afastamos do casal ou do episódio falamos sobre o que aconteceu. Não sobre o assunto em particular, mas sobre o evento: "foi giro, não foi?". Começamos por aí e, se a conversa for por aí acabamos por aproveitar o sucedido para conversar. 

"Mãe, concordas que o xxx obrigue o/a xxx a comer tudo o que tem no prato?"

"Não, Irene, não concordo. Mas há mães e pais que ficam muito aflitos pelos filhos não comerem bem e só ficam descansados assim. Há também outras crianças que não comem e que perdem muito peso e que frustram muito os pais ou até que os médicos possam dar outras indicações. No nosso caso não concordo porque sei que quando tens fome comes e eu odiaria que me obrigassem sempre a comer tudo o que tenho no prato, ainda para mais se não fosse eu a servir-me. E tu?"

"Eu acho que me devias dar todas as pastilhas do Mundo". 

Vá, isto só aconteceu uma vez. Normalmente até lhe pergunto primeiro o que ela acha, mas esta fez-me rir, confesso. 

Mas isto que no início me deixava nervosa, agora não deixa. Não só porque estou satisfeita com o que tenho conversado com a Irene mas também porque lhe tenho ensinado que o que está certo para uns, ainda que também pudesse estar certo com outros, há outras coisas na vida que nos fazem agir de outras formas. Eu não sei como reagiria se a minha filha não me ouvisse, por exemplo, se não me respeitasse, embora sinta que a nossa relação e a forma como temos crescido juntas tenha ajudado brutalmente nisso. 





E antes de se irem embora, lembrar-vos de que já saiu novo episódio do nosso podcast em que falamos de tudo menos de maternidade e que, desta vez, foi sobre os nossos maiores sonhos: o da Joana Paixão Brás é cantar. Falamos sobre os Onda Choc, o Ídolos e tudo o que ainda que lhe falta falta fazer. Ah! E ainda canta um bocadinho, cheia de vergonha...
Além do Spotify, podem ouvir no SoundCloud, Apple Podcasts e Anchor FM. Basicamente omnipresentes. 




E só para terminar - irra que ela não se cala - se conhecerem marcas que estejam interessadas em entrar no nosso projecto de ajudar mães nas fases mais difíceis de ter um bebé, falem connosco através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com, sim? Sim! ;)

9.15.2019

Que Joana vai ganhar no jogo das 5 perguntas?

Quem será... será.... ... ... Façam as vossas apostas!



Muito provavelmente acertaram na pessoa que vai ganhar. Não intereeeesa! O que interessa é participar ;) Querem experimentar fazer o mesmo com as vossas amigas? ;) Pode ser giro! Pelo menos lembram-se de mais coisas para falar da VOSSA vida, ahah.




Subscrevam o canal, comentem, façam like que todos os domingos há um vídeo novo para vocês, yes?

 




Aproveito para vos dizer que ontem saiu o segundo episódio do nosso podcast "a Mãe é que sabe" em que falamos de tudo menos de maternidade - só para desenjoar um bocadinho. Está disponível no Spotify, SoundCloud, Apple Podcastas e Anchor FM. Aproveitem para fazer boas reviews que, como ainda é novo, a Apple ainda está a ver se vale a pena ou não ;)





Para além disso,se conhecerem marcas que estejam interessadas em entrar no nosso projecto de ajudar mães nas primeiras fases mais difíceis de ter um bebé, falem connosco através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com. Ok?

9.13.2019

"Se não lhe bato, faço o quê?"

Ontem, a meio de uma conversa lembrei-me de um grande desafio que tive de ultrapassar com a Irene. Inexplicavelmente (ainda que a nossa cabeça consiga arranjar milhares de explicações, claro), houve uma fase em que perante qualquer contratempo que mexesse mais com o meu ego, cansaço e insegurança, o meu instinto era levantar a mão à Irene. 

Ela não me obedecer, ela não fazer o que eu precisava, não reconhecer o meu esforço, os meus sacrifícios deixavam-me muito frustrada. E, infelizmente, a minha falta de ferramentas e a minha falta de capacidade momentânea para arranjar ferramentas pareciam deixar-me num beco. 

"Se não lhe bato, faço o quê?"

Tenho a "sorte" de ter recebido algumas palmadas e muitos gritos. E fiz o exercício de voltar atrás e rever o que isso me fazia sentir. O quanto me sentia incompreendida, sozinha e menos amparada por quem precisava mais que me amparasse. 

Aí prometi. Lembro-me de já ter prometido quando era mais nova a não ser assim. Mas voltei a prometer agora mais crescida. Vou mesmo dar a força que sinto que me resta (vamos sempre buscar mais) e dar-lhe tudo o que tenho para não levantar a mão e arranjar alternativas.


Isso implicou ler. Implicou chorar. Muita frustração. Ouvir muitas opiniões que me "deixavam" insegura. O "deixavam" está assim escrito porque os comentários só deixam alguém inseguro se essa pessoa já estiver, aumentam a insegurança. Quem está verdadeiramente confiante não se deixa abalar. Ainda que isso possa ser uma utopia. 

Ajudou-me ver a Irene como uma mini-eu. Bem sei que esta projecção poderá não ser saudável se estendida a um campo maior, mas ajudou-me a vê-la. Como pessoa, como mini pessoa que está a ir buscar em mim o significado da maioria das palavras e, acima de tudo, o do amor. 

Apercebi-me que a maneira como a ajudo a resolver os conflitos ou como lido com as explosões de frustração dela, de cansaço e de tudo o resto, é como mais tarde ela poderá vir a resolver com os seus filhos ou até como agora poderá lidar com os colegas ou até comigo. 

No início finge-se (mal e porcamente) a empatia. A voz fica hipnótica e sentia-me falsa, a representar. Porém a dinâmica mudou (temos vindo a crescer) e a empatia sai-me do coração. Consigo ouvi-la e vê-la. Já não se trata de paciência, mas de carinho. 

Não vejo os obstáculos como algo pessoal, mas sim como um desafio e até uma oportunidade para ensinar ou sugerir aquilo que considero melhor. Sendo que o "melhor" é o que lhe traga mais felicidade agora e depois e também aos que a rodeiam. 

Estou a focar-me em criar um ser humano bonito, ainda que venha a falhar. 

Queria só deixar uma palavra de incentivo a todas as mães (e pais) cujo o primeiro instinto também tenha sido ou ainda seja o de levantar a mão que é possível guardá-lo no bolso e ficar com os braços livres para abraçar. É uma mudança lenta, feia, mas com um final muito feliz e um crescimento muito grande. 

A relação muda e faz bem a todos.

Se acharem por bem, partilhem pelos vossos amigos ou familiares que notem que têm a mão mais rápida, pode ser que ganhem fé em si e na mudança porque é possível (e necessário). 

Um beijinho e bom fim-de-semana, já agora ;)





Aproveito para vos dizer que ontem saiu o segundo episódio do nosso podcast "a Mãe é que sabe" em que falamos de tudo menos de maternidade - só para desenjoar um bocadinho. Está disponível no Spotify, SoundCloud, Apple Podcastas e Anchor FM. Aproveitem para fazer boas reviews que, como ainda é novo, a Apple ainda está a ver se vale a pena ou não ;)




Além disso, esta semana (tal como todos os Domingos), publicamos um novo vídeo, este sobre as 5 piores coisas da gravidez. Já subscreveram o canal? ;)




Para além disso,se conhecerem marcas que estejam interessadas em entrar no nosso projecto de ajudar mães nas primeiras fases mais difíceis de ter um bebé, falem connosco através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com. Ok?

9.10.2019

Vocês lembram-se do bullying na escola?

No outro dia, a passear pelo instagram - faço-o mais do que gostaria, ainda que tenha um lembrete de quando passaram 15 minutos no total - dei com uma publicação de uma comediante sobre o bullying e o regresso às aulas. 

Reparo que os "crescidos" estão sempre a dizer para "aproveitarem agora porque depois só vais ter saudades porque vai haver muitas responsabilidades", etc, mas que isso não nos faça esquecer do quão difícil foi para nós ou para outros miúdos que andaram na escola connosco. 

Já falei sobre bullying num post anterior em que um pai, por a rapariga ter sido bully na escola, a obrigou a ir a pé até à mesma (não era só assim a história), filmando-a. Aí podem saber melhor a minha opinião que empatizo com todos os lugares da dinâmica, achando que se pode resolver a médio longo prazo com atenção, amor, disponibilidade e não com castigos e afins. Mas obviamente que não vi e não vivi tudo. Talvez se fosse professora de determinados alunos mudasse de opinião, não sei. Duvido, mas não sei. 

Aproveito para vos falar desta série que ou já viram ou já evitaram ver mas que além de talvez nos relembrar determinadas coisas do liceu, que nos relembra a olhar mais para o outro para o perceber e fugirmos da dicotomia fácil da etiquetação primária de "bom ou mau" - 13 Reasons Why. 

A Irene está numa turma mista e no ano passado era das mais novas. Este ano é das mais velhas e está muito feliz com isso. Quando lhe relembrei disso pela primeira vez, os olhos dela iluminaram-se e o peito encheu-se de orgulho. Foi tão bonito de ver. "Já sei como vou motivá-la para ir para as aulas, que bom", pensei.

Depois, quando li esta publicação que a Sarah Silverman fez repost...



E pus-me a pensar: é bom que ela esteja orgulhosa, mas o ano passado dela foi complicado. Havia algumas raparigas que, como é expectável, algumas vezes sacavam dos galões (penso sempre em galos grandes) para impôr respeito ou território com essa cartada. Tentei relembrar-lhe do que sentiu e em vez de apenas lhe puxar a vaidade de ser das mais velhas, fazê-la lembrar-se da responsabilidade que isso traz e do quanto ela pode mudar a sensação dos meninos novos da sala, para que nenhum sinta o que ela sentiu no ano anterior.  

Isto porquê? Eu sei que a minha filha é um amor. Obviamente que é a miúda mais amorosa do mundo, mas este tipo de comportamentos são expectáveis e, até algum ponto, necessários. Às vezes é necessário que imponham respeito, ganhem espaço ou metam medo, tem que ser. Mas que o seja de forma aceitável e pertinente. Neste caso, quando ela o fizer, vai pensar duas vezes, espero. Vai perceber o que está a fazer e talvez ver na cara de quem o está a ouvir, o que lhe está a provocar. 

A Irene pode ser bully. Todos somos às vezes ou fomos ou vamos ser, mas nada como tentar passar-lhe o que seria mais acertado. 

Começar de pequenos. Estão comigo? 



Aproveito para vos relembrar que agora também temos um podcast (em que falamos de tudo menos de maternidade) e que já está disponível nos Podcasts Apple, Anchor FM, SoundCloud e aqui, no Spotify:


Para além disso, temos também um vídeo novo sobre as 5 piores coisas da gravidez, já viram?


Subscrevam o nosso canal e, já agora, último lembrete de hoje:

continuam abertas as inscrições de marcas para a segunda vaga do projecto “a Mãe é que sabe ajudar”, um projecto que visa ajudar mães nos primeiros momentos mais desafiantes da maternidade, oferecendo tempo e prendas úteis. Enviem-nós um e-mail para amaeequeasabeblog@gmail.com que responderemos com os detalhes de participação. Para já fechamos um parceiro repetente, a AEG com mais 1500€ em electrodomésticos e mais uma marca de automóveis que vai emprestar um carro familiar óptimo durante uma semana com o depósito cheio. Passem a palavra a amigas e amigos vossos que trabalhem em sítios interessantes e bora lá 💪🏻.

9.05.2019

E amizades entre mulheres?

Este foi o tema do novo episódio do nosso podcast "a Mãe é que sabe", mas que fala de tudo menos de maternidade. Foi o nosso objectivo e, até agora, final do primeiro episódio, estamos a conseguir. 


Ontem tivemos duas reuniões. Uma neste sítio fantástico com a Cláudia com quem vamos iniciar mais um projecto daqui do nosso e vosso estaminé. E outro num restaurante onde afuçanhei um belíssimo tártaro a cairem-me lágrimas de comoção por quem terá inventado o ar condicionado.

Ainda tivemos tempo de gravar mais um episódio do nosso podcast, querem ouvir? Em breve estará nas outras plataformas. Tentei resolver isso sozinha, mas não está a ser fácil. Vou ter de pedir ajuda. Nãaaaaaaao, não gosto, mas vai ter de ser.




O quê? Ainda acham que trabalhamos pouco? Como assim?

Ainda esta semana vos presenteámos com um vídeo hiper cómico (vá, estou cheia de moral a dizer isto, mas é verdade) em que vos damos a conhecer a APP Mega Wook, vejam lá:


Podem descarregar a APP Mega Wook aqui: 

àna Apple Store

àou no Google Play
Sim, a APP preferida da Joana era a de um isqueiro. Está a mudar. Estamos a mudá-la juntas e vamos conseguir, malta!

Para além disso, acabámos de fechar mais um parceiro para a iniciativa a Mãe é que sabe ajudar, voltamos a ter um carro durante uma semana para a vencedora, mas outra marca ;) Acho que vão delirar com isto. 


Se conhecerem marcas que estejam interessadas em entrar no nosso projecto de ajudar mães nas primeiras fases mais difíceis de ter um bebé, falem connosco através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com. Ok? 



Entretanto, posso ainda relembrar-vos de um dos nossos últimos vídeos? Reflectimos em conjunto sobre o que temos andado a fazer com as nossas filhas e os tablets. Querem partilhar connosco o que pensam vocês? Não se esqueçam de subscrever o canal, yes? 



Um beijinho e tenham um óooooptimo dia ;)



9.02.2019

Regressaram o trabalho e deixaram o bebé?

É inevitável lembrar-me do dia em que voltei a trabalhar. Sim, pus logo os 5 meses de licença e acumulei o mês de férias mas, mesmo assim, perto da altura estava em pânico. Não que não me apetecesse voltar a trabalhar - apetecia, muito - mas com medo da mudança e com pena de deixar a minha filha. 

Mesmo assim o nosso cenário era fantástico. O pai é freelancer e coincidiu com um momento em que ele pôde ficar mais tempo em casa. Ela além de ficar em casa, ficou com o pai. Bebeu biberões de leite materno, o pai enviava-me fotografias dela a bebê-lo sozinha na espreguiçadeira, mas por muito que me quisesse rir, não conseguia. 

Nem imaginam o filme que foi até me convencer a conseguir sair de casa sem ela nunca ter aceite um biberão ou mamado um a não ser os de leite artificial que lhe deram na maternidade. Na minha cabeça estava a deixar a minha filha a morrer à fome e não tinha alternativa. Também nunca tinha aceite bem o pai a adormecê-la e a mãe lá saia de casa, com a miúda a chorar (e a mãe também) para voltar não sei quantas horas depois, ainda que com um horário de trabalho mais curto (tive sorte, sei). 

Tudo muito dramático, mas era o que era. Foi o que foi. 

No trabalho, dei por mim a retirar leite com a bomba na sala de reuniões e andar para a frente e para trás com os frascos para o frigorífico onde a malta guardava a comida. Claro que virei piada - o ambiente era óptimo - e isso não me apoquentou, mas não estava tranquila em casa, não é? 

Depois de estar no trabalho, de reparar que o trabalho que tinham para me dar estava a ser escasso e que nem sequer estavam à espera que eu regressasse (?) perguntei se podia desaparecer durante um ano. Enquanto fiz o pedido estava desejosa tanto que aceitassem como não aceitassem. Se aceitassem, iria ficar um ano inteiro em exclusivo totalmente focada na minha bebé - com tudo o que daí advém de bom e de mau. Caso não aceitassem, haveria uma espécie de impotência da minha parte de não conseguir fazer melhor e, por isso, uma conformação. 

Aceitaram. 

Foto Pau Storch


Um mês ou dois depois de ter regressado ao trabalho, fiquei mais um ano em casa com a minha filha. E com o pai dela - por ser freelancer. 

Fiz alguns trabalhos por e-mail, escrevi para pessoas, etc. Acabei por ganhar o meu dinheiro e fiz questão de não receber dinheiro de "ninguém" para estar em casa. O universo ajudou-me nisso. Foi bom. 

Tive de dispensar a senhora que trabalhava cá em casa até por uma questão de "orgulho" ou lá o que é: "se não trabalho, ao menos trato da casa". Sabia lá eu no que me estava a meter, credo! Não comprei nada para mim, nada para a Irene... enfim. Dramas de primeiro mundo ;).

Bom, isto tudo para vos dizer que tudo se faz. O tempo foi passado, decisões foram tomadas e mesmo que não pareçamos livres ou sem opções que se estivermos atentas ao que estamos a sentir e ao que o Mundo nos está a dar que há sempre um lado bom e um lado menos bom em tudo mas que, independentemente do que seja, melhorará com o tempo. 

Temos de ter calma e, nestas alturas, de sermos mães de nós próprias também. Dar-nos colinho, mas deixar-nos respirar e sentir tudo. 

Podem ser às vezes estes os momentos que nos ajudem a tomar decisões muito importantes e que nos façam mais felizes, ainda que custem. Seja o de ir para o trabalho com um sorriso de "precisava disto e vou ser melhor mãe assim" ou seja o de ficar mais em casa e sentir "é aqui onde tenho que estar". 

Estamos sempre certas tendo em conta o momento em que estamos. Não é? 


Chorei tanto, mas tanto enquanto o dia se aproximava... Despedia-me de tudo como se fossemos morrer... 

Está tudo bem e ontem a Irene disse-me que estava com vontade de voltar para a escola :) Vejam lá como as coisas mudam.