7.02.2019

Já fiz a cirurgia plástica às mamas

Escrevi e reescrevi o título, várias vezes. Porque, na verdade, queria começar por dizer que estou feliz, muito! Que esta mudança vai muito para além do que se vê.

Sonhava com isto há, pelo menos, um ano, depois de 3 anos de amamentação, no total. Por mais que tentasse pensar que as mamas cumpriram o seu propósito, por mais que quisesse ouvir-me dizer que me aceitava como sou, esta era a minha vontade. Aliás, já a sentia ainda não era mãe, mas lá me convenci que, apesar de pequenas, estavam firmes e redondinhas. Resolvi esperar para ver como me sentiria depois de ser mãe.
Queria aumentar o volume das mamas, disfarçar as peles e de fazê-las subir um andar, de voltar a usar algumas peças de roupa que estavam ali à espera no armário, a poder retirar enchimentos dos soutiens, a olhar-me no espelho e gostar do que vejo. O corpo é meu. Fi-lo por mim.

Foi uma escolha consciente, depois de muito ler e pensar, depois de ter sentido que o médico era o meu médico, depois de lhe ter feito todas as perguntas, em várias consultas, e de ter visto todas as simulações.

Na véspera, estava nervosa. No dia, uma calma imensa desceu em mim, inexplicável.
Confiei. No médico e naquela equipa toda incrível da clínica da Beloura.

Ainda bem que o fiz. Estão lindas, lindas! E ainda algo inchadas, passaram só 15 dias. Ainda vão desinchar mais, ainda vão ganhar uma forma mais natural e sinto que tudo isso vai ser um bónus, porque já estão óptimas.





Tirei estas fotos sem o soutien obrigatório na recuperação (Dr. João, não se zangue muito!), porque a Luísa me pediu para ir à água com ela e, quase duas semanas depois de as ver, achei que poderia arriscar. Sem esforços, sem apanhar água, e só 5 minutinhos. Estou perdoada, Dr.? 😇 [já agora, deixem-me aconselhar vivamente(!!!) o meu médico, que já tinha operado uma amiga e cujo resultado correspondeu a 100% às minhas expectativas: Dr. João Bastos Martins. A ele o meu obrigada!]

Se eu vos contar que foi tudo rápido e que a recuperação foi também muito rápida, soa a fadinhas e pózinhos de perlimpimpim? Mas é que foi mesmo! Tinha duas amigas a preparem-me para o pior e outras duas a dizerem-me que não era isso tudo. Não foi! 4 dias em casa da minha mãe a receber todo o mimo e a voltar a sentir-me filha, apaparicada, muito descanso e Netflix. As “drogas” fizeram o resto. Quando fui tirar os drenos, estava óptima já, fui almoçar fora e foi sempre a melhorar.




Querem que vos conte como foi tudo? Detalhes mais técnicos, tamanho, etc? Recuperação? O mais e o menos difícil? Deixem todas as questões na caixa de comentários, que volto para vos contar tudo.

Já vos disse que estou muito feliz?

E se o ideal for ser apenas uma mãe boa o suficiente?

Sim, é mais do que "moda" estar sempre a falar das mães perfeitas. Não porque as haja, mas porque todas lutamos de uma maneira ou de outra para nos sentirmos melhores mães. Pode ser pela maneira como contra-balançamos as nossas atitudes e ou acontecimentos na nossa cabeça ou até quando ponderamos fazer algo que não seja evidentemente e exclusivamente a favor dos nossos filhos.

Consoante o nosso próprio crescimento, amadurecimento e dores de infância temos uma luta ou um desafio maior e mais aflitivo pela frente ou até mais ou menos consciente. Varia de mãe para mãe, dependendo também dos pais que cada uma de nós teve ou não teve, etc.

É uma angústia sentir os nossos fracassos, principalmente se os encararmos assim. Do que tenho percebido (quase), tudo na vida tem um ângulo mais positivo e outro menos positivo. Claro que, sendo nós responsáveis pelas nossas crianças (e por as amarmos) queremos prever o futuro na altura das decisões, mas a única coisa que podemos fazer é jogar com o que temos, desde que sintamos que o nosso coração além de estar "no sítio certo",  está a ter o ambiente e nutrientes suficientes para funcionar em condições.

Digo isto porque a clarividência, a sanidade mental não pode ser vista - digo eu - como algo adquirido. São fases. Quando eles nos chamam 10 vezes por noite, diria que mesmo a mais sã das mães é capaz de vacilar um pouco e de querer atirar-se moderadamente de uma janelinha ao som do Baby Tv... 

... isto para já não falar no instinto que temos de levantar a mão quando existem contrariedades. Foi o que fizeram connosco e só agora percebemos isso. "Giro".


Houve um pediatra e psicanalista inglês chamado Donald Winnicott que surgiu com a teoria da "mãe suficientemente boa".

in Happy de Derren Brown, citando Donald Winnicott. 

Se quiserem saber mais sobre este ângulo podem lê-lo aqui. Claro que a interpretação de cada uma vai variar e vão arranjar maneira de justificar as suas atitudes e comportamentos de forma a se sentirem mais confortáveis convosco para se sentirem mãe mais perfeitas ou, neste caso, a partir de agora, mães perfeitas a serem boas o suficiente. Confuso? 

Acredito que mesmo apesar de todos os nossos esforços de "socorrermos" as nossas crianças ao longo de todo o crescimento muitas irão ser as vezes em que não estaremos presentes e que não conseguiremos. Dificilmente acho necessário que essa atitude seja consciente a não ser em momentos pontuais do crescimento. Acho que talvez isto nos ajude a diminuir a culpa que sentimos e tornar as coisas um pouco mais fluídas.

Ajudou-vos? 


7.01.2019

Afinal deve ser isso: estou grávida.

Ahh pá! Qual Clearblue qual quê! Qual método de andar a medir a temperatura da vaginita (ahah acho que é o melhor nome de todos, aqui entre nós), temos é de confiar no "olhar" alheio. 

Fui a uma festa de aniversário de um amigo da Irene no sábado passado. E, depois de me fazer aos tremoços e aos refrigerantes como gente grande, lá me pus a conversar com quem conseguia. Há sempre um ou dois pais com os quais nos identificamos mais, não é? É preciso ver o copo meio-cheio nestas alturas, ahah. Eram dois ou três pais, mas a "união" faz a força até à hora dos parabéns. Já dizia aquela mãe conhecida que... não, fui mesmo eu agora.  Uma mãe e eu fizemos as contas ao cachet da empresa de animação e já sabíamos que iriam encaminhar os miúdos pelas 17h30 e assim foi - o desespero para fazermos as contas, ahah. 

Ora, estava com um vestido vermelho que até já usei para um espectáculo. Este: 

Obrigada ao Tiago Maltez da Ponte Media por esta fotografia. E, já agora, fiquem a saber que o borracho da direita é casado e tem dois filhos, não estejam aí com coisas. Além disso é também o humorista das manhãs da Rádio do Observador. É o David Cristina ;)
E o que é que aquela senhora já com mais experiência amealhada disse? Qualquer coisa como "olhe que a Coca-Cola depois põe o bebé mais agitado". Ri-me desalmadamente, abracei-a (mesmo sem a conhecer) e disse: "estou só gorda, minha senhora, mas obrigada". 

Pode ter sido das mamas muito salientes (há soutiens que fazem mais magia que outros) ou pode ter sido da barriguita de 3 meses que tenho desde os 27. Nem quis saber mais. Ela estava envergonhada e eu estava a tentar engolir o resto da auto-estima que tenho para ver se não me escapa.

Também pode ser do vestido. De ser um bocadinho mais "adoro viver" que o normal da roupa básica. Mas não. Não estou grávida. Nem faço planos para estar nos próximos séculos (quantas já não engravidaram uma semana depois disto?).

Já me aconteceu isso. Dei os parabéns a uma colega minha e ela respondeu que estava a fazer um tratamento com cortisona, se lhe estava a dar os parabéns por isso. Levou na boa, mas também poderia estar só a engolir o resto da auto-estima que ainda tinha.

Pelo sim, pelo não... Acho que mais vale passarmos por distraídas se não comentarmos a gravidez de uma conhecida (ou desconhecida) mesmo que já esteja de 9 meses ou não? Ou será que estes comentários até nos farão ter uma melhor ideia do nosso estado de saúde actual e ser aquele click para nos começarmos a mexer?