12.11.2018

Estivemos juntas e...

queremos saber.

Queremos saber o que querem saber de nós. Do que querem que falemos. Que perguntas têm para nos fazer. O que mais vos apoquenta? Que temas gostariam de ver debatidos? O que querem que exploremos?

Façam todas as perguntas. Vamos responder a uma delas... ou a várias já no próximo vídeo. JUNTAS!






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12.10.2018

Amanhã é o dia! Acho que estou mais entusiasmada que ela!

Tenho imensa sorte de ter a Irene numa escola onde as mães - so far - têm sido muito porreiras. Adoro a mãe de uma das melhores amigas dela. Acho-a impecável, fabulosa e com óptimo sentido de humor (ela nem lê o blog, por isso nem estou a dar-lhe graxa) e a mãe da outra melhor amiga da Irene também (essa acho que já lê, por isso não quero que fique esquisito, haha, fico com vergonha). 

Já há algum tempo, a Irene foi convidada para ir a casa de uma das amigas. Foi no Verão e estiveram a brincar na piscina e até fizeram sesta juntas (fiquei louca, só me apeteceu que a mãe da amiga fizesse babysitting...). Eu nunca cheguei a convidar de volta porque, como não tenho piscina, achei que nunca seria tão divertido. Até que... a Irene começa a pedir, a pedir e a pedir. 

A Isabel da Joana Paixão Brás na esquerda e a minha Irene à direita. Ambas com um mês de vida :) 


Tem pedido muito que o A. durma com ela no quarto e o pai dele no sofá da sala (what the hell hahah), mas também quer muito ir à casa das amigas e que elas venham cá. Agora que já tenho mais cabeça para pensar nisto, porque não? Só porque é durante a semana? Siga!

Amanhã é dia da Irene ter, pela primeira vez, uma amiga da escola cá em casa e aposto que vai ser excelente. Se calhar até para mim que vou poder ler o meu livro em paz, ahah. 

Costumam fazer isto? 

E esta semana ainda deve haver encontro com a sua amiga preferida fora da escola: a Isabel da Joana Paixão Brás ;) Certo, Joana? 

12.09.2018

O Pai Natal veio cá a casa!

Não sei quem ficou mais eufórica: se eu, que sabia da surpresa e que lhes andava a a anunciar que íamos ter uma visita especial, se elas, quando viram que ele existia mesmo. 
O Pai Natal veio cá a casa... e foi a Um Dia de Magia que organizou esta grande surpresa. 


Primeiro estranharam, depois já só queriam conversar com ele e mostrarem-lhe que eram fãs. A Isabel mostrou-lhe a carta que tínhamos escrito e clarificou bem os presentes que queria, não fosse haver algum engano. A Luísa ia buscar os brinquedos preferidos dela, a Isabel tudo o que tivesse a ver com o Natal: até apareceu na sala de Rufolfo e tudo e acabou por me dizer que tínhamos de ir buscar cenouras para dar às renas. (-"onde estão as renas, Pai Natal?" -"estão lá em baixo" -"quero ir ver!" [aaaaaaaa.... pois.] -"estão num jardim um bocado longe para não se assustarem com os carros") Pelo meio, ainda se lembrou de ir buscar o livro sobre o nascimento de Jesus (que amor!). 











Foram minutos mágicos, sem a confusão de um centro comercial (nunca as tinha levado), em que se sentiram em casa e em que pudemos deixar mais uns pózinhos de perlimpimpim no ar. Tão bom!







Vestido e túnica - Phi Clothing
Se também quiserem fazer esta surpresa aos vossos filhotes, netos, sobrinhos, já sabem: a Mafalda e a Luciana da Um Dia de Magia trazem-vos o Pai Natal até à vossa porta. Vale muito a pena! 



Ah! E este Pai Natal é muito divertido e tem muito jeito para eles e eu acho que isso fez mesmo a diferença!


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12.07.2018

Pai obriga filha a ir a pé para a escola por ter praticado bullying.

Já viram aquela "notícia" do pai que, pela filha ter sido bully e, portanto, suspensa do autocarro da escola, embora em intencionado, a obrigou a fazer o caminho a pé para a escola? Está aqui no Notícias ao Minuto, se quiserem ler e ver (o vídeo...). 

Não há qualquer dúvida que o pai está a agir como acha melhor. Que não julga nem sente estar a prejudicar a filha de alguma forma e que, ainda para mais, está a contribuir para um mundo onde o bullying um dia possa não ser um assunto por estes motivos. Agiu e de acordo consigo mesmo. Não há julgamento aí. Todos temos de tomar decisões difíceis baseadas no que sentimos e pensamos e todos corremos o risco de não serem as melhores... mas ninguém é perfeito. 

Não quer isso dizer que estes casos não sirvam para discussão e talvez para uma evolução conjunta. Tal como ainda ontem propus com o post do "A mãe vai andando..."

O pai está a fazer tudo certo de acordo com as suas premissas, mas o que é o bullying? Na prática, são actos de violência física ou psicológica constantes e intencionais. É o que diz a wikipédia.  Importante discutir aqui a "intencionalidade" da coisa, porém. É intencional, mas não consciente, tal como provavelmente esta medida do pai. 

Sem ser na prática, o bullying certamente virá de alguém que tem uma imensa necessidade de se sentir aprovado pelos outros (todos precisamos). Aquela criança está a demonstrá-lo de uma forma socialmente inaceitável e magoando e traumatizando o outro. Está a ser bully. 

Sendo este alguém (o bully) uma criança, há a possibilidade de estar a imitar um comportamento que já tenham tido consigo ou que seja repetido no seu ambiente. Um pai com este grau de determinação e de firmeza já poderá ter tido atitudes, por exemplo, que tenham feito com que a criança se tenha sentido maltratada psicologicamente sem que ele se tenha apercebido. Este poderá ser um deles. 


Este "walk of shame" até à escola, à vista do seu pai (cálculo que maioritarimente por questões de segurança da filha), não deixa de ser, em si mesmo, um acto de bullying (isolado, já que não tenho conhecimento da relação entre eles). O pai que, como reparámos, é extremamente sensível ao bullying (poderia ser interessante divagar sobre os porquês), decidiu aplicar uma medida muito recta com a filha. Esta, ao frio, porque foi bully pela 2ª vez e suspensa do autocarro da escola, vai a pé até à mesma, durante 5 miles - 8 kilómetros. Vamos acreditar que, algures a meio, a atitude do pai terá mudado e que os dois terão conversado sobre o assunto, feito "as pazes" e o pai a terá levado à escola ou, pelo menos dado uma valente boleia a mais de metade do caminho... Não sabemos. 

Não deixa de ser bullying. Não intencional, mas bullying. 

A criança aprende toda uma linguagem de "seguir o que pensa que está certo" sem olhar a contextos e forma. Ou, ainda, através da tristeza e da raiva reprimida ou lidar com este tipo de autoridade e de disciplina, poderá ter que a deixar "sair" quando se sente perto de alguém que não a fará sentir-se insegura: os mais novos da turma, os mais pequenos no autocarro ou até alguém que já a tenha provocado antes mas de quem se consiga defender. 

Aprender a lidar com a raiva, com a frustração, tristeza e com a mágoa é crucial. À semelhança de qualquer coisa que introduzamos no nosso corpo, terá que sair. Ao nos agarrarmos a esses sentimentos ou ao não sabermos trabalhá-los, ficam em nós e depois saem de forma descontrolada: discutindo mecanicamente com os nossos parceiros, falta de tolerância no geral, pessimismo e violência psicológica ou física. Creio que todos ou quase todos seremos bullies nos "piores" momentos da nossa vida. 

O que se passa com esta miúda? Qual será a sua história? E a do pai? E a do pai com o bullying? 

Seja como for, é verdade que, enquanto pais não somos santos, não deixamos de ser humanos a criarem humanos e, por isso, é impossível ter uma postura drunfada e sempre calma e consciente todo o tempo. Ainda para mais quando sentimos que o que estamos a fazer é aquilo que achamos que é o melhor não só para os nossos filhos, mas também para o mundo. 

É aqui onde entra a empatia e o auto-conhecimento. 

Já tendo percebido o que me ser bully, consigo empatizar com outros bullies e perceber que algo de errado se passa ou já se passou com eles. Já tendo sido alvo de bullying também percebo e sinto as consequências de se ser a vítima óbvia numa situação desse género. 

Gostaria muito de saber que o pai, além desta consequência que lhe terá aplicado com os argumentos que sentiu necessidade de expôr (talvez também para ter aprovação alheia por algo intuitivamente lhe cheirar a esturro), também terá tentado perceber o que se passa com a sua filha e tentar ensinar-lhe ou proporcionar-lhe a oportunidade de aprender ferramentas para gerir as suas emoções ou, até, garantir que estará a ter o máximo de apoio que precisa da família, amigos e, se necessário, de um profissional. 

Os comentários a esta notícia deixam-me com o coração apertado por todas as crianças cujos comportamentos serão visto como desafiantes e não como uma incapacidade óbvia de expressar o que sentem e o que precisam. 

Tenho as minhas dúvidas que a filha tenha aprendido com esta "lição" alguma coisa que a ajude a lidar com o que sente. Talvez o medo de ir novamente a pé para a escola a motive a deixar de agir desta forma e neste contexto, mas outro comportamento irá surgir e talvez ainda menos óbvio para os adultos conseguirem ajudá-la já para não mencionar que poderá também vir a ser mais perigoso.


12.06.2018

"A mãe vai andando!"

Para muitas de vocês que acompanham o nosso blog, têm reparado que vamos reflectindo sobre coisas que vamos fazendo. Aquele pensamento que, geralmente, me surge depois de ter deitado a Irene, uma espécie de "processamento" do que aconteceu durante o tempo em que estive com ela, o que podia ter feito melhor ou que fiz bem, aproveito para escarrapachar aqui. 

Não só porque me habituei a pensar a escrever desde sempre, mas também porque muitas de vocês poderão ter as mesmas questões e ajudarmo-nos mutuamente. 

No outro dia, a meio de uma birra, utilizei o "olha, a mãe vai andando" e fui ameaçando sair de fininho do sítio onde ela estava. 

Na prática isto resulta, é só preciso passar o tempo suficiente para que o medo se apodere deles e venham ter connosco, venham ainda zangados, com medo ou o que seja. Mas será mesmo a melhor técnica? 

A Irene já verbalizou algumas vezes que tem medo que eu desapareça. Acho que, quando a disse a primeira vez ainda não tinha vindo de quem já sabia que a morte é uma realidade, mas sim de algo muito mais primitivo. Talvez também porque como o "pai saiu de casa, quem sabe se a mãe um dia não sairá também. 

Desde aí e sempre que consigo nos momentos que considero apropriados, vou sublinhando e mostrando à Irene que a mãe veio para ficar. Que nunca, nunca irá desaparecer. O ano passado, na escola dela, a frase que a educadora mais dizia e que eu repetia era "a mãe volta sempre" (o que é diferente de "a mãe vai andando").


Prefiro dizer que nunca fugirei, que nunca desaparecerei. As minhas ausências não têm que ser sentidas como tal mas como também uma nota do meu tipo de presença. Claro que há timings. 

Quando ela era bebé e se passava da cabeça só porque eu saia da sala ou o desespero total dela quando eu saia de casa para ir trabalhar... não é o timing perfeito para, verbalizando, mostrar-lhe o quer que seja, mas começa-se o trabalho por aí também. Pesquisei e li um pouco sobre ansiedade de separação nos bebés. 

Adormeço a Irene. Deito-me com ela na cama e abraço-a ou faço-lhe cafunés. E é um prazer imenso para ambas (foi um longo caminho até aqui da minha parte porque já desesperei horrores a adormecê-la, a ter fantasias de a abanar e de tudo o que tivesse à mão para que ela adormecesse quando EU queria). 

Quero mesmo que ela sinta que os pais (falarei sempre mais por mim) são estanques. Que não fogem. Que a amam incondicionalmente. E que - agora menos unânime - somos uma equipa. 

A nossa relação é algo de parte a parte. É, tento eu, de respeito mútuo. Aliás, nem é de tentar, é mesmo o que surge entre nós. Ela exige respeito, exige ser ouvida e sente-se brutalmente ofendida quando não a oiço ou quando me imponho à vontade dela. Ontem fez uma birra enorme porque não queria vestir as calças que lhe tinha vestido à socapa, enquanto ela estava distraída. Sentindo que isso era uma falta de reconhecimento da minha autoridade, insisti. Quando me acalmei - ainda para mais a Irene está doente e, por isso, tenho de lhe dar o desconto - percebi que as calças novas que lhe tinha comprado e que lhe ficavam maravilhosamente bem (a quem vê de fora) apertavam-lhe na barriga. Ela não gostava por isso, porque lhe apertavam na barriga. 

Claro que depois de ter tirado a etiqueta, fiquei furiosa, mas não vou obrigar a Irene a andar o dia inteiro a andar com calças apertadas na barriga pelos 12 euros que me custaram ou por me sentir insegura se ela respeita a minha autoridade ou não. Independentemente de como me sinta, existe o facto de: a miúda não se sente confortável com as calças. E isso tem de ser importante. Mais importante que 12 euros ou que o meu ego. 

Por tudo isto e pela nossa dinâmica, percebo que o que me leva a dizer "a mãe vai andando" é um acto de falta de paciência e da minha forma de fazer birra "Quero que ela venha, já, agora, sem ter que estar com merdas". Ainda para mais o argumento que estava a dar para não ir comigo era "Só vou se tiveres prendas!". Eu que nem a encho de prendas, enfim. Deixa-me ainda mais enervada. Apesar de já ter percebido por aqui que é uma fase. O materialismo será sempre mais apelativo às crianças, mesmo que tenhamos de educar para o resto. 

A Irene não tem feito sesta na escola. A Irene entrou para uma sala nova este ano com colegas mais velhas que, a fazerem o que têm de fazer, a têm feito sentir pequena. E a Irene, afinal, já estava a cozinhar uma gastroenterite. E eu, perante a situação e a minha ignorância momentânea (e também tenho os meus motivos para ser menos paciente e compreensiva) fingi que me ia embora sem ela. 

Nem resultou, não esperei, talvez, o tempo suficiente.Talvez também pelo óptimo trabalho que tenho feito com ela em dizer-lhe que não fujo, mas não é a ferramenta certa. Isto de ser mãe, como todas sabemos, implica muito amor, muito sacrifício, tempo e... disponibilidade para nos pormos de cócoras e falarmos com eles, tentarmos ver o que é que eles nos querem dizer por trás daquela forma tão infantil (ahah, pois...) de manifestarem o que sentem. 

Essa responsabilidade é nossa. E de criarmos pessoas que um dia venham a reagir assim com os filhos e com os outros. Em vez de nos tornarmos todos bebés crescidos que cobram uns aos outros o que acham que precisam como precisam e não que se foquem na conversa que não se consegue ter. Temos que entender os outros antes que eles se entendam. 



Compaixão, empatia, amor, carinho, aceitação. 

No meu caso começa primeiro pela minha filha e, depois, vou conseguindo fazer comigo. Também temos que ser compreensivos connosco como somos com eles... Fica para um outro post, pode ser? 


12.03.2018

Foram 11 anos. E agora? Como se faz sem emprego?

Hoje é o primeiro dia oficial da minha saída daquele que foi o meu primeiro emprego e, portanto, o único. 

Foram 11 anos a trabalhar no Grupo Renascença Multimédia em que fiz "um pouco de tudo". Acho que nada melhor transmite o meu feeling como os posts que fiz nas minhas redes: 

Olá a todos 
Serve esta publicação para comunicar que, após 11 anos, já não trabalho na Renascença. Foram 11 anos em que muita coisa aconteceu, onde passei de menina a mulher (ahah, que horror), mas que, tal como tudo na vida, tem o seu tempo.
Também já usei calças à boca de sino com triângulos de lado e soutiens desportivos enquanto as maminhas cresciam e agora só uso os soutiens para não me magoar quando salto muito a treinar. 😉
Fui locutora da Mega Hits (acho que não me faltou fazer nenhum painel), da RFM (acho que só me faltou experimentar fazer o Oceano Pacífico), fui copy, gestora de conteúdos, sei lá. Um conjunto gigante de coisas em que dei sempre o meu melhor em prol de uma marca que, desde que me lembro, faz parte de mim. Desde que o meu pai me disse que a Coca-Cola tinha uma rádio de universitários "ou lá o que é". Desde que ligava freneticamente o 3422000 para falar com os animadores, até enviar um currículo no meu 2º ano de faculdade só porque "deve ser giro trabalhar lá".
Esse "deve ser giro" foi há mais de uma década. Vamos ver o que há mais "de giro" por aí. Sendo que vou sentir falta de dar o meu melhor "bom dia" a todos os colegas nos corredores da empresa e, acima de tudo, ter saudades dos meus amigos da Mega com quem tive o privilégio de viver tantos anos e que tantas Joanas conheceram.
É complicado sair da casa dos pais, mas tem que ser. 
Obrigada ao Grupo Renascença Multimédia por reconhecer o meu talento , por ter apostado em mim e por todos os amigos que tive oportunidade de fazer.
(foto da primeira vez que abri uma via de rádio em 2007)


Agora, com calma, vou ter tempo para pensar, criar, executar, ver e pensar. É assustador quando as coisas saem do normal ou do "previsível", mas também é uma oportunidade. Ainda no sábado, quando fui jurada da 26ª Gala da Abraço, uma das produtoras disse que achava que o blog estava aborrecido e... não vai faltar tempo para deixar de estar. Afectou, meninas, afectou, ahah. 

Estou ainda muito perdida nas minhas ideias. Não costumo sentir-me tão livre para fazer coisas. Claro que vou fazer um podcast, claro que vou investir mais tempo aqui no blog, claro que tenho vinte ideias para livros e para mais uma centena de coisas, nomeadamente stand-up, mas como priorizar?

Ao estar a trabalhar há tantos anos numa empresa e com horário definido, como saber lidar com liberdade agora? Como saber confiar em mim já que sou, de momento, a única responsável por todas as minhas escolhas e vida? 

Sinto o entusiasmo dos cães quando sabem que vão à rua, mas neste caso estou a levar-me a passear sozinha pela primeira vez. É difícil, mas é das melhores sensações que já senti: liberdade. Liberdade, responsabilidade e medo. 

Acredito que tenho as ferramentas para não me deixar ficar. E quase que acredito que isto só vai ser bom e que me está a ser dada uma oportunidade para "voar" para finalmente ter uma vida não só que adoro, mas que seja feita à minha medida. Deixar de viver a vida porque sim e passar a ter a MINHA vida. 

Claro que é duro quando podemos escolher. Sentimos sempre que perdemos algo (e ainda vem a culpa associada), mas poder fazê-lo há de ser sempre, sempre uma sorte enorme. 

Ainda para mais este momento vem no seguimento de, a nível pessoal, ter sido mãe, ter ficado em casa com ela, ter-me divorciado e agora, aos 4 anos da Irene, parecer ser também o timing certo para me voltar mais para o que quero fazer com a minha vida. 

Está tudo mais do que certo e vamos a isto. Pode ser que corra tão, mas tão bem que um dia venha a olhar para o medo que sinto hoje e o abrace. :)

Agradeço, desde já, todo o vosso apoio e gostarem tanto de mim e da Irene. Vamos continuar por aqui. Talvez mais do que nunca ;)

As mães freelancers querem dar-me conselhos? Insights?  



As minhas estrias, as minhas cicatrizes, a minha história.

Tinha 14 anos quando reparei que tinha estrias. Nos joelhos. Nos joelhos? Como? Andava toda contente porque as minhas colegas já tinham ou no rabo e nas ancas e eu nem vê-las e afinal… ali estavam elas, num sítio tão improvável. Depois delas, veio a celulite (e eu a pensar que escaparia). E novas estrias, desta vez nas mamas. Nem imaginam a injustiça que eu senti ao ver aqueles rasgões nas minhas maminhas. Sim, maminhas, tão pequeninas e com estrias, como se tivessem crescido tanto que a pele se vira obrigada a ceder. Só voltariam a crescer na gravidez.

A minha sorte, dentro do azar, era que, depois do choque, depois do tom rosa avermelhado, ficavam brancas e fininhas, ou pelo menos era o que me parecia. E eu encolhia os ombros, desvalorizava, e seguia com a minha vida. Contentava-me saber que não estava sozinha. E que pessoas que eu considerava lindíssimas, como a minha mãe, também as tinham e que não era por isso que deixavam de ser mulherões. 

Até chegar aos vinte e seis, engordei e emagreci e engordei e fiz dieta e ganhei estrias nas pernas, na zona interior, compridas. Ia pondo para trás das costas. Mas quando engravidei, comecei a olhar mais para o meu corpo, capaz de gerar vida e de me fazer a pessoa mais feliz do mundo, e tive vontade de cuidar melhor dele. Cremes nas zonas mais propícias a novas estrias (e uma grande dose de sorte, hidratação e genética?) fizeram com que, desta vez, nem uma ficasse para contar a história. Ou então nem reparei. 


Segunda gravidez e uma operação de urgência, logo após o parto, fez com que ficasse com uma grande cicatriz. Inesperada. A minha primeira, “à séria”, que me faria lembrar, para sempre, do maior susto da minha vida – uma atonia uterina que só parou depois de 6 horas de muitas tentativas, transfusões sanguíneas e medo. Está cá para que nunca me esqueça de que sobrevivi e vivi, após tudo o que me aconteceu, com ainda mais vontade, força e amor. Não gostei dela sempre. Sentia que algo tinha falhado. Tinha estado a um passo de ter o parto dos meus sonhos, pouco instrumentalizado, em que puxei a minha filha para o meu colo e, sem pontos, ia ter uma recuperação muito fácil, para poder dar atenção às duas filhas. Aquela cicatriz significava dores, dificuldade em levantar-me e levava-me àquele hospital e àquela sensação de impotência. Achava-a feia. A enfermeira do centro de saúde recomendou-me que espalhasse e massajasse com Bio-Oil e, com o tempo (terão sido meses?), aquele vermelho foi começando a perder a nitidez. Ainda cá está. Acho-a bonita. Relata uma história com final feliz.


Bio-Oil faz parte dos meus dias, desde então. Daí que o desafio em falar deste óleo, que marcou uma das fases mais duras (mas também mais mágica) da minha vida, seja tão especial. E não é por acaso que é o produto mais usado em estrias e cicatrizes em todo o mundo: é porque resulta. Não apaga nada, mas disfarça. Além de hidratar profundamente, reduz a aparência das estrias, cicatrizes, manchas e também do envelhecimento da pele. Também já experimentei na cara (duas gotinhas, não mais) e, ao contrário do meu receio (mito a abater), a pele não fica nada oleosa – pelos vistos, o PurCellin Oil deixa a fórmula mais leve, não fica gordurosa e a pele absorve-a de forma rápida. 


E vocês, que histórias contam? Sofreram ou sofrem ainda muito com marcas e estrias?
Já se aperceberam de que somos muitas?


*post escrito em parceria com a Bio-Oil

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Não há brinquedos de menina ou de menino cá em casa!

Hoje a Isabel pediu ao Pai Natal um equipamento do Benfica para poder jogar à bola. Ou (mais) um robot. Ou um microfone. A Luísa brinca com tudo o que lhe puserem à frente. Hoje quis vestir um tutu em cima das calças de ganga. Têm alguns carros, bolas, bebés. Há plástico e madeira. Livros de princesas, de animais, de tudo e mais alguma coisa. E eu achava que até lhes dava acesso a tudo, mas, quando me explicaram que aquele brinquedo ali atrás desenvolvia a percepção espacial, que era algo mais explorado e incentivado nos rapazes, apercebi-me de que, afinal, ainda tenho, temos, muito a fazer. 

Pus-me a ver um documentário (aqui) sobre o tema e é incrível como, apesar das descobertas mais recentes apontarem para cérebros idênticos, continuamos a perpetuar estereótipos parvos. As miúdas, de 7 anos, tinham menos auto-estima que os rapazes. Os rapazes tinham dificuldade em expressar sentimentos, além da raiva. As miúdas eram “bonitas” e os rapazes “espertos”. Ambos achavam que os homens eram melhores do que as mulheres. Ambos atribuíam as profissões de maquilhador(a) e dançarino/a a mulheres. Mecânico teria de ser um homem. A surpresa deles quando lhes apareceram à frente profissionais de género inesperado (e o giro que foi a interação entre todos).



Aos 4 anos, sei que a Isabel já tem as suas percepções de género, impostas pela sociedade, mas ainda não tem este discurso. Ainda. No entanto, não quero limitá-las. Corrijo algumas coisas que ouço dizerem. Que não há brinquedos de menina. Que o rosa não é uma cor de menina. Digo-lhe que é bonita, sim, mas também lhe digo que é curiosa, esperta e tento elogiar ou descrever o que faz e não só o que é. Isto é um processo, também para mim. Nem tudo está enraizado. Nem tudo é espontâneo. Mas é o que (me) faz mais sentido. E não, não tem de ser tudo acético. Nem tudo tem de ser posto em causa. Não é preciso mandar queimar as histórias da princesa à espera do príncipe, que a salva. Mas podemos (todos) abrir mais o leque. Pensar mais um bocadinho. E sentir, com o coração e com o corpo todo, que o mundo é grande e que o podemos dar, inteirinho, aos nossos filhos. 

Estes blocos de construção, que estimulam a percepção espacial, noção equilíbrio, etc, dos miúdos são da Hape e estão à venda cá em Portugal, por exemplo, na Maria do Mar



Próximo documentário que vou ver: The Mask You Live In (sobre o conceito de masculinidade e a forma como o "faz-te homem", "porta-te como um homem" e tudo aquilo que é expectável de um homem, está a fazer aos meninos, homens e à sociedade)

Apoquenta-vos este assunto? Querem partilhar coisas giras que tenham lido ou visto?

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12.02.2018

Dão comigo em louca.

Vocês levam-me à loucura. Quando vos quero vestir e se põem a correr nuas pela casa fora. Quando decidem amarrar o burro de seguida. Quando disputam a mesma porcaria de plástico sem qualquer interesse. Quando querem o copo da mesma cor. Quando não querem ver a mesma coisa na televisão. Quando querem vir dançar no meu colo ao mesmo tempo. Quando se batem, se arranham, se imitam. Quando nenhuma quer tomar banho (juro que pensei que fosse acontecer apenas na adolescência...). Quando querem, ambas, apertar o botão, ligar a luz, abrir a porta. 

Mas depois.
Depois dão comigo em louca de amor. Quando se defendem. Quando se abraçam, de saudades, umas horas depois de estarem separadas. Quando pedem desculpa. Quando guardam uma bolacha para a outra. Quando riem juntas. Quando dão as mãos no carro, lá atrás, e me chamam para ver (sabem pouco...). Quando festejam as habilidades ou conquistas uma da outra. Quando se olham com olhos de encrenca. Ou de amor.

Quando hoje a Luísa acordou, de manhã, e a primeira coisa foi perguntar pela irmã. Ou quando, à tarde, chorou com saudades dela.

É para sempre. 

Primeiro passeio na rua


Em Dublin, este ano, a aprontar 

Em Dublin, só a serem fofinhas

Aquele queixinho significa raivinha de amor. E folhas por todo o lado.

Quando partilhar é fixe. Desde que seja só um bocadinho.

Aniversário da Isabel - 3 anos.

Páscoa 2017

Esta nem precisa de legenda.

No parque, em Santarém

Oinnnnnnn

Primeiro dia em casa

Passeio por Coimbra, depois de visitar o Portugal dos Pequeninos

Primeira semana em casa, a adorar "a menina"

Coisas boas.

No passeio pelo parque.



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11.29.2018

Este livro é mesmo delicioso!

Foi a primeira coisa que comprei quando soube que estava grávida. Pronto, a segunda.
A primeira foi um babygrow mínimo, para anunciar ao David que ele ia ser pai. E para anunciar a toda a família.
A segunda foi um livro. Estava decidida. A minha filha iria ter uma biblioteca repleta de histórias, de cores, de sonhos. Podia nem vir a ter mais brinquedo nenhum. Mas livros teriam de fazer parte da nossa rotina.
Comprei-lhe um livro a cada mês da minha gravidez. Escrevia-lhe cartões a acompanhar os livros, para que, mais tarde, soubesse todo o amor que havia nas palavras e no coração. Comovia-me. Comecei a ler-lhe histórias com dois meses. Antes de dormir, íamos para o cadeirão, e contava-lhe uma história. Durante algum tempo, a mesma. Ainda nem falava e já fazia gestos, já conhecia a história de trás para a frente. E esta paixão por livros vem dali. Não há um único dia que não contemos uma história: eu, o pai ou quem ficar com elas. É dos momentos mais ternos do dia.

Os livros são as coisas mais valiosas cá por casa. A Isabel nunca estragou nenhum. Já a Luísa… bem, uns quantos já estão colados a fita-cola. No entanto, continuamos a deixá-la explorá-los, não nos faz sentido de outra forma.




O último a vir cá para casa é uma pequena maravilha: O Narciso com pelos no Nariz”, que ganhou o último Prémio de Literatura Infantil do Pingo Doce (podem encontrá-lo por lá a, apenas, 3,99€!!!). Isto é serviço público, acreditem. A história é tão bonita, de uma relação entre dois irmãos, tão cheia de suspense e de sentimentos lindos, de rasgos de humor e de descobertas, que vale mesmo a pena. Então agora que a Isabel nos revelou que tinha um namorado, que se chamava João, e que ele brincava muito com o Rock, foi um tiro mesmo certeiro. [Sim, ainda estou em choque! Ahah! Apesar de não ter dado muita importância porque são mesmo pequeninos, são amigos e pronto]. A Rita tem nove anos e quer desvendar um mistério: o irmão mais velho, o Filipe, não anda bem e ela acha que é culpa da magia negra. Poesia, violência na escola, coragem e amizade: há de tudo naquelas páginas. Até paixão. E mais não digo. Leiam (e leiam-lhes, porque, mesmo que os vossos filhotes não entendam tudo, alguma coisa fica, mais não seja o momento que estão a ter convosco).



A Andreia Penso Pereira e a Ana Granado (que, por acaso, é filha do meu professor preferido da faculdade, o António Granado) estão mesmo de parabéns pelo texto e pelas ilustrações, respetivamente. Sem querer desprezar todos os vencedores das edições anteriores (que temos cá por casa, óbvio, e de que gostamos muito, principalmente do Orlando – o Caracol Apaixonado), este é mesmo fantástico! [Já agora, também podem seguir a Ana Granado no instagram, no “Diário de uma Mãe Ilustradora”, que eu já sigo há que tempos e é demais!]



Este prémio é uma iniciativa de louvar, que revela verdadeiros talentos, e que, a um preço muito simpático, torna os livros acessíveis a muitas famílias e, assim, promove o gosto pela leitura dos mais novos.







Acho uma ótima prenda de Natal: um livro é sempre uma ótima prenda.

Boas leituras!

  

[Como é um tema muito pedido, um dia destes fazemos o nosso TOP de livros cá de casa, prometo!]
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