Depois da fase em que se chamava Tomás e que tinha pilinha (parece que já passou, apesar de parte de mim se assustar, outra parte achava imensa graça e queria incentivar a liberdade de brincadeira), agora entramos noutra fase que também nos deixa desconfortáveis. Nem é por ela querer fingir ser outras pessoas, é a terceira geração que acha graça ao teatro e à representação, mas é por levar tão a sério.
Quem é a Irene agora? É a Isabel e tem uma irmã que é a Luisinha. A mãe dela - sou eu, vá lá - chama-se Joana Paixão Brás (para quem seja novo no blog, é a outra autora aqui do estaminé) e o pai dela - continua a ser o mesmo, apesar da mudança de nome - chama-se David. Por causa desta brincadeira, não lhe posso chamar filha porque é Isabel, não posso chamar-me de "mãe" porque sou a Joana Paixão Brás e não vou levá-la a casa do pai, vou levá-la a casa do David. Ter uma "Luisinha", porém, tem dado imenso jeito para a "Isabel" ser a mana mais velha e ter que mostrar à Luisinha como é que se faz alguma coisa como "lavar os dentes" ou ir deitar-se sem birras. Há que tirar o melhor partido de cada situação, certo?
Coisas que me deixam desconfortável/enervada com isto? Ela, de manhã, chamar "Joana Paixão Brás". Confesso que aquele "mãe" matinal amenizava o meu acordar e o "Joana Paixão Bráaaaaas" - apesar de te adorar, Joana - é como se fosse uma chapadinha. E, depois, claro que começa imediatamente a corrigir-me "não sou a Irene, sou a Isabel"... Ahhhhhh!!! Fazia o mesmo quando era o Tomás com o género dos adjectivos que eu usava e afins.
Claro que há parte de mim que também tem medo - porque sou medricas e também porque não vivo só no lado concreto das coisas - que ela esteja a inventar pertencer a uma família que está junta e com uma irmã como se o "guião certo" a fizesse mais feliz. Isto tudo, claro, porque me separei recentemente.
Há sempre tristeza, obviamente, mas rapidamente sou abraçada pela certeza de ter feito tudo o que tinha ao meu alcance e que este é o melhor cenário possível. Sem dúvidas. A vida não pode nem é sempre presa ao mesmo guião. A Irene agora é a Isabel. O que virá a seguir?
Seja como for, Joana Paixão Brás, a Irene que é a Isabel, está cheia de saudades vossas e anda a pedir um fim-de-semana fora. Quando vamos?
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Camisola - Boboli
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