6.27.2016

Mãesura.

Nem acredito no impacto que isto tem no coração de alguém. Aos poucos tenho-me rendido a "isto" de ter fotografias tiradas por alguém que sente e vive fotografia. É daquelas profissões que toda a gente acha que consegue fazer "se tiver uma máquina", mas não é assim. Todos podemos divertir-nos com fotografia, todos podemos sacar uma "maravilhosa" fotografia com o telemóvel, mas a fotografia é mais do que uma fotografia. A fotografia é um juramento silencioso de apreciar a vida, recuada uns centímetros e muito mais devagar do que qualquer outra pessoa. 

O que sinto que há nestas fotografias é alguém que nos observa com um carinho enorme. Alguém que vibra por querer retratar o que me corre nas veias quando olho para a minha filha e as cores dela. 

Sinto que nos foi feita justiça. Que se vê a nossa ligação. 

Sofro de mãesura. Como sou eu que geralmente ando com a máquina, sou eu quem é cortada das fotografias da maior parte dos eventos especiais, dos momentos mais bonitos das memórias da minha filha. 

O nosso coração bate nestas fotografias. Daqui a muitos anos, quando a Irene se quiser recordar da mãe, quero que ela oiça a música que estão nelas, porque é aquela que nos faz dançar todos os dias desde que nos apaixonamos uma pela outra. 
























Fotografia por Inês Ferraz - Yellow Savages (site aqui)
Macacões - Little Jack 
Local - Lx Factory


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6.26.2016

Xô daqui, cólicas!


A Isabel foi um recém-nascido calminho. Os amigos até diziam que nunca a ouviam chorar e a Joana Gama chegou mesmo a dizer que ela chorava em mute. Mas recordo-me de nem sempre ser assim. Tenho uma imagem do David, meio desesperado, a andar com ela de um lado para o outro nos corredores da casa, como se estivesse a desfilar. Era, às vezes, a única maneira dela se acalmar e parar de chorar. Lembro-me de uma noite em que desatei também eu a chorar, por já não saber o que fazer. Vi-a inconsolável: nem o colinho, nem o som da minha voz, nem o swaddling, nem o white noise a ajudavam. Sofreu um pouco de cólicas nos primeiros tempos, se não me falha a memória até aos 3 meses. É normal, o sistema digestivo está muito imaturo. Por mais que eu tentasse ter cuidado com o que comia (há listas por todo o lado com os alimentos mais propensos a provocar-lhes cólicas), não vi nunca grande correlação. Agora sei que muito provavelmente, muitas das vezes, não seriam bem cólicas, mas ela a expressar-se, a comunicar, e que aquela manifestação de sofrimento – mais ao final do dia – seria a forma dela libertar o stress dos estímulos visuais e sonoros do dia. Eles são tão pequeninos que precisam muito de estar ao nosso colo, até para a temperatura se auto-regular. O nascimento deve ser um choque e tanto...

No entanto, havia dias em que não tínhamos grandes dúvidas de que seriam cólicas. Se agora com a Luisinha voltarmos a passar pelo mesmo, já tenho uma listinha de coisas a pôr em prática [além de já estar com mais estaleca e estar menos ansiosa]:

- na amamentação, há que corrigir a pega, de forma a que não entre ar desnecessariamente

- fazer massagens circulares e ginástica com as perninhas, tipo bicicleta (ajudava imenso a Isabel a soltar os puns)

- muito mimo e muito colo, pô-la mais vezes na postura vertical, coladinha a nós e fazer pele com pele, ou colocá-la de bruços, com a barriga pousada no meu braço

- usar mais vezes o sling/ pano elástico (vai ser como estar de novo na minha barriga e ali a ouvir bem perto o coração da mãe)

- fazer muito swaddling

- usar white noise (era incrível como aquele som, que remetia para o tempo no útero acalmava a Isabel)

- metê-la numa banheira shantala (nunca experimentei com a Isabel, mas desta vez tenho mesmo muita curiosidade)

- usar aqueles saquinhos de sementes que se aquecem no micro-ondas

Se nada disto for suficiente (muitas vezes não é...), irei pedir novamente instruções à pediatra, de forma a que me aconselhe um probiótico. Deverei usar o Bivos, em gotas, que é dos mais estudados em todo o mundo e dos mais recomendados nas cólicas e diarreia dos bebés.


Como não sou médica nem trabalho na área da saúde - nem os nossos filhos são todos iguais - o que vos recomendo são apenas as minhas experiências e truques. Por isso, caso estejam nesta luta contras as malfadadas cólicas, aconselhem-se com o pediatra dos vossos filhos, antes de administrar o que quer que seja, além do leite materno. E, já sabem, muita calma nessa hora! Uma certeza vos dou: vai passar!


Isabelinha com 10 dias

Se tiverem mais dicas, apitem.


*post escrito em parceria com a agência de comunicação