2.12.2016

Coisas que as pessoas que não têm filhos têm de perceber.

É que é mesmo assim. Já passou o tempo das falinhas mansas. Bem sabemos que vocês ainda andam aí no bem bom e que ainda ficam irritados porque um vizinho vos acorda ao meio dia de domingo (!!!), mas têm de perceber, vocês que não têm filhos, umas coisas:

- Não deixámos de ser as mesmas pessoas só porque temos filhos, mas passámos a ter pessoas que sobrevivem graças a nós e, parecendo que não, isso é algo importante. E, portanto, para nós é agradável se formos convidados para eventos em que as crianças possam ir, possam ser alimentadas convenientemente, tenhamos sítios para mudar as fraldas, a música não esteja muito alto, não haja tabaco ao fartote, etc. 

- Não deixámos de gostar de vocês só porque demoramos mais de dois dias a responder-vos às mensagens. Simplesmente parece não haver timing perfeito na nossa vida para vos responder e vocês já não são a coisa mais urgente da nossa vida. Depois deles irem dormir, não queremos contacto social, queremos descanso. 

- Sim, falamos muito dos nossos bebés. Da mesma maneira que quando trocávamos de namorado falávamos muito disso ou quando nos chateávamos com alguém no trabalho também nos fartávamos de falar sobre isso. Qual é o problema de falarmos muito dos nossos bebés? Só por não terem um, quer dizer que é algo que não vos interessa? 

- Somos as mesmas, mas mudámos. Hão de reparar que conseguimos dar-vos perspectivas muito mais produtivas em relação à vossa vida. Não vos inflamamos, mas antes vos incentivamos a ter paciência, a recuar um pouco e a tentar agir com clarividência. Somos mães, estamos expostas a desafios tremendos no que toque a esse tipo de qualidades. Já levamos um avanço. Oiçam-nos.

- Também queremos prendas! Quando vierem visitar a malta não se lembrem só da miúda que vos vai esquecer assim que sairem pela porta. Eu quero miminhos. Eu não sou só a mãe da miúda. Nem que seja uma fotografia da nossa última saída de loucura, o que for.

- Estamos cansados. Sim, verdade que até podiamos deixá-los com os avós hoje e ir sair convosco, mas sabem que mais? Não nos apetece. E provavelmente sentimos que não vai compensar estarmos a cair de sono logo às 10h da noite e que o dia seguinte custe 45 vezes mais por estarmos cansados.

Somos os mesmos, mas numa versão mais cansada, mas amamo-vos na mesma. Será que conseguem perceber?


Obrigada e, pelo menos pensem, que em 50% do meu dia, tenho saudades de ser como vocês :)

Melhor compra dos últimos tempos.

Nós crescemos com rádios no quarto, não foi? Ou, então, com os restos da aparelhagem dos nossos pais que eles já não usavam... ou ainda aqueles panelões que davam para por um cd e eram altamente portáteis, os rádios de praia...
Quando dei por mim, a Irene pertence a uma geração que não tem nada disso. Que, para ouvir música, tem que a ver também (youtubes e afins). Assim não dança tanto, não faz aqueles videoclips imbecis que nós fazíamos a cantar ao espelho com uma escova de cabelo na mão. Não sou particularmente saudosista, mas a Irene tinha de ter música no quarto. E agora tem.

Agora quando acaba de tomar banho ouvimos "Não há estrelas no céu" ou "Solta-se um beijo" ou "Balancé" ou os D.A.M.A com as músicas que ela apanhou na rádio e não deixou de as cantar. Dança nua em frente ao espelho, cantamos as duas enquanto a visto no trocador ou fazemos brincadeiras na cama com o ritmo...

Tudo isto com uma coluna de meia leca que comprei na FNAC a menos de 30 euros. Ligo por bluetooth (aquela palavra que nos cuspimos todas a dizer) o meu telemóvel, fica no móvel lá em cima e os minutos da música são nossos, para ver outra coisa que não sempre a mesma porcaria de vídeos. 



Comprei também um adaptador para a coluna ficar ligada à tomada e não a um computador quando precisasse de carregar. Excelente compra. Sim, estou a dar-me uma palmadinha nas costas. 

Vocês têm música no quarto deles?

Se pudessem mudar algo na maternidade, o que seria?

Podem escolher o que quiserem! O que vos marca mais? Do que se queixam mais? Podem ser coisas importantes ou coisas aparentemente mais parvas!


Não vale acumular! Só podem escolher uma!!!
 
E NÃO tem de estar nesta lista! 


- Ter mais tempo para ser mãe?
- Ter mais tempo para dormir?
- Ter tido outro parto?
- Estar menos cansada?
- Não fazer tanto sexo.
- Ter os filhos doentes?
- Ter ficado com o pipi com forma de betoneira?
- Ter aumentado dois números de sapato  e ter de calçar os do marido?
- Ter mais compreensão por parte dos patrões?
- A relação em casa ter esfriado?
- Ter de passar a ver mais a sogra?
- Outra

Quero ver essas respostas!

2.11.2016

O 3º trimestre das grávidas (HAHAHA)

A sério que ainda não seguem a Sara-a-dias? Não sabem o que perdem. A Sara, além de ser a responsável pelas nossa imagem (as bonequinhas), está mega-grávida e consegue traduzir em imagens os dilemas das grávidas como ninguém.
 
Cada vez que sai uma ilustração nova, bato palminhas. Confiram:
 
não se metam com a minha azia.

comecei a falar baleiês.

dor ciática ou como-andar-com-um-taser-crónico-colado-à-tua-parte-traseira.

alguém me atire peixe cru nesta gravidez, sff.


quero acreditar no superpoder do creme gordo.

retenção de líquidos na gravidez = sara-mãos-de-chouriça.

mas por mais creme gordo que ponha, o meu corpo reage desta forma.

a um passo de ser uma grávida alcoólica.

é oficial. atingiu-se uma proporção de fazer parar o trânsito!

Alguém partilha/partilhou algum destes dilemas? :)

2.10.2016

O crime compensa (tenho pecado à bruta).

Vocês vão dizer que nem sequer é crime, que todas fazem isto, mas teria de vos explicar muita coisa (ou de lerem o blogue quase todo para trás - em breve vão poder fazer isso porque vamos editar um livro). Passei a Irene para o quarto dela no 2º dia de vida, tive imensos problemas com a amamentação, eu própria nunca fui física (de muito miminhos) e sinto que a minha proximidade física com a Irene ficou de alguma maneira (sem fazer a mínima ideia porquê) comprometida, a não ser nos momentos de amamentação. No segundo filho, hell yeah que vou fazer co-sleeping e vou aproveitar para o encher de corpinho... vai levar com doses e doses. E, sinceramente, a Irene também. Essa barreira está a desaparecer. 

Desde que a tirei do berço que a adormecemos deitadinhos com ela (temos tentado adormecê-la em conjunto à noite) e, de vez em quando, tenho dormido lá. De manhã. Das 5h às 7h ou lá o que é. Quando ela chama várias vezes e custa mais a adormecer, fico lá com ela. 

Não sei se a estou a habituar mal, não sei se ela quando crescer vai ter uma perna mais curta que a outra 25 cm, não faço a mínima ideia. Desta vez não quero saber. Não quero mesmo. Não há nada mais saboroso que me agarrar ao corpinho dela, sentir a barriguinha a subir e a descer, o cheirinho dela, tirar-lhe o cabelinho da cara, agarrar-lhe os pézinhos. 

Quero lá saber o que é que vai acontecer, isto já ninguém nos tira. As duas. Agarradinhas. De manhã. 

O crime compensa e se compensa... Nada me voltará a afastar dos meus filhos. Essas regrinhas e receios acabaram. É o que nos fizer melhor ao coração. 





Ui... assim não aguento.

Assim não vale! Uma pessoa sai de casa com o coração apertadinho ao fim-de-semana, daquele fins-de-semana em que conseguimos fazer de tudo um pouco (desde descansar, a brincar, a lanchar fora a ir passear) e, quando chega ao trabalho, ao revirar a mala à procura de qualquer coisa, encontra "pedacinhos de bebé". 



Temos sempre saudades deles, mas à segunda custa mais um bocadinho, não custa? E hoje é como se fosse segunda outra vez... 

Querem saber quantos kgs ganhei em 5 meses de gravidez?

Estou surpreendida. Sempre achei que seria, tal como a minha mãe foi, uma grávida grandona (a senhora dona Isabel ganhou 30kgs na gravidez do meu irmão). Da Isabel tive alguns cuidados básicos: tentava ter refeições variadas, muitos legumes, controlava os meus impulsos por doces, não me alambazava toda com croissants a toda a hora (nada contra, mas eu já me conheço e como achava que ia ficar gigante, controlei-me mais). Como vomitei nos primeiros 4 meses, ganhei ali uns bónus de vantagem e acabei a gravidez com mais 9 kg, se bem me lembro. 


1kg e meio. É a resposta ao título. Estou de 23 semanas.
Nesta gravidez, perdi quase 5 kg nos primeiros tempos e nada teve a ver com enjoos. Acho que andava a mil e o meu metabolismo queimava tudo o que eu consumia num ápice. Por isso, sim, é normal que não tenha ainda ganho grande coisa. Mas nestes últimos tempos tenho comido como gente grande. Muito, muitas vezes e muita m****. Como sopa todos os dias e tal e tal, mas também ando a pôr para dentro muitos "miminhos". "Eu posso", já sabem como somos. Sabe-me bem: umas bolachas, uns bolos, uns croissants. Não tudo no mesmo dia, calma, mas acho que todos os dias meto "droga" para dentro.

Pelos vistos, posso abusar mais. Hahaha Estou a brincar, obviamente. Sei que a Luisinha tem de receber nutrientes e que o açúcar em excesso faz mal. 

Bem, mas pelos vistos é assim que o meu corpo reage à gravidez. A bebé terá por volta de 500g, por isso, só tenho mais 1 kg em cima e está todo na barriga, com certeza. E nas mamas.

1kg e meio. Poderia ter ganho 5, que estaria na "curva normal" dos boletins que a médica preenche. Continuo a estranhar imenso estar a ganhar tão pouco peso, pelo histórico da minha vida, mas estou bem e a bebé também.

E vocês, como reagem à gravidez em termos de peso?

2.09.2016

Procura-se Mãe que faça o mesmo...

Não deve haver, mas...

 A Isabel só aceita adormecer com o pai se eu não estiver em casa. Ontem precisava muito, muito de trabalhar à noite, por isso - como já tinha feito uma vez - fui trabalhar para o carro. Sim, com manta, computador, telemóvel atrás.
 
"Filha, a mãe vai trabalhar, e já volta. Hoje é o pai a contar a história e a adormecer-te. Quando acordares, a mãe já vai estar em casa. A mãe volta."
 
Chorou, agarrou-se a mim, abraçou-me e choramingou. "A mãe já volta. Amo-te muito. Faz um bom soninho, com o panda e o pinguim".
 
Assim que fechei a porta calou-se. Conta o David que lhe leu 3 histórias e lhe pediu para apagar a luz. Ela adora apagar a luz, ainda estou para perceber porquê. Cinco minutos depois, estava a dormir e eu pude voltar ao conforto de casa.
 
O mais engraçado também - deve ser coincidência, só pode! - é que quando é o David a adormece-la, ela dorme muito melhor e chama menos por mim. Hoje dormi a noite inteirinha.
 
Alguma dica para que possa ser o pai a adormece-la sem eu ter de ir para o frio? :)

2.08.2016

Correu tudo mal... não sei se lá volto.

Não era nada disto que tínhamos planeado. A ideia era irmos a uma espécie de brunch num sítio que me pareceu fabuloso (este). Pensei: tenho ali uns vestidos mais betinhos para a Irene estrear e vão ficar lindos neste contexto e eu, já agora, também exagero bastante na roupa e a minha amiga Susana saca-nos umas fotos bonitas para o blog, até porque é Carnaval e fica engraçado sob esse pretexto. 

Aquele sítio é perto da Sé, mas ficava perto o suficiente do estacionamento para me aventurar e ir de saltos. Fui também no carro do Frederico e não no meu (smart) e, por isso, andei super  nervosa a dar voltas durante meia hora para estacionar e a conduzir por aquelas ruas velhas portuguesas onde o cú de uma daquelas nossas contínuas de escola nunca passaria. Finalmente (mesmo meia hora depois), estacionámos e fomos, a pé, até lá. Eu de saltos. Subimos um enorme lance de escadas e abrem a porta dizendo: "ah... hoje só com reserva". Não. Não era "só com reserva", pensei eu. Vocês não podem fazer isto às pessoas que constroem um dia todo cheio de expectativas e, de repente, sem comunicarem nada a ninguém... estragam tudo... Escusado será dizer que fiquei cheia de nervos e só me apeteceu bater em toda a gente, tal era a vontade que eu tinha de ir lá e de experimentar. Ainda não decidi se volto a ir ou não, ainda estou enervada e isto foi no Domingo.

Seja como for, decidimos ficar a andar por aquela zona (estava de saltos) e fomos dar a uma padaria muito engraçada (Rainha D. Amélia, acho), acabamos por ficar muito bem servidas: bebemos um chá e comemos uns pãezinhos e focámo-nos mais em nós, no convívio. Sinto que todos os fins-de-semana parecem os melhores de sempre, mesmo quando tudo parece correr mal. 


Aqui era a Irene a segurar-me para eu não cair. É o que acontece quando se tenta fingir que se sabe de andar de saltos e se vai de SALTOS para a SÉ.

Isto era para uma capa de um álbum se eu fosse fadista e mãe solteira. Não sei para qual das duas me faltaria mais talento.

Esta foi para celebrar duas coisas: saber por base (finalmente) e parte da papada ter desaparecido com o emagrecimento! 

Raio do cinto da cadeira do carro que me desengomou o vestidinho tudo. Agora sei o que as betas sofrem (Joana Paixão Brás ;))



No meu âmago, sinto que uma foto feliz tem de incluir uma mulher a segurar aleatoriamente uma mecha de cabelo. 

Temos praticamente toda a nossa amizade documentada. É giro ver-nos mais velhas, mas juntas. 

A Irene anda tão apaixonada pela Susana que até chama Susana a outras amigas minhas (wow, acho que nunca tive tantas amigas como agora)

Lembro-me quando era mais nova e a minha madrasta e as amigas me lambiam a cara e diziam "és fixe, és uma de nós". Apesar de algo parvo, foi algo que me deixou super feliz naquela altura: saber que fazia parte do grupo da minha madrasta e das amigas. Reparei pela cara da Irene ao longo desta sessão de fotografias em grupo (em que a máquina estava no automático por cima do carro do Frederico) que sentiu o mesmo: uma tarde só de raparigas e eu sou igual a elas. 

Sei que ando muito vaidosa, mas ando mesmo a compensar os 29 anos em que não me liguei nenhuma. Minimamente. Agora estou surpreendida com tudo isto e sim, ando a concentrar muita vaidade ultimamente. A sério que ainda olho para mim com surpresa e daí achar que ainda posso ter estes actos de vaidade ser passar só por p*ta convencida. 

Estou a gostar desta novidade de fazer planos para mim (e meus amigos) sem serem focados na Irene e tratá-la como se fosse uma de nós, porque é o que é. Nem todas as saídas têm de ser para o jardim ou para algo que dê para ela se entreter, sinto que está a aprender a comportar-se e a desfrutar de outras coisas.

Só um desabafo (vocês percebem): sinto que gosto mais dela todos os dias, como é que é possível?

Não fiz nada! A sério que não!

E acho que é assim que tem de ser - de vez em quando. Sábado de manhã temos sempre a música, à tarde tento ir aos avós ou tento combinar com amigas minhas, domingo à tarde a mesma coisa (tento arranjar um plano para a Irene passear) mas, ao domingo de manhã é só isto que me apetece: dedicar-me exclusivamente a ela. Sempre a ler livros, a fazer brincadeiras com palminhas, deixá-la cantar imensas músicas para mim...

É nestas alturas que agora que voltei ao trabalho vejo o quanto ela muda de semana para semana. Cada vez mais me apercebo de que parar é essencial. É aqui que se constroem as memórias. 

A minha filhota está enorme e cada vez gosto mais e mais de brincar com ela. Uma amiga minha disse que eu pari para ter uma companhia de brincadeira que tivesse paciência para me aturar e... é verdade. 

Juntas somos imparáveis. Já nem noto que acordo às 7h num domingo. 




2.06.2016

Lanchámos num autocarro suspenso.

Sei que não é suspenso, mas olhem para a fotografia! Como queriam que eu explicasse? Já conhecem a Village Underground Lisboa? É isto. No Museu da Carris. Adorei. Adoro. Isto para quem passou parte da juventude na "carruagem" do Jardim de Oeiras, foi uma boa lembrança. 

A tia Inês veio fazer a sua visita e aproveitámos para ir dar uma volta, a um sítio novo, não necessariamente focado na Irene. Foi bom. 

O Frederico encontrou este sítio na Zoomato (uma app) - eu já sabia que ele existia - e foi tiro e queda. Tinha bolos, hoje apetece-me bolos.


A Irene adorou o sítio onde ficou sentada (metade na cadeira, metade ao meu colo) porque conseguia ver a linha do comboio e, por isso, de 20 em 20 minutos fazia uma festa. Lugar estratégico. Foi ela que quis por os pom-pons lá dentro.







A tia Inês a pegar no telemóvel para tirar umas fotografias à fatias de bolo. Ui. Que bolo. Banofee (será que era assim?). Foi o melhor bolo que já alguma vez comi até hoje. Comemos algumas fatias, a dividir por duas. Mesmo que tivesse odiado o sítio, voltaria pelo bolo. Pronto. Está dito.


Claro que vocês já estão bem a ver o que aconteceu ao copinho bonito que estava em cima da mesa. Isso mesmo: Irene. Quando deixou de estar distraída com a torrada, tungas. 


Agora as fotos dos instagrams (o famoso bolo): 

Estou no dia da semana sem maquilhagem - depois falo-vos disto. 

Bananofee ou Banofee ou... sei lá. MARAVILHOSO. Dava a minha vida por isto. Quase. 

Tocofobia: fobia ao parto.

Desconhecia por completo e muitas mulheres sofrem desta fobia.

É normal ter-se receio do parto, ter medo, ficar assustada. Mas isto é muito mais que isso: é um medo tão intenso que pode levar à depressão. Uma fobia tão grande que chega a levar mulheres, que querem ser mães, a interromper a gravidez. Um medo tão descontrolado que faz com que algumas mulheres tenham muito medo de engravidar, vivam numa ansiedade constante, e que partam para a esterilização.

Há dois tipos de tocofobia: primária e secundária. A primária refere-se às mulheres que nunca tiveram filhos, a secundária às mulheres que ficaram traumatizadas após o parto e que evitam a todo o custo um segundo. Reflecte-se em pesadelos, dificuldade em concentrar-se, ansiedade, ataques de pânico, náuseas, depressão... e pode minar uma vida. Mulheres que têm medo até de ter relações sexuais, com medo de engravidar.

Há tratamentos psicoterapêuticos, claro, mas nem sempre resultam. Li um comentário de uma rapariga que tinha esta fobia, que se agravou com uma gravidez planeada. Tomava antidepressivos, que foram interrompidos aquando da gravidez. Tudo aquilo lhe fez tão mal que ela já só pensava em suicídio e não dormiu durante duas semanas. Decidiram que seria melhor pôr fim à gravidez. A relação de 18 anos acabou em divórcio e hoje em dia o ex-marido é pai e ela continua a sofrer com esta doença.


Estima-se que 1 em cada 6 mulheres sofram desta fobia. Achei uma enormidade, será? Conheciam, conhecem alguém ou sofrem de tocofobia? (podem comentar como anónimo e força para ultrapassar esta valente porcaria! O nosso cérebro é tramado)

Foi assim a nossa manhã.

Irrita-me solenemente que a minha mãe se esconda nas fotografias e que não queira ser publicada online apesar de, claro, estar no seu direito. Gostava de vos poder mostrar as parecenças entre nós as três, mas parece só se nos virem ao vivo. É muito exclusiva a minha mãe ;)

A avó foi assistir à aula de música da Irene - que é todos os sábados. E, no final, andaram a ver as cores das florzinhas e a roubar tangerinas da árvore do jardim da escola. 

Adoramos ir à música todas as semanas mas, por outro lado, às vezes apetecia-me experimentar outras actividades com ela e há tantas tão giras por aí... Por outro lado ainda, a Irene delira com as aulas por isso não é preciso estar sempre a inventar. 

O que fazem vocês ao fim-de-semana? Alguma actividade ou tudo em casa e feito com os papás?













Ai Carnaval, Carnaval...

Duas coisas que podiam desaparecer para sempre: a guerra no mundo e o carnaval. 

Vá, estou a brincar. Tenho de dizer isto ou ainda levo com um trio eléctrico em cima um dia destes.

Não sou foliona (é assim que se diz?, nem sei), não aprecio especialmente estes dias, não acho graça nenhuma a ver gente semi-nua a apanhar com chuva e frio (acho descabido) e na última vez que me mascarei devia estar com os copos porque não é mesmo a minha praia. Foi há uns 3 anos. Tentei convencer-me de que ia ser giro e que eu estava a ser uma careta. Consegui convencer o David a acompanhar-me e nem foi em troca de favores sexuais. Não sei o que lhe deu para ir na conversa (nós quando queremos conseguimos mesmo dar-lhes a volta, não é?)
Fui ao baile de Charlot e ele de Schwarzenegger ou Exterminador. Casal mais lindo. O Charlot aos beijos ao Exterminador. How sad?




Já não me mascarava há uns bons 16 anos. Quando era miúda gostava. Os meus pais não tinham dinheiro para andar a comprar máscaras todos os anos (não eram acessíveis, como são agora, e lá em casa não havia grande jeito para manualidades) e, por isso, mascarámo-nos umas 4 vezes do mesmo: eu de índia e o meu irmão de cowboy. Depois houve um ano em que trocámos. Sei que houve um ano em que me mascarei de nazarena ou de peixeira, não me lembro, e já mais crescida de cigana (era a maior fã de uma novela chamada Explode Coração, com o Igor, a Bianca...). Gostava dos balões de água (cheguei a mandar alguns do 6º andar...) e de andarmos todos a fugir uns dos outros.

O mais estranho desta minha antipatia para com o carnaval é o facto de adorar teatro. De já ter feito (teatro amador) e de adorar "mascarar-me" nessas situações. Levava aquilo mesmo a sério (uma vez fiz de velha e adorei o texto. Emocionei-me muito a fazer de mãe que perdia o filho na guerra e lembro-me bem do que tinha vestido). Mas carnaval... naaa. Só no Brasil, com umas caipirinhas e muito calor (já tive essa sorte e adorei, adorei). Não gosto de ser a tuga que monospreza as nossas "tradições", mas não consigo encaixar o carnaval, como ele é vivido por cá, nas minhas preferências.

Agora que tenho uma filha, vá, vou esforçar-me. Ainda não foi este ano. Este ano, foi com um vestido de princesa que saiu numa revista, três números acima do dela - mas eu dei um jeito de prender - e só me dei ao trabalho de lhe comprar uma coroa e uma varinha na H&M. 

Ficou feliz? Ficou. Isso é que interessa. Não quero ser a mãe chata que lhe corta o barato. Não custa nada esforçarmo-nos um bocadinho. Qualquer dia, até me mascaro eu!

2.05.2016

Queremos muito que vocês gostem!

Como algumas de vocês já devem saber: fomos convidadas para escrever um livro (e logo nos primeiros meses de existência - quando se tem potencial é assim, muahah). Ainda por cima por uma das minhas editoras preferidas (a sério que sempre foi, mas já explico porquê): a Marcador. Não sou pessoa de ler muito mas adoro livros (parece estúpido e é um bocadinho). Adoro o toque, o aspecto, o formato, os desenhos, o tipo de letra, a separação de uma linha para a outra, o relevo da capa, o cheiro... 

Compro imensos livros, sempre comprei. Sim, acho que tenho um problema mas, também, é só mais um. 

Adorámos a reunião e estamos a preparar tudo o melhor possível para que vocês gostem porque é muito esse o objectivo. 

Sala de Reuniões da Marcador

Que coisas não nos podemos esquecer de incluir no livro?

Quais os textos que mais gostaram até hoje?

Gostavam que incluíssemos comentários vossos aos textos?

Acham que devíamos incluir as fotografias que acompanham os posts?

Vão comprar o livro? Ahah Se calhar, esta é a pergunta mais importante, devia ter começado por aí.

Estamos muito entusiasmadas com o livro, apesar de não ser fácil reunir dois anos de tanto texto que para aqui vai, sendo que somos tão espectaculares (ah ah).

2.04.2016

Não ando a conseguir!!!

Agora sim. Estou grávida. Tenho muito, muito, muito sono. Ainda não tinha tido este sintoma, nesta gravidez. Mas é que tenho mesmo muito sono.

Tanto ao ponto de: 

- já ter adormecido a conduzir. Sim, tão grave quanto isso. Ia sozinha no carro, dei uma cabeçada, e nesse momento percebi que tinha de me deitar mais cedo nesse dia. Adormeci, já de pijama e dentes lavados, com a Isabel às 20h30. Dormi 12 horas nessa noite. E fiz sesta no dia seguinte. Era sábado.

- ter adormecido TODOS os dias desta semana a adormecê-la. Mas sem poder. Tinha muito trabalho ainda para fazer. Hoje, por exemplo. Acordei agora. E estou furiosa. Mesmo, mesmo chateada. Tudo o que eu ainda ia fazer hoje, fica em águas de bacalhau. E tinha mesmo, mesmo de lhe ter dado avanço. Ninguém morre, está tudo vivo, mas fico a sentir-me a pessoa mais incompetente à face da terra. 

- acordar, depois de 9 horas de sono, cheia de sono. Dantes, um banho resolvia. Agora nem isso. A minha obstetra liberou até dois cafés por dia, mas eu precisava de um balde para conseguir sobreviver.


Posto isto, das duas uma:

ou me adapto a este novo ciclo de necessidades e me transformo na pessoa mais produtiva ao cimo da terra, conseguindo tratar de tudo e produzir logo de manhã cedo. 

Ou tenho de contratar alguém que me acorde com chapadas na cara (ontem o David tentou acordar-me, depois de lhe ter pedido para o fazer, caso eu adormecesse, e eu virei bicho, como se ele fosse a pior pessoa à face da terra e acusei-o de estar a acordar a miúda - não me lembro de nada, estava ferrada).


Soluções, há? Estou mesmo com uma camada de nervos em cima. Já passa.

As duas melhores horas.


Aqui a Irene quando ainda não se sabia sentar, tão querida. Apanhei agora esta fotografia no disco externo e quis mesmo partilhar convosco. Parecia ainda não ter ossinhos, o meu franguinho. 

Queria contar-vos uma coisa: para quem já nos acompanha há algum tempo queria só sublinhar a minha aparente bipolaridade. Conheceram-me pessimista, nervosa, irritadiça e etc. e agora, reparo, que ando tão feliz e tão contemplativa que isto já deve enjoar algumas alminhas. Eu sei como é "estarmos noutra onda" e, na mesma, termos de levar com "a cena dos outros". Ainda esta semana aconteceu lá na rádio - tenho colegas mais novas que eu - quando lá foi um artista que deixou uma delas (a minha preferida) toda excitadinha, sem conseguir quase falar e eu estava completamente indiferente. Se não gostasse dela como gosto, ter-me-ia enervado (em tempos) ao ponto de ficar a pensar nisso o dia todo enquanto a ouvia a dar berros histéricos e a dar saltinhos como se tivesse um bocadinho a mais de candidíase. Não sermos felizes dá-nos cabo da cabeça - claro que não é assim tão simples. 

A Irene durante esta semana ficou metade do dia com os avós paternos porque o Frederico teve um trabalho em que teve de se ausentar todas as tardes. Isso fez com que parecesse que o tempo que tinha com a Irene parecesse menor, vá-se lá saber porquê. Hoje, quando cheguei a casa (eles tinham ido ao jardim), aproveitei e, em 10 minutos, fiz o essencial: vestir o pijama, arrumar a loiça suja que tinha trazido do almoço (sou daquelas que leva a comida de casa que não sou rica) e preparar a roupa para o dia seguinte. Pensei: agora não trato de mais nada da casa enquanto a Irene estiver acordada (tive de fazer sopa, pronto). 

Senti que nunca me tinha sentado sem nada para fazer a seguir com ela. Ensinei-lhe imensas coisas. Arranjei festas de aniversário para todos os bebés (nenucos e imitações) que temos cá em casa, cozinhámos imenso na cozinha dela e ela deu maminha a todos antes de irem fazer ó-ó. Também nos divertimos a fazer pipocas e a ouvir músicas. Perdoem-me a expressão mas "caguei" no telemóvel, desliguei a televisão, escondi o ipad e foi excelente. Parece que hoje tive muito mais tempo para ela e que vi o quanto ela cresceu e o quão capaz está de se fazer entender, tudo. 

Sugiro que façam isto também. Borrifem para o telefone um dia destes e para a lida da casa (um dia só) para verem a diferença e depois façam uma escolha informada. Pode mudar a vossa vida. 

Eu adorei e vai ser a repetir. A sério que sim. Sinto que estive presente. 

Mudem a vida das próximas grávidas e bebés.

Nem é preciso por-me aqui com argumentos. A verdade é que acho que até os 6 meses não são suficientes e que deveriam ser, pelo menos, um ano (para quem quisesse, sem cortes abusivos). Estou a falar da licença de maternidade, sim. 




Porém, vamos lá assinar esta petição para que sejam revistos os nossos "direitos" e se aproximem mais do que seria razoável: 

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=Licencaparaamamentar

(eventualmente iriamos falar sobre isso, mas queria agradecer à nossa leitora Inês pelo "pressing" por e-mail- OBRIGADA!)

2.03.2016

A minha sogra tem um problema...

Suas sacaninhas! Vieram todas ver o que é que eu tinha a dizer mal da minha sogra, não é? É sim senhora, que eu sei. Loucas para partilhar esses dissabores da vida, esses familiares com os quais também nos casamos mas que não podemos ter nada a dizer! Pois é, pois é... 

Olhem, eu sei que vou dar uma sogra terrível. Só não ponho "terrível" em maiúsculas e separada por sílabas porque não sei o que fazer com os dois rr. Afinal, se calhar, aquelas tretas do 7º ano até fasem alguma falta - sim, o "s" em fasem foi de propózito (agora também!). 

A verdade é que é muito difícil gerir as diferenças de gerações, de mentalidades, de tradições familiares (e os Natais e não sei quê?), os ciúmes, as exigências, os bitaites... As sogras conseguem dar quase mais trabalho e mais nervos que um recém nascido que não defeque durante 6 meses seguidos. 

Temos sempre de andar de pezinhos de lã entre o dizer as verdades e não sermos antipáticas e não parecer que somos implicativas... 

A minha sogra tem um problema: é demasiado querida. 

Ela é, de longe, a pessoa que eu conheço com mais boa onda, energia, vontade de fazer os outros felizes, áurea bonita, brincalhona, positiva, preocupada... É mesmo um anjinho, uma doçura.

Confesso que demorei muito a habituar-me à relação que ela tem com o filho porque nunca vivi nada disso. A mãe do Frederico fazia compras, ajudava a limpar a casa toda, lavava a roupa e passava, quando ia lá a casa almoçar também levava almoço ou cozinhava ela... Provavelmente é este o cenário normal de mães e filhos (homens), mas confesso que não estava habituada a que alguém interferisse tão de perto com a minha vida. Ainda hoje me faz confusão a minha sogra arrumar coisas quando a casa é minha, que ela queira arrumar a cozinha quando eu estou em casa, etc. Não gosto, mas o raio da "miúda" insiste e quando dou por ela já me está a por sal na máquina de lavar loiça (e trouxe-o de casa!!). E o engraçado é que parece que anda de nenúfar em nenúfar porque não a oiço é mais rápida que um AVC.

Às vezes preferia que a minha sogra fosse um monstro, que fosse uma pessoa horrível, que quisesse discutir, que nem se levantasse para arrumar os pratos do almoço, que não me enchesse de miminhos porque...

... porque me parte o coração dizer-lhe coisas que não gosto que ela faça ou que eu acho que não estejam bem. 

Nota-se perfeitamente que ama a Irene vezes mil, que a vive e respira vezes mil, que sonha com ela, que vive muito para ela (mais ainda do que para o filho) e que nos adora a todos e o que mais quer é ver-nos todos felizes. Como posso eu - perante este cenário perfeito e maravilhoso - dizer que não gosto da maneira como ela lhe põe a fralda porque isto ou aquilo ou que odeio que ela arrume a cozinha? (vá, quando eu não estou, até adoro chegar e ter a cozinha limpa, isso confesso). 

Fossem os problemas de todas as sogras este, não era? 

Tenho uma sogra perfeita e... o problema é esse! ;)

Nota: totalmente verídico, não é por eu saber que ela está a ler que estou a dizer estas coisas todas. Beijinhos, sogrinha!!

*este post não foi escrito em parceria com ninguém. ahah