7.28.2015

Nunca pensei vir a dizer isto...

... mas adorei que me fizessem xixi em cima. 

Calma. Já devem estar a imaginar um Alive com uma dúzia de hipsters a fazerem coisas esquisitas depois de estarem meia hora a tentar descolar as skinny jeans das perninhas. Ou, se calhar, não estão. Porque têm uma coisa chamada sanidade mental. Percebo. Não sei bem o que é, mas fico contente por vocês. A não ser no caso de doenças, acho que ter é sempre melhor que não ter (não pensei muito nisto, mas parece-me bem). 

Ontem fomos outra vez à piscina e não fui preparada com um fato de banho para ela. Tentei primeiro a táctica da negação e usar a fralda normal para a piscina. Rapidamente deixei de ter um bebé e passei a ter uma espécie de cogumelo. Fiquei com pena dela. Vamos a isto: pipi para fora. O dela, não o meu. 

Estava em modo de pseudo pânico visto que a miúda ainda não tinha feito o número dois e, talvez com a descontracção, levasse a que ela decidisse fazer sair dois valentes coniformes. Ou um e meio. Vá, sejamos sinceras, nesta idade não são coniformes. São Poloks. Que, por acaso, é o som que eles fazem quando caem na loiça. 

Tirei-a da piscina, eventualmente sentei-a na minha perna enquanto a minha mãe brincava com os pés dela e com água. E, eis senão quando, veio um um jacto de xixi quentinho para a minha coxa (e que coxa, digo-vos já). Não estranhei. Ri-me baixinho e ela também. 

Adorei.

A repetir.

7.27.2015

É um dos meus maiores medos

E já o era, ainda antes de ser mãe. Um dia, estava eu em Coimbra, entrevistei um senhor que tinha mudado de vida. Tinha decidido voltar a estudar. Tinha ido tirar um curso superior e ainda ia tirar um mestrado. Esse senhor carregava uma luz enorme, era contagiante, dono de uma voz muito serena. Esse senhor tinha perdido uma filha, que tinha sido atropelada por um carro. Não tenho a certeza do nome, acho que se chamava Leonor, e teria pouco mais de quatro anos. Foi a única reportagem em que chorei. Tentei controlar-me, mas foi mais forte. A mulher estava grávida novamente, de uma menina. Chorei mais um bocado, tentando disfarçar, muito a custo.

Não sou pessoa de grandes medos, não me deito a pensar nas coisas terríveis que nos podem acontecer. Basicamente, pode-nos acontecer tudo, mas não vale a pena vivermos atormentados, nem perdermos tempo com más energias. Não devemos sequer passar-lhes as nossas ansiedades, nem agrilhoá-los, superprotegendo-os. Eles têm de cair, têm de correr, subir a árvores. Mas... 

Mas... as histórias de atropelamentos em crianças mexem muito comigo. No outro dia li, no site do Correio da Manhã, mais uma desgraça (tenho de parar de seguir aquela compilação de desgraças no Facebook urgentemente). Tenho algum medo. Por isso, quando tiro a Isabel da cadeirinha no automóvel, não a ponho no chão. Não a deixo andar nos parques de estacionamento, vou com ela ao colo até uma zona de conforto. Não ando com ela ao meu lado em ruas muito movimentadas, vai ao colo, no marsúpio ou vai no carrinho. Não por enquanto.

Um dia, terei de conseguir. Não sabia bem que estratégia usar, além de muita conversa, de alertar para os perigos (que, bem sabemos, nem sempre é suficiente) e vi esta solução. Não resolve tudo, mas achei de génio: fazer daqueles momentos de espera, enquanto não conseguimos ter tudo a postos para sair ou entrar no carro, um jogo com os filhos. É quase como jogar ao Stop ou ao Mamã, dá licença. Parece-me que os miúdos devem alinhar nisto.