4.11.2015

Isto da Zara é estúpido!

A sério?

Parece aquela fominha que muita gente tem de atacar quem tem sucesso. Bem sei que a Zara faz parte de uma empresa enorme e que não houve sentimentos que tivessem ficado magoados no meio disto tudo. Acho que they couldn't care less. Parece que estamos em tempo de pré-campanha, mas nisto das roupas: a ver quem saca o pior podre para denegrir. 

Mais depressa acho que foi a Zara que encomendou esta suposta polémica do que uma mãe que seja mesquinha a este ponto e desocupada de cabeça a este ponto. Eu não concordo.

Está aqui a notícia. 



Basicamente a Zara andou a vender os habituais packs de bodies em que o das meninas dizia coisas como sempre perfeita e bonita e o dos rapazes dizia esperto e porreiro. Além de continuarem a preferir o rosa para as meninas e o azul para os rapazes. 

Dizem que “enquanto que a menina tem de parecer bonita”, o rapaz está associado à “inteligência”. “Um claro exemplo do sexismo no mundo infantil”, refere o Observatório.
Os bodys, tal como explica o El País, faziam parte de dois pack, vendidos pela marca espanhola por 15,95 euros, cada um com cinco peças de roupa interior. As restantes quatro peças também continuam a ‘promover’ estereótipos sexistas. Por exemplo, as roupas das meninas são cor-de-rosa, uma tem coroas e outra diz "Always Pink" (Sempre cor-de-rosa). Já dos meninos é azul, tem desenhos de bigodes e diz "Always Blue" ("Sempre Azul")".

A sério? Isto não será puxadote? 

Qualquer dia também dizem para não haver separação da roupa de meninas e de rapazes porque estamos a promover a diferenciação de géneros e os rapazes têm que se sentir livres para usar mini-saia, se quiserem. 

Por acaso deu-me ideia para uma linha de roupa para crianças.

Tshirts para rapariga a dizer: "sou bonita, mas não me digam porque parece que depois perco metade do cérebro".

Tshirts para rapaz a dizer: "se me disserem que sou inteligente, fico a achar que não sou bonito o suficiente". 

A outra mãe é uma drama queen. Ou parva.

É que é mesmo. O que ela não faz para dar nas vistas! Então não é que foi escrever aqui, para vos alarmar a todas, que a continuidade do blogue estava em causa? E vocês caíram? Parece que ainda não a conhecem.

Posso andar de rastos, a chegar a casa às 03h30 da manhã, como foi o caso de ontem, que eu cá arranjo um tempinho para vos escrever. Ora essa, este blogue é como um filhote.

E não, não ando nas drogas. Só se o café contar! 

Depois de 4 cafés e de um dia enooooorme mas proveitoso de trabalho, eis que chego a casa e leio o texto que a Joana escreveu sobre mim. Desatei a chorar, claro. Vá, também pode ter sido de estar a morrer de sono e de já estar "tantan", mas duvido. Aquela Joana tem o condão de me deixar assim, emocionada. Parva.

Sem modéstias, não preciso que me digam que eu sou uma super-mulher, porque é como me tenho sentido nos últimos meses. Mas não somos todas? Não estamos a dar o melhor de nós aos nossos filhos, a trabalhar que nem umas malucas, seja em casa, seja no trabalho?
A verdade é que já nem sei viver de outra forma! E o que eu gostava de ainda meter aqui pelo meio idas ao ginásio e mais actividades ao ar livre com a filhota e mais umas idas ao cinema e ao teatro. Adorava! 

Mas vou-me contentando com o que tenho, que já me preenche bastante. Vida de mãe é assim mesmo: feita de escolhas. 

Obrigada, Joana, pelas palavras e pela compreensão. És linda.

Agora já parávamos com esta troca de galhardetes enjoativa, não era? 

a Mãe é que sabe precisa da vossa ajuda!

Vá, assim até parecia que vos íamos pedir dinheiro, mas não. Ainda não. Não que não precisemos, mas preferimos ver se o tiramos a quem tenha mais que vocês. Se no meio de "vocês" houver quem tenha a mais e queira ver-se livre dele, nós sabemos o nosso NIB de cor e damos num ápice. Partilhar é bonito e partilhamos o nosso NIB na boa. 

Precisamos da vossa ajuda. A Joana Paixão Brás trabalha (e muito) e eu não. Claramente tenho mais disponibilidade que ela para me sentar e escrever um post. E queria que me ajudassem. Queria que dissessem à Joana que ela tem sido uma super-mulher. 

Ela tem conseguido fazer tudo e mais alguma coisa. Ela não falha com o blogue e aproveita sempre os escassos minutos que tem quando não está a fazer reportagens para a SIC ou visionamentos de programas ou a preparar o Alta-Definição ou a ir para sítios inóspitos para fazer entrevistas para outros programas e quando a Isabel já dorme, para vos/nos escrever. 

Todas fazemos malabarismos com o nosso tempo. A Joana ou anda metida nas drogas ou é uma super-mulher. Eu voto nas duas. 


Eu também sou tua leitora, Joana. Queria agradecer pelas vezes que os teus delicados dedos (embora algo sapudos por seres cavalona) tocam nesse teclado do computador em casa ou do iphone quando estás a expulsar o teu bolo alimentar (não que seja bulímica, era só para dizer que acho que ela escreve posts enquanto está na casa de banho). 

No meio de tudo isto e perfeitamente podre de sono, no outro dia, numa folga (no dia em que a Isabel ficou doente - mas já está boa), ainda arranjou tempo para ir aos baloiços connosco. 


Obrigada, Joana. 

:)




4.10.2015

Caraças, mordeu-me a mama!

A minha filha mordeu-me!!! O que é que tem de estranho? Ora deixa cá ver... talvez o facto de ter sido na mama. Talvez o facto de eu já não amamentar. Talvez o facto de eu estar vestida, com uma camisola interior e uma camisola de lã. E ainda de eu não ter mamas protuberantes, mas sim uns saquinhos de chá.

Mesmo assim, a Isabel achou que ali era um bom sítio para se estrear na arte da mordidela. A minha reacção foi gritar, porque a catraia me apanhou completamente desprevenida. Achava eu que ela estava só a esfregar a cara no meu peito, depois do banho, a pedir colinho para ir dormir e zás.

A minha grande questão é: esta fase, que ainda só agora começou, dura quanto tempo?!
Como se reage a isto? Como lhes explicamos que aquilo não é boa ideia?

Ajuda, precisa-se!

Somos umas devassas!


Agora que somos mães de bebés, temos ou não temos muito mais vida nocturna que dantes?

Ah pois!!!

Viva à vida nocturna, viva!!! viv.... ZzzzzzzzZZzz


Somos 10 mil maluquinhas

Somos 10 mil...

mães-galinhas
mães descomplicadas
mães que tomam banho religiosamente todos os dias
mães que tomam dia sim, dia não
mães com cabelo oleoso
mães sempre impecáveis
mães que saem à rua de pijama
mães que calçam salto alto
mães que trabalham muito
mães que trabalham muito em casa
mães que trabalham muito fora e dentro de casa
mães que se dedicam a 100% aos filhos
mães que têm tempo para si
mães que amamentam
mães que não amamentam e gostavam
mães que não amamentam e estão bem com a sua decisão
mães que vestem fofos e golas aos filhos
mães que vestem fatos de treino aos filhos
mães que se sabem rir de si próprias
mães que choram de amor
mães gordas
mães falsas magras
mães fit
mães com olheiras
mães com corretor de olheiras
mães (bitches) que dormem a noite toda
mães com medos
mães seguras e otimistas
mães que andam sem vontade de fazer amor
mães que fazem sexo todos os dias (é tanga, não é?)


grávidas
mulheres que não são mães mas desejam-no
mulheres que ainda nem pensam em ser mães
pais que também sabem e têm paciência para nos ler
o pai da minha filha
a minha mãe
o meu pai
a minha família toda (pago-lhes, claro)
o meu cão (ensinei-o bem, para ganhar mais visualizações)


Somos 10 mil maluquinhas que adoram ser mães, 
que o querem ser 
ou que nem querem ser mas adoram ficar de fora a ver este mundo tão especial da maternidade. 

Um mundo nem sempre fácil, nem sempre cor-de-rosa, mas muito, muito compensador (óbvio que não estou a escrever isto às 04h da manhã, quando a minha filha acordou para a vida, senão estaria a escrever que isto tudo era horrível e desgastante).

Completamos hoje 5 meses de blogue e já somos 10 mil no Facebook (uma relação para a vida, até que a morte nos separe), fora os que nos visitam diariamente por espontânea vontade (com quem temos uma relação muito liberal).

Obrigada por nos seguirem através Facebook ou simplesmente por virem cá visitar a nossa casinha. Temos aberto as portas da nossa casa e somos aqui o que somos na vida (agora parecia uma concorrente da Casa dos Segredos). Uns dizem que somos uma lufada de ar fresco, mas pelo menos a Joana Gama é bem pesadinha. E eu também, quem é que eu quero enganar?

Obrigada pela paciência de lerem este post até ao fim (aposto que só aqui está a ler a minha mãe - Olá, mãe!) e todos os outros e por nos ajudarem tantas vezes, quando achamos que estamos sozinhas, por se identificarem e ficarmos a sentirmo-nos menos aliens. Por discutirem, por argumentarem, por se rirem connosco (mais com a Gama, vá - vou ali chorar um bocadinho).

Obrigada, obrigada, obrigada!

4.09.2015

Lembram-se quando fomos à praia?

Foi aqui que vos falei desta ida à praia. 

Lembram-se também que vos disse que tinha tirado umas fotos giras com as minhas máquinas analógicas (ambas LOMO uma Diana F+ e uma Fisheye), mas que a FNAC iria demorar imenso tempo? Pronto. Hoje, depois das vacinas (sim, vocês deram-me o puxão de orelhas que faltava) passámos por lá e lá fui. Confesso que acabei por me armar em Joana Paixão Brás e comprei daquelas fita-colas giras e também um álbum do Mr. Wonderful para os bebés com um ano.

Depois mostro-vos como ficou. Há que fazer render os posts, já que este blogue vai durar para sempre. 

Gostaram ou são mais adeptas do digital e acham isto uma parvoíce? :)
















Tão fofo!

Não há peça de roupa que eu goste mais que um fofo. Adoro pijamas polares macios, gosto de vestidos de princesa, mas um fofo, florido ou liso, com ou sem folhos, fica sempre bem. Até elas terem, vá, uns 3 anos. Mais do que isso parece-me estranho.

É confortável quando eles começam a gatinhar e até a dar os primeiros passos porque, ao contrário dos vestidos mais compridos, não se enrolam todos, não tropeçam (tanto) e dá-lhes agilidade. É uma roupa de beta? Pode ser, mas não necessariamente. Já vi a Irene (da outra Joana) de fofo e ficou tão fofa! (trocadilho tão bem esgalhado. Not)


Este então, gostei ainda mais porque foi à borliú! A INNY - Kids Wear, cujo tapa-fraldas eu já tinha mostrado aqui, resolveu fazer-me esta surpresa. Quando comprei o tapa-fraldas, fiquei apaixonada por este fofo e agora... está cá em casa! Babei, claro! Eu não digo que somos o novo Fernando Mendes? Obrigada pela gentileza e por me deixarem a filha ainda mais bonita.


Joana Gama, tens a certeza de que não gostas de fofos??? Tu é que ficas a perder! Hehe





Não devia estar a fazer isto.

Bem sei que é uma frase de filme rasca depois do primeiro beijo entre duas pessoas que estão a fazer sacanices, mas também se aplica neste caso.

Estou a fazer uma sacanice, mas não daquelas boas que nos fazem sentir marotas e que somos "who run the world". Não se trata de enfiar uma tablete de chocolate Milka pela goela abaixo numa noite em que, por acaso, até estava a ver a reportagem da SIC "Somos o que comemos". Segundo a lógica, sou uma tablete de chocolate Milka. Podia ser pior. 

Não devia estar a fazer isto, mas estou a protelar conscientemente a ida às vacinas. A Irene fez um ano dia 21 e eu devia ter estado lá 2 dias a seguir para vacinar a minha filha, mas não tenho conseguido. Devia ser mais fria, não é? É para vacinar, vamos embora. Tem de ser, tem de ser, mas custa. 



Talvez ajude compreender a minha questão, dando uma olhadela neste post. 

Já devia ter tomado as dos 12 meses. Já devia ter uma toma daquela vacina nova no bucho. Daqui a nada devia levar a Prevenar e estou a encavalitar tudo. Tudo por um trauma, tudo porque não me apetece ver a miúda a chorar desalmadamente. 

Que coisa tão pequenina, não é? Não querer ir às vacinas porque a miúda vai chorar. Eu tenho noção, mas é esta a mãe que sou. Sei que não devia estar a fazer isto, mas estou.

A ver se vou amanhã. 


4.08.2015

Dúvidas na Gravidez (#04) - Banho à séria ou à gato?

Não é preciso dar banho todos os dias ao bebé ou lavá-lo todos os dias, claro que não. Até pode ser contraproducente por causa da pele, da hidratação. 

Porém, eu dou banho à Irene todos os dias. Nem sempre precisa de ter gel de banho na água, pode ser só em água morna para tirar o suor ou, então para a relaxar. Agora faz parte da rotina do sono dela e nunca me deu (raramente, mesmo) problemas para adormecer à noite por causa disso. 



Banho à séria ou à gato?

Acho que tem tudo que ver com a confiança de quem manuseia o bebé e se têm hipótese de ter a casa (casa de banho e quarto) a uma temperatura adequada para o bebé (eu gosto quando está a 22, mas como o meu marido começa a ficar irritante com essa temperatura, os 20 parecem-me aceitáveis). 

Enquanto não ganhei coragem para a por na banheira, dei-lhe banho à gato (compressas embebidas em água morna com gel de banho), mas depois decidi tentar e lembrei-me que não preciso de encher a banheira até cima. Só um bocadinho de água serve (convém estar a 37º graus).

Não há problema de dar banho antes ou depois de mamar (ou comer) se a temperatura for 37º (os choques de temperatura é que podem parar a digestão).

Não convém que os banhos durem muito tempo para a água não arrefecer. Cinco minutos no máximo.

Não sejam estúpidas e não lavem primeiro o rabo e depois a cara. A Irene apanhou uma conjuntivite por ter uma mãe que deve pouco à inteligência. Lavem de cima para baixo. Odiei-me aí durante uns 10 dias por causa disto.

Eles preferem o banho à séria. Não falei com nenhum recém-nascido, mas se a ideia é reproduzir as condições do útero para se acalmarem (daí os truques do secador e do swaddling ou lá o que é), o que melhor que estarem dentro da banheira durante um bocadinho?

Os redutores de banheira para segurança do bebé, parecem-me ser mais para a cabeça das mães inseguras (como eu que comprei um), que têm medo de afogá-los. Assim que me deixei disso (ainda era ela muito pequenina e graças a um conselho da minha mãe, os banhos tornaram-se ainda melhores, visto que eu, mesmo com o reforço, continuava a segurar nela como se ele não existisse e usava só a mão direita na mesma. 

Resposta aqui da campeã: banho à gato até se sentirem à vontade para experimentar o banho à séria. Depois disso, não vão querer outra coisa.

Nota: Não tenham muito medo das diferenças de temperatura e afins (tenham só qb), visto que o bebé, ainda recém nascido, ainda está embuchado das defesas da mãe, além de estar protegido com as defesas extra do leite materno. 

*imagem do site We Heart It. 

"Filha minha não me há-de ver nua".

"Filho meu não há-de ver a mãe nua". "Eles têm de aprender desde o início o conceito de intimidade". "As crianças devem ser respeitadas e devem saber respeitar os pais". "Há que evitar a sexualidade precoce".

São estes alguns dos argumentos contra os banhos com os filhos. Ou contra os filhos verem os pais nus.

Quem sou eu para desrespeitá-los? Ninguém. Respeito as dinâmicas familiares e a educação que cada pai e mãe quer dar ao seu filho. Tenho a certeza de que é com a melhor das intenções e que não se deve contrariar, nestas situações, aquilo que é nos é confortável. 

Agora, deixem-me partilhar a minha opinião, que é para isso que me pagam (era bom, era... Eheh).

Acho que tomar banho com um filho, usando fato de banho, é no mínimo estranho (desculpem, não vos quero ofender, a sério!). Que mensagem lhes queremos passar? Que aquilo é interdito? Que temos vergonha? 

Eu não sou hippie. Não vivo numa comunidade que anda nua, nem me sento nua a almoçar. Mas não me imagino a negar à minha filha, seja em que idade for, que entre na casa de banho quando eu lá estou. 

Que bom que era poder "fazer sala" enquanto a minha mãe tomava banho e vice-versa. Adorava aquelas conversas femininas na casa de banho. Nunca me fez confusão que, enquanto eu tomava banho do outro lado da cortina, a minha mãe lá estivesse, ou o meu pai entrasse para ir buscar um corta-unhas (ou o que fosse) ou que o meu irmão fosse buscar papel higiénico para poder usar na outra casa de banho. Não havia esse pudor, não havia grandes tabus e, talvez por isso, também não havia curiosidade de mirone. Naturalmente, pedia-se permissão antes de entrar, mas nunca ninguém se sentiu constrangido, pelo menos que eu me lembre. Se se sentisse, tenho a certeza que o outro acataria, porque respeito foi coisa que nunca faltou ali. 

Por isso, o argumento do respeito para mim não cola. Não havia pessoas que se respeitassem mais, na sua individualidade, do que nós. Tínhamos (e temos) uma relação muito próxima, muito apegada, muito cúmplice, mas também despudorada q.b. Se isso significou "sexualidade precoce", confusão de papéis, traumas? Não, nenhuns.

É o tipo de relação que eu quero ter com a minha filha. Aberta, feita de conversas e explicações, sem bochechas a corar porque me viu nua e não me tapei a tempo, e respeitando, sempre que me peça, a privacidade e a intimidade dela. Sempre. 

Acho que a relação que tenho com o meu corpo, e com os corpos em geral, muito descomplexada, se deve a este à-vontade.

"À vontade não é à vontadinha", dirão alguma leitoras. Pode ser. Mas esta é a minha experiência. Válida como qualquer outra. 

4.07.2015

Há dois tipos de mães.

Há dois tipos de mães: 

As que acordam os bebés das sestas e as que não acordam.

As que chegam a horas a todo o lado e têm uma vida super preenchida porque acordam os bebés e as que não conseguem acordar os bebés e combinam tudo em função deles. 

As que são todas despachadas e não há nada que lhes faça frente e as que ficam à espera, no carro, que o bebé acorde.


Que tipo de mãe são? :)

Eu sou, claramente, a segunda.

Na saúde e na doença.

Ainda não nos tinha acontecido, mas chegou a vez de ficarmos os três doentes. Os três não, os quatro, que nem a minha mãe se livrou. E é do piorio! A sério, é tão difícil ser mãe, estando doente!

Primeiro foi a Isabel, perdeu o apetite, apesar de nós insistirmos e insistirmos e insistirmos para que comesse qualquer coisa. Começou com cocós moles (que pensei serem do dente canino a nascer), mas duas noites depois estava com vómitos, a vomitar água e pouco mais. Foram três dias sem comer grande coisa e a deixar-nos os nervos em franja.

Quando começou a melhorar, foi a vez da minha mãe. Depois, o David que, coitado, ainda por cima teve de ficar com a Isabel sozinho enquanto eu estava a trabalhar. E eu, mesmo tentando passar entre as gotas da chuva, também não me livrei. Estive a trabalhar muito mal-disposta e durante a noite foi o vê se te avias! Como é que nos levantamos para socorrer um filho a chorar, completamente azamboados, frágeis, com náuseas e vómitos?
Bem, três das baixas já estão operacionais. Só falto eu. Socorro!

Não sou mãe galinha, sou informada!

A verdade é essa. 

Não há coisa que me enerve mais do que "no meu tempo não fizeram assim e não morri". Tu não, mas que a taxa de mortalidade infantil era muito mais elevada, era. 

(passem para o fim se quiserem ler três coisas que me salvaram a vida, até lá é um desabafo)

Desde antes de me tornar Mãe que me tornei uma devoradora ávida não só de livros, mas de artigos da internet, de fóruns de mães, de grupos no Facebook. Tudo para que não me escapasse nada ou, melhor, para que sentisse que não me escapava tudo. 

Um ano de Mãe e sinto que não devia ter lido tanta coisa. Houve muita coisa desnecessária e que teve o efeito contrário ao suposto: em vez de ficar mais confiante, fiquei mais insegura. O efeito de estudar muito acaba sempre por ir dar à máxima de Sócrates (não à desse, à do outro): "Só sei que nada sei". 

E entramos assim, num ciclo. Acho que todas as mães assumem para si próprias a missão de serem as melhores mães do mundo. Não imagino ninguém que pense: "quero ser uma mãe mais ou menos que é para ver se não me canso muito".  Por acaso conheço quem o pense (e até fico mal disposta), mas gosto de acreditar que essa pessoa acha que, na mesma, está a fazer o que está certo.

A diferença está no que achamos ser "o melhor". Como sempre. Aliás, se todas considerássemos que o melhor é o mesmo, seria esquisito e andávamos todas a arrancar o cabelo umas às outras por causa do mesmo tipo.

Uma coisa não percebo. Por que é que me sinto altamente julgada e às vezes até gozada por ser uma mãe que estuda, que investiga? Sei que, quando sentimos estas coisas, o princípio está em nós. É como quando acreditamos que todos nos acham gordas. Quem acha isso antes de toda a gente somos nós. "Eles" podem nem ter pensado nisso.

Ok. Admito que possa estar em mim (não admito assim tanto). Não acredito no instinto maternal tanto assim. Acho que estamos constantemente preocupadas com tudo no que toque à saúde e bem-estar deles e, por isso, poucas coisas nos escapam. Estamos num constante estado de alerta. A maternidade há algum tempo que deixou de ser tão natural quanto deveria. Já não vemos as nossas mães a cuidarem dos nossos irmãos, já não as vemos a dar de mamar... E, pior! Agora por causa do conhecimento, muitas das coisas que supostamente estavam certas para as nossas avós e mães estão não só postas em causa como também são perigosas. 

Eu estudei tudo o que podia sobre como tratar um recém nascido, sobre amamentação, sobre alimentação, sobre os sonos, sobre doenças, .... 

Desvantagens: 

Um enorme sentimento de frustração quando as coisas não batem certo.

Não ter ninguém com paciência para nos ouvir quando queremos partilhar o que sabemos.

Passar por algumas fases de desespero por haver opiniões contraditórias, até sabermos o suficiente para conseguirmos distinguir o que é de confiança. 

Vantagens: 

Falharmos menos. 

O bebé comer melhor, dormir melhor, estar mais feliz, ter mais saúde do que, provavelmente, se não lesse. No meu caso, pelo menos, é mais do que verdade.


Tendo em conta esta lista na minha cabeça, como não optar por saber mais coisas sobre a minha filha? Fiquei chocadíssima também com a reportagem da alimentação na SIC. Os pais "que nunca pensaram nisso" e que foram indo. Não quero ser desses pais. Corrigir os erros "mais tarde" é "mais tarde" e não gosto disso. A minha filha não é um crash test dummie.


Coisas que me "salvaram a vida": 



- Este artigo. Finalmente percebi por que é que a minha filha, durante semanas, não queria outra coisa que não mamar. E entendi também por que é que às vezes ela parecia um monstro que não parava de rabujar e que me fazia questionar a minha vontade de ser mãe de mais um. Isto fez com que conseguisse manter a amamentação até agora e parte da minha sanidade mental. Tenho muitas mais lições e importantíssimas para partilhar sobre amamentação, mas sinto que já não podem comigo e, portanto, vou dar um intervalinho.

O escuro produz melatonina, a hormona do sono.

- Eles têm mesmo de parar e de ficar num ambiente mais escuro para se acalmarem. Podem não parecer ter sono na sala com a televisão aos berros, com os brinquedos irritantes, mas se formos adaptando o ambiente, eles quebram.  Fisicamente ficam mesmo com sono no escuro (tal como nós!). 

Terrores nocturnos

- Saber o que são terrores nocturnos fez com que eu não quisesse atirar-me de uma janela quando vi a Irene a ter um pela primeira vez. Apesar de não concordar (ou de não conseguir) com o que a literatura diz para fazer nessas circunstâncias, saber o que é, é importantíssimo. 

- Saber mais sobre alimentação

O BLW é uma óptima maneira de iniciar e manter o interesse da criança pelos alimentos. É a maneira mais natural. Optei por conciliar a maneira tradicional com essa. Por ler muito sobre o assunto e, neste caso, graças a uma conversa com a Joana (obrigada) fiquei a saber que é um grande erro dar cogumelos e carne na mesma refeição (demasiada proteína, sobrecarrega os rins). 

- Os recém nascidos devem dormir de barriga para cima

Para evitar a tal morte súbita. Na maternidade ainda os põem a dormir de lado, apesar das recomendações. São coisas que só sabemos se nos informarmos.

4.06.2015

Se não lhes damos sopas de cavalo cansado...

... por que razão lhes damos açúcar? Por que razão lhes damos prémios em gomas e doces, "caso comam a comida toda" ou "caso se portem bem"?


Lembro-me de pedir Capri-Sonne à minha mãe e dela não mo comprar. Que raiva que aquilo me dava. Lembro-me de lhe pedir Calippo e dela me dizer para comer antes um gelado de leite. Acabei por gostar - até hoje - de Mini Milk, do Epá e do Perna de Pau, mas o meu preferido de todos era o Pé, cor-de-rosa clarinho, de sabor suave a morango, em que eu comia dedinho a dedinho, saboreando tudo devagar.

Ainda hoje sou gulosa, apesar do bom trabalho de casa que os meus pais fizeram. Adoro comer e, azar dos azares, adoro doces. Mas a verdade é que enquanto fiz dieta, o açúcar não me fazia assim tanta falta. Foi como fazer um desmame e no, "dia do estrago", a sobremesa deixou de me saber tão bem e aquele prato mais calórico também. Fritos até me deixavam enjoada.

A minha dieta foi sol de pouca dura. Perdi o peso que queria, mas os maus hábitos mantêm-se. Não sou regrada, como muita porcaria e comida processada, como gomas, gelados e chocolates. Não tudo no mesmo dia, mas vou comendo várias vezes por semana.

Depois de ver a reportagem mais comentada e partilhada de sempre da SIC (aqui), "Somos o que comemos", fiquei mal-disposta. Já tinha lido algumas coisas sobre alimentação (para fazer tudo certinho com a Isabel), mas aqueles 42 minutos foram determinantes para definir aquilo que eu quero para a minha filha. E se quero para ela, também tenho de querer para mim, porque eles são esponjas e só lá vão com bons exemplos. Acredito no comedimento e não sou de medidas drásticas, mas acho que, devagarinho, tenho de fazer algo por mim e pelos meus.

Para quem não teve tempo de ver a reportagem, que aconselho vivamente, ficam alguns dados a reter: 

- O AÇÚCAR É O MAIOR VENENO QUE DAMOS ÀS CRIANÇAS. Pois se nos preocupamos tanto em pôr protecções nas portas para eles não se meterem a beber Skip líquido, por que não encaramos isto como um problema urgente e grave?

- O açúcar causa dependência, como o tabaco ou o álcool (o álcool vem precisamente do açúcar). Se não lhes damos sopas de cavalo cansado nem lhes pomos um cigarro na boca, por que lhes despejamos pacotes de açúcar goela abaixo?

- 8 em cada 10 mortes na Europa devem-se a uma má alimentação e à ausência da prática de exercício físico

- A pediatra aludiu a um caso de um bebé de 10 meses com 21 quilos. SIM, isto existe e em Portugal

- Há crianças e adolescentes com doenças que dantes atribuíamos aos mais velhos: diabetes, hipertensão, colesterol elevado

- Os alimentos que ingerimos (cereais, fruta, leite e derivados) já têm o açúcar necessário e importante para a nossa vida; tudo o resto é dispensável (até o fiambre tem açúcar!...)

- É urgente aprender a olhar para os rótulos e não basta encontrar a palavra "açúcar": glícidos, dextrose, maltose, frutose, xarope de milho - todas estas designações acabam por ser sinónimos, não havendo "açúcar", mas açúcares

- Vários tipos de CANCRO, uma das principais causas de morte no mundo, pode ser evitado com uma boa alimentação, assim como com a prática de exercício físico

- As crianças portuguesas consomem açúcar desde os 12 meses e aos 4 anos mais de metade bebe refrigerantes açucarados e 65% come doces todos os dias

- Os pais não devem ficar descansados só porque o filho, apesar de comer doces, é "magrinho", porque há doenças que não se vêem, mas estão lá


Entre muitas outras dicas, como reduzir o consumo de iogurtes açucarados, de pedaços líquidos, queijinhos e suissinhos (carregadinhos de açúcar), leites de "crescimento", nada de pão de forma embalado (antes pães escuros), água e mais água às refeições... e - muito importante - não ir na cantilena do "coitadinho do menino".

Eles só sentem falta daquilo que conhecem. É nisto que penso mil vezes antes de dar porcarias à Isabel, que tirando uma bolacha Maria por dia, não come mais nada processado com açúcar (e experimentou no outro dia uma bolacha da Irene do Celeiro, sem glúten e sem açúcar e gostou). 
Até o iogurte que come dia sim, dia não, é natural, sem açúcar. "E ela consegue?", "Não é azedo?" perguntam vocês. Consegue, não conhece outros. E eu já vou começando a conseguir também, porque é tudo uma questão de hábito.


Verão, és tu?

Este tempo ameno dos últimos dias despertou em mim coisas boas. Já não falta tudo para voltar a coleccionar momentos destes. Perder-me a olhar para os meus dois amores. Passear ao fim-de-semana. Ir à praia de manhã cedo e ao final do dia. O tempo a parar. Ter tempo para ela. Ter tempo para mim.










4.05.2015

Ser mãe devia enriquecer o nosso CV!

Por que é que as toalhitas acabam sempre quando a Irene faz os piores cocós? 


É desagradável estar a segurar-lhe as pernas enquanto tento abrir outro pacote e tento não sujar o resguardo

Pior ainda estar a distraí-la da birra que ela faz sempre que está no trocador, sendo que já tenho o polegar pintado daquela bela mistela e o body já tem uma pintura rupestre que parece ter feito uma tatuagem de henna nas costas da criatura

É missão quase impossível, no meio de tudo isto, tentar tirar o body de maneira a não lhe por aquele gel esquisito no cabelo e evitar que as mãos dela vão parar àquilo que sempre me pareceu que era uma Mousse de Oreo. 

Ah! E ainda ter tido a destreza mental de ir buscar roupa lavada antes de começar a operação. Senão ainda temos de fazer uma maratona de 2,5 segundos para ir ao armário ou enquanto o leitão se chafurda na laminha das refeições anteriores ou enquanto está de maminhas ao léu.

Ser mãe devia enriquecer o nosso cv!


Páscoa a três

A nossa Páscoa foi diferente, a três. Ontem trabalhei até às tantas e hoje de manhã não houve coragem para ir até Évora, já que daqui a uma hora vou estar a trabalhar. Com bebé já não há espaço para loucuras. Houve tempo para almoço ao pé do rio, para a mãe embuchar doce de leite e tiramisu, para as gracinhas da Isabel a dizer "olá" a quem passava, para ver os barcos e as gaivotas, para levar com vento da cara (e esperar que não se constipe), para a nossa brincadeira preferida em que ela fica de cabeça para baixo. Vai ser artista de circo a minha filha. 

Filha mais linda, mesmo quando parece um repolho














A nossa Páscoa foram apenas umas horas. Mas umas horas boas, em família.

Já somos famosas (#06)


Que até fomos convidadas para o lançamento de um livro de alguém que nunca conhecemos. Olé.

Se estiverem pela zona, podem sempre ver o meu ar de neurótica por estar na hora de jantar da Irene e eu não estar em casa.




Quanto ao livro, obviamente que o achei adorável. Ilustrações que são um mimo e um livro que é possível de ser preenchido até ao fim, que não apresenta metas fictícias como: o meu primeiro cabelo ou o meu segundo macaco do nariz. 


A minha filha foi-me às mamas!

Nunca me tinha acontecido!

Já tinha visto, no Jardim, uma mãe a ser completamente assediada pelo seu filhote de um ano e tal, a por-lhe as mãos no decote a tentar por as maminhas da mãe para fora.

Pensei: "era giro que a Irene um dia fizesse isto!". Não por ser super destemida e não me importar com o embaraço de uma possível situação dessas em público, mas porque a Irene nem sempre amou as maminhas da mãe. Teve um episódio de recusa aos 3 meses que foi muito difícil de ultrapassar mas que, em família, conseguimos.

Agora de certeza que as "mamis" são uma das coisas preferidas dela. Pede "mami" para ir dormir e foi-me às mamas quando lhe estava a vestir o pijama.

Não estava nada à espera.

Adorei. Adorei. Adorei.