3.29.2015

A festa da Isabel (continua... e continua...)

A festa da Isabel (socorro, que trabalheira!) foi o post mais lido desta semana.

Mérito da Joana do Love Lab que tirou fotografias lindíssimas. A festa também estava bonita, vá, vou deixar-me de falsas modéstias.

Hoje publico fotos das pessoas pequeninas queridas que foram à festa da Alice e da Isabel, incluindo, surpreendentemente, a própria da Alice e da Isabel.




















Do cuspo.

Mete-me algum nojo. Há pessoas que quando nos beijam na cara, deixam bocadinhos de cuspo, que reservam nos cantinhos da boca, nas nossas bochechas. Tenho de, discretamente, limpar a cara com a manga da minha camisola.
Há pessoas que quando falam connosco fazem cair uma chuva de perdigotos e não há muito que possamos fazer a não ser, discretamente, distanciarmo-nos.
Há pessoas (homens) que cospem para o chão e por sorte não nos acertam nos sapatos. Já tive de dizer alto e bom som "que nojo!" e "que porcaria!" e até já fiquei tão mal disposta que me ia vomitando.
Há homens brejeiros que gritam do alto dos seus andaimes: "fazia-te um pijaminha de cuspo" e naquela hora desejo que se engasguem com saliva.

Nunca tive uma relação muito boa com o cuspo dos outros. Até ser mãe. Acho que quando somos mães a nossa relação com os corpos, com os excrementos, com os cheiros e com o cuspo se altera. Até me imagino a fazer aquela coisa nada higiénica de molhar a ponta de um dedo com cuspo dela para limpar qualquer coisa na cara dela. Estão a imaginar?


Esta converseta toda é no fundo para justificar esta fotografia, que queria muito mostrar-vos. Nesta imagem a Isabel está a fazer a bolinha de cuspo mais fofa da história e a meter-se comigo, vê-se bem pelo sorriso no olhar. Que coisa mais linda esta minha filha e que pequenina aqui (tinha 4 meses e ainda sabíamos o paradeiro da Camila - a boneca ao lado).

3.28.2015

Peixinho (fora de água)


Quando somos mães damos muita importância às primeiras vezes. Lembro-me bem da primeira vez que ela dormiu sete horas seguidas (tive de ir ver se ela tinha ido desta para melhor), da primeira vez que deu uma gargalhada (mesmo tendo sido a dormir), do primeiro dia de creche, do primeiro dentinho e tenho medo de me esquecer. Isto é parvo, eu sei. É só um símbolo, um marco, tem pouca importância. A soma dos dias, das conquistas, o todo, é muito mais importante. Uma e qualquer gargalhada. Todas elas. Mas a primeira... a primeira fez-me chorar.

Hoje a primeira aula de natação e quem chorou foi ela. Chorou não, choramingou, resmugou. Lágrimas, nem vê-las. Foi-lhe desconfortável tanta água ou então o simples facto de estar mais fresca que o habitual, no banho. Mas gostei, gostei de partilhar com ela a descoberta. Gostei de ver que acalmava com o som da minha voz e com o corpo coladinho ao meu. Depois foi ganhando cada vez mais coragem e até saltou para o meu colo, sentada na borda da piscina, ao som do 1,2,3. Lá pelo meio pensei em desistir, mas ainda bem que não o fiz. Quero que ela vença os medos, comigo por perto.

Era uma aula experimental e decidi: vamos para a natação. Pelo menos até à primeira otite... confesso que é o meu maior medo nesta história toda.








 Poupei-vos a fotos com a minha presença. Ainda por cima de touca. Não têm que agradecer.




Adoro as expressões, mega concentrada e com cara de poucos amigos. Mas não tarda muito está a rir-se e a dar à perninha. Ou não, ou não.

Afinal Havia Outra (#17) - Não queria ser mãe.

Esta foi uma questão que me assombrou durante muitos anos. Foram uns tempos valentes em que tive completamente convencida que nunca viria a ser mãe. E verdade seja dita, estava feliz com a minha decisão.

O único incómodo eram todas as mães que me rodeavam e que não conseguiam compreender a minha escolha. Como se fossem elas que nas suas conversas iguais me conseguissem de alguma forma convencer. Sim, porque tendo filhos eles até seriam criados por elas, não é?!

Olhava para aquelas mães conformadas em que a felicidade estava toda em ser mãe e deixar de ser mulher e sentia-me cada vez menos convencida.

Quando muito, mas mesmo muito, esporadicamente pensava sobre ser mãe, era sempre pelos motivos que considero errados. Sim, gostava de experimentar estar grávida e ter "aquela" barriga para exibir; sim queria receber mimos e presentes; sim, queria ser o centro das atenções enquanto grávida. Mas queria um bebé, dependente de mim, que precisa de comer, tomar banho, dormir, chupetas e birras, vómitos e cocós, ou até mesmo brincadeiras intermináveis e gritos e gritinhos? Não, não queria nada disso.

Gostava da minha vida tal como ela era. Dormir até tarde ao fim de semana... Decidir às nove da noite que não me apetece fazer jantar e ir a qualquer lado... Fugir das compras e do supermercado até restar apenas um enorme vazio no frigorífico... Sair à noite com os amigos... Apanhar umas bebedeiras... Prolongar os meus dias até tarde, porque não há horas para ir para a cama... Pegar nas poupanças e estourá-las em sapatos... Eu era MUITO, MUITO feliz assim.

Chegou-me durante felizes 9 anos de casada, e acreditem, continuava a chegar, e continuaria. 
Um dia, tudo mudou, afinal tudo muda! Não sei como nem porquê, e nem sei se os meus motivos estão certos ou errados, porque nem motivos tenho afinal. Mas tudo mudou.

Dia 5 de Novembro de 2014, apareceram 2 riscas naquele pedacinho de plástico, que mudaram tudo.

Não foi acidente, pelo contrário, eu queria aquelas riscas... Porquê? Não sei... Não sei mesmo. Sei que era feliz, com a minha vida irresponsável, e sou igualmente feliz agora enquanto me adapto à nova realidade.

Dúvidas? Tenho muitas... Afinal de contas, sei lá eu ser mãe.



Ana Filipa Guerreiro

A mãe dá (#15) - Spa em casa

Temos as melhores leitoras do mundo! O Fernando Mendes que se cuide, que as belas das alheiras de Mirandela e os ovos moles de Aveiro qualquer dia vêm todos parar é cá a casa!

A Estefania, que nos segue de terras de sua Majestade, enviou-nos uns produtos maravilhosos da Sweet Blossom Natura e só por isso a minha casa, com fraldas de dois dias e tangerinas podres no saco do lixo por despejar, cheira maravilhosamente bem. Romântica como sou, fiquei encantada com este ar homemade dos produtos que ela própria faz.

Mal posso esperar por ter um banho silencioso de banheira cheia e ir ao Spa sem ter de sair de casa.






O que chegou a minha casa: leite de banho vegan, de camomila, alfazema e aveia, sabão de rosa de inverno, sabão de azeite e uma caixinha com salva de rosas e lip balm de rosa e menta. E tudo "feito em casa com amor". Já me besuntei com o lip balm e o meu homem não me larga! Eheh

A parte mais espetacular de tudo isto é que assegurei que os produtos para a outra Joana podiam vir para a minha morada porque eu era uma pessoa de confiança e que depois lhe entregava, mas pensei melhor e ela agora que se amanhe... HAHAHA (riso de víbora)

Prometo que não vou açambarcar o vosso kit. Quero que andem cheirosinhas e que finjam por uns minutos que isto da maternidade é uma calmaria. Quanto não faz um bom banho por nós, não é mães?

Para concorrerem, só têm de:

a) fazer like na página d'A mãe é que sabe
b) fazer like na página da Sweet Blossom Natura
c) preencher o formulário em baixo

Condições:
O vencedor será anunciado no dia 1 de abril de 2015, sendo aceites inscrições até às 23h59 do dia anterior.
O vencedor será escolhido aleatoriamente através de random.org.
Só é válida uma participação por endereço de e-mail.





Desiludi a Joana.

É assim que se desilude uma beta em condições.

Ela diria: "ou só uma pessoa com bom gosto!"

Fui com a Irene assim aos baloiços. CRIME.

Estaremos a ver fato-de-treino, ténis e boné à trinca-espinhas do Anjo Selvagem?















3.27.2015

Querido, mudei a parede

Houve quem perguntasse "então e como é que fizeste aquele lindíssimo painel que estava atrás daquela fantástica mesa da festa de anos?"

Ninguém perguntou? Ah, então foi só o meu alter ego. Mas cá vai, caso interesse a alguém como é que aquela "cabeceira de mesa", como eu lhe chamo, foi feita.

Em primeiro lugar: utilidade do bicho. Não está à vista? Impedir que um bolo mais nervoso, um cake pop com mau dormir ou uns brigadeiros a fazer moche, batessem com a fronha na parede.

Pensei em fazer um estendal de fotografias das aniversariantes e a Marta - que já escreveu connosco aqui no blogue -, disse: então, vais ao Leroy Merlin (juro que ninguém me pagou nada, mas se se quiserem chegar à frente...) e compras placas mdf e não sei o quê e não sei que mais. Sim, a minha memória para a bricolage ficou-se pelo mdf e mesmo para decorar a expressão tive de a associar a Mo(D)ther Fucker. Não se riam, cada uma encontra as estratégias que pode para sobreviver após 5 míseras horas de sono.

Cá está o vídeo da aventura que foi uma mãe a meter-se em terreno movediço:




Coisa mai linda, aquela cara de quem dormiu mal e porcamente e nem teve vontade de pôr um bocado de base. Tomei banho e já não foi nada mau!

O painel ficou bem artesanal, para não dizer amador (e para não dizer uma cagada), mas gosto de coisas imperfeitas e a intenção é que conta. Certo? Certo.

Problemas técnicos

Infelizmente estamos com alguns problemas de comunicação com o Facebook. Não nos está a deixar publicar por lá o que fazemos por aqui. Não vai ser por isso que vamos deixar de actualizar o blog, por isso venham cá sempre que forem fumar um cigarrito, ou à casa de banho, ou comer um palmier ao bar da empresa que cá estaremos.

Estamos só a pedir aos capangas da Ana Malhoa para dar na boca do sacana para ver se para de nos censurar.

#somostodosamaeequesabe

Muitas mulheres andam só à procura de uma desculpa para gastar dinheiro.

Mudei de ideias e não tenho vergonha nenhuma de admitir. Quando era mais nova, sim. Quando me enganava, mesmo sabendo que estava enganada, continuava a afuçangar até ao fim. Mesmo que estivesse a dizer que é igualmente correcto dizer "árbito" e "árbitro", só por não conseguir dizer de outra forma. 





Agora quando erro mas, acima de tudo, quando me dá jeito, admito tranquilamente.

No início, quando contei que queria engravidar/estava grávida (tive de contar cedo porque escrevia umas crónicas que iam sendo publicadas semana a semana e seria desagradável se a família fosse a última a saber) as avós entraram em modo de maternidade e encheram-me de roupas de cima a baixo. Tudo: bodies, babygrows, meias, mantas, gorros, macacões, tudo. 

Acho que todas as mulheres só andam à procura de uma desculpa para gastar dinheiro. E comprar roupa para os netos, pelos vistos, é uma necessidade. 

Na altura, por causa das hormonas mas, acima de tudo porque queria brincar às bonecas, tive de pedir às avós para abrandarem um bocadinho senão eu não conseguia escolher nada para a Irene. Se ela já tinha 432 pijamas, eu não conseguia ter a desculpa para comprar mais uns quantos e queria ser eu. Mesmo que fossem os mesmos, não consigo explicar, mas queria ser eu a pagar - ainda recebia na altura, claro.



Agora? Agora apercebi-me da sorte que tenho da Irene ter duas avós que gostam de fazer compras para ela e assim posso ter as colecções inteiras da Zara. 

Ambas já se descontrolaram e estou a adorar. A Irene vai conseguir só estrear roupa nova durante uns dias.



Obrigada, avós! 

3.26.2015

A festa da Isabel (socorro, que trabalheira!)

A festa de anos da Isabel e da prima Alice foi inesquecível! Não para elas, claro, que terem estado ali ou na lota de Setúbal era igual. Talvez até gostassem mais da lota.




A sensação que eu tenho é a de que passou a correr. Os primeiros convidados chegaram quando eu estava a encher balões e a pôr a mesa, mas juro que não stressei. Em vez disso, pedi-lhes ajuda. Comigo é assim, não há cá vergonhas. Menos numa coisa, mas já lá vamos, se conseguirem chegar ao fim desta lista de supermercado.

Acho que o resultado final ficou lindo e - mais importante ainda - bom. Vi pessoas satisfeitas com os "comes e bebes" (sempre quis usar esta expressão) e a criançada divertida e isso valeu por tudo.
Cheguei a casa esgotada e a prometer ao pai da aniversariante não me meter noutra tão cedo, mas daqui a um ano não escapa. Psiuuuu! Não lhe digam nada. A ele. A ela podem dizer porque consegue guardar segredo.


Comecemos pelas flores.
A festa foi no dia 21 de março, o dia que dá as boas-vindas à primavera. O tema era esse mesmo: flores e passarinhos, por isso, comprei logo umas garrafinhas baratas no IKEA e uma gaiola numa loja de antiguidades e decoração em Sintra. Naperons de papel e passarinhos comprados na Docinho de Açúcar e as mãos e o gosto especial da Happy Days para os arranjos. Ficou lindo!





Os doces.
A minha parte preferida de uma festa, não fosse eu uma gorducha gulosa. Comigo aquela história de "comer com os olhos" resulta mesmo, mas não descanso enquanto não espeto uma trinca em tudo. Nunca é só uma trinca, mas adiante.

Para a festinha das miúdas, escolhi brigadeiros (morango, côco e clássicos, mas em verde água), que são a delícia das delícias da Ponto Condensado; os cake pops (com flores e passarinhos) da Cake Pops Portugal - Os Bolinhos da Milene e as bolachinhas de baunilha em forma de pássaro da Que seja Doce. Pormenores que, para mim, a mãe pirosa e romântica do pedaço, fazem toda a diferença.





O bolo. 
Foi paixão à primeira vista. Querido, romântico, de cores pastel e tão, mas tão bom. Além de bonito, era de chocolate, bem húmido, com cream cheese... a sério, devia ser proibido! Apaixonei-me por um que vi na internet e pedi à Vintage Cake Company que me fizesse esta obra-prima.




A miúda mais linda do mundo.
Se não têm uma, aluguem para a festa porque é essencial. Sem ela, não haveria balões, nem cake pops, nem bolos, nem sorrisos, nem um coração a transbordar de amor. Apesar de ter feito uma sesta mínima, portou-se bem e lá a fomos distraindo do sono.







O cantinho dos brinquedos.

Tendo uma bebé que ainda não anda, achei que seria engraçado ter um espaço confortável com tapetes e brinquedos para os mais pequeninos. A Bica Kids tem os brinquedos mais giros do mundo e arredores e decorou este espaço mesmo à maneira.






As fotografias. 
Sou louca por fotografias, revejo-as vezes sem conta e nem sei o que faria sem elas, que a minha memória não dá para tudo.
A querida Joana, do blogue Love Lab, registou este dia tão importante para nós da forma mais subtil possível, tanto que eu até me esqueci dela e nem lhe ofereci lanche! Tive de esperar que ela desmaiasse para dar por ela. Não foi preciso tanto, mas a sério... imperdoável. Já tenho ali a chibata.







Daqui a uns anos, quando a Isabel estiver a folhear os álbuns, vai ver que a mamã lhe dedicou uma tarde muito especial, rodeada de amigos e da família e das duas uma: ou vai gostar ou não vai ligar patavina. Se for a segunda, faço-a engolir as fotografias, uma a uma. Pronto, tinha de dar aqui um abanão a tanta lamechice.  

Um dia destes publico fotos da festa propriamente dita. Sim, porque, por incrível que pareça, foram pessoas à festa. E crianças. E havia no café Petit Cabanon uma salinha com escorregas e bolas para os miúdos mais velhos (nem lhes vi bem a cara, estiveram lá sempre enfiados a divertirem-se). E cantou-se os parabéns. Por isso, vão ter de levar comigo mais umas quantas vezes, que tenho fotos lindas para vos mostrar até 2016.

Gostaram?

a prima Sílvia

Uma das milhares de supressas deste primeiro ano de maternidade foi a minha prima Sílvia. Ela chama-se Sílvia Patrícia e eu nunca decidi como lhe hei de chamar, por isso vou alternando, mas é sempre a mesma pessoa, ok?

Crescemos juntas. Apesar de eu ter andado pelo "país inteiro" atrás da minha mãe, consoante a terra para onde ela fosse estagiar, sinto que estive sempre com ela durante a minha infância e parte da adolescência. Passávamos férias juntas na Figueira da Foz e era ela quem me influenciava musicalmente e quem me fez gostar mais da pequena Sereia do que qualquer outra. Foi também quem se chibou que o Pai Natal não existia e quem me fez sempre almejar ter umas calças Levi's que me fizessem um rabo daqueles (ela dantes era gordinha).  



Contou-me ela na sexta-feira passada que houve uma vez que eu me ia afogando na banheira por causa de uma convulsão e que ela, parvalhona, foi dizer à minha mãe e à nossa Avó que "a Joana está a fazer uma brincadeira estúpida". Ainda bem que foi, senão não havia Irene para ninguém. 

Afastamo-nos graças a vicissitudes da vida e, com a Irene, voltamos a estar juntas. Gosto muito quando ela vem cá a casa. A Irene, mesmo que a Patrícia (eu avisei) não venha cá durante 15 dias nunca se esquece dela e nunca reage com estranheza. 

É visitada pela prima desde que nasceu. Uma visita com vontade de vê-la. De vê-la crescer, mesmo que ela depois não se lembre de nada. É genuíno. Gosto de, agora que sou adulta e que posso escolher, estar rodeada de pessoas genuínas. 




Gostam uma da outra e eu gosto muito das duas. Ser mãe pode levar-nos "alguns amigos", mas traz outros!