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4.06.2018

Já sei por que é que ela dormiu a noite toda!

Quero partilhar convosco esta conclusão parva. Ela dormiu a noite toda para descansarmos e nos prepararmos para o PIOR!!! A Luísa tem terrores nocturnos, achamos nós. A bebé passa-se! Esperneia, irritada, não quer mãe, nem pai, nem cama, nem colo, nem mimos, nem abanos, nem nada! É desesperante, parece que tem o diabo no corpo. Achamos que a Isabel também teve e talvez a memória tenda a desvalorizar e a parecer menos perturbadores, talvez agora tenhamos o receio extra de que acorde a irmã, talvez agora andemos ainda mais cansados e nos custe ainda mais, não sei, mas os gritos são tão fortes que às vezes até me apetece chorar com ela. Estivemos a tentar perceber o que pode estar a causar estes momentos angustiantes e não houve assim nenhuma mudança significativa na vida que consigamos detectar nos últimos tempos. Não é caso de médico por enquanto, estamos cheios de esperança que seja uma fase passageira. Mas o que é certo é que tem acontecido TODOS-OS-DIAS e é muito mesmo muito cansativo.

Vamos lá ver como corre neste fim-de-semana, que vamos passear até Grândola (vamos finalmente conhecer a Terra do Sempre, que já está na minha lista há que tempos). A rezar para que não tenha mais episódios destes. Os vossos têm / tiveram? Não há muito a fazer, certo? Estar ao lado, sem acordar e pronto... (claro rever as rotinas, ver se há algo que a ande a apoquentar...). Boa sorte se também sofrem com isto e se também devem muitas horas à caminha. <3



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3.25.2018

DORMIU A NOITE TODA!!!

Sim, em CAPS, tal foi a alegria! Estou a escrever este texto no dia em que, mais de um ano depois - já lhe perdi a conta, mas acho que já não acontecia desde o dia em que ela tinha 6 meses e 4 dias e já tem 22 meses (quase dois anos, meu Deus...) - ela dormiu uma noite seguida. Só quem passa pela privação de sono meses e meses, anos e anos, sabe a sensação de alívio e a sorte que se sente quando isto acontece. Foi bom, mas bom. Acordei com vontade de dançar, de cantar, de me maquilhar e de me arranjar. Eu já dizia que estava habituada, mas a isto é que eu me habituava bem! 
Disse logo à Joana que tínhamos de combinar mais festas de anos da Irene ou que milagre lhe aconteceu. 

Pronto, agora lá vou eu voltar a adormecê-la que hoje já está com tosse e a dose já não se vai repetir. C'est la vie! Estamos juntas na luta! Força!

Menina do papá. E da mamã. E da família toda.



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12.19.2017

Dormir de olhos abertos?

Isto aconteceu hoje de manhã,


A Irene, como sempre, acordou e pediu para ir para a minha cama e, quando adormeceu, ficou com um olho praticamente aberto! Estive quase para correr a casa toda à procura de um terço. Credo!

No outro dia, sentava-se na cama a falar. E acho que também foi hoje que gritou "JOGO!!!!" a dormir. 

Não ganho para os sustos! Os vossos também ficam possuídos? 


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12.05.2017

A minha filha não dormiu a noite inteira durante 3 anos.

Não há um único dia em que não me lembre. Um único dia em que não acorde com a Irene a chamar por mim, olhe para as horas, veja que são 7h - e não 1h e depois 2h e depois 2h30 e depois 5h - e não pense em todos os pais que ainda não dormem a noite toda. 

Sofre-se muito, caramba. Sofre-se muito fisicamente por privação de sono (não temos os ciclos de sono deles e acordamos a meio do nosso sono), psicologicamente porque deixamos de funcionar e tudo o resto agudiza: "o que estou a fazer de mal para ele não dormir?", "eu mereço isto porque houve uma vez que...", "terá frio?", "ele não gosta de mim", "não faço nada bem"... 

Nem toda a gente terá este diálogo interno tão negativo como o meu mas há, de certeza, quem tenha. 

Falo para vocês. Vocês para quem o choro do bebé representa muito mais do que um bebé a chorar, representa todas as inseguranças e medos e com dias, meses e anos de sono em cima... tudo fica pior.

 


Há imensos motivos para um bebé não dormir e nem sempre se poderá não dar atenção a alguns factores. Pode realmente ter dores, fome, frio, ter os horários desregulados/ausência de rotina, estar hiperestimulado, tudo... 

Porém, é normal. É normal que haja bebés que não durmam a noite seguida durante muito tempo. Nós, adultos, não dormimos a noite toda também, mas já lidamos com os pequenos despertares nocturnos com outra segurança e não chamamos por quem nos faz sentir protegidos. 

Depois de muitas noites a culpar-me, à mama, a mudar a temperatura em décimas, a ponderar mudar a cama de sítio, o tipo de pijama, a ingestão de líquidos, o tipo de fraldas, o material do pijama, as horas da dormida, a ordem do banho e do jantar... a Irene passou a dormir a noite inteira. 

Aconteceu passados 3 anos, sem ter conhecimento de ter mudado alguma coisa para isso. Além de nós, o cérebro deles e o corpo deles tem o seu ritmo e aprendizagem. Foi quando se fez o click para ela. A minha responsabilidade é fazê-la sentir-se segura o máximo possível e assegurar-me que estou atenta aos sinais dela de autonomia.

Respira bem? Não sua? Está quente? Terá fome? Frio? Precisa de mim?

Três anos depois passei a dormir, mas sentindo a sorte que isso é, de tudo já ter passado.

Quero, com este post, dizer-vos que um dia irá acontecer.

Recomendo o Centro do Bebé para quem precise de sentir que "está tudo certo".

Apesar do desespero nos levar a fazer o impensável, passem sempre as vossas decisões e estratégias pelo coração. Usem as vossas últimas forças para pensar que, se o bebé estivesse a falar, o que diria quando acorda duarnte a noite e o que estarão a dizer com a estratégia que adoptarem. O que vos parece ter mais amor?

Não fiz co-sleeping (num segundo nem vejo como não fazer, sinceramente), mas parece-me ser a maneira mais simples de não abdicar do nosso máximo descanso e também de não oferecer ao bebé a quantidade de mãe e de pai que ele precise.

É o que for preciso.

Agora que a Irene fala e que, às vezes, acorda durante a noite, sabem o que diz?

"Mãe, anda para aqui que tenho saudades tuas, gosto tanto de ti... anda, por favor".

Eles chegam lá no ritmo deles. 

Que fique claro que não sou entendida na matéria. Tenho só a minha experiência e desespero em cima. E desespero à séria.

Força.


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11.09.2017

Quando temos de adormecer sozinhas



Tem sido uma fase particularmente difícil. No meu caso os meses mais difíceis com o Sebastião não foram os primeiros três, como para a maioria das mães. Tive um bebé tranquilo, que dormia imenso, que acordava para mamar, dava um ar de sua graça e voltava a adormecer. Para mim o difícil é agora. Um bebé de cinco meses que desde há um mês quase não dorme nada. Birras monumentais para adormecer, no início ao fim do dia, agora ao longo do dia inteiro, muitos despertares nocturnos, muitos pedidos de atenção durante o dia, muito colo, muita agitação e muita resmunguice. Se antes podia sentar-me a jantar descontraída com o meu marido, talvez ver uma série, irmos até casa de amigos, agora tudo isso está fora de questão. Já li três livros diferentes sobre o sono, tenho pesquisado imenso, tentei uma rotina, não funcionou, tentei outra, voltou a não funcionar. Há dias em que não sei bem para onde me virar. O que fazer a seguir. Se aquela é a hora em que lhe devo dar banho, se lhe dou mama antes ou depois, se o mantenho connosco ou se o levo para a cama. Há dias em que estou perdida com tanta informação. Em que falo ao telefone com amigas de amigas que são mães na réstia de esperança que me digam alguma coisa que não saiba já. Há dias em que me sento a olhar para ele enquanto chora descontroladamente, depois de eu já ter tentado tudo, colo, mama, banho, música, white noise, e choro também. Ou rezo baixinho. Há dias em que estou quase quase a descontrolar-me e pego no telefone só para ouvir outra voz, apenas alguém que me diga que vai correr tudo bem. Para respirar fundo. Mas depois percebo que, na verdade, não está lá ninguém. E que toda a gente se pode ir embora, excepto eu. Que o pai está em viagens de trabalho, que a avó está a trabalhar e longe de nós, que as amigas têm pouca experiência. E toda a gente faz aquele sorriso condescendente quando digo que tenho sono, muito sono. E até acham estranho porque ele tem um ar tão bem disposto e dizem que vai passar. Mas não passa. Não passa e nós, mães, não nos podemos ir embora. Não podemos bater com a porta e voltar quando nos apetecer. Porque tudo o que queremos naquela altura, não é de alguém que venha com mais uma teoria de como fazer o seu bebé dormir em três dias, nem de histórias da carochinha de alguém que tentou qualquer coisa e resultou, nem de novos conselhos para nos baralhar mais os dias. O que nós queremos, verdadeiramente, e não temos coragem de pedir, é de alguém que nos bata à porta, passe uma mala com um pijama e uma escova de dentes para a mão e diga “Esta noite trocamos, vais para minha casa e eu fico aqui.” Porque todos os bebés são diferentes e o que resulta com os outros pode não resultar com o nosso. A única coisa que permanece é o que sentimos. E toda a solidão, frustração e cansaço que está cá dentro, passa para dentro deles. Como se fossem esponjas. Agora digam-me, qual é a sensação de tentar adormecer quando se sentem desamparadas?




Joana Diogo
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10.23.2017

Quando mudá-los da cama de grades para uma cama "de crescido"?

É uma daquelas dúvidas que se instala a determinada altura. Tenho uma amiga que arriscou para logo voltar a colocar a filha numa cama de grades - correu muito mal, era ali que a miúda se sentia protegida, não estava preparada e tornou-se um tormento para a adormecer e durante a noite acordava desorientada.

Eu decidi arriscar quando a Isabel tinha ano e meio (o sono da Isabel: já não aguentava mais), influenciada - e ainda bem - pela Joana Gama (ela estava cheia de nódoas negras), que uns 15 dias antes tinha experimentado com a Irene e que explica neste post -  Ela dorme no chão - as vantagens da cama montessoriana.

Correu muitíssimo bem. Na altura pusemos o colchão directamente sobre o chão, de forma provisória. Quando mudámos de casa, acabámos por meter um estrado no chão e o colchão, já de corpo e meio, por cima. Para que ambos respirassem melhor - agora o estrado fica a uns cms do chão - e para que o quarto ficasse mais acolhedor, encomendámos esta caminha linda em forma de casa(aqui). 



Para mim, faz sentido esta abordagem (com ou sem cama de casinha), sinto que nos ajudou imenso na hora de a adormecer, tornando-a mais prazenteira, ela passou a dormir melhor, com mais espaço, e também segura - se cair, a mazela não será grande (só aconteceu uma vez e tinha almofada no chão). Deu-lhe ali um clique qualquer de "menina crescida" e raramente nos fez visitas ao quarto, como costumam perguntar [quando faz são bem-vindas, desde que não acorde a irmã rrrrrrr]. 

Por isso, nada como experimentarem. Há quem aconselhe a ter as duas camas em simultâneo no quarto e esperar que a criança se acostume à ideia e queira ser ela a mudar, depois de lhe irmos mostrando as vantagens e incentivando. Se tiverem espaço no quarto, por que não? 

Há pediatras que dizem não haver calendário, mas sim olhar para a maturidade física e psíquica da criança e consideram também estes factores: saber andar; conseguir subir e descer da cama sem dificuldades ou então caso saltassem, dançassem, segurando-se nas grades da cama ou já medissem mais de 80 cms. [sinceramente não sei se tem de haver estas condições reunidas necessariamente - há pessoas que optam mesmo por uma cama no chão em vez de cama de grades, ainda o bebé não tem um ano...]. 

Connosco foi assim.







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10.19.2017

O meu son(h)o tornou-se realidade.

Nem imaginam o quanto sofri com o sono da Irene. Foram 3 anos terríveis em que o pouco que resta da minha sanidade mental foi pelo cano abaixo. 

De repente - é verdade que tem estado doente, mas já aconteceu noutras vezes - a Irene pede-me para ficar a dormir mais um bocadinho. Pede para ir para a cama da mãe às 6h da manhã e depois continua a dormir até às 9h. 

Durante todas aquelas noites que eram um terrror em que os meus piores medos desciam sobre mim e a minha pior versão de mim mesma "acordava" de manhã a sentir-se culpada por não estar em condições para ser mãe, nunca pensei que isto fosse possível. 

Foram 3 anos morta. Sem condições. A aguentar-me mesmo praticamente a soro e em que tudo descambou à minha volta. Menos o sorriso, mas muito tive que lutar para o manter. 

Escrevo para vos dar esperança de que um dia tudo será melhor. Foram 3 anos, custaram muita coisa, mas agora valorizo estas manhãs mais do que tudo e todas as horas em que ela não acorda e chama por mim. 




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10.14.2017

As Mães também podem amuar? Hoje amuei.

As mães também podem amuar. Também podem chorar baixinho. E alto. E ficarem zangadas. E ralharem. E desejarem que algumas coisas fossem diferentes. E queixarem-se. 

As mães podem tudo isso. Não têm de ser sempre adultas, sempre ponderadas, sempre equilibradas, sempre fortes. 

Hoje estou zangada, amuada, frustrada. Uma coisa pequenina, talvez sem importância, de que amanhã provavelmente me irei rir. Talvez. Mas hoje teve e deixou-me com um nó na garganta. Desejei que fosse mais fácil, que fosse diferente.

Hoje ia ao cinema com o David. A condição era deixar a Luísa já a dormir. Não consegui, não a consegui adormecer a tempo de ir ao cinema. E eu queria tanto ir ao cinema com o David. Chamem-me infantil, chamem-me fútil. Venham dizer-me que se tivesse problemas a sério é que queriam ver. Estejam à vontade para não sentir empatia. Hoje não aceito sentir culpa.

Hoje amuei. Desejei ter uma filha diferente, que me desse uma folga, que não fosse tão exigente para dormir. Que não dependesse tanto de mim [como se isso não fosse o esperado de uma bebé, eu sei, eu sei tudo isso, conheço a teoria toda.] Na prática, gostava que, de vez em quando, fosse diferente. Que hoje tivesse sido diferente. Que me surpreendesse. 

É pedir muito? Pedir que não demore uma eternidade a adormecer, que não acorde de novo passada uma hora, que não acorde de hora a hora durante a noite? É ser muito exigente? É queixar-me de barriga cheia porque há quem esteja pior? Não quero saber. Hoje não aceito a culpa de me estar a queixar. Hoje quero desabafar, quero amuar, quero sofrer acompanhada. 

[Já tenho consulta marcada para tentarmos melhorar a nossa vida. Recuso-me a aceitar isto como algo "natural" porque já não me está a fazer bem].

Amuem, amuem à vontade. Desabafem. É libertador.

[Obrigada por me ouvirem].





 Fotografia - The Love Project
Cabelo e maquilhagem - Cut by Kate

 
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10.12.2017

Como dizer que não a isto?

Como dizer que não à miúda que acorda às 6h da manhã (e, portanto, agradeço continuar a dormir) e que diz: "mãe, quero ir para a tua cama?". 

Por muitos livros que leia, muitas coisas que os psicólogos, pediatras, blá blá blá digam... Não consigo.

Sim, filha, podes. 

Teve de tomar o pequeno-almoço na escola, ir no carro a comer qualquer coisa, hoje não tivemos tempo para calma porque dormimos até às 8h30, mas... sinto que quase que não há melhor que isto. 

Hoje. Por agora.



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10.10.2017

Como assim?? Aconteceu!! Finalmente!!

Estou incrédula e o pai da Irene também! Finalmente aconteceu! 

A nossa história no que toca a adormecimentos da Irene sempre foi muito... característica. Fui sempre a única que ela aceitava que a adormecesse até vir trabalhar. A partir daí, quando não estava, aceitava o pai.

Já a avó, nem por isso. O pai ou a mãe.

Hoje foi a avó. A Irene tem estado doente, diagnóstico incerto, mas antibiótico dado num piscar de olhos e hoje ainda não era dia para ir para a escola.

Para variar, decidi arriscar (não é muito a minha onda) e pensei: "vamos a isto!". 

Correu bem. Tão bem. 

Ela dorme, tranquila, depois de adormecida por uma das avós e tanto o pai como eu estamos a trabalhar. 

"Está tudo certo". 

Não vale a pena forçar timings. Quando é para ser, é. Quando não dá, há razões para isso. 


No verão do ano passado de férias com os avós.
PS - Pior, nem precisou de lhe abanar o rabo como nós. Foi lá "só com conversa"! :) Parabéns avó Celina e Irene :)


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10.04.2017

A tortura do sono



Há quatro meses que não durmo mais de quatro horas seguidas. É esta a nossa realidade. Mantive sempre a esperança de que os primeiros meses eram os piores e depois melhoraria. Era e é o que toda a gente me diz. Mas agora que atingimos os quatro meses estamos piores que nunca. Um bebé que adormecia relativamente bem ao cair da noite, embora mantivesse as suas rotinas de mamar de duas em duas horas ou de três em três, neste momento não adormece. Cheio de sono, chora desalmadamente, ao colo, no berço, na nossa cama, em movimento. Já tentámos várias abordagens, banho, sem banho, muita mama nas horas antes, biberão com o meu leite para ter a certeza que o deito de estômago cheio, nada. Se antes conseguia adormecê-lo em alguns minutos e ter pelo menos quatro ou cinco horas de sono na primeira parte da noite, agora nem uma coisa nem outra. Durante o dia dorme lindamente. Faz três sestas de meia hora a duas horas e nem precisa de ajuda para adormecer, assim que detecto os sinais deito-o logo e assim fica serenamente. Mas já me custa, ao fim de tanto tempo, fazer qualquer tipo de racíocinio. Noto-o em coisas pequenas. Esqueço-me de coisas importantes quando saio de casa, não tenho paciência para conversa de circunstância, não tenho vontade de escrever, quase nunca encontro as palavras. Fico a matutar imenso tempo em listas de coisas para fazer e nunca as dou por terminadas. O pior é ao cair da noite. Fico exausta. Apetece-me chorar por saber o que me espera. Tenho posto todas as técnicas que vou lendo em prática, todos os livros, posts, textos que encontro sobre o sono dos bebés. Leio em demasiados sítios diferentes que após os três meses os bebés começam a dormir mais horas e, mesmo sabendo que, nestas coisas da parentalidade, o pior que podemos fazer é comparar, encho-me de desalento ao constatar que o meu filho é a excepção à regra. Pode ser que seja uma fase, um pico de crescimento, que com a introdução da comida daqui a um mês/dois meses melhore. Mas caio em mim ao pensar que dois meses são ainda 60 noites em que não vou dormir. Agora sim, percebo o que toda a gente me dizia quando estava grávida, para aproveitar para dormir. O problema é que o sono não é cumulativo. Posso dormir uma semana seguida agora, mas se nos dois dias seguintes não durmo, volta tudo ao mesmo. É a verdadeira tortura do sono. Daqui a uns anos, quando ele entrar na adolescência e quiser dormir até ao meio dia, vou vingar-me. Já tenho as tampas das panelas guardadas para essa fase. Aí vamos ficar quites.






Joana Diogo
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