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2.24.2016

Tive de disfarçar que estava a chorar.

Tive mesmo. Não queria mesmo que a Irene percebesse que a mãe estava a chorar porque iria entender mal a situação.

Estava a adormecê-la ontem, no registo dos miminhos que vos falei - tenho adorado (aqui) e, como queria ver se ela se começava a acalmar disse:

- A mãe está cansada, podes, por favor, tentar fazer ó-ó?

- A mãe está triste?

- Não, a mãe está sempre contente, sabes porquê?

- Porquê?

- Porque gosta muito muito de ti. 

Ela sorriu e abraçou-me com muita força ao mesmo tempo que fazia aquele barulho que fazemos quando apertamos alguém...

Tive de disfarçar, mas caíram-me lágrimas... ;) E sabem o melhor? Adormeceu. Virou-se de barriga para baixo, ainda mexeu um bocadinho as perninhas e isso, mas adormeceu.




Parece a gozar, mas não é...

Agora, o que é a gozar é que o diálogo tivesse sido exactamente assim. A versão verdadeira é esta:

- A mãe está cansada, podes, por favor, tentar fazer ó-ó?

- Tite, mamã!

- Não, a mãe está sempre contente, sabes porquê?

- Sim. 

- Porque gosta muito muito de ti. 

Ser mãe é estar apaixonada todos os dias.

2.19.2016

VOLTEI A DORMIR, CARAMBA!!! Parte 2!

Continuação deste post que era suposto só ter sido lido hoje de manhã, mas algumas de vocês não resistiram e vieram cuscar mais cedo, outras vieram pelo facebook do Centro do Bebé

Também era para publicar este post mais cedo hoje à noite mas vocês, mais do que ninguém, compreendem que os horários à noite podem sair um pouco furados, não é? É. 

Estava a explicar como conheci a Constança em pessoa e o que senti naquele dia em que me deu vontade de vomitar o coração para fora e deixá-lo em cima da secretária. Controlei-me mediocremente.

Já vos disse isto, mas já antes tinha falado com uma especialista do sono (que muito adoro e que muito me ajudou), mas que a primeira hipótese era de fazer o desmame nocturno (algo que sempre fui radicalmente contra, menos naqueles momentos de exaustão extrema em que tudo parece uma hipótese, até lhe dar um pontapé nos rins). Segui o meu instinto e prossegui. Vamo-nos adaptando (mais ou menos) a isto de não dormir. O cinzento começa a ser uma cor que nos segue para todo o lado e, às tantas, até já conseguimos duplicar as pequenas mini-forças que ainda temos em nós. Tudo é, porém, 10 vezes mais custoso e 10 vezes menos divertido. Estou convosco.

A Constança perguntou-me pelos hábitos da Irene e eu lá lhe disse. Eu sempre fui muito rígida nisto do sono porque fazia tudo o que estava ao meu alcance para ter a esperança de que pelo menos naquela noite conseguiria dormir mais do que 3 horas seguidas. Raramente. Uma das coisas que a Constança disse foi "se vires que ela tem sono, mesmo fora da hora da sesta, deixa-a cochilar... no teu colo, um bocadinho no sofá, se ela tem sono é porque está cansada". Fazer um sono curtinho de 30 minutinhos pode ser óptimo para eles e eu sempre a privei disso com os meus horários tão rígidos. Ainda hoje tenho imensa dificuldade porque não gosta que ela durma àquela hora e depois não saber quando é que ela vai adormecer outra vez, mas senti-me livre por saber que escutar a Irene e não as "teorias" não era algo imbecil, antes pelo contrário. Sinto que, aos poucos, "os livros" estão a passar a ser eu e ela, o nosso "nós". 

Outra coisa que ela me disse e que me fez todo o sentido foi que os bebés precisam de processar a informação que retiveram durante o dia antes de adormecer. Se tiver sido um dia muito mexido, aquela energia toda que eles têm antes de adormecer é óptima para o cérebro mastigar informação e quanto mais mastigada for, menos acordam durante a noite porque mais descansados dormem. Atenção que a Irene tem praticamente 2 anos, não sei se isto se aplica a bebés muito mais novos.

Isto fez com que eu passasse a não estar impaciente por ela andar aos saltinhos em cima da cama e aos gritinhos e a cantar e a bater palmas. Vi isso como um momento útil para um dormir mais tranquilo. Já não me enervou. Fez-me pensar também no meu erro mais comum nisto da maternidade que é não ver a Irene como uma pessoa. Ela é uma pessoa. Quantas vezes vamos para a cama e nos custa a adormecer logo? Porque é que exigimos isso dos nossos filhos? 

Ela tem que deitar fora aquela energia toda. Adormecer num ambiente calmo. Lembrei-me daquelas noites em que adormecemos depois de uma conversa mais séria ou até de uma discussão acesa e que, durante a noite, simplesmente sentimos que não descansamos ou acordamos com a sensação que nem dormirmos. Sinto que o nosso papel (e disse-me também a Constança) é garantir que eles têm as condições ideias para se sentirem amados, seguros, calmos e tranquilos e não sermos fonte de pressão e de energia negativa por eles não serem robôs. "Irene, são horas de dormir!!! Dorme!!". É só parvo. 

Recomendou-me que depois do jantar fossemos logo para o quarto para a cabeça não viajar muito mais depois da "calma" que o jantar traz. Vamos logo. 19h40 estamos no quarto e, durante sensivelmente meia hora, ainda de luz acesa, dou-lhe todos os miminhos do mundo (ou, mais no caso da Irene - igual à mãe - faço de público para as palhaçadas dela) incluindo festinhas no cabelo, beijinhos no corpo todo, maminha, muita maminha, por-lhe as mãozinhas dentro das minhas enquanto sopro lá para dentro para fazer quentinho (chamamos-lhe "o forninho"). Não sei se para vocês é fácil imaginar, mas ela tem um colchão de adulto no chão e eu deito-me com ela. Depois dessa meia hora em que, em princípio, estamos as duas calmas (pode não ser meia hora, atenção, não sejam chatas como eu), quando ela estiver mais molinha, desligo a luz e tento só dar-lhe os miminhos mínimos necessários.

A Constança disse que o primeiro acordar da noite costuma ser uma réplica do momento do adormecimento, por isso, quantos menos apetrechos ou técnicas utilizarmos para os fazer adormecer (colo, festinhas no rabo, canções, etc), mais suave será o primeiro acordar pois não acordarão à procura das condições que havia quando foram adormecidos. Se adormecerem sem ajuda (connosco lá ao lado a ouvi-los respirar - no nosso caso tenho feito conchinha, a ver se não repito muito para não ficar "bengala" hehehehe), vão acordar só quando for "preciso" e muito mais tranquilos. Assim tem sido. A Irene acorda agora uma ou duas vezes por noite (é uma sorte enorme comparadas com as 5/6 vezes que têm sido nos últimos dois anos). E ando a fazer isto bem há pouco tempo e acho que, mais uns dias, irá acordar ainda menos. E há de haver um dia em que tenho de ser eu a ir acordá-la haha!

Deixá-los esgotar as energias, proporcionar um ambiente calmo, sem pressas, reconhecê-los como indivíduos e não como nossa posse, não fazermos (adultos) birra por eles não adormecerem quando nos dá jeito e... acima de tudo: ver o momento do adormecimento como um momento de qualidade em que não há ruído nem telemóveis, nem nada. Só nós. 

A grande mudança aqui, além dessa minha postura pacífica foi a Irene ter a maminha antes de adormecer e não adormecer por completo na maminha, só consegui fazer isto graças a três coisas: consegui explicar à Irene que depois de mamar uma vez, as maminhas ficam vazias e só no dia seguinte é que têm muito leitinho (a história da maminha que conto dezenas de vezes antes de desligar a luz e a pedido - como é que mães de bebés mais novos podem fazer isto é que não sei, ajudou a Irene já me compreender), nos primeiros dias o pai ia adormecê-la comigo para haver maior "distracção" da maminha para quebrar a rotina e, agora, ela já sabe: a maminha é o tempo que ela quiser até se apagar a luz. Depois é ó-ó. 

Sabem que sou defensora acérrima da amamentação (como se houvesse algo para defender, como se não fosse mais do que óbvio), mas tenho a dizer-vos que desde que dei uma oportunidade a outro tipo de adormecimento que descobri outras formas de amor que ainda não tinha tido tanta oportunidade: as mãozinhas, os pézinhos, as festinhas... também tem sido lindo. Mães, não é preciso fazer desmame nocturno para eles dormirem bem! A culpa não é da maminha! A culpa não é de ninguém, o mais natural não é que eles durmam sozinhos até porque seriam caçados por um bicharoco qualquer, é normal que nos procurem, que nos chamem. Porém, esta é a maneira que tem funcionado para nós.

Não fiz desmame nocturno. Ela ainda mama quando acorda de noite e acordo cheia de vontade de lhe dar maminha, não estou habituada a tanto descanso haha. 

Graças à Irene a mim e ao pai e também à fada dos bebés - que também é a fada das mamãs em delírio graças à privação do sono. 

O que a Constança faz é simples. Vai buscar-NOS ao fundo do poço para onde nos atirámos com o nosso cansaço. E, com isto, faz os bebés crescerem felizes e com uma mãe muito mais feliz também. A mãe é que sabe, meninas, é o que vos digo. 



Tenho adorado adormecê-la. Depois de passar tantas horas em ela e de chegar a casa e ter de fazer coisas, aquele momento ninguém nos tira. Até ambas adormecermos naquele colchão. Adormecermos juntas. Que maravilha. 


(Cada bebé é um bebé, não são um robot, nem existem manuais para tratarmos deles como se tivessem um número de série. Reparem que não tive que a deixar chorar, nem a deixar sozinha ou deixá-la chorar a olhar para ela a dizer "a mãe está aqui", mas sem fazer nada para a ajudar - imaginem o que vai na cabeça deles "se estás aqui e me vês assim... por que não fazes nada?". A Constança é the real deal, é empática, não é só marrona e repetidora de conhecimento alheio. Sente-se quando estamos com ela. Sente-se que ela nasceu para isto e que não é apenas mais uma pessoa a tirar partido do nosso desespero para se tornar "conhecida" e para "aparecer". Foi o que senti.) 

Para dicas mais adaptadas a vocês e à vossa família, nada como a conhecerem. Depois digam-me se não sentirem o mesmo... 

2.18.2016

VOLTEI A DORMIR, CARAMBA!!!

Já está!!!!!!!

Já anda a acontecer há alguns dias, mas não queria dizer nada para não "amaldiçoar" a minha sorte! Não têm noção do que andei a "sofrer" nestes últimos dois anos com as noites da Irene... Ai, esqueçam.. têm, têm! Se andam por aqui é porque têm mesmo uma noção de tudo aquilo que passamos. Era horrível, sentia que estava aprisionada em mim própria sentindo-me impotente e menos presente, mas agora... ANDO LOUCA! CHEIA DE ENERGIA! mentira, adormeço à mesma depois de a deitar no sofá ou até com ela na cama. 

Sinto-me mais feliz, mais sorridente, mais esperta (aquilo do nosso cérebro desaparecer depois do parto é um pouco verdade, mas recuperamos um bocadinho quando passamos a dormir melhor) e com mais vontade de espalhar amor pela família toda. Notam o meu entusiasmo? Notam? Até a minha rosácea com melhores noites de sono já  me está a deixar ser um bocadinho mais bonita e com menos ar do Estebes do Herman. 

Como é que isto aconteceu? Em conversa com a Constança (cujo livro já tinha falado aqui)... Aliás, não foi assim! Eu escrevi um post a dizer que parte do segredo para sermos mais felizes é "deixar ir", algumas questões, desprendermo-nos da "vida passada" e aceitarmos o que há. Era um texto sobre o sono. A Constança (minha bff no Facebook) perguntou se precisava de alguma coisa e... BORRIFEI para tudo o que tinha escrito. Pensei: "Aceitar???' Não!!! Quero é que durmamos as duas muita bem!". Só para que se perceba aqui o "as duas" sou eu e a Irene e não eu e a Constança, acho que não faço muito o género dela.

Fui ter com a Constança ao Centro do Bebé no final de um dia de trabalho. Foi óptimo porque era à saída do metro,  nem tive que me mexer muito. 



E sim, a Marinel aceita marcações (o cabeleireiro no final da fotografia). Fui, adorei o espaço (todo naquela cor verde de água que nós adoramos e decorado de maneira muito rústica e cozy - mesmo tudo aquilo que a Constança sempre me transmitiu no livro dela) e esperei pela Constança. 

Entrei no gabinete e senti uma química especial (não aquela de que falei há pouco). Senti uma espécie de vontade genuína de ouvir e de ajudar. Coisa que não costumo sentir nos médicos que visito para as minhas consultas de rotina, sabem? Olham para nós mas parece que nem sempre nos vêem. A Constança viu-me e tive de me controlar porque ia começar a desbobinar a minha vida toda sem ninguém me ter perguntado nada sobre isso. Já conheceram pessoas assim que só dá vontade de fazer queixinhas da nossa vida toda? Foi o caso, mas dei o meu melhor para não ser chata. 

Falámos sobre a Irene. A Irene acordava imensas vezes durante a noite (sim, reparem no tempo verbal, ACORDAVA!) e eu não sabia o que poderia estar a fazer "mal". Já tinha falado com uma especialista de sono muito querida e ela já me tinha dado imensas dicas de horários, posturas, etc (e ajudou-me muito) e, por isso, a meu ver, tirando "o desmame" que nunca estive disposta a fazer de maneira artificial (assim, querendo só eu), não havia nada que estivesse a fazer de errado. E, realmente, não havia. 

Ao falar com a Constança percebi que nós não fazemos nada de errado, mas é exactamente esse receio que nos amaldiçoa. Lembro-me sempre de um exemplo, que não sei onde li/vi ou quem me contou (na volta, ainda foi no livro da Constança), de uma dupla de mãe e filha no hospital que não se estava a conseguir entender com a amamentação e imensa gente estava lá a mandar o seu bitaite, a opinar... Quando toda a gente saiu e ambas se concentraram uma na outra... a magia, o natural aconteceu. Estamos poluídas de teorias, inseguranças, novidades, tretas, bitaites... 

A Irene acordava imensas vezes durante a noite e eu também. Ela acordava, chamava por mim e dizia "mamã, maminha!", eu ia, dava a maminha com todo o gosto, mas de manhã sentia os "juros". E acho que ela também. Menos descansada. 

A Constança ajudou-me a que a Irene passasse a dormir melhor e sem nos tirar a maminha. Querem saber o resto? Conto-vos mais logo à noite, pode ser? ;)

2.10.2016

O crime compensa (tenho pecado à bruta).

Vocês vão dizer que nem sequer é crime, que todas fazem isto, mas teria de vos explicar muita coisa (ou de lerem o blogue quase todo para trás - em breve vão poder fazer isso porque vamos editar um livro). Passei a Irene para o quarto dela no 2º dia de vida, tive imensos problemas com a amamentação, eu própria nunca fui física (de muito miminhos) e sinto que a minha proximidade física com a Irene ficou de alguma maneira (sem fazer a mínima ideia porquê) comprometida, a não ser nos momentos de amamentação. No segundo filho, hell yeah que vou fazer co-sleeping e vou aproveitar para o encher de corpinho... vai levar com doses e doses. E, sinceramente, a Irene também. Essa barreira está a desaparecer. 

Desde que a tirei do berço que a adormecemos deitadinhos com ela (temos tentado adormecê-la em conjunto à noite) e, de vez em quando, tenho dormido lá. De manhã. Das 5h às 7h ou lá o que é. Quando ela chama várias vezes e custa mais a adormecer, fico lá com ela. 

Não sei se a estou a habituar mal, não sei se ela quando crescer vai ter uma perna mais curta que a outra 25 cm, não faço a mínima ideia. Desta vez não quero saber. Não quero mesmo. Não há nada mais saboroso que me agarrar ao corpinho dela, sentir a barriguinha a subir e a descer, o cheirinho dela, tirar-lhe o cabelinho da cara, agarrar-lhe os pézinhos. 

Quero lá saber o que é que vai acontecer, isto já ninguém nos tira. As duas. Agarradinhas. De manhã. 

O crime compensa e se compensa... Nada me voltará a afastar dos meus filhos. Essas regrinhas e receios acabaram. É o que nos fizer melhor ao coração. 





2.09.2016

Procura-se Mãe que faça o mesmo...

Não deve haver, mas...

 A Isabel só aceita adormecer com o pai se eu não estiver em casa. Ontem precisava muito, muito de trabalhar à noite, por isso - como já tinha feito uma vez - fui trabalhar para o carro. Sim, com manta, computador, telemóvel atrás.
 
"Filha, a mãe vai trabalhar, e já volta. Hoje é o pai a contar a história e a adormecer-te. Quando acordares, a mãe já vai estar em casa. A mãe volta."
 
Chorou, agarrou-se a mim, abraçou-me e choramingou. "A mãe já volta. Amo-te muito. Faz um bom soninho, com o panda e o pinguim".
 
Assim que fechei a porta calou-se. Conta o David que lhe leu 3 histórias e lhe pediu para apagar a luz. Ela adora apagar a luz, ainda estou para perceber porquê. Cinco minutos depois, estava a dormir e eu pude voltar ao conforto de casa.
 
O mais engraçado também - deve ser coincidência, só pode! - é que quando é o David a adormece-la, ela dorme muito melhor e chama menos por mim. Hoje dormi a noite inteirinha.
 
Alguma dica para que possa ser o pai a adormece-la sem eu ter de ir para o frio? :)

2.04.2016

Não ando a conseguir!!!

Agora sim. Estou grávida. Tenho muito, muito, muito sono. Ainda não tinha tido este sintoma, nesta gravidez. Mas é que tenho mesmo muito sono.

Tanto ao ponto de: 

- já ter adormecido a conduzir. Sim, tão grave quanto isso. Ia sozinha no carro, dei uma cabeçada, e nesse momento percebi que tinha de me deitar mais cedo nesse dia. Adormeci, já de pijama e dentes lavados, com a Isabel às 20h30. Dormi 12 horas nessa noite. E fiz sesta no dia seguinte. Era sábado.

- ter adormecido TODOS os dias desta semana a adormecê-la. Mas sem poder. Tinha muito trabalho ainda para fazer. Hoje, por exemplo. Acordei agora. E estou furiosa. Mesmo, mesmo chateada. Tudo o que eu ainda ia fazer hoje, fica em águas de bacalhau. E tinha mesmo, mesmo de lhe ter dado avanço. Ninguém morre, está tudo vivo, mas fico a sentir-me a pessoa mais incompetente à face da terra. 

- acordar, depois de 9 horas de sono, cheia de sono. Dantes, um banho resolvia. Agora nem isso. A minha obstetra liberou até dois cafés por dia, mas eu precisava de um balde para conseguir sobreviver.


Posto isto, das duas uma:

ou me adapto a este novo ciclo de necessidades e me transformo na pessoa mais produtiva ao cimo da terra, conseguindo tratar de tudo e produzir logo de manhã cedo. 

Ou tenho de contratar alguém que me acorde com chapadas na cara (ontem o David tentou acordar-me, depois de lhe ter pedido para o fazer, caso eu adormecesse, e eu virei bicho, como se ele fosse a pior pessoa à face da terra e acusei-o de estar a acordar a miúda - não me lembro de nada, estava ferrada).


Soluções, há? Estou mesmo com uma camada de nervos em cima. Já passa.

1.25.2016

Quando comecei a perder a sanidade (ou a ganhá-la)

Apesar de ser a outra Joana que está grávida (a Joana Paixão Brás), estou eu a falar sobre isto, não se confundam. 

Com a gravidez da Joana, tenho tido inputs para me lembrar mais da minha gravidez (sinto que, desde que a Irene nasceu, que ainda não tinha tido tempo para isso). Uma das coisas que me lembro, além de ter sido, desde o início, extremamente idealista (queria que o Frederico me visse a tomar o Folifer porque era algo que devíamos fazer em família - sim, eu sei haha) é dos sonhos. Lembro-me dos sonhos esquisitos. 

Todos temos o nosso processo de integração de uma decisão importante na nossa vida. Sinto que decidi querer ser mãe com o coração mas que o meu cérebro precisou dos 9 meses para se preparar (e o meu corpo também, sim, apesar de não se ter preparado grande espingarda que dilatar não foi coisa para ele, filho da mãe).

Andei super feliz a tentar engravidar. Fazíamos amor todos os dias (wrong! - dicas para engravidar como gente grande aqui) e eu andava já com um brilho especial por saber que estava a cozinhá-las (não era sebo, não). Sempre que sabia que não estava grávida - porque passava todos os dias a convencer-me que já estava enjoada, inchada e que até já sentia pontapés - ficava triste, triste como se algo me dissesse que não merecia. 

Quando soube que sim, já estava, chorei de felicidade. Já estava. No dia seguinte, não. Entrei logo em pânico: o que fui fazer à minha vida? Não há volta a dar! Será que pensei bem nisto? Será que mereço ser mãe? Será que consigo fazer com que o meu bebé seja tão feliz quanto merece? E agora? 

Aos poucos a paranóia e a ansiedade foi dando lugar a uma calma de quem está naturalmente preparada para desempenhar esse papel. Mas! Mas, não sem antes, ter uns milhares de sonhos esquisitos. 

Sonhei com tudo aquilo que possa ser minimamente associado ao nascimento de uma criança: flores a desabrochar, amamentação, tudo. Bebés. Imensos bebés em todos os meus sonhos. Era o meu cérebro a aperceber-se do que aí vinha. Esses sonhos continuaram depois, todas as noites. Ela já nascida e o meu cérebro a trabalhar: tu tens uma bebé, agora és mãe. 

Acabou o processo. Já cá está tudo dentro. Sou mãe. Enquanto que dantes parecia que ela passava demasiado tempo acordada (parecia que não tinha tempo para mim), agora sinto que dorme muito. A nossa vida já está adaptada, já não custa, já não estou a fazer luto nenhum pela vida anterior e a actual. Já está. 



Tanto sonho, tanto sonho que tive. Agora voltei a ter alguns porque inscrevi a Irene no colégio e é uma nova fase de mentalização. 

Sou eu? Vocês também sonham muito? 

1.07.2016

A Irene não dorme uma noite seguida.

Não sou mãe há muitos anos, é verdade. Ainda me falta aprender muito. Aprender bem e aprender mal. Desaprender bem, ouvir menos bem, ouvir melhor, espernear, gritar, não gostar de ter gritado, dormir bem, dormir menos bem. Sei e reconheço que tenho um longo caminho pela frente. 

Agora, até aqui, descobri o truque. O truque para que tudo pareça menos monstruoso, menos cansativo, menos enervante. O truque para nos fazer sentir menos à mercê de algo incontrolável.

É aceitar. 

É confiar na natureza das coisas. 

Do que oiço, é um erro muito mais comum nas "mães de primeira viagem". Sentimo-nos inseguras e tudo nos parece de extrema importância e põe em causa o nosso valor, a nossa capacidade... tudo.

Como é que, depois de gerarmos vida, ainda conseguimos desvalorizar-nos tanto? 

Aceitar.



Quase 2 anos depois ainda não dormi uma única noite inteira, não mais de 3 horas seguidas (a maior parte das vezes), mas já não me queixo. Já não acordo zangada, triste, perdida. Acordo só cansada. 

Demorou muito até aceitar que é o natural. Faz parte. A verdade é mesmo essa. 

Mudar o foco. 

Aceitemos com naturalidade o que é, isso mesmo, natural. Deixemos de estar zangadas ou enraivecidas com circunstâncias incontroláveis. 

A Irene não dorme uma noite seguida. Pronto. Vamos a isso. 

A Irene às vezes demora uma hora e meia a adormecer. Ok. Amanhã é outro dia. 

A Irene hoje não quer dormir a sesta. Está bem. Deita-se mais cedo.

É isto. 

Ter calma. Ouvi-los. Tentar não desesperar simplesmente por não ser produtivo e por não fazer bem mesmo a ninguém. 

Ajudou-me.

Espero que vos ajude também.

Siga! 

12.26.2015

Custa-me tantooooo!

A miúda anda ainda a antibiótico e, como sabem, tem mesmo de ser dado a horas e sem falhas para eles não criarem resistência e depois, numa outra altura, precisarem muito do antibiótico e ele não funcionar. 

Isso significa que tenho de acordar a Irene pelo menos uma vez por dia para dar o antibiótico e... custa tanto. 

Ela está a dormir tão quentinha, tão calminha (ontem nem sequer ainda se tinha mexido desde que a tinha deitado) e lá tive eu de a acordar, para lhe dar uma seringada de Clavamox à boca... 

Por acaso ela gosta do sabor. Por acaso adormece rápido porque leva com uma teta a seguir, mas custa tanto. 

Imagino os pais que possam ter que os acordar de manhã para irem para a escola, com o frio que tem estado... brrrrr.


Para mim, acordar uma criança é uma atrocidade! E isto porquê? Odeio ser acordada, odeio. Odeio. Odeio.


12.18.2015

Pus a cebola!

Já ouviram falar da história da cebola? De que, se cortarem uma cebola aos pedaços e a puserem no quarto deles que ajuda a que libertem a expectoração? 

Sim, pesquisei no Google por "cebola".
Acho que nunca fiz uma pesquisa tão imbecil. 


Ontem cheguei a esse desespero. A Irene está cheia de tosse... e piora imenso durante a noite. Durante o dia nem se ouve a respiração dela, mas à noite tem estado super aflita. Não sei se é de se enervar por estar mais entupida, se realmente fica com problemas em respirar. De qualquer das formas, fui mais veemente em mostrar a minha preocupação à pediatra e ela disse que sim, mais vale ser observada para, pelo menos, tirar a dúvida se tem falta de ar ou não.

Ainda para mais estou traumatizada com a pneumonia que a Isabelinha da Joana Paixão Brás apanhou no ano passado, precisamente nesta altura. Parecia tosse normal e, quando foram ver, já era caso para estar internada. Adoro a pediatra da Irene, mas sinto que tenho de ter sempre uma mini pulga atrás da orelha até porque eu posso não estar a "ver bem" as coisas e depois posso estar a comunicar-lhe mal ao telefone. 

A "minha" pediatra, perante o cenário que lhe descrevia (e depois da Irene ter sido vista nas urgências no sábado passado) disse que só tomaria "atitude" se ela se mantivesse febril. E que seria antibiótico. Não tem febre. Não tem febre, mas coração de mãe não aguenta ouvir aquela tosse toda durante a noite e a voz abafada a chamar por ela. Aflita. Tenho que poder fazer alguma coisa.

Sim, a cabeceira já está levantada. Sim tentei não ter os aquecedores tão quentes para não secar o ar. Sim, tenho-lhe posto soro. Tenho-lhe dado banho mais demorado e fechado a porta por causa dos vapores. Sim, dou-lhe muita maminha... mas e mais? 

Na primeira noite até se fartou de vomitar expectoração (ao menos assim ainda conseguia descansar mais umas horinhas de seguida por estar "limpa" a seguir) o que nos deixou de coração nas mãos. É o nosso primeiro filho, ainda não conseguimos relativizar estas situações. Parecem-nos sempre cenários dantescos. 

Bem, ontem lá foi a cebola, lembrada pela minha amiga Renata. Cortei-a em mil pedaços para ser ainda mais forte e pus lá no quarto. 


Se resultou? Por acaso acho que sim! Acho que moderou bastante a tosse. Viva à cebola.

Se, sempre que ela me chamava, parecia que estava a entrar numa panela de refogado? Sim. Se não planeava lavar o cabelo hoje e teve de ser para não cheirar a cantina da escola primária? Sim.

Estive a investigar e isto da cebola não funciona para todo o tipo de tosse. Só para aquela que não for infecciosa e, portanto, não acompanhada de febre. Fica a dica! 

Ah! E a sugestão! Não cortem em milhares de pedaços. Exagerei e por isso é que hoje, de manhã, quando acordamos o meu estômago pensava que era hora de almoçar graças ao cheiro. 

Já tinham experimentado isto da cebola? Não vos apetece cheirar a metropolitano? Compreendo.

11.19.2015

Dormiu a noite toda, caraças!!!

Confettis! Champagne! Rufem os tambores! Bota som na caixa DJ!!!

Nota-se que estou feliz e retemperada? (Já sinto as orelhas quentes, mães que andam em estado zombie há meses!)

Hoje a Isabel voltou a dormir a noite toda. Acordou às 8h00. 

Agora... uma questão. Esqueci-me e deixei o aquecedor ligado a noite toda. Sei que faz mal, seca o ar e o diabo a quatro, mas também fiquei a pensar: "será que das últimas vezes a miúda tinha frio?"

Visto-lhe interior e pijama polar, com collants por baixo, porque sei que ela se destapa em três tempos. Mas hoje, ao contrário dos outros dias em que desligo o aquecedor assim que ela adormece, só para aquecer levemente o quarto, ou deixo no mínimo até às 23h/24h, ficou ligado all night long. Resultado: noite de sono tranquilo. Só piou às 6h - já me estava a preparar para lá ir - mas virou-se para o lado e voltou a dormir. 

E agora? O que faço esta noite? Deixo ligado para testar? (Com uma taça com água perto, não é? Para não secar muito o ar? Como fazem?)


11.11.2015

Só mais um bocadinho, só mais um bocadinho.

A Joana, no post da manhã, falou em que tem adorado adormecer a Isabel. Há realmente fases, umas melhores que as outras. Umas em que até ficamos com pena que eles tenham adormecido tão rápido, outras em que já nos apetece dar-lhes uma marretada na retina para ver se se acalmam um bocadinho. 

Adormecer a Irene foi sempre algo muito custoso para mim (cusquem aqui a tag "sono") até me ter curado da minha ansiedade generalizada. Agora sinto-me muito melhor e, por isso, já passo menos para ela e relaxamos as duas na hora de ir dormir. 

Ontem ela estava exausta. O pai não conseguiu adormecê-la na sesta da tarde e às 19h30 até foi ela quem pediu para ir dormir. 

Fui. Maminha ao colo até começar a deixar cair a cabeça para cima de mim. Com uma mão a acompanhar a curvatura do rabinho. Com o coelhinho numa das mãos (tem que ir para lavar, 'tadinho) e a ouvi-la, a senti-la. 

Adormeceu demasiado cedo. Demorei mais a pô-la na cama. Quis estar a abraçá-la mais tempo. Só a pus na cama porque achei que dormiria melhor não estando tão curvada nos meus braços tanto tempo. 

Quando vão dormir mais cedo, é chato. Quando não adormecem, é chato. :) 


Caixa de luz BabyTime.

A hora de ir dormir

Está cada vez melhor. Depois de uns dias de birras na hora de ir para a cama, está tudo a voltar à normalidade. Sem dúvida que a cama no chão, de que vos falei aqui, foi a melhor coisinha que fizemos cá em casa. Depois do banho, lavar os dentes e secar o cabelo, a Isabel já sabe que tem de se dirigir até à cama, não sem antes escolher dois ou três livros. É o nosso momento antes de ir dormir. Conto-lhe duas histórias, ela conta-me uma ou duas a mim "cjali nha nha pato", "udinhatu áua", "patipato mãe" e digo "última história, qual queres?". Escolhe e já sabe que nessa bem pode ir buscar o óó porque está a aproximar-se a hora. "Já está". Aponta para a luz e já sabe que a vou desligar. Deitamo-nos as duas, puxa-me a mão para lhe fazer festas na cabeça, diz duas ou três vezes "óó", "pai, mãe", digo-lhe em voz meiguinha que os meninos do mundo estão todos a fazer óó, o panda também já está e só falta a Isabel. Digo-lhe que pode dormir descansada, que a mãe fica até ela adormecer e que depois está ali no quarto ao lado e, se tiver medo, pode chamar pela mãe, que a mãe vem. 

Cinco minutos depois, está a dormir. Depois de uma fase tramada, em que não se queria ir deitar por nada deste mundo, sinto que neste momento tudo flui. Já percebi que com eles não podemos festejar muito, porque tudo pode mudar e voltar a mudar, mas há 15 dias que está tudo melhor. Não digo perfeito, porque ainda chama por mim várias vezes de noite, às vezes readormece (não vou lá logo), outras vezes percebo que precisa de mim e acabo por dormitar (e às vezes dormir mesmo) com ela. Já aconteceu acordar ao lado dela de manhã. É uma festa de boa-disposição para as duas. Por um lado, estou a passar-lhe a mensagem de que a mãe afinal pode dormir ali com ela e talvez a deixá-la confusa nos dias em que não estou lá. Por outro lado, que se lixe.







Painel "Love you more each day" e
luz de presença em forma de gelado - BabyTime


10.27.2015

O sono da Isabel: já não aguentava mais!

Nunca andei a cantar de galo e sempre soube que não devia mandar muitos foguetes antes da festa. A Isabel andava a dormir muito, muito bem. Acordava, quando muito, uma vez por noite para o leite e voltava a dormir. Podia ir lá o pai ou a mãe. Íamo-nos revezando. 

Há uma semana que tem sido a loucura. Louca era o que me estava a sentir. Chegava a chorar dos nervos. A Isabel a acordar de hora a hora a chamar por mim. A chorar. A fazer birras de morte se fosse lá o David. Eu chegava ao meu quarto, deitava-me com as costas todas carcomidas, dormitava e lá estava ela a acordar outra vez. Trazia-a para a nossa cama mas ela não queria nem por nada.

No domingo disse um "basta!". Ou compramos uma cama que se adapte à nossa de casal e dormimos todos juntos ou vamos comprar uma cama para ela e eu durmo com ela, alguma coisa tem de ser feita. A marimbar-me para o resto. Preciso de dormir. A minha filha precisa de dormir. O resto virá com o tempo. Nessa noite, às 4h trouxe-a para a nossa cama e ela lá aceitou, depois de barafustar. Foi o melhor que fizemos. Levei com pés nas costas e na cara, mas dormimos. Ela acordou às 7h30 e disse a maior frase de sempre: "óó c'o pai e c'a mãe". Emocionante. 

Acabámos por nos lembrar que tínhamos um colchão de cama de solteiro na dispensa praticamente novo e improvisámos ontem a nova cama da Isabel (e da mãe, muito provavelmente).

Adorou a ideia. O avô estava cá e foi ainda mais divertido. Adormeceu agarrada a mim, a receber festinhas nas costas.


Foi buscar a manta para tapar o bebé (que amooooor!)

Ainda a não perceber muito bem como é que isto da cama no chão funciona... hehehe

Vejam o pormenor que eu descobri! A mãozinha!!!



Na vigésima penúltima história da noite (obrigada tia Raquel pelo livro/puzzle que ela adora!)



A Anita e o dedo no nariz <3

O avô a tentar o imposível, adormecê-la (luz + avô = brincadeira!)


Agora vamos a coisas práticas:

- usam colchão no chão sem estrado?

- tenho aquela ficha eléctrica ali mesmo ao lado protegida, mas há mais alguma coisa que deva fazer? 

- para ela não bater com a cabeça na parede, alguma solução porreira? 

- colchas queridas e sem custarem os olhos da cara, onde?

- queria um autocolante giro para colar ali na parede branca, o que aconselham?

10.15.2015

Das melhores coisas que já me aconteceram.

Sim, podia ser um post à la Joana Paixão Brás, mas não é muito a minha onda. Preciso de mais do que um dia de sol para me apetecer dar beijinhos e abraços e espalhar amor até à mesa de apoio mais próxima. É, é, Joana, é. :)

As mães a tempo inteiro vão perceber-me melhor. As mães a tempo inteiro e de "primeira viagem" ainda melhor. Porém, todas as mães me vão perceber. 

Os bebés, até, sensivelmente, aos 18 meses (não todos), precisam de dormir duas/três sestas por dia (a duração varia consoante a idade do bebé). 




Eu dava em doida para adormecer a Irene. Demorava muito. Não conseguia estar em sintonia com ela, já ia nervosa, ela também. Ainda não comunicávamos tão bem. Eu era muito ansiosa (sim, ERA, depois conto-vos as novidades maravilhosas num post mais à la Joana Paixão Brás) e isso só complicava ainda mais as coisas. Quando acabava uma sesta, já devia estar a adormecê-la para a seguinte e sempre com receio de colar ao sono da noite e a miúda deitar-se às 2 da manhã ou poder acordar às 4h. Sei lá. Muito stress como podem ver. 

Acabou. 

Depois da primeira tentativa falhada de passar para apenas uma sesta (uma sesta, a meio do dia, mais longa que as outras duas), tentei novamente e cá estamos. Agora a Irene já só faz uma sesta e, geralmente, de 2h30/3h/3h30 (consoante o tempo do sono nocturno desse dia) - sinal de que está preparada para isso - fazer a sesta longa constantemente. 

Só tenho de a adormecer uma vez. E, geralmente, está tão cansada (e respeito tanto os horários dela) que as coisas acontecem tão mais facilmente. À noite também. Ajuda a mãe estar mais equilibrada da cabeça? Claro que sim. Eles sentem estas coisas e nós tomamos decisões mais normais, menos apressadas, mais espertas e "intuitivas". Menos violentas também. Confesso que houve uma vez em que lhe tentei, de maneira menos carinhosa, por-lhe a chucha na boca. Não a magooei, mas claramente ela não queria a chucha. Houve outras em que lhe chamei nomes por dentro e isso, além de estúpido e injusto, não é produtivo nem bom para a relação e para a vida dela. 

Está tudo pacífico. O sono é uma coisa boa para ela cá em casa. E para mim também. 

Mesmo acordando demasiado durante a noite. Está tudo bem. É normal. 


10.14.2015

Ela estava cheia de nódoas negras.

E foi essa a gota de água. Adeus berço. Mesmo com a porcaria do contorno almofadado, a meio da noite ela, com o seu sono atribulado, lá mandava uma patada e era um barulho enorme que a assustava e, algumas vezes, até a acordava. Acabou-se. Há bebés que dormem nos berços (neste caso era uma cama de grades que a Irene nunca dormiu num berço, sequer) até aos 2/3 anos, mas sentimos que não dava mais. 

Compramos estrado e colchão, mais roupinha de cama e pronto. Adeus. Desaparece seu sacaninha (até ao próximo feto). 



Ficou louca com a cama nova. Com a autonomia. Com poder ter um espacinho fofinho para brincar com os seus brinquedos. Por o pai e a mãe se poderem deitar com ela no seu quarto. Ficámos todos calmamente histéricos com isto.

Na primeira noite dormiu com um "chão de ginásio" de um dos lados e, do outro lado, o tal contorno de berço.

Acordou milhares de vezes (não teve que ver com a cama, acho que estava com dores de dentes) e, nalgumas das vezes, fui dar com ela noutros sítios do quarto, maioritariamente já sentada.

Na segunda noite (e, aliás, na sesta seguinte), já enchi aquilo de almofadas e edredons. Tive de pô-las do lado de fora do colchão porque, se fosse do lado de dentro, perdia aquilo que nos tinha levado a comprar a cama nova - o espaço. Ora, isso fez com que a miúda apanhasse balanço e fosse parar a sítios ainda mais parvos.

Já não podia ver a cama nova à frente. Tinha de recorrer à solução mais limitadora, mas mais eficaz a curto prazo: as barreirinhas de lado. Lá fui ao Toys R us e me esmifrei a comprar as barreiras (há de dois tipos, umas que se mete por baixo do colchão e são como se fosse uma moldura e o outro que tem umas fitas e prende tipo... mochila, não sei bem explicar - comprei uma de cada por causa das coisas).

Ah! Não, não dava para encostar a cama a parede nenhuma! O quarto tem umas dimensões muito pouco favoráveis à habitação e, para além disso, tenho uma estante enorme do Ikea que não cabe em mais lado algum.

Compramos as coisinhas, o Frederico lá esteve todo másculo a montá-las (as barrerinhas, que é o que o deixo montar extra casamento) e a Irene não caiu, claro. Para cair, teria de roer as barreirinhas ou, então, de se transformar em líquido e passar por baixo.

Já não se magoa. É um facto. Acorda o mesmo número de vezes? Sim. Confesso que tinha alguma esperança nisto, mas não. Fico feliz por ela e ela também está mais feliz com o seu quarto.

Quando mudaram os vossos ou pensam mudar? Só decisões difíceis, caramba. 

10.13.2015

Método infalível para adormecê-los!

Propaganda enganosa. Nunca acreditem em nada que use a palavra "infalível", não descobri o Santo Graal. Mas tenho a certeza que esta ainda não tentaram! E, já sabemos, nisto de fazer com que eles durmam vale (quase) tudo. Menos deixá-los chorar desenfreadamente sozinhos, vá. Muito menos deixá-los vomitar de tanto chorar. Ou, como sugere uma certa escritora num maravilhoso e extremoso livrinho de dicas, não se limpa o vomitado, que eles têm de dormir assim. Tão bonitinho, tão digno, tão humano... Também não vale dar-lhes uma traulitada. Nem regar o frango com gin, ao jantar. Nem pô-los a dormir ao relento. Vá, já chega. Juro que isto NUNCA me passou pela cabeça. JURO! (Ou já? Agora ficam na dúvida, que se lixam).

A Isabel já dorme a noite toda (isto nem é bom dizer, que já sinto as orelhas quentes). Vá, vou refazer, e é verdade, dorme, desde que não tenha fome nem dores de dentes, até às 08h30, mas adormecê-la é o (nosso) calcanhar de Aquiles. Quer conversa e mais conversa, quer histórias atrás de histórias, refila que quer mãe e pai e mimo, mas depois também não quer adormecer no colo e esperneia. Acho que nem ela sabe bem o que quer. Mas, cá em casa, tentamos não deixar passar das 21h30, é o limite dos limites, senão acorda de manhã rabujenta. Às vezes adormece em 10 minutos, outras vezes em 45. Teve fases que nem 5 minutos demorava, mas são isso mesmo, fases.

Normalmente adormece com palmadinhas no rabiosque, deitada na cama dela. Adormeceu uma vez com festinhas nas costas. Outra vez com festinhas na cabeça. Agora desata-se a rir e acha que lhe estou a fazer cócegas. Já chegou a adormecer com músicas religiosas de Taizé, interpretadas por essa grande soprano que é a mãe dela. Já adormeceu várias vezes ao som do "Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora.... e conta logo as tuas mágoas todas para miiiiiiiiim" (sim, Onda Choc). Das últimas vezes, inventei um rap "Era uma vez um gato maltez, falava chinês e tinha umas botas nos pés"...

Cá vai o que descobri. Quando mais nada resultou, mesmo tendo misturado tudo no mesmo cocktail, vou dizer-vos qual foi a receita milagrosa! Podem tentar que é inofensivo:

MASSAGEM NAS MÃOS! Como é que só experimentei isto ao fim de 19 meses?!

Sabem quando vão arranjar as unhas e a esteticista vos faz uma massagem nas mãos que faz com que o queixo caia automaticamente, começam a babar-se todas e a sentir um quentinho dentro de vocês? (E depois até pedem aos maridos para tentar fazer igual, mas eles, coitadinhos, parece que estão só a passar o espanador, sem convicção nenhuma?)

Pronto. Estava a achar que seria mais uma tentativa furada e já estava a ficar toda dormente, dobrada em cima da cama de grades dela, mas resolvi experimentar. Primeiro não quis, depois disse-lhe "é bom, filha". Ela deixou. Comecei a ouvir a baba a escorrer. Comecei a ouvir a respiração a acalmar. E adormeceu.

Segundo dia. Passei as fases todas das canções, que já lhe tinha contado duas histórias a meia luz. Fiz só um shhhhhh e massagem nas mãos. Adormeceu.



Tentem e digam-me como correu, vá lá. :)

7.17.2015

Playlist da Irene para adormecer.

Acabei de adormecer a Irene para a sesta da manhã. E dei por mim a pensar no que vos iria escrever. Achei por bem partilhar as músicas que tento cantar à Irene. Nunca é minha primeira opção cantar-lhe porque: 

1) não tenho jeito e acho que tem o efeito contrário nela,

2) tenho uma colocação de voz sussurada que faz com que a desgaste depressa (uma boa qualidade para radialista),

3) as músicas que lhe canto são demasiado aleatórias e pouco viradas para o adormecimento e relaxe.

A Joana Paixão Brás, segundo um dos últimos posts dela sobre isso, canta-lhe músicas da igreja. Não podiamos ser mais diferente. Até porque ela conhece mais do que uma "música da Igreja" e eu, além de só conhecer o Pai Nosso cantado, pior, chamo-lhes "músicas da igreja". De certeza que devem ter um nome. 

Não tive grande contacto (que me lembre) com músicas infantis, as que tenho mais presentes são as duma colónia de férias que fazia em pequena (APCC) ou, então, as dos desenhos animados da Disney (em português do Brasil, claro).

Estas são as músicas que "canto" à Irene até ela adormecer (quando canto): 



  • Hakuna Matata - Rei Leão
  • Parte do Seu Mundo - Pequena Sereia
  • Aladin (não sei o nome, mas aquela em que estão em cima do tapete)
  • Bruno Mars- Billionaire
  • No Doubt - Don't Speak
  • Havia um cuco que não gostava de couves (é só estúpida esta, só sei até aqui: "Depois Deus não mata a morte que não mata o polícia que não prende o homem que não mata a vaca que não bebe a água que não apaga o fogo que não queima o pau que não bate no cuco)
  • Há um poço no fundo deste mar (ainda mais imbecil, só para terem uma noção do quase-final: "Há o homem que prime o insecticida que mata o piolho da pestana do olho do sapo no pau no poço no fundo deste mar..."
  • Todos os patinhos
  • Atirei o pau ao gato
  • Uma que inventei para o meu irmão Pedro quando o embalava (que tem uma letra espectacular): "Dorme, Dorme, Bebé. Dorme, Dorme, Bebé. Sonha com Carneiros Mémé. Se beberes o leitinho, se beberes o leitinho, receberás miminhos. Não chores bebé, não chores bebé, que eu estou aqui pertinho, se quiseres bebé, se quiseres bebé, dou-te um miminho". 

E vocês? Cantam o quê? Para ver se, da próxima vez, já levo mais armas melodicas para a despachar mais rápido. ;)



7.13.2015

Como não nos passarmos da cabeça quando temos que os adormecer.

Este texto acaba de ser escrito imediatamente a seguir a ter adormecido a Irene. Bonito, não é? É, claro. Demorei uma hora e meia, senhoras, uma hora e meia! Passei por várias fases (durante estes quase 16 meses) até conseguir aguentar este tempo todo sem me irritar, sem chorar, sem vir para a sala frustradíssima e "atirar" a miúda para o pai. Sinto que estou numa fase mais Zen. Confesso que houve uma fase de alguns Valdispert pelo meio, mas agora já não preciso deles. Atenção que às vezes há dias e sestas boas, em que só tenho de lá estar 15/30 min. Ah! E se não perceberem a minha obsessão com o facto dela adormecer e com estas coisas, deixem-me só dizer que sou sempre eu a adormecer a miúda desde que ela nasceu, de todas as vezes que ela adormeceu e ainda são três vezes por dia... 




Já escrevi um texto bem mais engraçado (este não é) sobre isto e mais pragmático. Quem estiver interessado está aqui "Querem stressar quando for para os por a dormir?".

Vamos, então, à lista de dicas que vos quero dar. Dicas que, que eu saiba, só funcionam comigo, mas pode ser que vos ajude, não sei: 

(depois, se tiverem paciência leiam as notas no final porque podem ser interessantes para quem sofra do "mesmo mal", não sou especialista do sono, mas sou muito interessada e já cruzei informação com quem estudou o assunto, a Verina Fernandes da Sono de Sonho, além de já ter comprovado por mim mesma)

  • Ela quer descansar, mas não consegue adormecer sem ajuda. Ela não está a fazer birra para me contrariar, nem para ser uma chata enorme. Eu é que preciso de descobrir como a acalmar. E como me acalmar.
  • Se me irritar prejudico-a e a mim e à missão, as duas ganhamos se me mantiver calma. Adormecê-la é como só haver uma estação de rádio naquelas frequências todas, quanto mais enervada tiver, menos perícia consigo ter com os dedos para a sintonizar. 
  • Eventualmente ela irá adormecer, não iremos estar nisto para sempre.
  • Como está escuro, nem sempre consigo sentir-me carinhosa com ela. Às vezes estou tão enervada que só me parece um bebé que me está a impedir de fazer o que me apetece. Nessas alturas tento visualizar coisas que ela tenha feito durante o dia e que me tenham derretido, fotografias mentais. Acalmo-me e, às vezes, quando dou por ela, já adormeceu.
  • Não a deixo chorar muito tempo (se possível, nenhum, é só o tempo que demoro até conseguir que ela pare) porque os níveis de cortisol (stress) sobem e, portanto, torna-se gradualmente mais difícil acalmá-la e adormecê-la e mesmo que adormeça por exaustão, vai ter um sono muito menos descansado porque o stress mantém-se. 
  • Pego-a ao colo, dou-lhe tapinhas no rabo, faço-lhe massagens, festas no cabelo, canto ou não canto, conto histórias, respondo a perguntas ou a pedidos que ela faça, dou mama, dou chucha, dou o coelho, não dou o coelho. É o que for preciso para que ela se vá acalmando, mas com o mínimo de estímulos possíveis de luz e de som (cantamos baixinho e falamos baixinho e o mínimo possível). 
  • Tento sempre que ela adormeça na cama, sem maminha e com o mínimo de intervenção minha na fase mais final, para depois, quando acordar, não sentir falta da "bengala" para adormecer. Hoje não tive paciência, por exemplo, depois de uma hora e meia...





As tais notas que vos falei ali em cima: 

Passei pela fase de sempre que ela não adormecia imediatamente na mama, de me vir embora. "Se ela chora, é porque não quer dormir, volto para a sala e depois tento outra vez". Péssimo, péssimo. Nenhuma mãe quer que o filho adormeça por exaustão por sistema e se há algo que todas saibamos pela nossa experiência é que não há pior puto para adormecer que aquele que tenha "passado do ponto". Com o tempo sabemos "qual é o ponto" ou, então, arranjamos sistemas de fé, como o meu. Tive de ganhar mesmo muito auto-controlo e muita manobra de distracção para a adormecer, visto que só a mama já não chegava.

Eu acredito que a Irene (salvo raras excepções em que se nota que está a cair de podre ou em que a noite foi ainda pior que o costume, etc) só tem capacidade para adormecer 3h ou 3/3h depois de ter acordado a última vez. Seja verdade ou não, como acredito piamente nisso, só nessa altura tenho capacidade e/ou sanidade mental para insistir que ela fique no quarto, mesmo que estrebuche um bocadinho. Antes disso tenho medo de estar a forçá-la a dormir, o que acho uma estupidez se ela efectivamente ainda não tiver cansada. 

Sei que, na idade dela, o normal é dormir uma ou duas sestas (é uma fase de transição). Dou-lhe o desconto na sesta da tarde. Sei que não deve começar nenhuma sesta depois das16h30 porque senão poderá ter que dormir depois das 9h e isso não é o ideal para a idade dela. Começando o ritual 3h/3h30 desde a última vez que acordou, se vir que ela não está birrenta mas está cheia de vontade de brincar, não insisto muito. Nesta fase de transição, pode mesmo não ter necessidade de dormir à tarde, se tiver dormido de manhã. Depois tenho é de fazer todos os possíveis para a deitar após as 6h30 para garantir que não faz "mais uma sesta", mas que começa o sono da noite. A melatonina (hormona do sono) começa a ser mais produzida a partir das 6 da tarde e, portanto, ao deitá-la às 6h30/7h, isso faz com que as probabilidades de ter um come back do monstrinho diminuam.

E pronto. É isto. Tiveram acesso a parte da minha cabeça. Espero ajudar alguém com alguma dica, pelo menos.



7.11.2015

Ajudem-me nisto, pff!

A Irene ainda só mede à volta dos 74 cm e não tem 10kg, mas eu estou a embicar com a questão do espaço que ela tem na cama. Dantes, quando lhe dava mama e ficava só paradinha na cama, não havia problema, mas agora que tenho de vê-la a rebolar-se toda de um lado para o outro, a bater com o pé nas grades, a ir com a testa contra o contorno de berço da cabeceira, começo a pensar se ela não seria mais feliz numa cama para crianças. Não digo uma cama de solteiro que isso é muito alto para ela, mas uma cama daquelas do Ikea.

Tenho imensa vontade de fazer um quarto montessoriano (tipo isto) para ela, mas tendo sempre o chão da nossa casa com imensos pelos de gatos (são dois e deitam imenso pelo), não sei porquê sinto que ela cuspiria bolas de pêlo numa semana ou duas. 

Tenho, por hábito, dar-lhe coisas demasiado cedo... Tentei tirá-la do ovinho muito cedo, dei-lhe brinquedos antes da idade própria... Não por ser louca pela estimulação, mas porque me parece fazer sentido (muitas vezes... engano-me).

Não tenho medo que ela caia do berço, nem nada. É só mesmo bater com os pés nas grandes e ouvir barulho que me faz confusão. 

Quando é que vocês passaram os vossos e como correu?