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4.18.2018

Que filha é esta? E estou a chorar porquê?

São raras as vezes em que passeio pelas fotografias da Irene quando era mais pequenina. Ando tão concentrada no presente (ou, erradamente, no futuro) que me vou esquecendo que todos os dias passam a passado e que todos os dias são dias novos em que ela estará a crescer e a mudar.

Aconteceu-me no outro dia porque tive de ir "ao disco" e dei por mim com grandes sentimentos de tristeza. Chorei. Como se (o que vou partilhar é uma estupidez e eu sei) a Irene de cada fotografia nunca mais voltasse e que eu não aproveitei o suficiente. 

O que vale e nisso ajuda-me muito o blog é que sei que independentemente de não conseguir sentir o sabor desses dias (por não parecerem ter passado por mim, seja por que motivo for) que, na altura, terei sempre amado e dado o meu melhor. Nos passeios diários quando ficar em casa me consumia, nos banhos em todos os momentos. 

Por alguma razão olho para o passado só com tristeza, como se me sentisse péssima mãe todos os dias e sei que não isso é verdade. Sei que estou longe de ser a mãe perfeita (se é que existe) ou até a melhor mãe que consiga ser, mas não entendo qual a razão para me massacrar tanto. 

Parece que tenho saudades dela por nunca a ter vivido e, no entanto, não tenho feito outra coisa. Que lágrimas são estas? 























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4.09.2018

Finalmente já não tenho que a abanar mais para a adormecer!

Há imensa gente que sabe do que estou a falar. Somos muitos os prisioneiros de um mecanismo qualquer de adormecimento nos nossos filhos. 

No meu caso e da Irene começou por ser com a maminha. Mais tarde, negociado, tive de arranjar outro recurso para a adormecer  ou, até mesmo com a maminha, quando a punha no berço, arranjar maneira para que ela lá ficasse (foi até bastante pacífico graças à Constança do Centro do Bebé). Desenvolvi, visto que ela não falava, o "abanar o rabo". 

E atenção que nada era pacífico no momento de a adormecer. Dava-lhe mama sentada e depois punha no berço e acordava e chorava. Ou dava-lhe mama em pé a vaguear pelo quarto e ela não parava de chorar. Ou tentava não lhe dar mama ela chorava na mesma. Punha-a só no berço e chorava. Nunca foi fácil. Nunca. 

A quantidade de vezes em que me escorriam lágrimas enquanto tentava adormecê-la... Cansada, irritada de não conseguir mas, acima de tudo, cansada. Não dormia. Mesmo quando dormia não dormia e adormecê-la era como uma prova de resistência, daquelas que fazíamos na escola de correr durante 10 minutos sem parar ou mais. 

Voltava para a sala com ela, milhões de vezes. Em que tinha de respirar fundo, tinha de chorar. Tinha de a pousar algures para voltar a sentir os meus braços, mas sempre com a cabeça a "lixar-me o juízo": "não dormiu agora, vai adormecer mais perto da hora do lanche e depois para pegar o sono da noite vai ser pior". E, se me permitem, naquela altura, pior que tudo isso? Eu não podia ter tempo para mim. Nem apenas uma hora em que fingiria que iria dormir a sesta só para estar um bocadinho sozinha ou em que tentaria mesmo dormir. 

Tentei muitas coisas. A contar números até ao infinito, a contar histórias sem nexo (ela ainda não falava) e que, às vezes, até resultavam porque eu própria me perdia nos enredos e acabava por me acalmar até que descobri: abanar o rabo. 

Virá-la de barriga para baixo e cantar ou contar uma história enquanto lhe abanava o rabo ao mesmo tempo que fazia com que ela ficasse imobilizada (nossa, que violência), fazia com que ela fosse obrigada a descontrair o corpo. Já tinha de estar na cama também, o que ajudava. Depois, para tirar a mão era outro terror. Tive de desenvolver técnicas e timings ninja para conseguir tirar a mão sem que ela acordasse, mas sempre melhor do que a ter ao colo durante horas (eram mesmo horas,  às vezes). 

Confesso que foram algumas as vezes em que, mesmo assim, chorando de desespero, lhe abanava o rabo. Às vezes, se calhar, rápido demais para a distrair ou para lhe fazer um snap out of it. Agora, olhando para trás, o cenário, se alguém nos tivesse visto, seria impressionante, seria mesmo de quem precisaria de alguém que nos ajudasse. E precisávamos.

Pelo meio passou a dormir a noite toda (aos 3 anos). Isso fez com que eu conseguisse ter um pouco mais de paciência e de esperança e de - vocês sabem - vontade de viver. 

Abanar o rabo passou a ser o sistema. A rotina é ler a história, dar mama, pôr na cama, e abanar-lhe o rabo enquanto canto uma música que o pai inventou para conseguir adormecê-la quando voltei ao trabalho tinha ela 1 ano e meio. E assim tem sido até recentemente. 

Aos poucos têm surgido outras possibilidades e, de repente, já não tenho de ficar com o braço dormente e tentar trocar de braço sem que ela repare. Ou estar sempre a cantar a mesma música ou... De repente, o que "surgiu" foi fazer-lhe cafuné, festinhas e massagens nas costas ou nas pernas quando dorme sem calças... Caramba. Como tudo mudou e para tão melhor. 

Acabou a prisão - até ver - de lhe abanar o rabo e agora tenho só de lhe fazer miminhos - que chatice!! Agora quase que nem tenho pressa para que ela comece a adormecer sozinha. Gosto tanto. De repente, o pior momento do dia passou a ser um dos meus preferidos. Aquele é que me recalibro. 

Desculpa, filha, a Mãe estava tão cansada... Ou às vezes está tão cansada... 


Isto, claro, quando não "tenho pressa". Senão perco-me toda na mesma, mas agora com mais margem de conversa visto que a miúda já tem 4 anos. :)

Como é que vocês os adormecem?

Tudo o que já escrevemos sobre o sono aqui
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4.08.2018

Muito cuidado com as etiquetas.

Isto parece daqueles posts que vemos partilhados nos fóruns de mães em que há uma alarme gigante para algo que durante anos foi considerado normal. Ja quase evito ler essas coisas porque, de repente, o mundo todo muda só por ter lido aquilo - seja verdade ou não. Já não consumo caldos que começam por K (não, não estou a falar de uma marca chamada Kaldos, ahah) porque não sei quê, há aquela marca que faz não sei quê, as garrafas com palhinha incorporada e que não dê jeito lavar por dentro causam mictoriavite e depois tem que se fazer uma receita de farinha de alfarrobra... 

A quantidade de coisas a que temos de andar a fazer rabias hoje em dia para que tudo corra bem é, no mínimo, enervante. Isto, claro, se pertencerem ao mesmo grupo que eu: o que procura coisas para se enervar. 

Não vou falar das etiquetas da roupa, não. As roupas com etiqueta não fazem com que os vossos filhos, no futuro, consigam andar menos bem a pé coxinho. Não são essas etiquetas. São as outras, as etiquetas que nos atribuímos a nós mesmos, aos outros e, pior, a eles (disclaimer: menos piaducha daqui para a frente, agora). 

Estamos sempre à espera de arrumar coisas.

As pessoas em categorias:

ela é...
boa

estúpida
inteligente
rameira
(...)

arrumarmo-nos a nós mesmas:

feia
gorda
estúpida
trapalhona
burra
(...)

ou ainda aos nosso filhos:

teimoso
burro
trapalhão
mentiroso
lento
terrorista
porco
gordo
preguiçoso
mimado
(...)

As etiquetas que damos a nós mesmas resultam em grande parte das etiquetas que, algures, alguém nos deu (e que deixamos que dessem), sendo que fomos mais vulneráveis às etiquetas dos nossos pais - pessoas em quem confiámos a nossa vida (também não tínhamos grande opção) e, por isso, se dizem que somos gordos ou trapalhões, é porque deve ser verdade. 

O pior é que mesmo os nossos pais, que nos terão etiquetado de determinada forma, poderão fazê-lo (sem mal) para se sentirem melhores com eles mesmos. Por exemplo: para que eu seja reconhecida como a melhor a trabalhos manuais "lá de casa", nunca irei dar espaço (inconscientemente) aos outros para que evoluam ou que façam, assumindo esse título, essa etiqueta.  O mesmo com elegância, inteligência, memória, sentido de humor, dinheiro, sucesso...  Para se ser "o mais", os outros têm que ser "os menos". Enfim. Já deu para perceber a ideia.

Escrevo este post para vos aliciar a pensar nisto (já que estou a tentar também):  

1) Estarmos atentas às etiquetas que andamos a pôr aos nossos filhos e tentarmos desconstruí-las. Ninguém é nada aos 4 anos (por exemplo, mas muito menos antes). Ainda estão em formação. Se começarmos a tratá-los como se fossem teimosos, eles assumirão esse papel. Muito como quando namoravam e a vossa melhor amiga dizia "Eish, o teu tipo novo é muito feio" e, de repente, no dia seguinte... já vos parecia mais feio. É importante que tentemos afastar-nos desta tendência que temos de arrumar as pessoas. Para uma criança ser teimosa, por exemplo, são precisos dois. E ninguém "é", as pessoas "vão sendo" ou "estão a ser". Eu já fui uma pessoa muito isto, mas noutra fase sou outra coisa. Agora até sou mãe. Impensável antes.

2) Desconstruirmos as etiquetas que nos puseram. Não é porque a nossa mãe ou o nosso pai um dia nos terem dito - zangados ou frequentemente - que nunca vamos ser nada ou que somos qualquer coisa desagradável que o somos e muito menos para sempre. Não é porque tivemos um namorado possessivo e porque nos fazia sentir isto ou aquilo que o somos verdadeiramente ou que o vamos ser para sempre. Temos de recuar. Pensar. Desconstruir. Limpar. 

Por sabermos o quanto as etiquetas nos poderão magoar, temos de ter cuidado com as que usamos nos dia-a-dia. Em nós, nos nossos filhos, familiares...

Podem ver o que quiserem ver nesta fotografia. Etiquetarem-me como quiserem. O que eu vejo é uma miúda a não saber posar para fotografias sem fingir que é instagramer e contente por estar a viajar (que já não estou, entretanto). 

Era só isto. Chato, eu sei. Imagino que 1 pessoa tenha lido até aqui e que, se calhar, nem fui eu a reler o post por ter adormecido a meio. :)

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4.04.2018

Ela rejeita-me.

Tantas vezes que ouvi isto. Tantas vezes que vi isto. Desde que ela nasceu que a nossa relação não foi simples. Ou eu estava à procura de sinais de que as coisas não estivessem a correr bem por não me achar merecedora de tanto ou efectivamente passámos por dificuldades juntas. 

Desde ela só chorar quando estava no meu colo e no do pai ficar calma (que é normal também pelo pai não ter leite e, por isso, ela não ter que pedir), desde a não conseguir adormecê-la e ser sempre um choro despegado, desde a rejeitar a mama durante o dia e só mamar a dormir (ali por volta dos 3 meses), desde a não gostar muito de andar ao colo comigo, a não tolerar muito bem o marsúpio, a não comer sopa comigo, etc. 

Talvez porque achei que não devia ser mãe e tinha metido na cabeça que não ia ser. A nossa cabeça consome-nos de variadas maneiras. Tanto pode acrescentar como retirar e a minha tem um prazer mórbido de retirar, talvez para depois, pelo menos, ter o conforto de me dizer: "eu já sabia". Assim parece que as coisas doem menos. 

Hoje em dia a história é a mesma, mas conto-a de maneira diferente. A Irene, seja por que razão for não gosta do meu cheiro. O meu cheiro natural, parece-me, não lhe agrada (ahah isto assim isolado, parece ser o post mais estúpido de sempre). Tenha eu lavado os dentes ou não (comer picanha e depois ir cantar músicas para a caminha dela talvez não seja porreiro), ela diz-me sempre que não gosta. 


Podia chorar muito com isto, podia ser mais uma coisa para me martirizar, mas não tem sido. Comecei a contar uma história diferente em que eu não seria o problema, mas em que a realidade é como é porque sim. Uma frase que tenho ouvido muito e que cada vez me diz mais é "Está tudo certo!".  O que tenho contado a mim própria sobre isto, sendo que prezo a minha higiene e, por isso, não será por não estar "limpa" (pá, estou a reler o post e só me rio) é que, por ser uma pessoa algo ansiosa, o meu cheiro, o meu suor terá componentes diferentes do suor de uma pessoa que apenas se tenha cansado. É um cheiro de "perigo". Lembro-me de o sentir quando a Irene passava o dia todo sem mamar. Eu andava num pânico constante e o meu cheiro, ao final do dia, o meu suor, era completamente diferente. Agora deve sê-lo na mesma (apesar de andar muito mais calma, continuo a ter os meus desafios) e, por não ser tão evidente, não o sinto. 

A Irene quer dormir (gosta de dormir, tenho sorte e acho que também ajuda não usar a cama como punição de alguma coisa, mas como um momento de miminho) e a mãe, deitada a seu lado, cheira-lhe a "perigo", a "medo", a "ter que fugir". A brincar, a brincar (ou não, ahah) somos animais e os nossos corpos também têm a sua forma de comunicar e o meu comunicar-lhe-á o contrário das festinhas no cabelo. 

Seja isto tudo uma fantasia ou não, fico contente por não ouvir no "não gosto do teu cheiro" um "não és boa mãe", mas sim apenas "não gosto do teu cheiro". 

É preciso ter o sono em dia para conseguir fazer estes raciocínios. E sei que muitas de vocês não têm, por isso quis partilhar convosco para ver se vos dava um empurrãozinho só a mudar o ângulo das coisas. 

Nem acredito que escrevi na internet algo que dê a entender que cheiro mal... enfim! 

Tomem uma fotografia minha em que estou muito bonita para ver se compenso (ignorem o facto de terem tido que me cortar a testa para parecer da espécie humana e também de parecer que tenho dois cotos em vez dos braços completos): 



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2.20.2018

Se me arrependi de ter ficado um ano e meio em casa com a Irene?

Foi a experiência mais dura pela qual passei. Da maneira como eu a vivi, claro. Também sinto que o pós-parto foi terrível e pensei que fosse terrível para toda a gente, mas tenho conhecido mães que os metem no marsúpio e que fazem passeios sem restrições (a Filipa Galrão, por exemplo). 

Agora sinto que viveria tudo de outra forma e por todos os motivos. Timings, maturidade, experiência com a Irene, auto-conhecimento, outra relação conjugal... Tudo influência. Nós é que, infelizmente, parece que estamos programadas para pensarmos sempre em primeiro lugar que "estamos estragadas". 

Os 5 meses de licença de maternidade mais o mês extra de férias custaram muito a passar: a pediatra disse para evitarmos sair de casa nos primeiros meses por não ter vacinas (e levei isso demasiado à letra), a amamentação não era nenhum conto de fadas, a privação de sono era terrível, a falta de privacidade e a a angústia de não saber quem sou ou quem é a pessoa que tenho nos braços também. 

É uma violência gigante (lá está, para algumas mulheres) mas que vamos tendo o sorriso deles que nos vai salvando (e a eles) e interrompendo grandes períodos de desespero, de tristeza e de desamparo. Lembro-me de acordar durante a noite umas 7 vezes e, de manhã, quando acordava, ia praticamente a chorar ter com a Irene. Com o sorriso dela (como se nada tivesse acontecido), ganhava forças para mais uma hora ou duas. E foi assim durante 3 anos. Até ela (e eu) começar a dormir a noite toda. 

Pelo meio, voltei a trabalhar. O Frederico ficava em casa com ela, mas tinha de ir trabalhar. Não pedi a licença prolongada a tempo (tem de ser um mês antes do final ou, pelo menos, era assim há 4 anos). Quando voltei parecia não haver trabalho para mim e requisitei uma licença sem vencimento de um ano com - aqui entre nós apenas - a esperança de que não fosse aprovada (agora já ouvi dizer que tem que ser dada). Não queria assim tanto. Queria só sentir que tinha feito o possível para estar junto da Irene e para que o tempo sem trabalho no trabalho não me parecesse tão pecaminoso. Estava a gostar de sair de casa todos os dias, de estar com os meus colegas, de me maquilhar, de ouvir música, de estar em silêncio de não estar sempre com as mamas de fora (apesar de ir tirar leite para uma sala)... 

Aceitaram. 

E lembro-me quando cheguei a casa nesse dia. Pensei: "é o primeiro dia de um ano inteiro". Que bom e... que... medo. 

Se me arrependo? Não. 


A Irene teve a sorte de ter mais mãe, mesmo que a mãe não estivesse minimamente inteira. As decisões foram baseadas sempre em amor (por ter sorte de não ter de basear na necessidade) e, por isso, mesmo que tenha custado, a mim e, por isso, a ela... foi amor que me levou a decidir. 



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2.18.2018

Não gosto mais de ti! Já não sou tua amiga!

A palavra que mais impacto teve em mim, até agora, que a Irene tenha dito foi "mãe". Acho que faz sentido e que não é surpreendente. Aquela mãe foi como se, numa vez só, me tivesse tirado 30kgs de cima (teria sido bom se fosse literal), me tivesse arrumado a casa toda e ainda tivesse feito a cama de lavado depois de uma sessão calminha de amor (ahah wtf?). 

Depois disso, a miúda fala e fala que se desunha. Somos só duas cá em casa (além dos gatos Noddy e Bubbles) e, por isso, levo com a conversa toda - e adoro a maior parte do tempo. Por ser eu quem cuida maioritariamente da Irene tenho de ser eu a principal disciplinadora e sabem uma coisa? Não me custa. Não me custa dizer-lhe que não. O que tenho a seguir - nem sempre - é uma birra estridente e algumas frases horríveis como "Não gosto mais de ti!! Já não sou tua amiga!!". 

Fotografia por Joana Hall e macacões de Little Jack. 


Já reparei que há outras pessoas que levam isso a peito, que levam isso mais a sério. Tenho a sorte de não levar. Não levo nada que ela me diga a peito. Se nem nós, adultos, com tanta experiência em cima e, supostamente, mais dois dedos de testa a nível emocional não conseguimos dizer as coisas como queremos e quando devemos ou, simplesmente, ficarmos calados. Quanto mais uma miúda de (quase) 4 anos? 

Digo-lhe (até há um livro muito giro da Edicare chamado "Meu amor") que gosto dela sempre: quando está contente, zangada, triste... Tento dar-lhe outras sugestões sobre como poderá lidar com a frustração. Como, por exemplo, gritar o que está a sentir, fechando as mãos com força. Sei lá (sei um bocadinho que já pensei nisto, mas só sei o que sei haha). 

Eu serei sempre tua amiga, Irene e gostarei sempre de ti. Tal como tu gostarás sempre de mim, independentemente das nossas birras que as há. Ou porque tu dizes que não é porque eu digo que não. É natural.

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