A frase podia acabar em "mundo". Sem adversativa. Sem "mas". Mas estaria a dourar a pílula. Ser mãe é o melhor do mundo, mas há "mas". Vários "mas". Deixemo-nos de histórias de encantar, sem bruxas e vilões. Ser mãe é o melhor do mundo, mas nem sempre o é.
Ser mãe é o melhor do mundo, mas há dias em que só apetece enfiar a cabeça na areia. Emigrar umas horas. Carregar no mute ou no pause.
Ser mãe é o melhor do mundo, mas nem sempre estamos à altura. Nem sempre temos cabeça nem disponibilidade. Nem sempre damos o nosso melhor. Às vezes o nosso melhor é pouco. Menos do que o que eles merecem.
Ser mãe é o melhor do mundo, mas é muito difícil. Compensa? Sim. Mas há momentos em que estamos frustradas, em que queríamos ser três, ter quatro braços, uma dose infindável de paciência e desejamos que os dias tivessem 52 horas, mas só trabalhássemos 8.
Ser mãe é o melhor do mundo, mas o que fazer quando temos uma dor de cabeça que mais parece que levámos com um guindaste do Dubai em cima e os nossos filhos não percebem o conceito de "fala baixinho, por favor"?
Ser mãe é o melhor do mundo, mas às vezes ficamos esmagadas com dúvidas, receios, sentimentos de culpa.
Ser mãe é o melhor do mundo, mas há momentos em que apetece chorar, de cansaço. E choramos.
Ser mãe é o melhor do mundo, mas às vezes complicamos.
Ser mãe é o melhor do mundo, mas é um trabalho duro, sem folgas, sem grandes margens para erro, exigente.
Ser mãe é o melhor do mundo. É o maior desafio de todos e o mais gratificante. E, felizmente, não há "mas" que nos impeçam de desejar sê-lo, todos os dias.