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8.25.2017

"Bebes álcool a amamentar?"

"Bebes álcool a amamentar?!" É uma das perguntas mais recorrentes quando publico alguma coisa deste teor. E é legítima e pertinente. Não quero, de forma alguma influenciar-vos nessa escolha. Esta é a minha. Há quem não toque numa gota de álcool enquanto amamenta. E faz muito bem. Há quem toque, pontual e moderadamente. Fará mal? A resposta a esta pergunta dependerá de muitos factores.

Nos primeiros meses da Luísa não toquei em álcool. Faria de novo igual, por mamar em livre demanda e, por isso, não conseguir estimar nunca quanto tempo depois iria precisar de mamar. Agora, um ano depois, de vez em quando, em algumas situações e contextos, bebo um copo de vinho ou uma somersby. Antes de tomar esta decisão, informei-me. 

Quais os riscos do álcool enquanto se amamenta? 
Quais as quantidades limite? 
Dependerá também do organismo / peso da mãe? 
Quantas horas esperar até amamentar de novo?
eram as dúvidas que me surgiam. 

Partilho convosco a informação que encontrei.

No site e-lactancia (feito por profissionais e onde encontro sempre resposta ao risco ou compatibilidade de certos medicamentos com a amamentação) não é aconselhado: risco elevado. "Durante a amamentação é recomendado não consumir álcool ou consumir ocasional ou moderadamente". Aponta as quantidades, a percentagem de álcool e o tempo de espera até o álcool desaparecer do leite e do sangue, dependendo também, claro, do peso da mãe

Tempos de orientação para mulheres com 60 kgs
2 horas e meia sem amamentar depois de:
- um copo de vinho 12% (120 ml)
- 330 ml de cerveja 4,5%
- um copo de 30 a 40 ml de licor de 40%-50%  

Portanto se se beber dois copos de vinho, esperar 5 horas; três copos de licor: 7 horas e meia... etc.

[Desmonta também o mito de que a cerveja estimula a produção de leite: aumenta ligeiramente os níveis de prolactina, mas seda o lactante e inibe a produção de ocitocina da mãe e portanto o reflexo de ejecção de leite, reduzindo a produção de leite entre 10 a 25%.]

A La Leche League tem este texto fantástico que explica tudo muito bem. Comer ou não comer também influencia, assim como o nosso organismo. A idade da criança também deverá ser tida em conta.


Susana Cabaço Fotografia
Site aqui.


Como não quero ser responsável pelas vossas escolhas, aconselhem-se com o vosso médico e com o pediatra, se quiserem fazer escolhas mais seguras. E sempre, sempre, beber com moderação (amamentando ou não), certo? Certo.


8.02.2017

A minha filha tinha fome e não comia.

Sei que o título sugere que a Irene tenha voltado a ter mais uma convulsão, mas ainda não. Não é disso que vos quero falar  hoje. Como devem saber, estamos na semana do aleitamento materno e isso pôs-me a pensar um bocadinho no que foi a nossa experiência inicial e lembrei-me. Lembrei-me que aos 3 meses passamos por uma fase horrível porque a Irene não queria mais mama. A Irene sempre que a punha na posição clássica para amamentar, chorava e chorava. Esperneava muito irritada e revoltada como se tivesse um trauma. 

Foi muito angustiante para ambas. A minha filha poderia estar com fome e havia algo que eu não percebia que estava a impedir que o "natural" acontecesse. Agora que já me tinham deixado de doer os mamilos, que já não dizia (para dentro) fo**-se, sempre que ela abocanhava e iniciava a sucção (não tem que ser assim e não é assim com todas as mães), estava a acontecer algo que eu não percebia e que me deixava de rastos. 

A Irene não fazia as mamadas do costume e começou a rejeitar-me (à mama, mas vocês sabem que o que sentimos é o que escrevi). Falei com a "minha" pediatra, em busca de algum acompanhamento, recebi a indicação de tentar tirar com a bomba e dar no biberão que, com a minha ansiedade (além das dificuldades inerentes a conseguir extrair leite com a bomba que é sempre inferior à capacidade de sucção de um bebé), fazia com que a ejecção de leite não acontecesse, ainda para mais com ela a chorar desalmadamente. 



Desisti e fui comprar o leite de lata à farmácia. Chorei pelo caminho porque não era aquilo que eu queria para nós as duas, mas não podia correr o risco da minha filha eventualmente estar a passar fome só por teimosia minha, fundamentalismo ou necessidade de validação pessoal. 

Fui. Preparei o leite e quando lhe pus a tetina na boca (numa posição esquisita), não o aceitou. Sorri, fiquei aliviada e percebi talvez não fosse fome. Descobri que, durante a noite, continuava a mamar como "deve ser" e que não estava a perder peso. Talvez os nanossegundos que ela mamava até reparar que estava na posição para ser amamentada (seria um torcicolo? - pensava eu) chegassem para não ter fome. 

Li. Li. Li. Li. Falei com especialistas (em amamentação, não pediatras porque tanto podem sê-lo como não ser e o normal é não o serem) e percebi que ia passar. 

Lá me deram a recomendação do "fazer muita pele com pele" e foi demasiado tempo até passar, a descobrir "truques", com muita ansiedade à mistura, muita dor de braços por ter descoberto que até aceitava ser amamentada ao colo, mas comigo de pé e a cantar, mas já está. 

Isto tudo para vos dizer que a amamentação - tal como tudo na vida, parece-me - tem coisas boas e coisas menos boas, mas que poderá haver uma possibilidade de ultrapassar as más com o devido acompanhamento.

Li que havia uma "crise dos três meses" que coincide com um salto de desenvolvimento o que me ajudou a perceber que todo aquele caos e desordem, até era sinal que estava tudo a correr como esperado. 

3 anos depois cá estamos. 

Força.

Procurem ajuda junto da Amamentos ou na Rede Amamenta, por exemplo. 


Outras coisas para ler: 
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Tudo o que já escrevemos sobre amamentação aqui. 



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8.01.2017

Duas mães - uma a amamentar e outra a dar leite de fórmula - na mesma sala. Eis o que aconteceu.

Estava eu a amamentar a Luísa, de um ano e dois meses, numa sala. Chega uma mãe, com um bebé pequenino, e prepara-lhe leite de fórmula. Ficaram os dois a comer, em silêncio. Eis o que aconteceu.

Começámos a conversar sobre... os nossos filhos (ela também tinha dois, com dois anos e picos de diferença). Do cansaço, das noites, de como já sabíamos, nesta segunda ronda, que tudo o que nos atormentava na primeira, iria ser passageiro. De como nos esquecíamos das coisas más. De como tínhamos tido amnésia selectiva para irmos ao segundo, num curto espaço de tempo. O primeiro filho dela começou a dormir melhor ao ano e meio, tal como a Isabel (que só dorme efectivamente bem agora e nem é sempre, mas já está bom assim). E lá fomos nós dar-lhes irmãos.

Nem uma palavra sobre mamas e leite. Nem "já anda e ainda mama?" nem "tão pequenino e já não mama?". Nem "isso já é vício". Nada. Nem um julgamento. Nem uma desculpa. E foi tão bom assim.

Não sinto que tenha sido um assunto tabu, apenas ninguém teve interesse em saber o que aconteceu à outra ou o que motiva cada uma. Estávamos apenas, lado a lado, a desabafar o que nos ia na alma, sobre tudo o resto, mesmo que não tenhamos feito as mesmas opções ou que não tenhamos tido a mesma sorte. Ou... o que seja. Estávamos, lado a lado, a ser Mães, a rirmo-nos, cansadas, e a desejar o melhor para os nossos filhos.

Que assim seja. Sempre.



[Não que não seja saudável falarmos sobre todos os assuntos, contarmos as nossas experiências, desmistificarmos algumas coisas, aprendermos umas com as outras... Pode ser bom, se não nos tentarmos impôr nem fizermos julgamentos. Mas às vezes não é disso sequer que precisamos.]


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5.31.2017

Amamentar uma miúda de 3 anos? Isso não é normal!


Primeiro, não é nada normal que publique fotografias minhas a amamentar. A relação com o meu corpo nunca foi muito pacífica e, se nunca imaginei a amamentar uma criança (nem pensava que viesse a ser mãe), também não imaginaria que teria fotografias disso e que muito menos as publicasse na net (ou que tivesse um blog de maternidade...). 


O que me leva a fazê-lo são os comentários que muitas das mães que amamentam além dos 6 meses de leite materno em exclusivo tal como recomenda da Organização Mundial de Saúde (às vezes, esses comentários, vêm até muito antes - credo!) estão sujeitas a ouvir.

Vêm de pessoas certamente não mal intencionadas. Falam repetidamente, sem consciência do que dizem ou dos efeitos que tal comentário possa vir a ter. Também serei assim noutras áreas e ainda não sei disso.  Porém, uma das coisas em que têm razão é que "isto não é nada normal". 



Não é "normal" amamentar uma criança de 3 anos. Não, não é. Já foi. Actualmente ainda não voltou a ser. E a verdade é que da mesma maneira que ver mães a amamentar sem pudores na rua ainda choca muita gente (ou mesmo com pudores), quem amamenta há mais tempo também recebe comentários. 

Ela já fala e ainda mama? Mas já tem dentes? Isso já é sexual. Que horror. Comigo não vai ser assim. Que vício. 

Todas temos os nossos motivos para amamentar mais ou menos, para insistir mais ou menos, para querer mais ou menos, para gostar mais ou menos. Muitos desses motivos, muitas de nós, nunca saberemos realmente quais são. 


No meu caso, o que me levou a amamentar e a querer amamentar tanto (não a forço, ela gosta haha) é o querer que a Irene tenha mãe suficiente. Não quero dizer com isto que quem não amamenta não é mãe o suficiente. Será. Amamentação não é sinal de maternidade. Porém, para mim, simboliza isso. Para mim era importante e ainda é que a Irene perceba que parte do nosso amor começou e dura ainda assim. 

Não tenho pressa para o deixar de fazer e mal ela me cabe no colo. Não ofereço maminha, espero que ela me peça e temos os nossos dois momentos por dia. Quando não existem (porque já se esqueceu uma vez ou outra), fico com saudades e a vez seguinte sabe-me ainda melhor. 

É raro conseguir pegar a Irene ao colo. Este é o nosso colo. Há 3 anos. Com muitas lágrimas, muitas tristezas, muitas más fases, mas com muitas coisas boas também.

Neste momento, só boas.

De manhã, quando acorda - as duas na ronha até decidirmos acordar ou à noite, antes de adormecer - depois da história - para ir quentinha e calma. 


Não é normal, mas é natural. Ambas gostamos de momento. E planeamos continuar assim, com naturalidade. 

Publico estas fotos (porque estão muito giras e foi a Joana Hall quem as tirou) para que, apesar de não ser normal ver miúdos de 3 anos a serem amamentados, haja mais umas tantas pessoas (vocês :)) que agora viram e que assim nos possamos apoiar umas às outras, independentemente das nossas escolhas pessoais. 

É uma aprendizagem à qual me junto. 


Coisinhas giras: 

Fotografias - Joana Hall

Roupas - Little Jack Baby Clothes (óptimo para amamentar)

Colar do coração (apaixonada) e brincos - Our Sins 



Tudo o que já foi escrito sobre amamentação no blog aqui.

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5.05.2017

Amamentar *O Essencial* - Sessão de Esclarecimento Gratuita





É com muita felicidade e carinho que vos quero convidar a fazerem parte da sessão de esclarecimento - Amamentar *O Essencial*. Uma ideia que partiu do meu peito e do da Joana Paixão Brás (onde está o nosso coração e leite ;)) e que tem como objectivo simplificar a amamentação para todos os interessados.  Vai ser uma espécie de resumo Europa-América, aqueles que nos salvavam à última da hora antes de termos de fingir que lemos "Os Maias" (provavelmente a outra Joana deverá ter lido que falava muito de porcelanas - do que ouvi dizer). 

Deixo-vos aqui o resumo dos nossos objectivos e pormenores.  Juntem-se ao nosso evento aqui :). 

Inscrevam-se (é gratuito), enviando um e-mail com os vossos dados para amamentaroessecial@gmail.com

Um obrigada muito grande ao Grupo Renascença Multimédia, à Amamenta Lisboa e Setúbal da Rede Amamenta por tornarem tudo isto possível. Vamos fazer chegar a boa informação a mais gente e mudar a vida de muitas famílias, isto é... só... maravilhoso!! 

Programa:
Boas vindas – Joana Gama e Joana Paixão Brás (a Mãe é que sabe)
Dúvidas nos primeiros meses - Cristina Cardigo
Aleitamento e Babywearing - Mariana Serra
Intervalo
Aleitamento materno e o regresso ao trabalho - Maria Pires
Introdução da Alimentação Complementar - Marta Rodrigues
Desmame Gentil / Desmame Natural - Patrícia Paiva


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4.21.2017

Pela primeira vez em 3 anos, fui sair à noite com uma amiga.

Tento ao máximo abstrair-me de julgamentos alheios porque pecadora me confesso e, portanto, sei que as opiniões dos outros e respectivos julgamentos têm mais que ver com as suas próprias experiências de vida do que com a situação em concreto. Estas foram as minhas escolhas e tive os meus motivos para elas. Todas são válidas, desde que conscientes e bem-informadas (vá, aquele "todas" tem algumas aspas, sei lá!). E quando são conscientes e bem-informadas, geralmente são menos permeáveis a comentários de terceiros ou, pelo menos, discutidas de forma mais saudável. 

Desde que a Irene nasceu que tudo o resto deixou de ser tão relevante. Primeiro porque me senti num modo de sobrevivência ao mesmo tempo que tinha de garantir a sobrevivência - não é só isso que queria, queria a perfeição do desenvolvimento físico e psíquico - da minha filha. Tenho noção de toda a pressão que isto implica, senti-a e sinto-a na pele. Diariamente. Estou a aprender a lidar com a minha ansiedade ou a resolvê-la. 

A recomendação da pediatra de não sair durante os primeiros três meses foi levada demasiado a sério e o objectivo de ser bem sucedida na amamentação custou muita sanidade mental (aos três). A par disto, houve uma licença de maternidade de 5 meses, um mês de férias para fazer os 6, um mês a trabalhar (e de me ter apercebido que ninguém estava à espera que eu voltasse, não sei porquê e fiquei a "encher chouriços", sem grande coisa para fazer) e depois um ano de licença sem vencimento. Em casa. 

Em casa e a querer cumprir com tudo o que eu considerava ideal para a minha filha (menos para mim, mas eu não pedi para ela me ter como mãe, foi o contrário). Sendo perfeitamente britânica com horários de sono e outros critérios que, com o tempo, se foram atenuando e deixando de ser tão fundamentalistas. Tudo isto perfeitamente privada de sono por ter escolhido não a ter no nosso quarto no 2º dia de vida (já não me revejo nada nesse post que escrevi, nada!) e de ter feito piscinas umas 8 vezes por noite, às vezes 12, para não acordar o Frederico e para... para quê? ... Tinha, também, que passear com ela. Ela tem que sentir o ventinho na cara, sentir relva nas mãos, esfolar os joelhos, andar de baloiço, estar com outras crianças. Muitas obrigações (auto-impostas) para um dia apenas e para uma mãe cansada, mas com uma enorme vontade de passar todo o amor que tinha no seu coração com sono, cansado, com medo, inseguro. 

No ano seguinte, voltei a trabalhar. Um alívio. Uma maravilha. Ela ficou em casa com o pai. Muitas das minhas responsabilidades foram passadas para o pai. As maminhas puderam respirar durante o dia, mas continuava a sentir uma grande responsabilidade em ir passeá-la, dado que o pai era mais caseiro. Depois de uma noite inteira a amamentar, a fazer as tais piscinas (para quê?), ainda ia para casa pressionada (por mim) a passeá-la a fazê-la brincar na natureza, ver outras crianças e também "pressionada" sempre pelas horas para conseguir dar banho, jantar, amamentar e dormir. 

A Irene entrou para a escola o ano passado. Não gostei da escola e a Irene também não. Mudámos de escola. Agora, sim. Está numa escola em que brinca lá fora. Em que há amor em tudo, em todo o processo desde que ela entra na sala até que ela me vê à tarde. A parte de brincar "lá fora", como os miúdos têm necessidade, está cumprida na escola. Falta só a parte de brincar com a mãe que uns dias poderá ser lá fora e outros nem por isso. 

Já estou a trabalhar há dois anos, a amamentação, neste momento, está perfeitamente adequada às vontades de ambas (mama quando acorda e quando adormece) e, agora, já estamos todos prontos para eu começar a "voar". 

Foi o pai quem a adormeceu na sexta-feira passada (nunca a tinha adormecido à noite, fui sempre eu). Disse à Irene "o pai janta com amigos, a mãe janta com amigos, o pai volta, a mãe volta, sempre". Saí e tranquilamente tudo aconteceu. Jantou com o pai, ele adormeceu-a e eu fui jantar com a Susana. 

Jantámos, bebemos sangria (não sou de beber álcool mas achei que o momento o pedia), rimos, decidimos continuar a noite e fomos ao bowling (um dos meus sítios preferidos, depois conto). Jogamos, rimos, gritamos, dançámos e fui para casa. 

A Irene acordou e o dia recomeçou como se tivesse sido qualquer outro para ela. Menos para a mãe que estava um pouco mais completa e com um coração melhor para amar mais a filha. 

Este sábado há mais, bitches. :)


Fotografia: Love Project
Laço: Lemon Hair Lovers

Outras leituras que podem ser "giras" ou "os links para os quais se borrifaram há bocado, mas que são espetados aqui de novo". 

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