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8.23.2016

Amamento há dois anos e meio.

Nunca pensei vir a dizer isto não só porque até efectivamente ter decidido engravidar, tal questão nunca me tinha passado pela cabeça. Infelizmente, talvez, porque não se vê muitas mulheres a amamentar em público e, por isso, ver bebés a ser alimentados de forma natural é raro. A verdade é que também, antes de ser mãe, não frequentava sítios para "crianças", daí também não costumar ver bebés e crianças. 

A amamentação só se tornou num assunto para mim quando comecei a ler sobre o parto. Li que era imperativo por o bebé a mamar na primeira hora depois do parto, senão o corpo não reconheceria (ou seria mais difícil) a ligação e tornaria tudo mais complicado. 



Vi que estava ali, naquele livro, um direito meu e da minha filha e que, pelos vistos, não seria respeitado em todos os hospitais ou circunstâncias. Comecei a interessar-me pelo assunto. Era importante. Ainda mais importante para mim que tinha decidido deixar de fumar assim que engravidei e que tinha tentado começar a fazer exercício e, portanto, a amamentação era só a continuação da minha preocupação em fazer tudo o mais saudável possível dentro daquilo que conseguisse controlar - claro que me fartava de falhar e houve muitos Lipton Ice Teas de Pêssego, Sumóis (ahah) de Ananás e gomas como lanche. 

Comecei a querer amamentar. Sabia que para que me sentisse bem no início desta aventura da maternidade, eu teria que amamentar, senti que era a minha parte. A verdade é que os primeiros meses foram um horror (como podem ler aqui). Não há maneira de suavizar a questão, foram um horror. Principalmente por causa da pressão que impus a mim mesma. E, depois, porque quanto mais informada estava, mais longínquas estavam as soluções que tanta gente fala da boca para fora sem saberem o quão enganadas estão, por muito bem intencionadas que sejam (muitas são, obrigada) - muita atenção a estas pessoas, apesar de que, se nos informarmos convenientemente, estamos a proteger-nos melhor dos danos que nos possam causar. Há imensos sítios onde nos podemos informar, nomeadamente aqui

Foi uma viagem muito turbulenta (mas que não precisa de ser, conheço uma boa dezena de mães que amamentar foi algo pacífico) mas que ainda não terminou. Terminou, sim, a parte de ser turbulenta. Agora é só bom. 

Ao longo de dois anos e meio de amamentação muitas foram as fases pelas quais tivemos de passar (a Irene, eu e o meu marido). Principalmente ficando um ano e meio em casa - algo que me ajudou IMENSO a que continuasse com a amamentação depois dos altamente recomendados 6 meses em exclusivo - estava 24 horas por dia disponível para a amamentar. Pelo menos fisicamente. De cabeça? Nem sempre me apetecia. Houve vezes em que me senti contrariada e zangada e demasiado cansada para conseguir ser minimamente racional. Houve dias em que a Irene me pedia para mamar mais do que 30 vezes numa hora. Nesses dias tinha sede, falta de miminho, o que fosse. Pedia porque queria. E, na minha cabeça, lá teria as suas razões. Aos poucos ia-lhe dizendo para esperar. Lá por volta do primeiro aniversário (já falando ela bem e tendo alguma capacidade de compreensão, portanto), ia-lhe mostrando que a mãe também faz as coisas dela e que a maminha iria surgir, depois de acabar de fazer o que eu estava a fazer. Aos poucos foi aprendendo a esperar. Havia alturas em que tinha de esperar, outras que não. 

Pelo meio, sugeriram-me milhares de vezes para que fizesse o desmame nocturno. Dormíamos muito muito mal. A Irene acordava de meia em meia hora ou, em dias bons, de hora e meia em hora e meia. Houve um dia que dei ouvidos e que, quando ela acordou, não lhe dei mama para ela readormeceu. Chorou muito ofendida. A minha tentativa durou 1 minuto (infernal). O cansaço leva-nos ao extremo. Houve muitos dias em que sonhei com um desmame. Em que dava ouvidos às pessoas mal informadas e que magicava maneiras de não ter as mamas mais disponíveis para ela. 

No Verão ficávamos (e ficamos) as duas transpiradissimas por estarmos tão juntas. Era ainda mais desagradável tentar adormecê-la, sendo que ambas ficavamos rabujentas por causa do calor... 

Só que. 

Só que depois, havia todos os outros momentos. Havia e há. Os outros momentos em que, quando chego a casa, sou recebida por uma miúda de fralda, com um coelhinho na mão e que grita ao mesmo tempo que ri: "quero maminha mãe, quero maminha!!!". 

E a maminha dela é enfiar-se no meu colo, com as pernas em cima dos meus braços, a fazer festas a ela própria com o coelho no nariz e em mim, na minha mama. É a barriga dela, de bebé, ele umbigo que, em tempos, tanto nos uniu, estar junto ao meu. É sincronizarmos as respirações de maneira a que quando ela insipire, eu esteja a expirar e façamos uma dança de barrigas. Isto enquanto ela bebe o leitinho da mamã que "sabe a mel" e que, depois de não querer mamar mais de uma maminha, depois pede "outra maminha, se faz favor, mãe". 

Gosto de a ter no meu colo sossegada. Gosto de lhe sentir os pezinhos nos meus braços e de os poder cheirar e por na minha boca, para os beijar. Gosto de a agarrar pela fralda e de lhe poder fazer cafuné enquanto "ela bebe o leitinho da maminha da mãe". A brincar, já lhe ofereci a maminha do pai "mas tem pêlo", a da Bubbles - nossa gata - "mas tem pêlo" e, por isso, lá vai havendo a maminha da mãe. 

A maminha da mãe que, depois de dois anos e meio de pois, significa miminho, colo e imensas defesas. Continua a desempenhar um papel muito importante na saúde dela, além de que também desempenha na minha. Sabiam que, enquanto damos de mamar, é produzida a hormona da felicidade? 

A Irene continua a mamar - não houve desmame algum - durante a noite. Já não acorda milhares de vezes. Acorda uma, quando muito e não houve qualquer desmame nocturno. Há imensas maneiras de conseguirmos descansar um pouco melhor durante a noite se tivermos um bebé amamentado. Falem, por favor, com especialista que tenham formação em amamentação. Uma dica que aconselho é ou dormirmos com eles ou termos uma cama grande para eles no chão para podermos adormecer com eles se estivermos cansadas, sim, mesmo que fiquemos com uma mama de fora. 

Os primeiros seis meses foram difíceis, os seguintes foram menos e agora não custa nada. Antes pelo contrário. Mama umas quatro vezes por dia, mamadas muito curtas (pelo menos para mim que não me importaria que ela ficasse mais tempo) e, aos poucos, está a voar. Ao ritmo dela. A um ritmo que também me permite a mim fazer o meu desmame. 

Já confessei e volto a confessar que toda a minha determinação (e loucura  - e não estou a brincar) em amamentar apesar de todos os obstáculos pelos quais tivemos que passar teve mais que ver comigo do que com a Irene. Não queria sentir que falhei porque, para mim, isto era importante. 

Não temos todas de dar a mesma importância às coisas. Temos sim de tomar decisões conscientes para que depois não fiquemos para sempre com um buraco no coração. É tentarmos o que conseguirmos, enquanto conseguirmos, munidas de boa informação. Se, depois, não der? Não deu. Há outras missões a ter em conta. Ser mãe não é só dar maminha. 

Eu gosto muito de amamentar. Amamento há dois anos e meio. Não sou melhor nem pior que ninguém, mas estou muito feliz por ter conseguido e por conseguir. 

Força a todas!

E, por favor, lembrem-se: metade do caminho para se levar a amamentação avante é estarmos bem informadas. Temos muito sobre amamentação neste blog, podem ler os posts todos aqui, andando para baixo. 

8.21.2016

Dorme a noite toda!

A Luísa dorme a noite toda, praticamente desde que veio para casa. Sim, é bom. Sim, é meio caminho andado para eu não ficar completamente xexé da cabeça. Da Isabel nunca foi assim, apesar de ter chegado a fazer 7 horas num dia (muito) bom. Só ao fim de um ano e tal é que soubemos o que era isso de dormir uma noite seguida, mas ainda assim nunca aconteceu muitas vezes.

A Luísa dorme e a Isabel acorda. Uma, duas, três vezes. Mais. Com o calor, com pesadelos, com tosse, porque sim, porque precisa de mim. Às vezes custa, outras vezes não custa. A Luísa compensa. Quando (ou "se") deixar de compensar, lá terei de me adaptar a essa realidade e andar cá e lá, a fazer piscinas. Se acontecer penso numa solução, não vale a pena sofrer por antecipação. A Isabel não quer vir dormir connosco, na nossa cama, gosta de ter o seu espaço. Eu vou lá. Às vezes aceita que seja o pai. Às vezes pede leitinho. Às vezes adormece antes de eu lá chegar com o dito. Às vezes fico a dormir com ela. Às vezes dorme a noite toda e eu rejuvenesço mil anos.

A Luísa... a Luísa mama muito durante o dia, mas durante a noite dorme. Adormece às 22h-22h30 para o sono grande, às vezes volto a dar-lhe mama por volta das 7h, se a acho mais irrequieta, e depois volta a dormir mais duas ou três horas. Já chega a fazer 12 horas. Já me disseram: "mas isso é porque o teu leite é bom". Sim, o meu leite é bom. É uma verdade. Mas o leite das outras mães também é. Todos os leites são bons (são raras as excepções). Ou todos (quase todos) podem ser bons, se fizerem uma coisa chamada livre demanda, sem horários e sem restrições. Se a pega estiver bem feita, se procurarem apoio de pessoas especializadas, se confiarem em vocês. Quanto mais o bebé mamar, mais leite é produzido. Agora... se é (só) por isso que a Luísa dorme? Não é. É dela. Quantos bebés são amamentados em livre-demanda e não dormem a noite toda? Quantos bebés bebem leite de fórmula e não dormem a noite toda? Não tenho explicação para ela dormir bem, fico toda contente, mas sei que a qualquer momento pode deixar de dormir assim (lembro-me sempre do caso da Irene, da Joana Gama).

A minha questão é: como faço para ela dormir também bem as sestas? Eheh Estou a brincar! :) Ela dorme bem, tem é de ser ao colo ou em andamento. Ou de mama na boca. Se a deito, acorda. Juro que não me estou a queixar, tenho noção da sorte que me saiu na rifa! 



Sigam-me no instagram@JoanaPaixaoBras
e o @aMaeequesabe também ;)

7.18.2016

Como sobrevivi ao primeiro mês de amamentação

Se estão grávidas e querem amamentar os vossos filhos, informem-se muito antes. Acho que se tivesse lido esta frase quando estava grávida da Isabel ou se alguém me tivesse dito o quão difícil pode ser amamentar, eu teria procurado toda a informação ao meu dispor, antes de começarmos a nossa bonita mas difícil história. Saberia o que é ou não normal. Teria à minha disposição contactos de especialistas. Teria tido mais confiança em mim e no poder maravilhoso do meu leitinho. Contei-vos a nossa história, para mim ainda hoje bastante comovente, no post: "Acabou-se a mama".


Quando engravidei da Luísa, já ia muito mais confiante para esta missão. Sim, parece um exagero a expressão, mas é assim que a sinto, sendo que muitas vezes são as coisas que exigem mais esforço e dedicação que acabam por dar mais prazer. Escrevi este texto: Amamentação: o que vou fazer de diferente da 2a vez.

No meu íntimo achei que, da 2a vez, fosse ter metade das dúvidas e metade do sofrimento. Voltei a sofrer bastante, voltei a chorar, voltei a gretar os mamilos e a fazer sangue, mas desta vez sabia também que iria passar e que iria compensar. A boquinha da Luísa era pequenina e agarrava mamilo e pouca auréola. Tirava-a com o dedo mindinho da mama e voltava a meter de novo, tentando corrigir a pega, mas em vão. Tive dores na mama esquerda (a "mama má", também da Isabel). Tive uma subida do leite novamente dolorosa, à qual a bebé não dava vazão e, como não conseguia extrair leite manualmente para aliviar, tive mesmo de meter um bocadinho a máquina (não se deve, mas era a minha única maneira de "sobreviver" a tanto caroço, mesmo depois de boas massagens no banho). Recorri a uma CAM, a Patrícia Paiva, da Rede Amamenta (Setúbal), que me foi encorajando e me deu a conhecer, entre muitas outras coisas, dois vídeos fantásticos:

Este vídeo devia ser obrigatório para perceberem melhor como funciona a pega, as várias posições, a melhor postura do corpinho deles: é óptimo, mesmo, mesmo!

Este vídeo ajuda-nos a perceber como se extrai leite manualmente (só consegui começar a extrair assim um mês depois).


Outras coisas que descobri on my own:
CREME: Com a Isabel, usei o Purelan, da Medela, mas não fiquei grande fã, por isso desta vez quis experimentar outros e dei-me muito bem com dois cremes que encontrei na Origami Kids - este bálsamo para mamilos e este, um pouco mais espesso.

ALMOFADA DE AMAMENTAÇÃO:  Não tinha almofada, mas para maior conforto, acabei por encomendar a almofada de amamentação Mada in Lisbon, que é anti-ácaros, anti-bacteriana e hipoalérgica.

MÁQUINA: Na altura da Isabel emprestaram-me a máquina da Medela, dei-me lindamente, mas desta vez fiquei fã da Bébéconfort, que é silenciosa (não é totalmente, mas não tem nada a ver com as outra) e "mãos livres" - pode colocar-se a concha no soutien.




A minha avó dizia que ela, aqui com 21 dias, estava a medrar, com as peles a escamar. :)



Quando tiverem dúvidas ou dificuldades neste processo, contactem a Rede Amamenta, a SOS Amamentação ou contactem a clínica Amamentos.

Ah! Coisas de que me esqueci: andei muito de mamas ao léu (o nosso leite no mamilo também ajuda a cicatrizar), fiz bastante pele com pele, dormi perto da bebé para que ela mamasse sempre que quisesse e, claro, faço livre demanda, ou seja, a bebé mama sempre que quer, o que além de a fazer ganhar muito peso e refeguinhos, facilitou mais a subida do leite (em nada comparada com a da Isabel, que por ter regras rígidas e relógios parvos, foi horrível).

7.17.2016

Fomos fotografados por um paparazzo...



Agora em zoom

Ontem consegui tirar meia hora do meu dia para ir à piscina dos sogros desfrutar da Isabel. Ando numa fase de Luísa alapada a mim 24/24 horas, a mamar como se fosse um camelo e tivesse de fazer reservas para meio ano (está num pico de crescimento - leiam sobre isso quando acharem que estão com pouco leite, que não os satisfaz ou que o vosso leite está fraco, porque é MITO - e pede maminha mais frequentemente). 

Soube-me bem ouvir as gargalhadas da Isabel a fugir do tubarão (o David) e fiquei contente que o sogro tivesse tirado estas fotos, mesmo que à distância. A Isabel está feliz (e não fez uma única birrinha hoje) e eu muito feliz por, apesar de todo o cansaço, ter feito esta "pausa". Se há coisa que aprendi é que às vezes precisamos de pedir um break time para ganhar fôlego para o resto do dia. 

4.15.2016

Vamos ser Pais!

É este o nome de mais uma iniciativa da nossa parceira Barrigas de Amor


Desta vez o foco é algo que levo a peito (ahah): gravidez e amamentação. Vai ter lugar na clínica Amamentos onde fui muito bem recebida pelas Dras. Elsa e Graça que têm feito um óptimo trabalho em ajudar cententas de mães a amamentar. 


É daqui a precisamente uma semana, por isso têm tempo de adaptar as vossas agendas. Valerá bem a pena. Prometo.

Estamos juntas pela Natalidade ;)



Para mais informações "ajuntem-se" aqui ;)

Para mais informações sobre amamentação no blog, carreguem aqui.

Para ajuda, não hesitem e liguem já para aqui.

2.04.2016

Mudem a vida das próximas grávidas e bebés.

Nem é preciso por-me aqui com argumentos. A verdade é que acho que até os 6 meses não são suficientes e que deveriam ser, pelo menos, um ano (para quem quisesse, sem cortes abusivos). Estou a falar da licença de maternidade, sim. 




Porém, vamos lá assinar esta petição para que sejam revistos os nossos "direitos" e se aproximem mais do que seria razoável: 

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=Licencaparaamamentar

(eventualmente iriamos falar sobre isso, mas queria agradecer à nossa leitora Inês pelo "pressing" por e-mail- OBRIGADA!)

2.01.2016

Quando caí em mim de que era mãe.

Claro que vamos tendo muitos destes momentos ao longo de todos os dias da nossa vida enquanto mães. Acho que nunca nos apercebemos totalmente do nosso papel ao mesmo tempo que estamos completamente mergulhadas nele, tanto quanto é possível estarmos. Há coisas que são muito marcantes para todas nós: o primeiro sorriso, o primeiro dente, os sons que fazem a dormir, a mamar, as gargalhadas, as trapalhadas... 

... mas este momento, até agora, suplantou qualquer outro. Lembrei-me dele ontem, quando estava a dar-lhe mama na poltrona do quarto dela. Olhei para ela e vi-a tão crescida, já tão adulta, mas ainda agarrada ao seu coelhinho. Já tão capaz de se expressar, de dizer o que quer, o que não gosta e que nos deitemos na cama com ela para brincar: "páqui papá, páqui mamã". 

Esta foi a mesma rapariga que me fez chorar, que me fez chorar todas as minhas entranhas e o meu coração - quase como se de um "regresso ao mundo dos vivos se tratasse, com essa mesma sofreguidão - quando há uns largos meses, também naquela poltrona e também a dar mama reparei que se estava a meter comigo. 

Um ano e pouco nesta fotografia.


Brinquei com ela e pisquei-lhe duas vezes os dois olhos. E ela? Ela piscou duas vezes de volta. 

Foi aqui que a minha vida mudou para sempre (outra vez), quando senti pela primeira vez a alma bricalhona, apalhaçada e traquina da Irene. A nossa primeira comunicação mais efectiva. Eu pisquei duas vezes os olhos e ela, que nem contar sabia, fez o mesmo, sedenta por mais, mais brincadeiras, mais piscadelas de olho. 

Tenho a minha filha ao meu colo desde que nasceu, mas senti que naquele momento é que foi o meu parto, enquanto mãe. 

Ela vive, ela brinca, ela imita, ela reage, ela quis fazer-me sorrir. 

Foi a primeira vez que falámos. Claro que já há muito tempo que dançávamos as duas pelos nossos dias, comunicando de uma maneira ou de outra, mas ali vi-a. Vi, pela primeira vez, a Irene. Não sou só mãe. Sou mãe da Irene. 


*este texto é lamechinhas mas não foi escrito pela Joana Paixão Brás. 

1.31.2016

Amamentação: o que vou fazer diferente da 2a vez

Amamentei a Isabel até aos 9 meses, 5 meses em exclusivo. O primeiro mês foi horrível, depois passaram as dores. Aos 3 meses, novas dificuldades, quando fui trabalhar (e apesar de ter tirado litros de leite logo a partir dos 2 meses). Muitos momentos maravilhosos pelo meio, inesquecíveis. Um fim, para mim, precoce. Muito stress e muitos sentimentos de culpa à mistura. Toda a história desta aventura, aqui.


O que vou fazer diferente na próxima:

- pedir ajuda logo na fase da descida do leite

- chamar uma CAM cá a casa nos primeiros dias, para confirmar a pega e pedir conselhos e ajuda, caso necessite

- não olhar tanto para o relógio, fazer livre-demanda sempre

- não ligar tanto aos percentis nem levar tão a sério todos os comentários no centro de saúde

- ouvir-me mais

- dormir mais com a bebé, perto de mim

- fazer mais pele com pele

- não me aventurar num concerto, mesmo tendo tirado leite, estando 5 horas fora de casa, com as mamas a rebentar e em sofrimento

- não ir trabalhar aos três meses, mas sim aos seis

- tentar introduzir o biberão mais tarde (há outras opções a experimentar, como o copo ou a sonda de dedo)

 - partir para a experiência sabendo que pode ser difícil, mas conhecendo melhor o meu corpo e sabendo que há picos de crescimento e que é normal eles "passarem a vida" na mama

- fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que a amamentação seja bem sucedida, mas sem stressar tanto e sem exigir demasiado de mim.


Imagem We Heart It

Calma. Vai correr tudo bem.

1.26.2016

Sobre essa coisa de amamentar em público...


Confesso. Estou a perder a paciência para falsos moralismos.

Uma coisa é as mães que amamentam não se sentirem à vontade, gostarem de privacidade, acharem que o filho se distrai, gostarem de ter um momento resguardado. Como quer que as mães se sintam bem!

Outra coisa é apontarem o dedo, exigirem que as mães se resguardem, que vão para a casa de banho, para o carro. É terem comentários e atitudes discriminatórias. É sentirem repulsa por verem mulheres a amamentar. Onde se vê menos mama do que num decote pronunciado, do que num bikini na praia, do que numa sessão fotográfica espalhada pelas paragens de autocarro, do que no Carnaval. É só e apenas uma mulher a dar de mamar ao filho. A alimentá-lo. Uma mulher não tem de ficar em casa com o filho para o alimentar. Tem de fazer tudo o que quer e o que tem de fazer, onde quer que seja. 

Sempre dei mama onde quer que calhasse: restaurantes, jardins, centros comerciais, casas de amigos. Umas vezes com pano, outras com avental de amamentação, outras sem nada. Quando correu melhor? Sem nada. Criança sem calor, sem transpirar, sem querer brincar com a fralda. As vezes em que me tapei, fi-lo pelos outros, não por mim, porque eu sempre encarei este acto sem qualquer pudor. Porque me preocupei com os outros?... Nem eu sei explicar e, neste momento, já não faz qualquer sentido. Quero caminhar no sentido inverso, aliás. E não, não é por provocação. É para que a amamentação volte a ser uma coisa normal.

E não, nenhuma mulher o faz para chamar a atenção. Nem se levanta do lugar até ao balcão de mama de fora, depois de amamentar a criança. São breves segundos em que se volta a pôr o soutien ou a camisola no lugar, muitas vezes cronometrado, para não "chocar" ninguém. Enquanto o bebé mama, não se vê nada, não me lixem! Menos que num decote pronunciado.

É por nos termos desabituado de ver mães a amamentar bebés que este ato tão natural e desprovido de malícia se tornou neste bicho de sete cabeças!

Deixemo-nos de hipocrisias. Não sejamos mais papistas que o Papa (se até ele incentivou as mães a amamentar na missa...) Basta! Paremos de sexualizar as mulheres por dá cá aquela palha.

Mulheres, paremos de ser as primeiras a apontar o dedo a quem amamenta onde e quando o bebé pedir. Mais compreensão, mais tolerância. Tentemos mudar, devagarinho, mentalidades.

Não gostam de o fazer? Respeitemos.
Sentem-se à vontade para o fazer? Respeitemos.

Simples?

1.15.2016

As minhas mamas.

Reação de uma amiga viu o post de ontem (Menino ou menina?): "estás com umas grandas mamas! A barriga nem se nota muito, mas as mamas..."

Sim, tenho mamas para dar e vender. São só duas, calma. Mas que duas! Bendita gravidez. 

Nunca fui uma pessoa muito avantajada. Eram pequeninas, rendondas e firmes. Depois cresceram, doeram, parecia que tinham vidros a partir, ficaram enormes, amamentaram, ficaram flácidas, amamentaram, ficaram pequenas e flácidas, pingaram. Os meus saquinhos de chá. 

Agora? Minhas amigas, estão como nunca. Grandes, firmes, redondas e, ao contrário da primeira gravidez, não doem minimamente. Dão-me cá uma auto-estima que upa, upa, sim, senhor. 

Podia escrever aqui que o tamanho não interessa, que cumprem a função delas, que a natureza está muito bem feita, que __________ (completar com coisas inspiradoras) mas deixem-me ser parvinha e falar de coisas pouco importantes. Tenho pena que sejam sol de pouca dura! Odeio andar nesta montanha russa das mamas. BUAAAAAAAA! Não quero os saquinhos de volta! E ainda devem ficar piores e chegar ao umbigo! Buaaaaaa! 

Vou ali olhar-me ao espelho. UAU!!! Já passou o mau feitio.

[Por razões óbvias este post não tem foto a ilustrar. Mostramos tudo, tudo, mas calminha!]


Ah! Giro, lembrei-me agora que o meu primeiro texto no blogue foi este: Ode às Mamas.

12.23.2015

Vocês apalpam-se?

O verbo pode não ser esse, tanto dá. Não é, eu sei. Queria só chamar a vossa atenção. Costumamos por estas preocupações de parte até acontecer a alguém que conhecemos ou até nos dar uma paranóia qualquer por algum motivo. 

No meu caso, várias mulheres da minha família tiveram cancro e não posso mesmo relaxar. Confesso que não costumo fazer a a palpação dos seios porque... deve ser porque não me apetece lidar com isso. Não sei bem explicar. Às vezes até me lembro quando estou no banho, mas algo me impede de o fazer. Não sei.

Recentemente uma grande, grande amiga minha foi diagnosticada com cancro da mama nível IV. Lembrei-me que não posso andar a brincar. Amamento a Irene há quase 2 anos e sei que isso reduz o risco, mas nada compensa só descobrir demasiado tarde. Quando é o tarde se não estamos atentas? 

Fui fazer os exames. Não custou nada. Fiz uma ecografia mamária e tudo impecável. E vocês? Têm dado atenção às vossas mamas? Não brinquem com isto. Fazem a palpação no banho?


De notar a minha pontualidade ali na hora, sff. Tau!

Quem fique preocupada com a minha amiga, está a correr tudo pelo melhor. Já regrediu 50%, o tumor e ela está muito optimista. 

11.27.2015

Amamos amamentar.

Quis dar força para mais mães optarem por amamentar. Amamentar pode ser intuitivo para alguns bebés e mães, mas muitas vezes traz dificuldades. Dores, mastites, inseguranças, bitaites de terceiros, pouca informação, etc. 

Contei a minha história aqui, cheia de dificuldades, mas que, com muita força, com muita informação, com muito apoio, consegui ir em frente. Amamento há 20 meses e adoro (para quem ainda não perceba muito do assunto, isto não quer dizer que a miúda só mame, quer dizer que ela mama, além de comer tudo o resto que nós comemos). 

Para terem ajuda com a vossa experiência contactem a "Vamos dar de Mamar", por exemplo. Não hesitem. É tudo possível de ser resolvido. Dar de mamar não é fácil para toda a gente, mas o mais provável é que depois se entre em velocidade cruzeiro e sintam tudo isto que as mães em baixo comentaram.

Para quem não tenha conseguido amamentar seja qual for que tenha sido o motivo, por favor, agarre a missão de transmitir as melhores informações a quem esteja a fazê-lo ou quem opte por fazê-lo para menos mães se sentirem tristes por não terem conseguido amamentar mais tempo.

Há imensa informação aqui, aqui, aqui e aqui.

Fui a um grupo de amamentação ao qual pertenço e pedir para partilharem testemunhos positivos sobre amamentação e este foi o resultado (obrigada, mamãs!): 
*os comentários estão tal e qual foram escritos.


Joana Gama (eu)

Eu começo: Todos os dias de manhã ficamos meia hora na ronha. A nossa meia hora. Em que ela me faz festinhas das maminhas aos ombros e eu lhe afago os cabelos, lhe apalpo o rabo e oiço a respiração dela. Ela nem tem fome, está só ao colinho para acordar devagar, agarrada a mim, de todas as maneiras possíveis e imaginarias. Dá-me força para tudo.


Margarida Duarte

O que eu mais gosto ao amamentar são as festinhas que ela me da (descobriu o meu umbigo!) na barriga. Volta e meia mete se comigo. Sorri e tapa o olho para eu perguntar "onde está a Carolina?" "CUCU!" adora. Ri-se e volta a mamar. É muito bom estas brincadeiras :)



Andreina Da Silva

Por cá amamentar não foi fácil... Mas vale mesmo a pena por aqueles momentos a dois, qdo sentimos as mãozinhas minúsculas e macias a fazer festinhas... Qdo me olha nos olhos e vemos a entrega total e o amor incondicional. Amormentar é o verdadeiro significado de amamentar.



Ana Fernandes Patrício

Em 42 meses deste amor líquido, já passamos por tantas descobertas, tantos momentos mágicos, mas sem dúvida que o acordar agarradinha à sua 'mimi' e ali ficarmos as duas deitadas enquanto nos olhamos e fazemos miminhos uma à outra é sem dúvida mágico.



Tania Nascimento 

Além de todo o amor e ternura que partilhamos enquanto ela mama, adoro o facto da maminha curar todos os doí-dóis. Se cai e se aleija, se fica frustrada porque não pode fazer alguma coisa que quer... A maminha cura esses males todos



Babita Caetano 

..amamentar o meu Bebé... 

... 

foi difícil, MUITO difícil no início... ninguém nos prepara MAS faz-se ...
CONSEGUE-SE! 

E é, todos os dias, várias vezes ao dia, o NOSSO momento...onde olhamos diretamente nos olhos um do outro...damos festinhas, trocamos mimos, enfia-me os dedos no nariz e nos olhos mas são momentos em que temos/criamos uma ligação ÚNICA...

E como referiu já uma Mamã ... cura TODOS os dói dóis .,.os do corpo e os da alma...deles e nossos também!

Amamentar é das coisas que mais orgulho me trás em mim e no meu Bebé! Foi um desafio ganho e das melhores coisas que tenho na minha vida! 


Tania Medina Adcock 

Adoro estes momentos de amor com o meu bebé. Já lá vão 9 meses desde que ele mamou pela primeira vez, e apesar de não ter sido fácil o início, a jornada tem valido a pena. 
Hoje em dia trabalho a part time, e é ótimo chegar a casa e o O. mal me vê salta logo para os meus braços e agarra as suas mimis  é muiiiito amor envolvido!



Catarina Beato 

Amamentar é o tal botão do off que dizem que os bebés não têm. É a calma. A certeza que está tudo bem. O calor. É isto de ser mãe no lado mais animal a preparar a cria para ser independente. [3 anos e meio. muitas saudades.]



Ana Filipa 

Com muita pena minha já não amamento mas foram 26 /27 meses mágicos. Ao início não foi fácil não por ter mastites ou má pega mas como nunca tinha estado em contacto com a amamentação não percebia o porque dele só mamar 5 minutos quando na maternidade falavam em 10 minutos pedir mama com intervalos muito curtos em cada mamada mas juntos vencemos cada meta. Ver os olhos dele a olhar para mim cada vez que mamava é algo impossível de explicar como o marido disse e diz muitas vezes é um momento só nosso. Amamentar é amor colo carinho ternura e alimentação.


Sandra Gomes Mateus 

Bem, nos meus 7 meses de experiência em amamentação, posso-vos dizer que é a coisa mais fantástica que existe. Logo desde os primeiros minutos de vida, quando a médica o colocou em cima de mim, foi instantâneo, o miúdo sabia exactamente o que fazer e não largou mais as maminhas. É a sua zona de conforto. É o nosso momento entre mãe e filho que ninguém atrapalha. No início tive milhões de opiniões alheias a querer perturbar (típico)... Mas sempre tive focada, afinal eu sabia que amamentar era o melhor para o meu filho. Eu via isso nele.
Para as futuras mães, tenho a dizer, que não é só um mar de rosas, não é fácil, mas consegue-se. Com o amor pelos nossos filhos, nós conseguimos virar o mundo, é claro que é possível amamentar. E nunca se esqueçam, existe hoje em dia, as conselheiras de amamentação, que são as melhores pessoas com quem pudemos falar quando estivermos com algum problema. Tentem, o tempo que vos for possível, é uma experiência que todas as mães merecem viver. 


Rita Barão 

Sigo o blog desde a gravidez e amamento o segundo filhote há 5 meses. Sinceramente, foi tão fácil e ainda é q não sei pq no primeiro correu tão mal e não consegui. O melhor de amamentar é a certeza de saber q temos em nós tudo o q os nossos bebés precisam, o alimento, o conforto, o embalo. É um vínculo indescritível!


Diana Filipa 

Amo amamentar <3

Amamentar é lindo é único ...é algo que só quem amamenta sabe o quanto maravilhoso é ..o olhar ternurento dos nossos filhos enquanto estão a ser alimentados ... Amamentar é aconchegar , alimentar e amar <3
Sem dúvida alguma que o leite materno é o melhor , não existe qualquer comparação :)


Ana Cristina 

Amamentar o meu filho de 2 anos foi um desafio ganho mamada a mamada no início, mas há muito tempo nada mais é que um prazer para ambos. Amo quando chego a casa e ele me leva para o sofá, me diz para sentar e me dá aquele sorriso que é só meu e começa a mamar. Quero também dizer que o pai adora que ele mame e sempre foi o nosso maior apoio mesmo quando não acreditava ser possível. Amo a cumplicidade do momento, os olhares, as mãozinhas marotas que não param de mexer em todo o lado, os risinhos a mamar e o adormecer na maminha. Nestes momentos ele é todo meu e é a felicidade plena. 


Elsa Cabral Silva 

A minha 1ª experiência foi completamente desgastante, apesar de ser profissional de saúde e Cam nunca pensei que amamentar fosse assim. Comecei a perceber porque é que tantas mulheres desistiam, sem exagerar a minha filhota estava agarrada às minha maminhas de hora a hora e apesar de engordar lindamente toda a gente dizia que não era normal. Felizmente, segui o meu instinto, apesar de me sentir completamente estoirada, aquele momento era nosso, só nosso!! O seu primeiro sorisso foi com a minha maminha na boca ainda hoje me derreto, quando recordo cada segundo. Hoje ela, já não mama mas mama o mano de 2 meses, este momento que era a dois agora é a três porque quando o mano mama ela aproxima-se para dar festinhas e miminhos na maminha que está disponivel. Sinceramente, é um momento único de partilha, só meu, dela e do mano. Só espero que um dia (quando for muito velhinha), continue a ter tão presente estes momentos como tenho hoje Sou muito feliz por amamentar a minha prol :)  <3


Maria FFrazão AAbreu

Gosto imenso de amamentar. 
Do primeiro filhote foi até aos 15 meses, foi de um dia para o outro. Não estava minimamente preparada para tal. 
Do mais novo já vão 30 meses.. Tive uma fase difícil em que já estava a ficar sufocada, tentei parar. Percebi que ele não estava preparado e reverti todo o processo. Teve uma alteração drástica de comportamento. Apesar de terem sido só dois dias em que tentei modificar as rotinas, a sua mudança permaneceu por 2 semanas. Entretanto voltou ao que era e está muito mais feliz. É um momento nosso, só nosso com muitos beijinhos antes de adormecer.

Ana Cachapa

Amamentar era uma das partes do meu sonho! Ser mãe...ser a satisfação completa de muitas das necessidades do meu filho, ser amor...Quando começou a jornada estava convicta! Pronta para fazer o que tinha prometido a mim e aos céus: vou fazer o meu melhor!!! Fui-me dando conta das dores, do desconforto, da entrega, do amor e da magia! Doía muito!! Mas como faço em todos os meus sonhos, não desisti. Mantinha o meu objetivo e acreditava no que mulheres com experiência na arte de amormentar me diziam! Sinceramente cheguei a acreditar que nunca iria passar aquela dor, mas não parava de buscar soluções, perguntei a todas as minha amigas mães como tinham ultrapassado aquilo que só eu estava a viver, :) a que mais me deu força foi: insiste mesmo que doa! Quando ouvi aquilo creditei não na minha amiga, mas naquela mãe. Pensei, se diz isso é porque talvez a dor seja mesmo passageira.. E foi! Passou! E veio o resto! O amor, o sonho, a satisfação de tantas das necessidades dele! Senti que éramos dois seres em sintonia, com a natureza e connosco! Tinha lido o livro da Constança e tal como ela diz, e eu sempre acreditei, acreditei nos meus poderes de mãe, confiei na minha intuição e pus amor em cada momento! Hoje olho para ele e acredito que estou a prepará-lo para ser tornar-se num ser humano forte, resistente, independente, completo, em harmonia com a natureza e em harmonia com ele! É com muita emoção que penso e lembro cada passo desta nossa etapa! É disso que para mim, é feita a vida, de entrega, de emoções, de Amor e momentos realmente felizes!!!


Patrícia Paiva 

O mais lindo foi vê-lo crescer com a mama e a forma como interagia com a amamentação. Ao início a mama era o alimento, o porto seguro, o aconchego para dormir. Conforme foi crescendo, também servia para brincar, palrava para elas, fazia Brrrr, beliscava e mordia, apertava para esguichar leite. Mais tarde, trazia-me os bonecos dele para eu dar de mamar ou ele mesmo os amamentava. Com o tempo passou a mamar só em casa, e era o nosso momento único, de reencontro, de matar as saudades depois de um dia afastados! E de forma muito natural, um dia disse que não queria mais, e deixou de mamar, deixando-me saudosa e orgulhosa ao mesmo tempo. Foi lindo, cada momento dos seus 4 anos e meio de maminha! E ainda hoje são a sua almofada preferida! 


Carla Paiva

É o nosso momento. Só nós duas! Foi fantástico vê-la crescer só com o meu leite. .. os refegos, as bochechas! Agora com 21 meses, come de tudo, mas adora ainda a sua maminha. Não é só alimento, é o NÓS. Somos duas numa só. É fantástico! 


Claudia Ramalho

Olá Joana eu adoro amamentar..e confesso que não tinha muita informação sobre o assunto,pensava eu que era uma coisa tão simples como beber água lol mas não foi e graças a Este grupo ultrapassei tds as barreiras que foram aparecendo e já lá vão 18 meses..:) adoro acordar com ele e as suas maminhas servem para ir acordando tmb,faz.festinhas na barriga,na maminha solta e assim desperta para mais um di a..:) adoro o vosso Blog e ainda bem que amamentas és um exemplo... :) como figura publica Isso é otimo...a ver se deixamos de ser ets bjinhos



Marta Vaz

Das coisas que mais gosto: vê-la revirar os olhos com prazer, e vê-la suavemente a fechar os olhos para dormir. Antes de ser mãe não sabia que dar de mamar também é isto!


Tânia Azevedo

:) Quando ela, agora já com 2 anos e ainda a mamar, se vira para as maminhas e diz: "Ai, minhas mimis..." 


Raquel Horta 

Fui mãe pela 1a vez aos 20anos e confesso que nunca pensei mt no assunto. Foi tudo surgindo naturalmente. No início não foi fácil, apesar de toda a informação que tive, ele mamou apenas até aos 6m. Com o segundo foi igual, mas talvez por já ter alguma experiência, correu melhor. Sempre tencionei dar-lhes mama até eles perderem o interesse mas confesso que algumas vezes me passou pela cabeça antecipa-lo. Nunca tive coragem para o fazer! 
Regressei ao trabalho, extraia na hora de almoço, e com um falso desmame aos 9 meses (não sabia na altura que existiam falsos desmames), desmamou mesmo! Com a 3a gravidez veio o desemprego e felizmente! Aos 18m mama a toda a hora do dia e da noite. É uma criança super sociável, activa, e come de tudo e mais alguma coisa! 
A mama cura os dói-dóis todos, qd está chateado ou com sono é a mama que procura. É também a forma dele dizer que está feliz por me ver. E é tão bom... um privilégio que só as mães têm, mas que não dura para sempre, é aproveitar enquanto podemos <3


Vania Gomes 


Para mim amamentar foi e é uma batalha constante..,foram muitas as dificuldades encontradas que tentei e tento superar!! E cada vez que penso em desistir.... não consigo!! O momento em que o tenho perto/coladinho a mim...os suspiros que ele faz como se quisesse dizer....finalmente é de uma sensação incrível !!!
Não sei por quanto tempo mais vou ter leitinho...mas enquanto tiver e o pouco que tiver não c ou desistir!!! 


Liliana Pereira 

A mama não é só alimento, é conforto, carinho, analgésico, sonorifero, brincadeira e tudo o mais. A mama cura todos esses males! A sério! Antes de ser mãe não fazia ideia e convenci-me que só com sorte iria ter leite. Foi graças a este grupo e à minha conselheira de amamentação que percebi que todas conseguimos amamentar com a informação, apoio e aconselhamento certos. Se até mães adoptivas amamentam! ;) a todas as mães que desejam amamentar: procurem ajuda certa e acreditem em vocês! Mesmo que o início seja atribulado, compensa muito! Eu ouço os outros bebés dos vizinhos a chorar todas as noites e penso que a minha nunca o fez. Só por aí: abençoada maminha!! :)


Paula Ribeiro

Vou no terceiro filho. Amamentei todos. O primeiro 8 meses. Não me recordo bem o que aconteceu, já lá vão 16 anos, mas ele deixou por ele. Do segundo foram 2 anos e meio e terminou tb quando ele decidiu, hoje tem 8 anos. Neste momento tenho uma pintainha que faz 10 meses daqui a dois dias e continua a querer muita maminha.. Adoro tudo! A complicidade, o olhar doce, a urgência quando a vou buscar à escolinha e tenho de dar mama antes de a colocar na cadeira do carro. A simplicidade, a facilidade de estar sempre pronto! Por aqui, mais uma vez, vamos continuar até a  querer. Espero que muitos mais meses!


Tânia Costa

Eu adoro amamentar! Quando estava ainda grávida havia a hipótese de não poder amamentar por causa de uns comprimidos que tinha de tomar para o distúrbio do pânico e da ansiedade. Mas a minha menina foi o que eu precisava para conseguir largar os medicamentos e poder amamentar e dar-lhe o melhor. Fazemos hoje 3 mesinhos de só mama e adoro quando ela já para de mamar só para sorrir e balbuciar qualquer coisa. Não há melhor sensação! :)


Vânia Santos 

Do que mais gosto de amamentar é sem duvida a troca de carinhos e as brincadeiras que ela já com 17 meses vai fazendo entre chuchadelas. Mas outro dos pontos positivos é que em qualquer situaçao de saídas que se prolonguem inesperadamente nunca lhe falta comida pois tem sempre a maminha para matar a fome! :) É fantástico e mágico mas também muito prático! :)


Matilde Campos

Amamentar é aquele momento só das duas. Em que somos só uma outra vez, é uma extensão dos 9 meses em que estivemos ligadas. Vinte meses depois ainda há aquela calma, aquela pausa, aquela fusão indescritível.


Maria Teixeira

21 meses depois e ainda é assim
Muitas dúvidas, muito apoio e fundamentalmente muita vontade!
Foto de Maria Teixeira.


Catarina Martins

Para mim amamentar não é só alimentar. É um acto de amor e de entrega a um ser que depende totalmente de nós. É sinónimo de coragem para enfrentar a sociedade e a família quando nos desmotivam (porque se o bebé chora é fome, etc). É saber que na maminha tudo passa e aqueles minutos nossos são colo e mimo para eles e para nós.
Amamentar e prolongar a amamentação é, para muitas mães, um desafio. Nos primeiros meses pelas dores ou incómodos e pelo cansaço acumulado, porque ninguém nos diz q a nossa vida vira 180º e porque todos os bebés/filhos de amigas "todos" dormem toda a noite e não choram nunca. E após os 6 ou 12 meses é desafiante pela falta de informação da família, amigos, profissionais de saúde, etc a respeito das vantagens da amamentação prolongada. 
Por isso, apesar de para mim nos primeiros meses só me ter custado o cansaço, porque tive um óptimo suporte em casa(marido), vale a pena amamentar porque é o melhor para o bebé, porque ajuda a mãe a voltar ao corpo pré-gravidez e porque, no final de contas, nos valida que o nosso corpo é mesmo uma grande máquina e que temos tudo o que precisamos para vencer os desafios a que nos propomos, basta querermos e munirmo-nos da ajuda que precisarmos (marido, família, CAMs, etc). 
Em resumo, para mim Amamentar é Alimento, Amor, Colo, Felicidade e VÍNCULO seguro. 

Madalena Silva

leite materno, amor liquido que alimenta a barriguinha mas tb o coraçao, momentos magicos que eu e o meu filho tivemos, o acordar de manha e sentir a mao dele na minha cara a dizer maeeee teta, e ter um acordar maravilhoso de dar o pequeno almoço e o bocadinho nosso com muitas festinhas, olho no olho. Á noite o melhor momento para relaxar antes de dormir, tanto para ele como para mim <3. Tenho imensas saudades desses momentos ja passaram 10m desde que ele disse que ja nao queria com 26m, ainda agora com 36m ainda vem ter comigo tira a minha roupa, encosta a cabeça na minha pele e ali fica h<3  é tao relaxante tao bom <3

Ana Nascimento

Para mim o melhor é quando sinto o seu corpo relaxar nos meus braços, deixar-se ir, confiar em absoluto em mim, que ali está seguro. Vê-lo rir-se com a maminha na boca, largar e fazer aquele som de "rolha" a saltar qdo vê algo interessante a passar.. São tudo momentos que adoro viver. Para mim faz parte da forma como o quero amar, como lhe quero ensinar que pode confiar, que pode deixar-se ir. E agora aos quase 15 meses começam a aparecer outras formas, diferentes, de sentirmos esta proximidade. Porque tudo evolui, tudo muda, faz parte. Sinto-me tão feliz quando o vejo ser mais independente de mim, quanto quando o vejo precisar de mim para adormecer ou gerir uma emoção mais forte. Sei que o caminho é assim, com passos para a frente e para trás, mas o ninho está cá sempre, mesmo quando ele voar de vez!


Liane Dos Santos Machado

Ao fim de 32 meses, ela estar a mamar e a avó materna (que amamentou a mim 2 anos e à minha irmã 2 anos e meio) perguntar "ainda sai leitinho amor?" e ela largar a mama e responder "Shim vovó!" "E é bom o leitinho da mamã?" "Shim, muito muito gostoso!...Ver mais


Ana Henriques 

Amamentar é a melhor sensação do Mundo! São momentos de uma cumplicidade indescritível, nos quais me perco nos olhos da minha filha, deliro c o seu toque, suspiro c o seu arzinho de conforto pleno e sorrio c as suas macacadas e caretas.. Maminha é alimento, é berço, é quentinho bom, é reguladora de bem-estar do organismo, é sobretudo um ninho de Amor incondicional. 
É tb um processo de adaptação e de (re)conhecimento mútuo, lento, difícil ao início, c/ altos e baixos, mas do mais compensador q há!

Raquel Seco 

Segunda filhota...perfeita noção de que nem sempre é fácil, tenho que querer muito e ser segura das minhas decisões...tenho que confiar em mim e nos meus instintos...somos mamíferos e salvo raras excepções não tenho porque não conseguir....e tudo vale a pena...o milagre de amamentar os laços e a cumplicidade...mesmo com todo o desgaste (que rapidamente melhora) e noites mal dormidas ( ambas mamaram sempre muito de noite)...mas tudo vale a pena e sempre confiei e deixei fluir ( por x dificil quando se tem filhos "magrinhos")...e na primeira foram 30 meses e nesta 6 em exclusivo e mais dois com alimentação complementar em que ela pp deixou algumas mamadas snif snif....não há nada mais bonito no mundo!!!


Susana Duarte 

Gosto muito de amamentar porque além de ser a opção mais saudável é económico e prático. Quando saio à rua não tenho de me preocupar se levo biberão esterilizado, termos com água quente e pó, o meu filho não tem de estar à espera a chorar enquanto preparo a comida, nunca está frio nem quente demais, não tenho de lavar não sei quantos biberões por dia e esterilizar os mesmos, não tenho de ir ao supermercado porque a lata está a acabar...

Carla Mota Portelinha

Saí da Maternidade sem conseguir amamentar a minha bebé nascida às 34 semanas. Há beira de uma depressão pós parto, sintia-me desesperada e sem sentimentos.Após uma semana encontrei no centro de saúde uma enfermeira que me ajudou a por a bebé no peito. Todo o amor e vontade de viver por aquele bebé surgiu no momento que senti que estava a alimentar a minha filha.


Sara Paiva Rebelo 

Mãe a 14 dias sempre sonhei em ser mãe e amamentar, cresci a ver a minha mãe e cunhadas a amamentar por isso era algo que sempre vi e apreciava. Contudo só agora, ao ser mãe descobri o verdadeiro valor deste acto, além de todos os benefícios práticos d...Ver mais



Vânia Silva 

Mae á 12meses e 12 meses de muita maminha!! adoro o ar dela após cada mamada! aquele olhar de carinho que faz o dar beijinho e festinha na mama!! Muito bom e isso vale por tudo! e claro que nao sei o stress que é andar com biberoes e aguas fervidas atras de mim! muito pratico e saudavel


Rute Almeida 

Para mim o melhor de amamentar é ve-los crescer na maneira como reagem à mama. Primeiro com aquele efeito de sono imediato que os deixa KO, de boca aberta a escorrer leite. Meses depois o sorriso maroto que parece agradecer o mimo. Quando começam a falar o pedido expresso, a exigência da "ota" quando "esta não tem" e o fecho da sessão com um "já tá" enquanto ja correm colo abaixo para mais brincadeira. Depois vem a partilha que o ursinho de peluche (ou o dinossauro de plástico) também quer maminha, ou mesmo o bebé do vizinho que chora. Ate que um dia começam as recusas, o "hoje não quero maminha", alternadas com pedidos urgentes porque estão com sono, ou mal dispostos ou com saudades. E um dia chega o "o não quero mais, já não preciso de maminha que sou grande" e nós no meio da incredulidade por termos um filho tão crescido, sentimos o coração cheio pela missão cumprida, sabemos que demos o melhor de nós e que o ajudamos a crescer nessa segurança que ele já não precisa agora.

Nao sei se é um testemunho que ajuda alguém que no principio do caminho não se imagina a amamantar de forma prolongada. Mas é o meu testemunho, real, de uma mãe que queria amamantar 1 ano, depois descobriu que conseguia 2, e num segundo filho que 2 eram pouco e que o bom mesmo é serem eles a decidiu o fim do tempo, que é deles afinal.

9.29.2015

Vão estar mulheres a amamentar durante uma semana no Oeiras Parque!

(vão mesmo, esperem!)

A amamentação é dos assuntos mais polémicos da maternidade, acho que não pelas evidências, mas por toda a questão emocional que traz agarrada. 

Não só pela mulher estar numa das fases mais frágeis da sua vida, mas também por ser algo que deixou de ser tão fácil para nós, que deixou de ser "inato". 

Parece que temos de voltar a reintroduzir a amamentação na realidade da maternidade e, quando for normal, não haverá tantos problemas, sejam eles induzidos por inseguranças e receios ou por haver falta de informação/interesse das pessoas que deveriam prestar-nos mais apoio e que fariam maior diferença. 

A Semana do Aleitamento Materno servirá para essa missão, para aquela palavra que já estamos tão acostumados ouvir: "sensibilização". 

Começa neste sábado e vai até dia 11 de Outubro (parece ser mais do que uma semana, mas não estou para fazer contas).

O convite chegou-me por e-mail e consiste numa Exposição Fotográfica (no Oeiras Parque) de mulheres a amamentar (pela fotógrafa Raquel Lopes), inaugurada no primeiro dia desta semana e culmina numa palestra sobre os benefícios do aleitamento materno prolongado, a preparação do regresso ao trabalho da mãe lactante e o testemunho duma mãe trabalhadora. Palestra essa que será, então, dia 11, pelas 15h30 na FNAC, também no Oeiras Parque (vão estar mães a amamentar expostas no meio do Oeiras Parque, que giro!).

Ficam aqui os flyers do evento que são melhores que eu  passar informação de forma sintética ;)

Quero só dizer que acho uma óptima iniciativa e muito incisiva nos pontos mais cruciais.

Espero  que um dia, também possamos começar em dar apoio às mães que tentaram amamentar e que não conseguiram, seja por que motivo tenha sido. Cada vez mais encontro mães que não conseguem estar em paz com isso, mesmo depois de anos e anos. O nosso foco deverá estar igualmente distribuído pela saúde do bebé e da mãe, pelos direitos do bebé e pelos direitos da mãe/mulher (que, para mim, não há separação, por não achar que se é mãe nuns momentos e mulher noutros).

Espalhem a palavra desta iniciativa!



8.22.2015

Que foi esquisito, foi...

Agora que já passou algum tempo do chamado "pós-parto" é que me começo a lembrar de algumas coisas e a conseguir processá-las. Aconteceu tudo tão rápido e tão devagar que, apesar de estranho, na altura não dei muita importância. Afinal de contas, a sobrevivência dum bebé dependia de mim . 

Não sei se isto vos aconteceu. 

Nas primeiras noites, sonhava muito. Talvez por ter perdido o que se chama de sono profundo e de ter a cabeça a mil. Sonhava muito, mas de uma maneira tão leve que confundia as duas coisas. Achava que a Irene tinha adormecido na cama comigo e que estava a mamar. Sempre. Sentia exactamente como se os meus mamilos estivessem a ser usados por ela. Chegava a levantar-me e a acender a luz do despertador para ver se ela estava ali ou não.

Na altura em que ela andava a recusar a mama, "lembro-me" que o Frederico entrou no quarto e eu, a dormir, falei com ele e disse: "estou tão triste, a bebé não mama e agora?". 

Os gatos, que dormem sempre connosco, faziam de "Irene", o peso dela pela cama era esse. Eu achava sempre que tinha adormecido e que ela andava por ali a rebolar, que ia morrer (muito dramáticos os baby blues). Isto voltou a acontecer esta semana, por acaso.

Aconteceu-vos algo do género?  



8.15.2015

Isto aconteceu mesmo! Wtf...

Na altura nem me caiu bem a ficha porque estava cheia de sono, mas quanto mais penso nisso mais... incrédula fico!

A Irene tem feito só a sesta da tarde agora (que crescida), costuma dormir perto de três horas depois do meio-dia e eu aproveito para dormir um bocadinho também. Ontem, meia hora depois de me deitar, uma hora depois dela adormecer, ela acordou e não consegui voltar a adormecê-la. Eu estava podre. Não conseguia estar acordada. Com daquelas dores de cabeça de quem foi acordado a meio do sono pesado. Horrível. Pensei: "nunca fui dormir com ela acordada, é hoje, borrifei-me para tudo isto!". Claro que não usei a palavra borrifei na minha cabeça. Estou só a ser mais bem educada que vim a saber que o meu padrasto lê o meu blog (what?). Olá João! 

Bom, ela começava a chorar imenso sempre que eu saia da sala, mesmo explicando que a mãe ia fazer ó-ó. Pedi ao Frederico para vir connosco para o quarto em que me fingi de morta (como se já tivesse adormecido), até ela apanhar uma seca tão grande ao ponto de querer ela ir para a sala. 

"Mamãaaaa, Mamãaaaa"

"A Mamãaa está a dormir, filha"

"Mamãaaaa, Mamãaaaa"

E o que acontece?

A minha filhota, com o seu mini tronquinho nu, encostou as maminhas ao meu ombro e cabeça. A mãe está a dormir e, portanto, faltava-lhe a maminha para dormir melhor.  A minha filha quis dar-me de mamar. Duas vezes!

Pronto. Já estou a ficar toda comovida. 

Ela preocupou-se comigo e achou que podia ajudar. Que amor. 

Não é a minha mama, a minha já não está NADA assim ;)



7.25.2015

As minhas maminhas e da minha filha.




Já estou para escrever este post desde que comecei o blogue, mas fui adiando. É uma história longa, da qual guardo o sentimento actual de felicidade e de sucesso, mas que tenho uma vaga ideia de ter sido muito complicado. Tudo foi muito complicado. O parto foi complicado, a minha cabeça foi complicada, tudo foi complicado. 

Nunca tinha pensado nisto de amamentar até ter lido num livro algures que se não desse de mamar na primeira hora (ou perto) após o parto que seria provável que a mesma estivesse comprometida. Fiz questão, então, que me garantissem que tal iria acontecer. E aconteceu. Apesar da Irene ter tido que ser aspirada (parou de respirar) e de ter estado um pouco na incubadora, puseram-na a mamar pouco depois.

Não senti nada. Além de toda a droga para 20 horas de parto, tinham dado mais droga para me coserem toda e eu estava também muito "ausente" de tudo. Estava a observar tudo como se não fizesse parte de nada. Não estava lá. 

A Irene estava a mamar, pensei. E vi que estava. Esteve durante uma hora, creio. Quando a tirei tinha uma marca enorme na auréola do mamilo e sangue. Não era suposto. Tudo aquilo que tinha aprendido nas aulas de preparação para o parto não estava a fazer grande efeito na prática. Eu não sabia lidar com a boca da miúda nem com as minhas mamas. 

Fui levada lá para cima. A Irene ficou a meu lado. Sempre que chorava, tentava dar maminha, mas na mama direita doía-me muito por causa da ferida e na da esquerda ela não parecia conseguir encontrar o mamilo e, quando encontrava, não aguentava muito. Estava a dar de mamar deitada e as coisas não estavam a correr bem. Eu sabia que tinha colostro, porque apertava a mama e saía, mas as coisas não estavam a correr bem e eu tinha imenso medo de que nada corresse bem. Sentia-me indefesa porque estava sozinha (com mais 3 mães no quarto que não conhecia e que também podiam estar grogues, tanto quanto eu sabia), o Frederico estava em casa a sentir-se sozinho também e mesmo que eu soubesse o que fazer com a criança, não conseguia. Sentia-me paralisada da cintura para cima e da cintura para baixo. Tinha de chamar os enfermeiros para a tirarem do berço e para a voltarem a por. Estava assustada com tudo e só podia acender uma luz pequenina para não incomodar as outras mães. A Irene não chorou muito. Eles nascem com imensas reservas e precisam de muito muito pouco colostro para se saciarem nos primeiros dias. Se calhar até estava tudo a correr bem. Excepto as feridas. Segui o conselho de alguém e pus uma pomada nas mamas (horrível que me sujava os soutiens todos e era muito peganhenta) e tinha de despir a parte de cima para que apanhassem ar. Já estavam as duas em sangue. Não sabia o que fazer mais. Alguém disse para pedir que me comprassem mamilos de silicone. Compraram. Não diminuiu a dor nem ajudou na amamentação. Lembro-me de estar nervosíssima por nem sequer conseguir pegar nela nos meus braços, por ser tão pequenina e não a saber colocar na mama. Não me conseguia sentar nos sofás por causa dos pontos, deitada não conseguia dar-lhe maminha. Estava a desesperar. Pedia ajuda e as enfermeiras davam-me um doce qualquer para por no mamilo para ver se a Irene agarrava. Mamava durante uns segundos e doía. Agarrava mal. E não servia de nada. Estavam sempre com muita pressa. Pouco pessoal talvez. Talvez não tivessem pressa e eu é que queria que tivessem cuidado mais de mim. Eu queria muito dar maminha e não conseguia. Já estou a chorar. Já percebi por que é que não me queria lembrar de tudo isto. 

Dizem-me que tive uma infecção durante o parto e que querem fazer análises à Irene, que ela também tinha febre. Ela iria passar a noite sem mim. Fiquei preocupadíssima, mas parte de mim agradeceu. Iria poder concentrar-me na minha recuperação. A outra parte achou-me uma merda por ter sentido esse alívio. Escrevi sobre todo o amor que achei que não consegui sentir aqui. Deram-lhe suplemento porque tinha fome. Não me irritei. Não sabia os perigos. Simplesmente senti que tinha falhado, mas que tinha dado o meu melhor. Se tinha as mamas em sangue, se só me apetecia chorar a toda a hora... que mais podia fazer? 

Antes de todos os biberões que ofereciam no hospital (que conveniente) eu tentava dar maminha, mas doía muito, as feridas abriam e às tantas meti na minha cabeça que não ia ser uma mãe que amamentasse. Que não era capaz, que não tinha sido feita para isso, que era por causa destas coisas que antes dizia de boca cheia que não queria ser mãe. Que aquele sentimento que sempre tive de desajuste em relação ao mundo feminino tinha um fundamento. Não conseguia dar maminha à minha filha.  Pronto. É seguir em frente. "Só mais um fracasso" - pensei. 

Vi o pai a dar biberão. Vi-a a beber. Foi tudo passando. Só ao 6º dia após o parto é que me desceu o leite. Sem dor. Fiquei com as mamas enormes e cheias de leite. Foi facílimo que ela mamasse. Pegou no mamilo e saía o leite. Imediatamente e com muita força. "Acabou-se a merda do biberão e leite artificial, doa o que doer" - pensei e disse. 

Assim foi. 

Não aguentei as dores sem os mamilos de silicone. Usei-os. Doeu-me muito muito na mesma. Tinha de dizer asneiras sempre que ela começava a mamar. Doía-me tanto como se me estivesse a esfolar nua em gravilha. Chorava. Tentava não chorar muito para ela não me sentir assim. Sempre que suspeitava que era fome ficava nervosa porque sabia que me ia doer. Aguentei-me porque, afinal, podia ser uma mãe que amamentava e que as dores não iam durar para sempre. Tinha lido algures que não é suposto doer. Se dói é porque algo está mal. Provavelmente estava, mas a quem é que eu ia pedir ajuda? Toda a gente sabia que me estavam a doer as mamas e ninguém me tentou ajudar. Até a minha mãe que amamentou três meses ou quatro porque não gostou de amamentar. 

O Frederico, à maneira dele ajudava-me. No início dizia que se doía tanto por que é que não lhe dávamos suplemento que estava "ali dentro". Não cedia. Não queria. O novo primeiro biberão iria fazer-me ir por esse caminho. Quis tentar a sério. Sim, muito por ela, claro, mas também muito por mim. Não queria não conseguir esta minha primeira responsabilidade de ser mãe. Sentia muito esse peso nos meus ombros e estava a ter uma nova oportunidade desde que o leite tinha descido e já tinha tido uma pausa para que os mamilos ficassem melhor.

Doeu sempre. Durante demasiado tempo. Não me lembro quanto foi, mas depois deixou de doer. Não era nada agradável dar-lhe de mamar com os mamilos de silicone. O leite saía quando ela deixava de abocanhar, o mamilo (de silicone) nem sempre ficava colado, tinha de estar sempre a lavá-los, nada me parecia natural. 

O Frederico sugeriu que tentasse sem os mamilos de silicone. Doeu. Doeu. Parou de doer. Ficou tudo fabuloso. Nada de nervosismos. A minha filha estava a mamar em mim. Estava a beber o leite que foi feito especialmente para ela. Só para ela. O melhor leite do mundo. Chorei, tanto, mas tanto. De felicidade, de estar estúpida com as hormonas, tudo. Senti a perfeição. Que bom dar de mamar. Durante horas. Tantas vezes. Tê-la ao meu colo. Adormecer no meu peito. "Afinal era isto que diziam! Dar maminha é fabuloso!". 

Num desses dias, aos três meses, de manhã, enviei uma mensagem à pediatra em pânico: "Ela chora de fome, parece-me, eu ponho na mama, ela começa a mamar, depois chora muito, arqueia as costas e chora ainda mais! O que faço?". 

"Acalme-a e volte a tentar mais tarde. Vá extraindo o seu leite com uma bomba para lhe dar no caso dela precisar de mais leite do que aquele que conseguir mamar". 

Como é que uma mãe em pânico acalma um bebé? Não acalma. Tive de arranjar estratégias. Ela tinha fome. Parecia-me que sim (achamos sempre que têm). Senão, era o quê? Dores de barriga? Por que é que tinha dores de barriga? Sapinhos não eram porque não tinha nada de diferente na boca. O que faço? Se ela não mama, não dorme, se não dorme, não mama... como ser mãe assim? 

Comecei a dar de mamar de pé. A cantar. A falar imenso. Dei tanto de mamar de pé que ficava com as costas todas doridas. Com os braços em pedra. Quando me sentava voltavam as "cólicas". Voltava a por-me de pé. A andar pela casa toda. A cantar. A tentar acalmá-la. Passou a ser o novo normal. Não podíamos sair para lado nenhum. Não era exequível dar de mamar assim, muito menos com o meu nervosismo para acrescentar à minha ansiedade natural. Nã conseguia tirar leite de jeito e também não lhe queria dar biberão, agora que conseguia dar de mamar não ia deixar que nada interferisse.

Ela deixou de tentar mamar. Punha-a à mama e já nem sequer se tentava aproximar do mamilo antes das "cólicas". Ignorava-o. Esperneava como se lhe tivesse a fazer uma coisa má. Chorava muito e não comia nada. Nada. Emocionalmente sentia que ela me odiava, que não gostava de mim. Eu sou mais esperta que isso, mas o meu coração não. Só chorava. Só queria desaparecer. A cada mamada tudo piorava com as expectativas, as preocupações com a fome. Mandei mensagem à pediatra. 

"Não se preocupe. Se precisar compre o leite blá blá". 

Comecei a desesperar. A minha filha já estava sem comer há demasiado tempo, achava eu. Não conseguia extrair leite a tempo de lhe dar quando ela tinha fome. Houve uma vez que estávamos os dois na cozinha. Tirava 10 ml e o Frederico dava, enquanto eu tirava mais 10 mil, até chegar aos 100ml. Foi horrível. Para todos.

Fui à farmácia e comprei o leite blá blá. Preparei o biberão em lágrimas, mas a sentir que tinha feito tudo o que podia. Estava exausta. Não tinha mais nada em mim. 

Dei-lhe o biberão. Ela rejeitou-o. 

"Ela afinal não tem mesmo fome. Ela não gosta de leite artificial, ela quer o nosso!". Deu-me força. 

Continuámos. Liguei para a linha SOS amamentação, fui a fóruns no Facebook e fiquei a saber que era "normal". É a crise dos três meses. É o reflexo gastro... qualquer coisa. Quando lhe damos de mamar, activa o funcionamento do intestino (ainda tão imaturo) e isso pode dar-lhes algumas dores. 

Okay. Vamos a isto. Não consegui relaxar. Ela não aceitava o meu mamilo. Pior, quando aceitava, não saía leite nenhum.  Por que é que não saía leite nenhum? Porquê????? Logo nas vezes em que ela aceitava. Era só o que faltava. Fui ler. A ansiedade e o nervosismo inibem a ejecção de leite (não a produção mas que ele saia). Isto porque não estamos feitas para conseguir relaxar quando o corpo se sente numa situação de perigo. É preciso relaxar para a oxitocina (hormona do amor, da ejecção do leite) entrar em acção. Como?? Como é que numa situação destas, com uma pessoa ansiosa, eu iria conseguir relaxar sabendo que tudo dependia disso? Não conseguia. Tentámos de tudo. Não conseguia. 

Marquei uma consulta na Clínica Amamentos. Deram-me várias técnicas. Já me tinham antes aconselhado todas as outras, "muita pele com pele", "brinquem nuas e ela há de lá ir quando estiver calma", "tomem banho juntas", etc. Mas esta é que resultou, tinha de fazer festinhas às mamas antes de lhe dar de mamar. Tinha também de apertar os bicos dos mamilos. O tempo que fosse necessário, tinha de "pentear" a mama com os dedos ao de leve desde a base da mama em direcção ao bico do mamilo. Resultou lá na consulta. Vim confiante. Resultava sempre. A Irene, se o leite já estivesse a sair, pegava sempre na mama e mamava. O Frederico tinha que a distrair enquanto eu o fazia. Às vezes não conseguia distraí-la e ela chorava muito e muito alto e eu não conseguia relaxar. Era cada vez pior. Sempre muita pressão. Mesmo quando conseguia tinha de ser de pé e enquanto o Frederico me fazia festas nas costas e me dava beijinhos no pescoço.

Às vezes pegava sem que o leite estivesse a sair mas tinha de estar deitada no trocador e eu por cima dela a tentar colocar-lhe a mama na boca. Lá pegava o suficiente para puxar o leite. Ah! À noite, durante a noite, tudo corria bem. Sem cólicas e tranquila a ir à mama para puxar o leite. Sempre. Desde sempre. 

Esqueci-me de dizer que ali pelo meio ainda tomei suplementos para a produção de leite (claro que não me faltou a paranóia de achar que não tinha leite até me informar um bocadinho) e inclusivamente fui parva ao tentar usar um medicamento perigoso para provocar a descida do leite. Porquê parva? Li a bula e vi que não podia ser por ali. 

Não sei quanto tempo demorou isto tudo, mas foi demasiado tempo. Foi mais de dois meses. Dois meses de rejeição da mama. Pior ainda com a minha ansiedade. 

Depois, algures no tempo, foi tudo melhorando. Comecei a dar de mamar sentada. E a por-me de pé só de vez em quando. Comecei a não me por de pé. Ela já não chorava só por a por na posição de amamentar (tinha ganho trauma por lhe ter imposto tantas vezes), qualquer dia já a podia embalar nos meus braços como as mães fazem com os bebés. 

Ficou tudo normal. Ela mama. Ela pede maminha, verbaliza maminha. Grita por maminha durante a noite. Brinca com elas. Sorri quando olha para elas e, sempre que me lembro do nosso percurso (muito por alto), choro e fico orgulhosa de nós.

Faltava pouco para ir trabalhar e nada me parecia tarefa difícil depois de tudo isto. Tinha de armazenar leite. "Logo agora que isto está tudo bem é que me vou embora". Não conseguia tirar nada na bomba. Nada. Mas depois, fui trabalhar com uns belos 7 litros de stock no congelador (escrevi sobre isso aqui). 

Fui trabalhar. Ia com a bomba atrás. E com um coiso para manter o leite frio deste o congelador do trabalho até casa. Fiz isto. Tirei leite numa sala de reuniões. Vinha para casa e dava de mamar à Irene. Logo que chegava. Com saudades de lhe dar de mamar. 

Decidi e deixaram-me ficar em casa. A Irene continua a mamar sempre que quer.  Já lá vão 16 meses. E não dói nada. Já lá vamos em mais de 16 meses e, por isso, mais de 80% do tempo ou 90% tem sido perfeito. Ouvi-la pedir. Ir à procura delas. Ainda hoje me deixa derretida. 

Afinal sou mãe que dá maminha à filha. E estou muito muito muito feliz por isso. Tudo valeu a pena.

O que me fez lutar foi a minha noção de que se não fizesse tudo o que estava ao meu alcance, que nunca iria ficar em paz comigo própria. Tinha de dar tudo o que tinha, senão ficaria muito, muito triste. Ficaria triste quando visse outras mamãs a amamentarem, sempre que se falasse sobre isso, sempre que lesse um post sobre isso no Facebook ou num blogue, sempre que ela ficasse doente e não quisesse comer, etc.  

Juntas, conseguimos. Mais o Pai.

Valeu a pena. Vale. Valerá. Enquanto ela quiser. 



Mães que ainda não amamentam e que querem, não tenham medo que nem todas as experiências são assim. Esta foi só uma que começou mal. 

Mães que queiram muito dar maminha e que tenham dificuldades, peçam ajuda. Existe a linha SOS Amamentação e existem Conselheiras de Aleitamento Materno. Sabiam que até voltar a ter leite depois dele secar é possível? Força.

Mais posts sobre amamentação (alguns mais informativos e menos pessoais) aqui.