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10.06.2019

Piolhos?! Solução nova!

Tentem ler este post sem se coçarem. Já está, não é? Agora imaginem eu! Em Junho, as miúdas vieram de férias carregadinhas de piolhos. Se calhar já iam e eu não tinha reparado. Assim que vi um a passarinhar no cabelo da Luísa, o meu cérebro voltou até à minha casa de banho cor-de-rosa em Santarém, em 1992, e lá estava eu, de cabeça no colo da minha mãe, sobre uma toalha branca, e ela à caça de piolhos na minha cabeça. Horas daquilo. Horas! 

Já sabia o que tinha a fazer, agora que as minhas filhas tinham apanhado, pela primeira vez, piolhagem: Paranix(Loção de Tratamento, eficaz em apenas uma utilização) naqueles cabelos lindos e brilhantes e tentar não me enervar muito, enquanto me coçava toda. E foi quando, ao tomar banho com Champô de Proteção contra Piolhos e Lêndeas, numa de prevenção, me apercebi logo que também eu tinha apanhado. “Engraçado” (completamente entre aspas) que ter piolhos é super comum, já todos sabemos que não é sinal de falta de higiene e que acontece a todos, mas, mesmo assim, não consegui não entrar em paranóia. Lençóis a 60 graus, toalhas e mais toalhas, roupa e pijamas novos todas as noites, naqueles primeiros dias, e até peluches. Escovas bem lavadas, fechadas num saco e enfiadas no congelador. Claro que tive de fechar os olhos aos estofos do carro, ao sofá, às almofadas que não podem ir a lavar, ao capacete do skate e dos patins... e rezar.



Agora já não é preciso rezar (pelo menos por esta razão). Criaram Paranix Spray para o Ambiente, para ser precisamente usado em tudo o que não pode ir à máquina: desde carpetes, a sofás, a colchões... Mas como é que ninguém se tinha lembrado disto antes?! A ideia é evitar reinfestações - que foi o que nos aconteceu, claro, que um mal nunca vem só. Culpei o facto de dormirem juntas - e eu com elas, muitas vezes - culpei as toucas na natação, que às vezes trocam, culpei todas as crianças deste mundo que se cruzaram com elas, culpei-me a mim, que não lhes prendi o cabelo como deve ser todos os dias antes de irem para a escola. Vá, já passou. Inspira, expira. Ainda bem que há cada vez mais soluções para que estes bicharocos não levem a melhor. Acabei por lhes cortar o cabelo ainda um bom bocado, até para ser mais fácil passar os pentes durante o tratamento, etc, e foi o melhor que fiz.



Da próxima vez já tenho o kit completo Paranix, mas espero sinceramente que seja só daqui a muitos anos :) e, já agora, que a sorte não seja macaca só porque estou aqui na foto a mostrar-vos como usar Paranix Spray para o Ambiente sem precisar (que não seja como abrir o guarda chuva dentro de casa). Xô, piolhos! Já me cocei outra vez. E vocês?

*Post escrito em parceria com Paranix



Spray para o ambiente é 100% eficaz em 10 minutos, numa só aplicação - Brunton E., 2015. Apenas em piolhos.
Loção e spray de tratamento são 100% eficazes numa aplicação. Champô de tratamento é 100% eficaz - Estudos in vitro e ex vivo demonstraram a eficácia de Paranix Loção de Tratamento contra piolhos e lêndeas após um período de aplicação de 10 minutos. Paranix Loção de Tratamento é um dispositivo médico para o tratamento de pediculose. Leia cuidadosamente a rotulagem e as instruções de utilização.  Apenas para uso externo. Evitar o contacto com os olhos e as mucosas. Não usar em caso de alergia a algum dos ingredientes. No caso de irritação, comichão ou hipersensibilidade, suspender imediatamente o tratamento e lavar o cabelo com o champô normal. Indicado para crianças com mais de 6 meses. Manter fora da vista e do alcance das crianças. Paranix Champô de Proteção é um dispositivo médico utilizado para prevenção da disseminação da pediculose. Apenas para uso externo. Não engolir. Não utilizar em pele irritada. Evitar o contacto com os olhos e mucosas. Não usar em caso de alergia a algum dos ingredientes. Não indicado para crianças com menos de 2 anos. Manter fora do alcance e da vista das crianças. Leia cuidadosamente a rotulagem e as instruções de utilização.
Paranix Spray para o Ambiente é um produto Biocida. Não usar no couro cabeludo. Utilize os biocidas com cuidado. Leia sempre o rótulo e a informação relativa ao produto antes de o utilizar. Manter fora da vista e do alcance das crianças.

Não temos sossego com a Luísa!

Que tínhamos uma filha-furacão, já sabíamos. Não sabíamos que ia começar a partir cabeças, a por medicamento da avó na boca e o diabo a sete. A Luísa é fogo. Até termos a Luísa, não sabíamos o que era ter uma filha tão curiosa e destravada. Sempre pronta para o disparate e para a aventura. O nosso coração tem andado num sobressalto nas últimas semanas. 

Senão vejamos.

Ainda não vos contei o que aconteceu quando estávamos em Miami, pois não? Assim de forma resumida: parque infantil, queda (que não vimos), queixa-se da cabeça, fica sonolenta nas próximas horas, sem energia, vomita a caminho do hospital. Eu já a pensar que não tinha escapado a um traumatismo, a querer chorar desalmadamente, mas a tentar transmitir calma. Que nunca tenham de passar por nada disto, é o que vos desejo, principalmente por não estarmos no nosso país. Torna tudo mais assustador. Não foi nada, ficámos atentos, siga.

Anteontem, quando já estava na cama e eu saí para lhes ir buscar água, levanta-se e vai até às cortinas, puxa aquilo com força quando eu estou mesmo a entrar e vejo o varão a cair-lhe mesmo em cima da cabeça. Primeira coisa que diz, desatando num pranto: "desculpa, mãe". Meu amor gigante. Ao contrário da outra vez, nesta há sangue por todo o lado, eu com as duas sozinha a hiperventilar mas sempre com uma voz calma que me vem sei lá de onde "vai passar, meu amor. Tem calma, respira fundo". O caminho para a casa de banho parecia traçado a giz vermelho, pus toalha a estancar, fui buscar gelo, telefonei para a Saúde 24 quando vi que estava a estancar antes de sair para as urgências. O David entretanto chegou. O golpe foi pequenino (aquela zona deve ser mesmo mesmo irrigada, caraças), fechou por si, não a deixámos dormir na primeira hora, bem-disposta e sempre atentos. 

Entretanto, caiu sábado de uma cadeira (estão a ver o género, não estão? Estáaaaa sempre a acontecer alguma coisa, não pára quieta). Domingo pôs um comprimido da avó na boca (ainda bem que é amargo e mandou fora, mas já deu para imaginar que tinha engolido outros e que teria de levar uma lavagem ao estômago ou sei lá). 

A lista não tem fim. Sempre ouvi histórias de miúdos dados a cabeças partidas e idas ao hospital continuas mas, com a Isabel, calculei que nos tivéssemos livrado. Tirando o dente partido, não há assim muitos mais incidentes. ´
Com a Luísa? Talvez tenha começado comigo, quando caí com ela - bebé - para não pisar o cão (ela saiu ilesa, eu nem por isso).
- Caiu do carrinho das compras, na véspera de fazer um ano - nem vos conto o susto, fomos de ambulância para o hospital, todo um aparato e uma médica que só faltou chamar-me coisas feias.
- Uma vez, com um ano e meio, que furou a língua de uma ponta à outra, com uma colher, seria? [a língua quase se separava, eu ia caindo para o lado] de uma forma que ainda hoje se vê a cicatriz (no hospital não fizeram nada, se bem me lembro...). 

[Isto a juntar ao mês inteiro que ficou sem andar, com uma sinovite temporária da anca; mas, vá, já estou a falar de algo que nada teve a ver com a tendência para o desastre ;)]

Pronto, acho que já dá aqui uma lista grandinha de sustos. Era agora dar um descanso aos pais durante uns anos, já está bom.

E os vossos? Também vos dão dores de cabeças destas?



Fotografia: Joana Sepulveda Bandeira do The Love Project





10.01.2019

Não sei que atividades escolher para as miúdas!

E acho que nem elas sabem bem. A ideia vai ser experimentarem esta semana as várias para conseguirem escolher. A Isabel teve, no ano passado, expressão dramática. Gostou muito mas disse-me que, este ano queria mudar.

Elas já têm natação, 1 vez por semana. Já o disse aqui, não faço questão de enchê-las de actividades extra-curriculares. Gosto que tenham tempo em casa, sem horários, sem planos. Gosto de ter tempo com elas, sem andar na correria do ir levar - ir buscar. Coitados dos meus pais que andaram comigo para todo o lado, todos os dias da semana. Eu gostava muito, conseguia conciliar tudo e não deixava de ser boa aluna (óptima, na verdade) por causa disso. Mas agora - como mãe - vejo bem que era um exagero. Uma prisão para os meus pais também (e éramos dois filhos). 

Acho-as pequeninas demais para andarem em tudo o que existe. Claro que amava que andassem já na música, no teatro, a Isabel adoraria ir para o futebol, mas calma. Têm tempo. 

Todas as actividades que quero acrescentar à natação (que é à segunda-feira) são dentro da escola e ali por volta das 16h. Inglês, ballet, expressão dramática, yoga. Yoga está já excluído porque coincide com a natação. A Luísa quer ballet, mas é logo a actividade mais cara, 25€. [Por pouco mais andam as duas na natação e custa-me um bocado, confesso. Também por pouco mais, andariam as duas no inglês, na escola]. Bem, mas parece-me que vai ser essa mesma. Esta semana podem experimentar as aulas e decidir ou ajudarem-me a decidir. 

E vocês? O que escolheram este ano (se é que escolheram alguma coisa)? 

Fotografia: Joana Sepulveda Bandeira do The Love Project



E se o 50 Cent tiver razão?

Sabemos a teoria: mais do que dizer como se faz, é fazer para que vejam. Mais do que ensinar-lhes que têm de dizer olá, agradecer, serem gentis com os outros, é preciso que nos vejam a fazê-lo. Que nos vejam a sê-lo. Mais do que dizer que são corajosas e fortes, ou que não faz mal chorar, ou que nos podem contar sempre tudo, é preciso que nos vejam ser corajosas, ou até a chorar, ou contar-lhes coisas sobre o nosso dia ou sobre nós para que percebam que há espaço para partilha, que não é unilateral. E que também nos vejam pedir desculpa, a reconhecer que erramos.

Mas será que o que dizemos sobre nós próprias à frente delas, não define também em parte as coisas que vão pensar e dizer sobre elas? Tenho uma grande amiga (olá Millia!) que há muito me diz que as expressões que dizemos sobre nós - “ai que parva!” “sou mesmo trapalhona”-, os rótulos que nos colocamos, mesmo que com sarcasmo ou no gozo, definem muito do que sentimos sobre nós, limitam-nos, e isso condiciona-nos muito. “Se não dirias isso à tua melhor amiga, não o digas de ti própria”. Sou muito castradora em relação a mim. Dantes achava que não era mau ser tão crítica e exigente, que era melhor ser a primeira pessoa a baixar as expectativas sobre mim para não defraudar ninguém e que até tinha graça. Talvez fosse apenas insegurança, mas eu até o via como um exercício pragmático de humildade. Só que o que achamos sobre nós, a prateleira onde nos arrumamos, pode definir muito aquilo que conseguimos atingir.

O 50 cent (sim, estou a citar o 50 cent eheh) disse uma coisa muito gira: “a tua opinião sobre ti próprio torna-se a tua realidade. Se tens todas essas dúvidas, então ninguém vai acreditar em ti e vai correr tudo mal. Se pensares o contrário, o contrário vai acontecer. É simples.” Se formos mais optimistas, mais positivos e mais gentis, coisas boas virão. Dantes acharia este discurso boring e demasiado concurso de beleza, agora acho-o essencial até (chamem-me velha). Por isso, mudar o mindset só pode ser bom. Sermos boas para nós próprias, sem estar sempre a acrescentar camadas de culpa, camadas de julgamentos, sem estarmos a reforçar sempre o que temos de “errado”, é libertador. Ainda estou a aprender a fazer isto, não é de um dia para o outro. A linguagem e o pensamento treinam-se. E conseguem mudar o (nosso) mundo.

Fotografia: Joana Sepulveda Bandeira do The Love Project


E é isto, por hoje. Espero que tenham gostado e assim me despeço, com cordialidade (haha),



Podem seguir-nos no instagram em www.instagram.com/amaeequesabe.pt
Este é o nosso último episódio, que podem ouvir no Spotify, Soundcloud, Anchor FM e Apple Podcasts.

E este é o nosso último vídeo, que saiu ontem.

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9.30.2019

Então e para quando o terceiro filho?

É uma das coisas que mais me perguntam: então e para quando o terceiro filho (ou versão: então e vais ao menino?)? Acredito que quando se tem três se pergunte se vão ao quarto. Ou se vão ficar por ali, em tom de brincadeira. E quando se tem quatro se pergunte se foi planeado (ahah que horror...).

Para desilusão de alguns - sinto-, não planeio ir ao terceiro filho, pelo menos nos anos mais próximos. Tenho 33 anos, duas filhas, de 5 e 3 anos. É certo que em sonhos antigos, com esta idade, já teria uns quatro filhos, mas guess what?: mudei de ideias. Para dizer a verdade, eu não jogava com o baralho todo antes de ser mãe. Não é que agora jogue, mas pelo menos percebi que, nestas coisas, não se pode fazer demasiados planos. Não dá para definir isto antes de ter a experiência. É ir vendo, passo a passo, como estamos, como nos sentimos, como vai a vidinha, o que queremos realmente, do que queremos abdicar ou não. 

Estou numa fase mais auto-centrada agora. Claro que as minhas filhas vêm em primeiro lugar, mas sinto que estou, finalmente, a conseguir ter espaço para ambas e para mim. Para algumas pessoas isto não é importante, há outras prioridades, ou conseguem fazer outro tipo de malabarismo que eu não aprendi a fazer, ou fecham os olhos, lançam-se num próximo filho e "tudo se faz" mas, para mim, um filho, neste momento, não vinha nos planos. E não vem, só se o DIU me falhar. 

A novidade é que dantes este era um tema que me causava algum desconforto. Sentia que estava com as minhas prioridades trocadas e que se quisesse mesmo fazer outras escolhas, poupar nas viagens que fazemos, comer menos fora, deixar-me de querer ter tempo para mim, conseguiria ter mais filhos... mas agora não. Agora sinto que não tenho de ter mais filhos. Que não está escrito. Que não é suposto. E que não preciso de ter. Que estamos bem assim. Que somos uma família linda e completa. E que as minhas escolhas não têm nada de errado. Que estão certas, porque são as minhas. Dantes queria muito trazer ao mundo pelo menos mais um bebé, mais uma criança fantástica, ter o prazer de descobrir tudo de novo, criar mais relações entre todos que nos fizessem crescer, ver mais alguém tornar-se adulto. Mais amor, mais hormonas, mais vida. 

Agora quero ser feliz com o que tenho. Que já é tanto. Que continua a ser um desafio, mas que me dá tanto prazer. Que já me preenche tanto. Que já tanta alegria dá a tanta gente. 

Fiquei comovida hoje a ouvir, no quarto ao lado, a minha mãe a brincar com as miúdas. Estava a ver uma série, deitada na minha cama, a descansar. E ouvi as gargalhadas. Acho que agora estou mais atenta a tudo. Estou diferente. A aproveitar tudo melhor. [Mesmo que cheia de dúvidas, de momentos de desespero, de momentos em que não compreendo nada, nem me compreendo a mim]. Só que também por estar mais sensível, sinto tudo mais. Estou mais alerta. O que era bom agora é óptimo.

Agora eu, agora nós. Só (tanto) nós. 

Depois, logo se vê. 

Fotografia: Joana Sepulveda Bandeira do The Love Project

Mais alguém que sinta que já fechou mesmo a loja? Ou que dificilmente aumentará a família?



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9.22.2019

Tudo sobre a minha operação plástica

Não é novidade que a Joana Paixão Brás fez uma operação às mamas. E agora que já perceberam que não foi a Gama que se operou toda (só ao nariz), vou parar de falar na terceira pessoa. É verdade, fiz uma mastopexia periareolar com implantes há 3 meses.




Explico tudo neste vídeo, respondo às perguntas que mais me fazem sobre este assunto, e há bónus! Conseguimos ligar ao meu médico, o Dr. João Bastos Martins, para esclarecer umas questões que a Joana Gama tinha, no que diz respeito à anestesia geral ou à vontade de meter um kg em cada mama. Uhmmmm...





Caso tenham ficado com dúvidas depois disto, comentem, que vou tentar responder e, caso não consiga, posso pedir ajuda ao Dr. João.

Já escrevi várias vezes sobre isto no nosso blogue mas, como sou uma querida, deixo aqui os links todos:


Caso queiram falar directamente com o médico, deixo-vos também os links do instagram e do site.

Subscrevam o nosso canal no youtube, activem o sininho, e assim não perdem nenhum vídeo ;)

Estamos também no instagram, claro, e em @joanapaixaobras e @joanagama

E antes de se irem embora, lembrar-vos de que já saiu novo episódio do nosso podcast em que falamos de tudo menos de maternidade e que, desta vez, foi sobre os nossos maiores sonhos: o meu é cantar. Falamos sobre os Onda Choc, o Ídolos e tudo o que ainda me falta fazer. Ah! E ainda canto um bocadinho, cheia de vergonha...
Além do Spotify, podem ouvir no SoundCloud, Apple Podcasts e Anchor FM. Basicamente omnipresentes. 




E só para terminar - irra que ela não se cala - se conhecerem marcas que estejam interessadas em entrar no nosso projecto de ajudar mães nas fases mais difíceis de ter um bebé, falem connosco através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com, sim? Sim! ;)

9.16.2019

Marraquexe: a primeira viagem com amigas

Acho que a ideia partiu de mim numa tarde de piscina. E se fossemos a Marraquexe, só "gajas"? Em pouco tempo estávamos a comprar os vôos e a marcar o riad.
O David ficaria com as miúdas e eu iria ter uma experiência nova, com amigas, num país que quero há muito tempo conhecer. Combinado. Siga para a aventura.



ONDE FICAR

Vimos milhares de opções, mas tínhamos já uma decisão tomada: queríamos estar perto do centro, na medina, andar a pé até à praça Jemaa El-Fna, de possível com uma piscina para nos refrescarmos, e teria de ser algo em conta. Descobrimos o Riad Slitine e encaixava nos requisitos, além de que ficava a 200 e poucos euros a cada, uma semana, com pequeno-almoço. E ainda tinha aquele ar que procurávamos: portas e decoração marroquinas, arcos e duas piscinas (uma micro mas muito querida e mais reservada, com cactos). Ficámos em quartos comunicantes - dois quartos - e a casa de banho ficava no meio, grande, com banheira no meio, alta, chuveiro à parte e, noutra pequena divisão, a sanita. Perfeito para amigos terem a sua privacidade. Tudo limpinho e cheiroso sempre. Pequeno-almoço simples, mas bom, junto à piscina, com compotas caseiras, pães, bolos, sumo de laranja natural, chá ou café e ainda pedimos ovos mexidos. Gostámos imenso de todos os empregados, sentimos ambiente familiar (a filha da Thouaria, a senhora que tratava dos pequenos-almoços, estava sempre por lá, a dançar), mas há um que ficará especialmente no nosso coração: o Abdel, da recepção, que nos deu as melhores dicas. Adorámos (ah! pormenor que não é assim tão pequeno: servem álcool e que bem nos soube beber uma cervejinha fresca ou um vinho marroquino de vez em quando, junto à piscina).




O QUE FAZER

Como íamos com vontade de descansar um bocado, além de bater perna nos souks, é um bom programa ficar na piscina umas horas, a conversar e a ler, certo? Done. 
A maior parte do tempo foi passada a andar pelas ruas e ruelas, a ver as cores e os cheiros, a regatear preços de malas e babuchas, a comprar especiarias e a beber chá. Fiquei fã daquela cidade. As pessoas são simpáticas, metem-se connosco, mas não senti que "tirassem pedaço". Nunca sentimos medo e chegámos a caminhar à noite, depois do jantar, nas calmas.

Depois, fomos a quatro sítios que vos recomendo:

- Palácio Bahia - um dos mais bem conservados exemplares da arquitectura marroquina (este é mesmo um must go; 7€ a entrada)
- Palácio El Badi - foi construído após a batalha de Alcácer Quibir, era um dos maiores do mundo árabe, mas foi destruído para não fazer concorrência a outros (está em ruínas), 7€ a entrada
- Le Jardin Secret - é um pequeno jardim, sem qualquer barulho a não ser passarinhos e água, no meio da medina. Têm a opção de subir à torre, com uma mini-visita guiada; entrada 6€, subida 3,5€
- Jardim Majorelle - obrigatório. Como já fomos perto do fecho e já estávamos cansadas de tanto andar, acabámos por visitar o jardim e o museu berbere (deixando para outras núpcias o museu yves saint laurent) - 10€ a opção que escolhemos


ONDE COMER

Em todo o lado, basicamente. Na praça central Jemaa El-Fna há barraquinhas e comida a ser feita à nossa frente, onde se consegue provar um pouco de tudo (ver se os preços estão expostos ou fechar logo o preço ao pedir, para não pagarem tanto quanto nós, cerca de 20€ por pessoa - comemos muito e bem, porém). Claro que provei também os caracóis que vendiam na praça: sabiam que, ali, o molho que fica na taça é tipo caldo para se beber?
Na primeira refeição que lá fizemos, num restaurante pequenino, uma tajine de frango eram 4,5€ e estava excelente, assim como o couscous de vegetais.
Depois, jantámos uma vez umas pizzas no Cafe de France - tem uma vista linda sobre a praça e ficou por volta de 14€/pessoa.
Marraquexe está cheio de restaurantes da moda giros e, claro, também mais caros, acima dos 25€/pessoa. Experimentámos dois: o Nomad (comida e serviços muito bons, além de ter um terraço com luzinhas e um ambiente especial) e o Le Salama, tudo delicioso (o peixe era incrível) e num ambiente muito giro, com dança do ventre, plantas por todo o lado e até no tecto e um serviço muito bom. Foi o meu preferido, ideal para um jantar que queiram mais compostinho, romântico ou de aniversário. Ou de amigas, claro ;)


Se a ideia for não gastar muito em refeições, também conseguem, claro, mas achei os preços bastante próximos aos de cá.  

OUTRAS DICAS:

- Trocámos euros por dirhams no aeroporto de Marraquexe, logo à chegada

- Deram-nos logo no aeroporto um cartão SIM da Marroc Telecom, que carregámos com 50DH (+5€) para 5GB, para dividir por todas (a Raquel levou um daqueles aparelhometros wifi-não-sei-o-nome). Também encontram cartões à venda em lojinhas. Atenção que para os gigas ficarem todo disponíveis têm de pôr o código e *3 - leiam bem as instruções. O recepcionista do Riad ajudou-nos com isso).

- A app MAPS.ME é fundamental para termos acesso aos mapas offline

- A app Splitwise dá imenso jeito para ir dividindo despesas, sem termos de estar, a cada almoço/jantar, a contar trocos - assim ficamos a saber quem gasta o quê e no final ajustamos contas

- Regatear faz parte, é cultural. Eu sou a pior pessoa do mundo para o fazer e cheguei a estragar negócios a amigas por não saber fechar a matraca - quase me queriam fechar no Riad LOL -, mas a verdade é que, se o preço não estiver marcado, o valor que vos dão NUNCA é o valor final, normalmente é o dobro do final. A ideia é descer para mais de metade, para acertarem pela metade, pelo menos. Se comprarem mais coisas então no mesmo espaço, é para descer para bem mais de metade. Mas não me peçam técnicas, não consigo e prefiro peço desculpa por existir. Boa tarde.

- Se quiserem tirar fotografias a lojas, a barraquinhas de sumo, a pessoas seja em que circunstância for, têm de perguntar sempre antes e prepararem-se para pagar (aconteceu-me filmar um bocadinho de um espectáculo de rua, público, e ter logo a seguir os artistas a exigirem dinheiro). Faz parte por lá também. 

- Fomos no mês mais quente, em agosto, (chegámos a apanhar 50 graus, mas eu era a única das 4 a queixar-me, não devia estar assim tão mau LOL), por isso, caso sejam loucas como nós, é levar chapéu, comprar águas a cada esquina, beber suminhos de laranja (arrisquei no gelo, mas já estava por tudo - e correu bem) e a levar roupa e calçado confortável. Andei sempre com as mesmas xanatas, as que já sei que são confortáveis, sempre. Roupa fresca.

- Há imensas excursões possíveis para conhecer outros pontos de Marrocos. Optámos por uma viagem de dois dias (para lá demorámos 12 horas de bus) até ao "deserto", em Zagora. Está entre aspas porque eram duas dunas, basicamente. Tendo estado já no deserto dos Emirados Árabes Unidos, foi uma anedota. Não gostámos muito do acampamento, nem da comida, nem do espectáculo berbere (claramente nada muito talentoso e pouco preparado).
Valeu - apenas - pela passagem em Ait Ben Haddou, património da Unesco, fundada no ano de 757, onde filmaram dezenas de filmes e séries (no Game of Thrones, é um dos cenários) e que é absolutamente fantástica. Aprendemos coisas muito giras com o guia, o Ibrahim, como o facto de as casas terem 4 torres, uma para cada uma das 4 mulheres do homem da casa (kashbahs). Vimos como faziam as pinturas e tivemos tempo para percorrer tudo até lá acima e ainda beber  um chá ou uma água dentro de uma daquelas casinhas de barro. Aprendemos sobre a vegetação e sobre o rio que por lá passa.
Outra localidade interessante por onde passámos foi Ourzazate, onde nos serviram um chá e fomos a uma loja ver confeccionar tapetes (um projecto giro onde apoiam mulheres) - aprendemos as diferenças entre os de lã, fibra de cacto, camelo, etc e ainda vimos como construíam as casas, com palha e barro; comprámos chá e especiarias numa loja local; e apanhámos chuva, abençoada.
Fomos 6 dias e uma manhã, se fosse agora, teria talvez escolhido uma excursão só de um dia (sem deserto) e teria ido conhecer outras coisas em Marraquexe.

Notas finais (e agora senti-me à secretária da faculdade, numa frequência):
Adorámos Marraquexe. Adorei a comida, os mercados, o ambiente. Gostei imenso de ter ido com amigas e adorava fazer todos os anos uma viagem com elas. Rimo-nos muito, foi muito bom. Mas este é um destino excelente para ir a dois também e - fizeram-me várias vezes esta pergunta no instagram - em família também. As minhas filhas teriam adorado. Iam achar que estavam no filme do Aladdin o tempo todo. Caso eles não alinhem em comida mais condimentada, há imensas opções com carbonaras, pizzas, hamburgueres, saladas. O ambiente é seguro, simpático. E não fica uma viagem cara (só se se estragarem muito em compras).

Alguém a pensar ir?


[Tenho mais dicas e vídeos nos meus stories aqui]


9.15.2019

Que Joana vai ganhar no jogo das 5 perguntas?

Quem será... será.... ... ... Façam as vossas apostas!



Muito provavelmente acertaram na pessoa que vai ganhar. Não intereeeesa! O que interessa é participar ;) Querem experimentar fazer o mesmo com as vossas amigas? ;) Pode ser giro! Pelo menos lembram-se de mais coisas para falar da VOSSA vida, ahah.




Subscrevam o canal, comentem, façam like que todos os domingos há um vídeo novo para vocês, yes?

 




Aproveito para vos dizer que ontem saiu o segundo episódio do nosso podcast "a Mãe é que sabe" em que falamos de tudo menos de maternidade - só para desenjoar um bocadinho. Está disponível no Spotify, SoundCloud, Apple Podcastas e Anchor FM. Aproveitem para fazer boas reviews que, como ainda é novo, a Apple ainda está a ver se vale a pena ou não ;)





Para além disso,se conhecerem marcas que estejam interessadas em entrar no nosso projecto de ajudar mães nas primeiras fases mais difíceis de ter um bebé, falem connosco através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com. Ok?

9.09.2019

Sou má mãe?

Sei que esta pergunta já vos deverá ter passado, pelo menos uma vez, pela cabeça. Talvez não como "sou má mãe?" mas como "fui má mãe"?. 
Li algures que só pelo facto de questionarmos, de sentirmos que pudemos ter falhado em alguma circunstância, significa que nos preocupamos e, por isso, não somos. Se fossemos más mães, não queríamos nem saber.

Ontem questionei-me. Depois de um dia fantástico de praia e de cansaço, não estavam a jantar nada de jeito. Levantavam-se 22087 vezes da mesa, fugiam, riam, voltavam, comiam uma colher, "não quero mais" e lá seguiam. Eu dizia que não se podiam levantar, que tinham de comer, senão iriam ficar com fome, etc. Até estava calma. Acho. 

Chegou a uma altura em que fiz um ultimato. Ou comiam ou eu iria assumir que estavam cansadas e que teríamos de ir lavar os dentes e dormir e no dia seguinte logo comeriam. Fiz duas tentativas, dei-lhes mais duas oportunidades. Avisei que seria a última vez que podiam voltar à mesa. Cumpri. Fomos lavar dentes e cama. A Luísa começou logo a dizer que tinha fome. A chorar desalmadamente. A pedir desculpa. Mas eu senti que fome não estariam, de facto, a passar, que tinham lanchado bem, ainda petiscaram qualquer coisa do jantar e que aquela demonstração de desagrado - totalmente compreensível e válida - foi precisamente porque achou que eu não seria capaz de fazer aquilo. 

Fiz. Não voltaram a sair do quarto e adormeceram, depois de bastantes lágrimas, pedidos e lamentações (e a Isabel a dizer que não iria conseguir adormecer enquanto a Luísa estivesse a fazer birra, todo um filme).

Senti que esta consequência lhes mostraria algo e que teria efeito, a médio prazo. Claro que a meio me apeteceu desistir, mas não quis mesmo mostrar-lhe que eu desistiria sempre que ela chorasse. Foi o combinado, elas ouviram bem, as regras estavam claras e a consequência foi esta. 

Não foi fácil. Tudo o que mexe com emoções, culpa (e pedidos de desculpa), necessidades básicas, acaba por custar bastante. Mas educar também é isto. E crescer enquanto mãe também.

Não sou má mãe. Não somos más mães.

Somos mães que erram, que querem melhorar, que se sentem abençoadas e que, por vezes, só desejavam um minutinho de silêncio. Mães que às vezes andam à procura de uma identidade, que sentem que perderam algumas coisa, mas ganharam outras. Mães que nuns dias descomplicam e que noutros são assombradas por dúvidas. Mães cheias de coragem e de vontade de educar seres fantásticos.




Ontem foi assim. Hoje há de ser melhor.

9.06.2019

Tenho sono.

Tenho sono. 

Já tive fases da minha vida de mãe em que não faço ideia de como sobrevivi. Quando a noite chegava ao fim, só me apetecia chorar. Aliás, cheguei a chorar ao lado do berço, desesperada, em pé. Uma vez, caí no percurso entre o meu quarto e o da Isabel. Não faço ideia se foi quebra de tensão mas quase que podia jurar que adormeci. Confirmei, aí, que a decisão de a mudar de quarto foi estúpida, precoce. Não conseguia adormecer a dar-lhe de mamar, na cadeira de baloiço e isso talvez tivesse feito a diferença. Quando chegava à minha cama e voltava a adormecer, ela estava a acordar outra vez. Nem mesmo o facto de me revezar com o David ajudava grande coisa. Ela queria mama, aconchego. 

Se fosse agora, teria feito o que fiz com a Luísa quando ela era bebé: dormir com ela. Pronto. Quando as noites da Isabel melhoraram, ficámos tão felizes que decidimos mandar vir outro bebé. Só que depois voltou a piorar. Foi uma semana boa. 5 anos depois, posso dizer que já nada é tão grave como era. Também posso dizer que ainda é raro dormimos uma noite inteira. Ou acorda uma, ou outra, ou pesadelo, ou frio, ou calor ou ouço-as zangarem-se por qualquer motivo, ou vem uma para a nossa cama ou as duas. 

Tenho sono. E hoje nem tem nada a ver com elas, mas lembrei-me de quando tinha sono dia após dia após dia após dia. E de quando a Luísa, que dormia 12 horas de seguida para nosso alívio, começou a acordar - não vou exagerar - de hora a hora. “Outra vez não, por favor.” Ainda era pior do que as 3 horas da irmã, que pesadelo. Pedi ajuda. Várias vezes. Não temos de passar por isto sozinhos. Mudei o mindset. Reajustei algumas coisas. Dormi com ela. Aceitei. Melhorou. 

Já passou. Acho que a pior fase já lá vai. Tenho sono, mas já não o digo com desespero. 



9.03.2019

Ela anda cheia de dores...

Há já umas semanas que a Isabel se vai queixando. Não todos os dias, mas sempre que o faz, é à noite, antes de ir para a cama ou já depois de estar deitada. Diz que lhe doem os pés, na parte de cima, nas pernas e nos joelhos. Pede-me massagens e passados uns 20 minutos melhora. 

"São dores de crescimento", disse-lhe. "Estás a crescer muito, meu amor."

Acho que, de certa forma, lho disse para ter uma razão e para ser mais fácil de suportar. Faço-lhe massagens sempre que me pede, ali na zona de trás dos joelhos, nos gémeos, nos pés. 

Lembro-me, como se fosse hoje, das dores que eu também tive. Foram anos. Fazia bastante desporto  (quase todos os dias) e associávamos a isso. Os médicos sempre desvalorizaram. E a verdade é que, até hoje, não há uma razão já comprovada para estas dores, pelas pesquisas que fiz. É estranho serem realmente dores de crescimento, já que as fases em que mais crescemos não são estas (mas sim logo nos primeiros dois anos e mais tarde, novamente), mas assim ficaram apelidadas.

Vou marcar consulta dos 5 anos e logo vejo com a pediatra o que aconselha. Partilhei esta dúvida no meu instagram e uma mãe disse-me que foi a ver e afinal a filha tinha uma escoliose ligeira. Noutro caso, falta de vitamina D e que, depois de começar a tomar de novo, melhorou. Às vezes, podem ser outras coisas associadas, não saberemos.

A pose ;) Coisa mais querida!

Algumas mães recomendaram-me massagens: nuns casos com um gel fresco, noutros com pachos de água quente. Li também que a natação ajudará, já que é de baixo impacto. Mas vou falar com quem sabe.

E vocês, já passaram pelo mesmo? E os vossos filhos?



8.25.2019

Crianças e tablets: sim ou não?

Quando digo tablets, quero incluir telemóveis mas também televisão. Enfim: todo o género de estímulos vindos de ecrãs. Apesar de não ser contra o uso dos mesmos, não estávamos a conseguir encontrar um meio-termo fixe, por isso, tive de arranjar uma estratégia mais rigorosa.



Querem saber qual foi? Digo-vos que melhorou a 200% as nossas vidas, as nossas noites, a nossa relação. Estava cheia de receio que, agora que voltámos de férias, fosse difícil fazer de novo o desmame, mas não, nada! 

Adoro que vejam desenhos animados, que gostem de imitar danças no youtube e, até, que joguem jogos educativos, mas não podia ser todos os dias, connosco não estava a resultar.



E vocês, como gerem? Preocupa-vos esta era, ou acham que há mais coisas positivas do que negativas? 

Subscrevam o nosso canal no Youtube para irem vendo os nossos vídeos, onde abordamos todo o tipo de temas, sigam-nos no nosso instagram @amaeequesabe.pt - os nossos pessoais @joanapaixaobras e @joanagama e - SÓ MAIS UMA COISINHA! - já nos podem ouvir em podcast aqui! Espero que gostem!



8.20.2019

Quanto tempo demorei a recuperar da cirurgia plástica?

Depois de sermos mães, tudo passa a entrar na equação. A vida não pára (ai, desculpem-me lá, mas não consigo alinhar no “para” do novo acordo ortográfico), há miúdos para ir pôr e buscar à escola, roupa para estender, colos para dar e tudo o que seja obrigar-nos a ficar quietinhas dá connosco em doidas - a não ser que estejamos a falar numa semana nas Maldivas, vá.

“Quanto tempo se demora a recuperar?” foi, sem dúvida, uma das perguntas que mais me fizeram e foi, curiosamente, uma das primeiras que fiz ao Dr. João, se não a primeira, quando fui à primeira consulta, ainda antes de decidir se faria uma mastopexia com implantes: falei sobre tudo aqui

Se me tivessem dito que teria de estar umas três semanas em repouso, deixaria esta operação para quando as mamas estivessem nos joelhos e não apenas no umbigo.

Mas não, uma semana. Os meus olhos brilharam. Uma semana era OK. Tenho uma amiga que preferiu nunca se separar das crianças, a não ser para dormir (iam dormir à avó), porque tinha medo de levar patadas durante a noite; já li algures uma mãe cuja bebé ficou em casa sempre, mas com o pai a entrar em acção sempre; eu preferi (e porque podia, claro) estar 4 dias completamente de papo para o ar em casa da minha mãe; enquanto elas estavam no bem bom com as primas e os avós em Évora e, depois, na praia, no Algarve. Por isso, tive ali uma semana, após os 4 dias de sofá e cama e já sem os drenos, com pouco movimento físico, a não ser o básico da casa, o banho, estender uma roupita, nada de grandes pesos. Ao todo, estive um mês sem fazer exercício físico. 


Agora sim, passados dois meses, sinto que estou a voltar a mim, na totalidade. Já posso fazer exercício à vontade, correr (se bem que ainda nem experimentei) e nadei pela primeira vez esta semana. Confesso que estranhei um bocado. Zero dores ou desconforto, mas é como se houvesse mais qualquer peça no puzzle. Tenho quase a certeza de que um dia encaixa e que me esqueço por completo.

Para as miúdas foi fácil aceitar. Nem nunca senti que ficassem tristes ou frustradas. Optei por lhes explicar por alto e até mostrar que tinha um dói-dói nas maminhas, que ia ficar tudo bem, mas que teriam de ter cuidado para não me magoar sem querer e que não poderia dar colo durante algum tempo. Aceitaram na boa e ainda repetem a lengalenga nas escadas do prédio, quando estão cansadas. Os vizinhos já devem estar todos a par das mamas novas da mãe, mas tudo bem. ;) Ainda não lhes disse que já lhes podia dar colo outra vez porque estou a adorar não subir dois andares com duas pirralhas, uma em cada braço. As minhas costas agradecem.

Mas, sinceramente, até acho que pode ser positivo não sentirem que a mãe é uma superheroína e que, às vezes, temos de conseguir superar alguns obstáculos, sozinhas. Continuaram a ter colo no sofá, mimos todo o dia e aconchego à noite, antes de dormir. Tudo se faz. (Menos pôr cintos de segurança na cadeirinha. Aí sim, sentia-me uma artista de circo, cheia de medo de dar um puxão a mais. Não dei. Ufa.) Mas valeu todos os esforços e todas as adaptações que tivemos de fazer. Foi ainda mais simples do que imaginei.

Estou feliz, feliz, feliz com o resultado, cada vez mais natural, contente com o tamanho que escolhemos e, nestas férias, já andei com aquela confiança extra em biquíni. Foi incrível ver os meus biquínis dos anos anteriores a assentarem tão bem (já vos disse que consigo continuar a vestir quase tudo?) e experimentar soutiens novos, rendados, sem aros e ficar com um decote tão bonitinho.


Se só chegaram ao blogue agora (what? O que andaram a fazer nestes últimos 4 anos? A viver?) e tiverem outras questões sobre a cirurgia estética que fiz, vejam aqui e aqui se conseguem esclarecer mais alguma dúvida.

O Dr. João Bastos Martins - do qual estou fã e se um dia quiser fazer mais qualquer coisita [calma, não estou a pensar nisso para já] é nele que vou confiar - também é super disponível e responde de certeza às vossas questões por mensagem pessoal ou e-mail (instagram aqui e site aqui).

Digam coisas. Só não me peçam é antes e depois ou para ver a cicatriz porque – apesar de às vezes não parecer – ainda tenho alguns limites. ;)

8.19.2019

Joana Paixão Brás: O que ando a ver #01

Não faço ideia se isto vos interessa ou não, mas pensei: "se eu gosto que me recomendem filmes e séries para ver, documentários, livros, etc, por que não?" 

Vou fazer isto também com livros, artigos e revistas, o que acham? Mais não seja para vos inspirar a ler mais (a última coisa que faço à noite já não é scrolling no instagram e estou a ADORAR) ou para vos alertar para coisas que eu desconhecia por completo. Estarmos mais conscientes não é mau. Quero sugestões vossas para a troca, combinado?

Imagem completamente descontextualizada só para saberem que fui eu quem escrevi isto
e porque cortei o cabelo e até estou gira, pronto,
que a vida pode ter um bocadinho de futilidade para aligeirar o resto. <3 

A ver.

Série EUPHORIA
Depois da 13 Reasons Why, achei que dificilmente uma série sobre adolescentes me iria prender tanto, mas encontrei uma substituta à altura (e até melhor, acho). Mas atenção, é muito, muito forte. Tem cenas de sexo bastante explícito, muita droga e muita violência. Convencidos, já? A verdade é que a protagonista, a Zendaya, é assim fabulosa e sempre me intrigaram histórias sobre droga, o que fazer? Gosto muito da realização também, a fotografia está sublime e, olhem, prendeu-me muito. Mas fica o aviso: forte mas forte. Ainda não terminei. Ah! Está na HBO.

Filme ROCKETMAN
Gosto muito de filmes ou séries biográficas. E se forem de bandas ou de cantores, ainda me despertam mais a atenção. No ano passado, e apesar das críticas, o Bohemian Rhapsody foi um dos meus preferidos (saí do cinema a cantar); este ano vi o dos Motley Crue (The Dirt, na Netflix, uma maradice, mas das boas) e não quis perder o do Elton John. Não é espectacular, mas vê-se muito, muito bem e ficamos a par de pormenores absolutamente desconhecidos e a gostar ainda mais do artista, a dar-lhe uma dimensão mais próxima e humana. Gostei.

Documentário QUANDO A VIDA NOS ATRAIÇOA
Este é daqueles que, se forem bastante impressionáveis e tenham ficado ainda mais sensíveis depois de serem mães, não convém mesmo que vejam. Mas ficam a saber que isto acontece. Incapazes de lidar com traumas, centenas de crianças refugiadas na Suécia sofrem de síndrome de resignação: ficam basicamente em coma. Não comem, não reagem a estímulos, ficam inertes. Enquanto não se sentem protegidas, com medo da deportação, ficam imóveis. Podem estar anos assim e, às vezes, mais do que um filho de um casal desenvolve isto. Desconhecia por completo. É doloroso, mas talvez urgente para quem não percebe a urgência de acolher refugiados. Está na Netflix. 



8.18.2019

É terrível ter filhos porque...

O que me custou escrever este título e fazer este vídeo sem estar sempre a fazer ressalvas. Estamos habituados a, sempre que nos queixamos de algo, fazer sempre apartes e *asteriscos para nos certificarmos de que todos sabem que, apesar das dificuldades e das dores da maternidade, estamos muito felizes com a decisão. 



Por isso: chega! Chega de apartes e de considerações para não nos sentirmos tão mal por termos desabafado. Ser mãe é difícil e ponto final. Claro que nos sentimos muito #gratas e #agradecidas e que as coisas boas superam as m... ai desculpem, já estava a resvalar outra vez. Será que consegui não ser desclassificada deste jogo em que só podemos apontar as coisas más de se ter filhos? Uhmmmm... vejam.

Até porque a Joana Gama tira o soutien. Vale a pena só por isso. 



E vocês, querem desabafar? Vai saber-vos bem ;)


8.11.2019

As 5 coisas mais importantes para se receber um bebé

Ui! O que eu adoro listas. Por mais redutoras que possam ser, ajudam-me a reflectir, agora que estou mais distante daquela fase, sobre o que foi mesmo mesmo essencial, o que mais me marcou, o que - se fosse agora - voltaria muito provavelmente a achar essencial. Já leram o título, depreendo, a não ser que comecem a ler pelo fim (?): vou escolher as 5 coisas físicas que foram mais importantes aquando do nascimento das minhas filhas. Fica, desde já, o aparte de que cada família é uma família e cada bebé é um bebé e que esta escolha será sempre muito subjectiva, como é óbvio.

1) Babywearing bom, ergonómico, prático

Com a Isabel, ainda não estava muito elucidada para a importância e para a facilidade que é andar com os nossos filhotes agarradinhos a nós, devidamente suportados e aconchegados. A Rita Ferro Alvim emprestou-me um sling (obrigadaaaa!), que usei ainda algumas vezes, mas na altura achei que não era o fixe para as minhas costas. Ainda experimentei um marsúpio oferecido por um familiar, mas achei a coisa menos ergonómica de sempre e a miúda ficava pendurada (depois descobri que não são de todo indicados e que há pessoas especializadas em babywearing, workshops, lojas e até grupos no FB que nos ajudam a escolher panos e mochilas adequadas aos bebés e aos pais). Até que experimentei um Ergobaby 360 emprestado e vi a luz ao fundo do túnel. Com a Luísa, andei com um pano da Vivi & Me e com uma Boba 4G da Organii que amei. Andávamos, eu e o David, com as duas nas mochilas a passear pelas cidades, a caminho da praia, para todo o lado. E, mais importante ainda que isso, quando eu estava em casa com a Luísa ainda bebé e precisava de fazer coisas, cozinhar, etc, era o que me safava! Por isso vos digo: é um ESSENCIAL, vale cada cêntimo, peçam aos amigos e família que façam uma vaquinha, experimentem vários, aconselhem-se, até acharem o vosso preferido. [Ah! e ainda usamos hoje em dia! Agora até queria apostar num para toddlers mesmo, o que recomendam?].

2) Bodies e calças de algodão

Bem me lembro da vez em que me perdi num mercadito e comprei, com a minha mãe, uns 6 vestidos e fofos todos românticos e betinhos para os primeiros tempos - e faz parte esse encantamento, acho - mas, sinceramente, se fosse agora, sabendo que depois ainda nos oferecem mais umas quantas roupas, talvez tivesse comprado apenas dois, pela graça. É demasiado. Vestem uma ou duas vezes para a fotografia e para as visitas, por vaidosice, e pronto. Apostar em bodies macios - há uns cardados maravilhosos, se for inverno - e em várias calças de algodão e uns quantos babygrows confortáveis (e com botões à frente e/ou entre as pernas pff! LOL) é que é essencial. Tudo o resto é giro, que é, mas é acessório. E acabamos por perceber que eles crescem tão, mas tão depressa que até dá pena o investimento. 

Mão da Luísa, já em casa

3) Kit de sobrevivência para a amamentação

Provavelmente este vai ser controverso e pouco consensual, mas para quem tem vontade e, ao mesmo tempo, algum receio em amamentar, acho que há alguns apetrechos que podem ajudar e muito. Primeira coisa: um contacto de uma CAM / médica especializada para ir a casa ajudar-vos com a pega/ subida do leite/ dores / fissuras / possível início de mastite, etc, etc, etc. Recomendo-vos, por exemplo, a Patrícia Paiva, o Centro do Bebé e a Amamentos (mas há mais em todo o país!, vejam o SOS amamentação ou rede amamenta).

Além desse apoio (e que vos aconselhará o que será melhor para o vosso caso - e que sabe bem mais do que eu), eu voltaria a ter uma almofada boa de amamentação, dois soutiens, discos de amamentação reutilizáveis e um creme para os mamilos orgânico (mesmo com a pega corrigida, sempre tive alguns problemas de fissuras nos mamilos, não me perguntem porquê..., e não ia lá só com o meu leite e com mamas ao léu). Escrevi melhor sobre isso aqui: Como sobrevivi ao primeiro mês de amamentação. Aconselho-vos a tirarem um workshop sobre este tema ainda grávidas, se for objectivo amamentar, ou a ler sobre o assunto: adorei o livro da Cristina Pincho.

4) Ovo / cadeira para o carro

Vai depender do vosso estilo de vida, se andam de carro ou de transportes, claro. É obrigatório se andarem de carro, como é óbvio e, pelo que ouvi dizer, não convém mesmo que seja comprado em segunda-mão, por não sabermos se já houve acidentes com o mesmo, etc. Eu usei emprestado com a Isabel, sabendo, com confiança, que nunca tinha sofrido nenhum embate. Depois, só quando mudámos para cadeirinha, tivemos novo. O que convém que tenham mesmo em atenção é, além dos testes de segurança, claro, se dura em rear facing até bastante tarde (a protecção deles em primeiro lugar) - a Isabel foi até aos quase 4 anos e, pelo que sei, até deveria ter ido mais tempo, mas tive de voltar ao meu carro de solteira, um fiat 500, e lá se acabou).

5) Berço 

Tive um de verga para ambas. O primeiro foi emprestado pela minha amiga Catarina Raminhos (passou pelas filhas dela, pelo Raminhos e pelos irmãos todos) e serviu perfeitamente nos primeiros meses. A Luísa teve um também de verga e depois passou para a nossa cama. E da nossa cama para o chão, a dividir cama com a mana. Não usámos cama de grades com ela, por exemplo. Nunca cheguei a investir num Next2me, apesar de sempre me terem parecido fixes e práticos, por acaso.

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Poder-vos-ia dizer que o resto é acessório que não estaria a mentir lá muito, apesar de até a mim me parecer um bocado hippie. Mas, se fizer um esforço grande, não há muitas mais coisas que sejam assim tão essenciais nos primeiros tempos. Até mesmo as fraldas vão estando em promoção e, se o bebé for grande, não faz sentido comprar dezenas para a primeira fase (e até são mais caras). Se optarem por reutilizáveis, melhor (gostava de ter usado durante mais tempo, mas faltou-me a disponibilidade mental na altura). 

Ter o quarto do bebé pronto também não é prioridade. 
Trocador também não usei na segunda filha: ou trocava na bancada da casa de banho ou na minha cama. 
Banho, safamo-nos com um balde (pronto, se não quiserem usar um que tenham em casa, vá, há aqueles shantala fixes até em supermercados ou no olx, etc, mas) - usei a banheira que a minha mãe me tinha oferecido para a Isabel (e que tinha comprado na KidtoKid) durante pouquíssimo tempo, porque passei a dar na banheira às duas ao mesmo tempo.

Há outras coisas úteis, sim, mas com uma durabilidade tão reduzida que, se formos pragmáticos, quisermos poupar, ou simplesmente não quisermos ser arrastados para um consumismo desenfreado, não são mesmo mesmo necessárias. 

E vocês? O que vos pareceu mesmo mesmo essencial? O que dispensavam ter comprado?